domingo, 28 de dezembro de 2014

Continuaçao 50

   - Essa promoção não vai entrar nesse mês. - Paty dizia enquanto rabiscava na lousa. - O mês que vem nos favorece tanto para o lado do comércio quanto o nosso bolso. - ela fez graça batendo no bolso o que levou a todos rirem.
   - Então atrasarei os pedidos para o mês que vem. - um garoto se ofereceu.
   - Ótimo! Quanto o folheto de propaganda, tem como aumentar um pouco as bordas e trocar a cor para azul? Vermelho me lembra catchup, não sei porquê. - Patricia brincou novamente.
   - Sim, cor quente definitivamente não combina com saúde, mas o ex chefe nunca me entendia. Ele gostava de vernelho e ponto. - uma moça de óculos coloridos respondeu.
   Paty sorriu.
   - Obrigada, a reunião encerra aqui. - ela disse guardando suas coisas.
   Taehyung sorriu fazendo um gesto com as sobrancelhas que a fez sorrir de longe.
   - Patricia, me desculpe os funcionarios... - o secretario veio logo que todos sairam. - Eles não sabem que a senhora...tinha uma ligação próxima com o ex presidente Jeon Jungkook no passado...
   - Tudo bem. - ela sorriu.
   - Sinto muito pela perda, senhora.
   - Só Patricia. - ela se sentiu incomodada.
   - Ah, sim claro. - ele sorriu sendo simpático. - Quero lhe parabenizar o seu novo cargo e elogiar suas idéias!
   - Obrigada! Tenha um bom descanso! - ela se curvou.
   - Igualmente! - ele se curvou e foi saindo.
   Taehyun veio andando com as mãos no bolso se achando com seu traje estilo sport chic.
   - Está se saindo bem por estar pouco tempo na chefia... - ele sorriu.
   Ela evitou olhar em seus olhos. Tinha que confessar que ele estava realmente bonito.
   - E ai? - ele parou na sua frente. - Não vai aceitar meu convite ainda?
   Ela gostava muito dele, ele era alguém realmente importante para ela, mas seu amor por ele não era tão forte quanto sentia por Jungkook.
   - Desculpe, Taehyung... - ela disse.
   - Tudo bem. Amanhã eu tento de novo. - ele sorriu.
   Ela balançou a cabeça sem acreditar.
   - Não te irrita as pessoas dizendo que sente muito pela perda, quando na verdade ele não morreu? - ele perguntou.
   - Sim...- ela acabou rindo.
   - Será que as pessoas não pensam um pouco? Se você não tem nenhuma ligação com ele, nenhum parestesco nem nada, como ele iria passar a empresa em seu nome segundos antes de morrer? Isso não faz nenhum sentido...
   Ela riu.
   - Acho que eles se perguntam sim...mas acho que acabam apenas aceitando. - Paty respondeu.
   Ele assentiu duas vezes.
   - Você gosta dele né? - Taehyung lhe jogou um olhar meio chateado, mas conformado ao mesmo tempo. - Eu acho que eu não seria capaz de ficar longe de você mesmo sabendo dos riscos. Acho que sou egoísta demais..
   Paty olhou o chão envergonhada.
   - Ainda mais sabendo que tem um cara que gosta de você bem pertinho. - Taehyung estreitou o olhar. - Ah, não mesmo! - ele riu.
   Ficou aquele silêncio.
   Talvez se Jungkook nunca tivesse parecido em sua vida, não haveria dúvidas de que estaria com Taehyung. Mas...simplesmente não consegue imaginar a vida sem ele.
   - Bom, eu vou indo...quer carona? - ele perguntou.
   - Não, obrigada...ainda tenho que fazer algumas compras...
   - Ok...então...até amanhã! Se cuida, senhora Patricia...- ele fez graça.
   Ela acabou rindo.
   Na mesma hora uma mensagem chegou em seu celular.
   " Tem um tempo?" - Jungkook.
   Ela sorriu ao ler.
   " Estou saindo agora! Por que?"
   " Vamos sair!"
   " Pra onde?"
   " Para onde foi o nosso meio-primeiro encontro..."
   " Erm...tivemos encontro?"
   " Bom, pra mim foi tão perfeito quanto...hahah vamos para o Japão. Pegue o avião daqui uma hora. Deixei sua passagem com a recepcionista lá."
   Ela sorriu sem conseguir conter a lagrima.
   " Obrigada...te amo muito!"
   " Eu muito mais...até!"
    Ela tratou de voltar pra casa o mais rapido possivel.

   Ao pousar na sua cidade natal, olhou em volta e avistou belas paisagens.
   - Nossa...está ainda mais bonito que a ultima vez...- ela sorriu.
   " Que tal um sorvete?" - Jungkook
   " Pode ser!"
   Ela foi andando até a sorveteria ali perto e sentou esperando a moça vir lhe atender.
   - Patricia? - ela perguntou.
   - Sim?
   - Mandaram pra voce. - ela deixou uma taça de sorvete.
   Tinha alguns bichinhos coloridos e um papel.
   " Com amor, Jungkook :)"
   Ela sorriu sentindo o coraçao a mil.
   - Esse garoto... - ela deu a primeira colherada.
   " Pelo seu sorriso, da pra ver que gostou!"
   " Obrigada!"
   Ela pediu para que a moça enviasse outra coisa à ele. Pegou a caneta e escreveu no papel:
   " Mesmo que o tempo passe...e se mesmo assim não ficarmos juntos...saiba que ainda vou te amar...sempre estarei te esperando."
   Entregou a ela e olhou para os lados discretamente procurando por ele.
   Ela o viu sentado do outro lado bem no canto. Ele estava perfeito com seu jeito menino crescido, roupa elegante.
   A moça lhe entregou o papel com os decorativos. Ele sorriu ao receber.
   Ele abriu o papel e sua expressao ficou seria. Ficou minutos olhando o mesmo ponto no papel.
   Finalmente Jungkook levantou os olhos e não resistiu não olhar pra ela. Seus olhos estavam prestes a chorar. Ela tambem sentiu a mesma agonia.
   Ele pegou o celular e digitou.
   Paty leu depois de alguns segundos disfarçando.
   " Ainda ficaremos juntos. Pode ter certeza" - Jungkook.
   Ela sorriu.
   Os dois tomaram seus sorvetes.

   Jimin repetia os mesmo passos na frente do espelho.
   - Sinto muito, cara. - Seungri disse.
   - Não precisa...não estou sentindo nada. - Jimin disse sem perder o ritmo.
   - Sua bunda ne? Está estampado na sua cara que você está pensando nela...
   - Então me ajuda a esquecer! - ele se irritou e desligou a musica se jogando no sofá.
   Jimin esfregou os olhos para não chorar.
   - Vai deixar assim? Não vai fazer nada? - Seungri perguntou. - Vai atras dela!
   - Fazer o que criatura? Nao tenho o que fazer...ja estou me mudando para não vê-la nunca mais...
   - E sera assim?
   - Sera assim...
   Seungri estava chateado por ele. De verdade...ele era o unico que acompanhou desde o inicio o que Jimin havia feito por Julia, entao ele sabia o quanto o garoto a amava.
   - Eu...só vou deixar isso mal resolvido. Como se fosse minhas esperanças sabe? - Jimin disse mais calmo. - Não terminamos o que nunca começou, mas pelo menos eu tenho consciencia de que ja existiu...e se nao nos despedirmos, sinto que ainda estamos ligados. Entao talvez ainda possa acontecer algum dia.
   Seungri assentiu devagar. Como um irmao mais velho, Seungri abraçou Jimin apoiando-o.


   - Está doendo doutor... ahhhhhhhhhhh!!!! - o garoto gritava muito alto.
   Jin fazia careta de dor nos ouvidos.
   - Precisa relaxar! Preciso ver o que é! Se for algo grave?! - Jin disse.
   - Mas estou com medo!!! - o garoto gritava. - Eu não posso morrer, doutor!
   - Eu vou te ajudar! Se acalme...apenas respire fundo e me deixa ver...
   O peito do menino estava muito machucado. Jin estava desconfiado que com o impacto do acidente tenha afetado o pulmao, mas nada muito grave e que nao poderia ser resolvido.
   - Dói muito... - ele suava.
   Jin apertava examinando-o.
   - Ahhhhh isso dói sabia?! - ele reclamou novamente. - Pelo jeito o doutor não sabe o que é dor!!!
   Jin achou aquilo tão ironico.
   - Eu não sei o que é dor? - Jin riu sarcasticamente. - Eu não sei o que é dor?!
   O garoto se assustou.
   - Garoto, voce ja amou de verdade? Alguem que não ama você?
   - Não senhor...
   - Então quando isso acontecer, essa sua dor aqui vai ser cócegas pra voce. Voce vai gritar 30 vezes mais...
   Jin apertou novamente e ele gritou.
   - Se dói tanto...por que as pessoas amam? - o garoto perguntou.
   - Não ama porque quer. Simplesmente ama. É como um acidente.
   - Que droga, tomara que eu morra antes disso...
   Uma garota chegou desmaiada no colo de um medico. O garoto ficou totalmente com a atençao voltada pra ela.
   A garota era linda, branquinha, jeito tao delicado...
   Jin continuou examinando-o e o garoto nem se mexia.
   - Doutor...quanto tempo demora pra amar? - ele perguntou.
   Jin olhou para o lado e ao perceber a situaçao acabou rindo.



   - Tem tido tontura, medo, algo fora do normal? - a psicologa perguntou.
   - Não...estou tranquila. - ela sorriu.
   - Que bom...ainda bem né?
   Julia sorriu feito criança.
   - Está liberada! - a psicologa disse. - Cuidado ao voltar pra casa!
   - Pode deixar!
   Julia saiu dali aliviada. Finalmente poderia tomar um ar puro...
   Depois daquela briga horrivel que gostaria de não lembrar nunca mais, suportar a bomba de revelações do tipo que seu pai era chefe de policia em segredo assim como a mãe de Patricia que trabalhava secretamente como detetive, que a escola em que estudava era apenas de gente de muito poder e a maioria deles trabalhava para a mafia, que o destino deles também por estudarem ali seria seguir esse caminho, mexeu totalmente com seu psicologico. Sua vida sempre foi um risco e ela nunca soube. Sempre teve pé em perigos, mas sempre tinha alguém salvando-a nas suas costas.
   Essa foi uma das milhares de vezes que correu risco de vida. E sempre será assim.
   Parou em frente a escola e a observou.
   - Eu acabei nem apresentando a dança que ensaiei tanto...nem...Jhope...
   Se interrompeu ao lembrar qualquer coisa sobre ele. Não queria pensar o quanto era triste saber que ele iria se formar em pouco tempo e não conseguiu.
   - Ei!!! - ouviu uma voz cortou seus pensamentos.
   Um carro preto estava parado ao seu lado acompanhando seus passos.
   Ela olhou assustada para ver quem era.
   - Estou te chamando faz tempo, mas acho que você está com a cabeça laaaaa longe... - Taeyang disse sorrindo.
   Seu coraçao disparou ao vê-lo.
   Ele estava estilo bad boy com boné e óculos escuros. Mas não havia roupa ou acessorio que lhe dava a imagem de ruim, quando ele abria aquele sorriso fofo.
   - O que faz aqui? - ela perguntou surpresa.
   - Vim te buscar! - ele sorriu.
   Há quanto tempo ela não via essa cena. Era como se tivesse voltado no tempo em que eles namoravam.
   Aquele sentimento naquele momento era ainda maior que na época. Bem maior.
   Só então percebeu o quanto sentiu a falta dele. O quanto ele fazia parte de sua vida e o quanto o amava.
   Eles ficaram parados olhando um para o outro. Julia não conseguiu conter algumas lágrimas e ele também teve a mesma sensação. Como se finalmente tudo tivesse voltado a dar certo e nenhum dos dois conseguiam acreditar.
   - Entra.. - ele disse de forma suave abrindo a porta.
   Ela enxugou as lágrimas com a manga da blusa e entrou no carro. Tiveram o mesmo pensamento de abraçar um ao outro.
   Ele acariciava seu cabelo e lhe abracava com gentileza.
   - Desculpe te fazer passar por tudo... - ele disse com a voz macia.
   Ela apenas chorava. Ele a deixou chorar em seu ombro por alguns minutos.
   Aquele momento parecia irreal. Taeyang achou que nunca seria possivel chegar perto da pessoa que ama, muito menos abraça-la. Julia ainda não acreditava que Taeyang fora a maior decepção de sua vida e achava que nunca iria conseguir perdoá-lo. Saber que o que passaram foi amor real, que não foi um nada, foi a maior alegria de todas.
   Ele beijou seu cabelo e deitou a cabeça na dela.
   - Senti a sua falta pequena...muita. - ele disse com a voz rouca.
   Ela já estava soluçando.
   - Desculpa ter demorado pra te encontrar de novo...já faz um mês e eu não fiquei do seu lado... - ele disse.
   - Idiota...você tinha que cuidar de você! - ela lhe deu um tapa no braço. - Passou uma semana no hospital e depois mais três dias de recuperação em casa quer mais o que?!
   - Eu fiquei com medo também de qualquer coisa...sei la...eu trago riscos pra você. Eu achei que era muito recente ainda pra te ver...
   - Não deve desculpas por nada... - ela o soltou para vê-lo nos olhos. - O que importa é que você voltou.
   Ela tirou seus óculos escuros para que conseguisse enxergar seus olhos. Sorriram um para o outro quando ela o viu chorando também.
   - Eu te amo mais que tudo Julia...sempre te amei e sempre te amarei. - ele disse. - Não importa quantas vezes me rejeite, ainda amarei você e mais ninguém...
   Ela sorriu feliz.
   - Eu também sempre te amei, Taeyang. Por mais que eu não quisesse, eu sempre te amei. - ela disse com o coração doendo.
   Ele sorriu.
   - Não gosto de te ver chorar. - ele disse. - Vamos te levo para algum lugar. - ele disse colocando a marcha no lugar.
   Ela riu.
   Uma mensagem chegou no seu celular.
   " Unnie, vou me casar!!!" - Joh
   - O que? A Joh vai casar?! - Julia perfuntou.
   - Sério?! - Taeyang sorriu.
   Os dois se olharam por um momento.
   - Julia...olha...eu disse que não importa quantas vezes me rejeite, eu ainda vou te amar, maaaas eu não gosto muito de ser rejeitado. - ele explicou. - Estou com medo de pedir pela segunda vez.
   - Ah, qual é?! - ela riu. - Dessa vez você tem quase certeza..
   Ele sorriu e a olhou.
   - Tenho...? - ele fez uma expressao alegre.
   Ela ficou envergonhada.
   - Você...aceitaria? - ele perguntou com receio.
   Ela respirou fundo.
   - Lógico! - ela respondeu.
   Ele ameaçou gritar e logo tapou a propria boca fazendo com que ela gargalhasse.
   - Vamos à joalheria...agora. - ele sorriu de orelha a orelha.
   - Vai ter que me pedir direito!!! Olha o jeito que me pediu!
   - Vou ter que pedir pela terceira vez?
   Ela fechou a cara.
   - Pedirei quantas vezes quiser. - ele piscou.
   Os dois riram felizes.


   FIM

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