segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Reino dos Meryns CAP 15

        Kai olhou pra mim e sorriu.
De repente começou passar um flash de coisas e não consegui ver ao certo o que houve e tudo parou quando senti a blusa que eu vestia sendo puxada pelo no meio das costas como se formasse uma rede amortecendo a minha queda deixando meu nariz roçar a grama. Me levantei e Kai me soltou.
A árvore tinha se destruído e já havia adivinhado que foi culpa minha.
- Desculpa... - eu disse.
- Desculpa... - ele disse com a voz enrolada. - Miane.
- Miane? - consegui entender que ele estava passando para o coreano.
Ele sorriu satisfeito. Era um tanto hilário não podermos nos comunicar.
- Eu descobri que quando eu fico muito feliz e agitada, eu canalizo energia sem querer e acabo destruindo as árvores. Vou ter que aprender a controlar isso. - disse concluindo a questão.
Ele ficava me olhando.
- Eu...estou pensando alto. - eu sorri.
Ele piscou duas vezes e fez cara de completamente perdido.
Caí na risada e ele sem entender acabou rindo também.
De uma vez ele pegou no meu pulso e saiu correndo. Ele corria muito depressa e nem se deu conta de que eu não conseguia companhar seu ritmo. Odiava quando ele fazia as coisas do nada, pois não sobra tempo nem para pensar ou agir. Tropecei nos meus próprios pés e ele continuou me arrastando.
- Kai!!! - gritei.
Ele parou imediatamente.
- Mianeyo... - ele me ajudou a levantar.
- Vamos caminhar, ok? - eu disse. - Devagar... - falei fazendo gestos lentos.
Ele assentiu entendendo.
Começamos a andar. Não sabia para onde estávamos indo, muito menos Kai. Ele observava ao redor tentando buscar algum rumo.
Chegamos em um túnel de plantações. Eu diria que eram flores pela forma e cor. Até seu cheiro era semelhante a uma orquídea.
O túnel terminou em um riacho.
Ah!
Aquele riacho!!!
As estátuas!!!
Fiquei parada no lugar onde eu sempre me via nos sonhos.
O som das águas era bem mais calma do que eu imaginava e as folhas bem mais macias.
E aquelas estátuas esquisitas? Aquele tom de azul me fascinava. Era tão hipnotizador que me fazia querer tocar nessas pedras.
Kai segurou a minha mão.
- Anyeo. - ele disse sério.
Tentei tocar de novo. Ele negou com a cabeça.
Por que eu não podia tocá-las?
Mas, elas pareciam me chamar. Gritar. Eu ficava olhando as sem entender o porque.
Ele estava distraído procurando algo.
Respirei fundo e a toquei. Kai deu um grito e segurou o meu pulso.
Não aconteceu nada.
Pela expressão de Kai, acho que era pra ter acontecido alguma coisa.
Um tom mais claro do azul contornava a minha mão na estátua. Ficamos olhando tentando descobrir o que era.
Tirei a mão e voltou ao normal. Kai olhou para mim ainda confuso e devagar aproximou a mão no local onde eu toquei. Ao encostar, Kai a tirou rapidamente reclamando de dor. Pude ver faíscas de choque.
Kai franziu a testa e continuou olhando o local. Elas continuavam a atrair a minha atenção.
- Stay here. - ele disse.
Não pude conter uma risada. Seu sotaque era engraçado.
- Ok. - respondi.
Ele sorriu e saiu correndo.
De repente o tempo fechou e o vento começou a gelar o lugar me causando calafrios.
- Vou...voltar para a central... - disse pra mim mesma.
Olhei para trás e avistei uma coisa enorme me fazendo prender o grito.
- Ah, você me assustou! - eu disse.
Meu cavalo se curvou e fiz o mesmo em gesto de respeito. Pegasus.
Ele se deitou no chão e começou a resmungar. Eu continuei lhe dando carinho achando o gesto fofo.
Ele começou a sacudir a cabeça e resmungar novamente. Parecia estar agitado.
De uma vez ele passou entre as minhas pernas e me carregou nas costas. Comecei a gritar de medo, pois estava virada ao contrário e estava sem apoio. Ele me jogou para o alto, fez uma volta e quando caí fiquei do lado certo. Com o coração a mil, eu agarrei em seu pescoço e ele começou a sacudir para que eu não segurasse tão forte. Tentei me acalmar e agir naturalmente. Seus músculos estava tensos e ele tentava me deixar calma voando sem bater as asas muito rápido e com frequência baixa, mas mesmo assim, parecia ter pressa.
Alías, eu sentia que ele estava sentindo isso.
Ele pousou no meio da floresta de forma macia. Tentei descer, mas ele bateu colocou a asa na minha frente. Bem devagar, sem fazer barulho algum, ele foi caminhando.
Comecei a ouvir uma voz.
E eu conhecia.
- No, I not sure about. - aquela voz doce e feminina ecoou.
Chegamos mais perto e a imagem confirmou a pessoa.
- You said that we could attack tonight... - uma voz forte feminina cortou o ar.
Ela começou a chorar.
- I know...but...tomorrow we have a big chance, cause the Queen and the majors won't be there. - a voz de Julia saía trêmula.
- Enough! - a mulher gritou segurando com força o cabelo dela.
Pensei em descer novamente, mas Pegasus não deixava. Ele me imobilizou com suas asas.
- I said to you to kill those people! - a mulher gritou.
Quem era aquela mulher.
- I know! - Julia já chorava.
- Are you in our side? - a voz da mulher era assustadora. - I guess not...you are too angelical to kill people...
De uma vez, a mulher tirou uma espada e passou em seu pescoço sem lhe restar tempo para pedir socorro. O corpo de Julia caiu no chão sem vida e a mulher saiu correndo.