quarta-feira, 30 de julho de 2014

Continuação 18



Uma pequena fresta de luz incomodou Paty. Ela abriu os olhos lentamente e demorou para perceber a situação. Seu raciocínio estava extremamente lento como se estivesse sob efeito de droga, mas ao se lembrar do ocorrido começou a entrar em pânico.
Tentou soltar seus braços, mas estavam presos com correntes. Estava escuro e muito frio. Ouvia um som de água escorrendo lentamente ali perto. Pensou por um segundo estar no esgoto, mas o ambiente não tinha cheiro ruim.
Tentou várias maneiras para se soltar. A medida que seus pulsos se machucavam, sua respiração ficava cada vez mais rápida. Seu coração parecia não aguentar o ritmo do sangue do corpo lhe causando tonturas e náusea.
Depois de alguns minutos, seus olhos começou a se acostumar com a escuridão.
Parou quase de imediato ao perceber que não estava sozinha ali. A sala era de tamanho médio. Tinham vários garotos sentados nas paredes por todos os cantos todos olhando para ela com a expressão fria.
- Ela não gritou. Isso não me parece ser um bom sinal. - uma voz bem grave quebrou o silêncio lhe dando um grande susto.
Olhou para o lado e viu o garoto de expressão ainda mais fria. Talvez o mais assustador de todos. Ele se levantou e caminhou lentamente até chegar na sua frente. Paty fechou os olhos achando que ele fosse talvez golpear seu rosto, mas nada aconteceu. Ele agachou e ficou olhando em seus olhos como se estivesse procurando algo.
- OLHA PRA MIM!!! - ele gritou.
Paty abriu os olhos e o observou. Seus olhos tinham uma profundidade tão grande que ela jurava conseguir enxergar um grande poço sem fundo naqueles olhos negros. Ele continuou estudando seu rosto com cautela.
- Me conte a sua versão. - ele disse.
Ela não entendeu.
- Eu quero saber...Me disseram que você não tem a ver com a mafia. É verdade? - ele perguntou.
- É verdade. - ela respondeu decidida.
Ela se levantou e soltou uma risada sarcástica. Fez um caminho estranho e sem sentido e voltou novamente para o mesmo lugar. Ele tirou uma faca e colocou em seu pescoço.
- Nós trabalhamos para o governo. Sabe disso não? - ele perguntou. - Isso me dá o direito de tirar a sua vida e nada acontecerá comigo.
Seu corpo inteiro tremia. A faca estava machucando um pouco, mas seu corpo estava tão gelado que mal sentia dor.
- Eu quero a verdade. Você trabalha para a mafia ou não? - ele perguntou pausadamente.
- Não...é verdade! - ela disse decidida.
Uma lágrima caiu rapidamente em seu rosto. Estava com muito medo.
- Ela ainda está sob droga? - ele perguntou sem tirar os olhos dela.
- Sim. - alguém respondeu.
Ele assentiu devagar duas vezes e continuou estudando seu rosto. Paty nunca observara um rosto por tanto tempo.
- Eu nunca me deparei com isso. - ele disse mais baixo sem perder a autoridade.
- Algo errado? - outra pessoa perguntou com um tom de preocupação dessa vez.
Ele estreitou o olhar por alguns segundos.
- Ou ela é forte demais ou ela mente muito bem. - ele disse. - Ela não parece estar calma por dentro, mas por fora ela parece bem firme. Ela não grita, não pergunta. Só responde. - ele ergueu uma sobrancelha rapidamente. - Não sei se isso é atuação, um jogo, ou realmente a verdade dita.
Paty de repente tombou a cabeça para frente. Mal conseguia sustentar o peso dela por estar muito fraca.
- Qual foi a dosagem? - ele perguntou. - Ela está muito fraca.
- Ela estava lutando e se debatendo muito, então eu dei a mais forte. - outra pessoa disse.
Paty estava respirando lento e com dificuldade. Seus olhos estavam ficando cada vez mais pesado.
- Eu posso confirmar. - ouviu a voz de Jungkook.
Ela conseguiu se manter atenta. Olhou para os lados, mas não conseguia vê-lo.
- Ela não faz parte de máfia. - ele continuou. - É impossível uma pessoa atuar tão bem. Pode soltá-la, Tao.
O garoto tirou a faca do pescoço de Paty que caiu com o corpo para frente.
- Como posso saber se está falando a verdade?  - Tao se levantou olhando para um canto da sala. - Não dá para acreditar muito em alguém que tem sentimentos em relação à ela.
- Eu lhe garanto. Ela ficou realmente assustada quando eu a apaguei e se eu realmente tivesse sentimentos por ela, porque eu traria ela aqui? - ele perguntou.
- Não tem sentimentos por ela? - Tao perguntou.
- Não. - a voz de Jungkook era vazia.
Paty sentiu o coração doer. Foi a partir desse momento que sentiu que realmente gostava de Jungkook. Parou de respirar por alguns segundos. Parou de piscar. Seu mundo parecia ter desmoronado.
- Vale à pena? - Tao perguntou.
- Eles disseram que será aquilo tudo. - Jungkook respondeu.
Paty não estava entendendo do que eles estavam falando.
- Eu não acredito em palavras. - Tao disse.
- Mas as palavras movem o nosso mundo. - Jungkook rebateu.
Fez-se silêncio. Tao sentou na sua frente novamente e ergueu seu rosto. Ele estava com a expressão mais fria do que antes.
- Escute aqui, se você estiver... - ele começou a dizer, mas logo sua expressão mudou.
Ele observou seu rosto coverto por lágrimas e não conseguiu prosseguir. Ele parecia estar um pouco assustado.
- Por que? - ele perguntou deixando claramente que estava preocupado.
Paty começou a chorar mais e mais sem conseguir parar e ele não soltava seu rosto.
- Essas lágrimas não são necessárias. - ele disse com a voz vazia novamente.
Jungkook apareceu de repente na luz.
Ela o olhou devagar e mais lágrimas começou a cair. Simples palavras, poderiam matar uma pessoa por dentro. Seu corpo parecia estar vivo, mas a sua alma parecia estar morta.
- O que me diz? - Tao perguntou se levantando.
Jungkook sentou na sua frente e observou seu rosto com o rosto tão frio que doía ainda mais em seu coração.
Porque tinha sentimentos por aquele garoto. Provavelmente o mesmo que vai tirar a sua vida.
- Acenda a luz para ela me ver melhor. - Jungkook pediu.
As luzes se acenderam quase de imediato. Paty olhou para os lados e conseguiu ver  mais ou menos vinte garotos espalhados pelo lugar. Devia ser mais, mas ela não conseguia prender sua atenção à eles. Queria entender como uma pessoa ser gananciosa daquela maneira? Ele estava tão indiferente em relação à ela que mal poderia acreditar que era a mesma pessoa.
- Ainda está assustada? - ele uniu um pouco as sobrancelhas.
Tao observava tudo.
- Sim...o Taehyun estava certo. - Jungkook disse. - Eu não sou como você pensa.
Paty engoliu em seco. Então era essa a imagem que Taehyun via de Jungkook?
- Tem sentimentos por mim? - ele perguntou confuso.
Ela não respondeu e tentou se controlar, mas as lágrimas eram teimosas demais.
- Foi mal. - ele deu de ombros ao perceber que ela gostava dele.
- Acabe logo. - Tao andou pela sala.
Jungkook a olhou por dois segundos. Ele tirou uma injeção do bolso e aplicou em seu braço. Seu corpo parecia ter apagado de uma vez.
Não via mais nada. Não ouvia mais nada.


Julia sentou em um banco na praça principal. Por mais que tudo estivesse dando certo agora, ela não conseguia abafar a tristeza dentro de si. Chorava a todo momento.
Olhava para aquele sol, aquele céu.
- Por que num mundo tão bonito e bom tem que existir coisas tão ruins e cruéis? - ela perguntou.
Alguns passaros atravessaram o céu. Ela respirou fundo e tentou se acalmar.
- Você é louca?! Ficar assim em praça pública? -  Jhope apareceu na sua frente de repente.
Ela o olhou e percebeu que ele estava desesperado. O que ele estava fazendo ali? Ele estava vigiando ela?
- Precisa ficar num lugar seguro, vem eu... - ele segurou seu braço para tentar tirá-la dali, mas ela recusou.
Ele a olhou um pouco assustado.
- Julia... - ele disse achando que ela tinha mudado por um momento.
Ela segurou seu braço com delicadeza e não disse nada. Ele foi relaxando aos poucos.
- Olhe para o céu. - ela disse.
Ele não respondeu. Estranhou aquele comportamento de Julia, mas depois de alguns segundos olhou para o céu.
O sol estava quase se pondo. As nuvens estavam suaves, as cores rosa, azul e lilás preenchia todo aquele espaço. Realmente era uma visão bonita.
Ele sentou ao seu lado e se acalmou. Entendeu que ela precisava de um tempo para respirar. Precisava descansar.
E ele também. Sentiram a brisa quente e com leve aroma de mata. Ambos fecharam os olhos e relaxaram.
Ele segurou a sua mão e Julia permitiu.
- Teremos essa sensação de liberdade em breve. - ele disse. - Pra sempre.
Julia abriu os olhos para olhar para ele. Ele sorriu de leve passando lhe confiança.
- Eu prometo. - ele disse.
Jhope segurou seu rosto e lhe beijou nos lábios.
Existiam pessoas que ainda faziam o mundo do caos ser muito emocionante e bonito. Sua ligação com Jhope era inexplicável.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Continuação 17

Julia limpou a garganta e começou.
- Eu...venho aqui denunciar uma gangue que matou cinco amigas minhas, está ameaçando meus colegas, deixando minha vida um verdadeiro inferno.
Ele ficou sério. Julia engoliu em seco e continuou.
- Minhas amigas estavam sendo ameaçadas e elas quiseram transferir de escola. Aconteceu uma morte no colégio há pouco tempo...e ela também era minha amiga próxima.
Ele assentiu.
- E agora eles têm ameaçado minha outra amiga
- Como é o nome dela? - ele perguntou com o sotaque meio pesado japonês.
- Patrícia.
- Inteiro. - ele pegou um papel.
- Patricia...Yuuki Nakahara.
- Prossiga. - ele disse enquanto escrevia no caderno.
- Eles a ameaçam de morte dizendo que não deve dizer sobre eles para ninguém e que quer obter informações sobre mim.
- Seu nome? - ele perguntou.
- Julia Ferreira.
Ele escreveu também.
- Prossiga. - ele continuou olhando o papel.
Jin se arrepiou do modo frio como ele dizia.
- Meus amigos estão sofrendo com isso também. - ela olhou para os dois. - Eles querem me ajudar, mas não conseguem porque também são ameaçados.
O delegado rabiscava o tempo todo.
- Com licença. - Jin se levantou. - Eu sou amigo dela, mas eu também sou médico, meu nome é Kim Seoh Jin. As vítimas passaram por mim, e eu tenho algumas provas aqui dentro desta caixa.
Ele entregou ao delegado e ela abriu devagar.
- Eles usaram armas, objetos cortantes para matar as vítimas. - Jin falava como se fosse um advogado. - Remédios poderosos também foram utilizados para entorpecê-las. Creio que esses remédios são manipulados por eles mesmo.
Ele assentiu observando tudo. Logo fechou e voltou a rabiscar.
- Eles usam câmeras dentro da casa de todos os ameaçados. - Jimin interrompeu. - Observam seus caminhos para o colégio, trabalho, casa...o tempo todo são vigiados. Por câmeras, gravadores e até mesmo pessoas.
- E o que quer fazer em relação à isso? - ele perguntou à Júlia.
- Puni-los! - Julia disse como se fosse algo óbvio.
- Começaremos nossas pesquisas amanhã ok? - ele se levantou e foi em direção a porta. - Nossas pesquisas são um pouco demoradas, pois temos vários casos à...
O sangue de Julia ferveu.
- Ainda não terminei! - ela bateu na mesa.
O delegado olhou para a mesa e depois para ela por cima dos óculos.
- Lá vem... - Jin disse baixo para Jimin que abriu um sorriso confiante.
- Desculpe senhorita, mas você não pode gritar com as autoridades. Isso é desrespeito... - ele começou a dizer.
- Desrespeito, é o senhor não me ouvir até o final da minha queixa. - ela disse. - Eu vim de longe para conversar à toa? - ela abriu os braços.
Ele ficou um pouco irritado, mas sentou logo em seguida.
- Tem algo mais a dizer? - ele perguntou parecendo claramente estar irritado dessa vez.
- Por acaso o senhor já ouviu falar do Taeyang? - ela perguntou erguendo uma sobrancelha.
Ele a olhou sério.
- Por que está envolvida com o Taeyang? Por que ele quer ter informações sobre você? - ele disse sem animo, mas deixando transparecer um pouco a curiosidade.
- Se o senhor me deixar explicar, o senhor entenderá. - ela fez careta.
O delegado esperou parecendo estar interessado dessa vez.
- Eu e Taeyang namoramos por cinco anos... - ela disse.
- Cinco?! - Jimin soltou.
- Fica quieto! - Jin deu lhe um tapa.
- Nós... - Julia ignorou a reação de Jimin. - Éramos felizes, nossas familias nos aprovavam e bla bla bla... - ela chacoalhou as mãos no ar. - Só que eu descobri que na verdade, Taeyang fez acordo de poderes com a minha familia. Então, ele me pediu em casamento.
O delegado estava atento.
- E...eu não aceitei. Além disso, terminei o namoro. Faz alguns meses que isso aconteceu. - ela disse confiante. - Não vou ficar com alguém que não me ama de verdade.
Jimin assentiu concordando.
- Ele não tinha aceitado de início e me procurou várias vezes depois. Então, eu comecei a sair com meus amigos... - ela fez careta.
Jimin fechou forte os olhos como se estivesse tapando os ouvidos com medo de ouvir qualquer coisa a respeito de garotos.
- Eu não cheguei a sair com ninguém, mas insinuei. Só fiz isso para poder me livrar entende? Pra dizer que eu toquei a minha vida pra frente e que realmente eu queria ter terminado aquilo tudo.
O delegado assentiu.
- E então, ele se aliou a uma gangue de nerds como o Kim Soohyun, Taecyeon, Namjoon, Jhope - ela engoliu em seco. - pra fazer da minha vida uma merda. - ela bateu uma palma no final.
Jimin limpou a garganta com intenção de pedir à Julia que tivesse modos com o delegado.
- Desculpa...me fazer...erm. Para me fazer mal. - ela terminou.
- Acha mesmo que é por isso? - ele perguntou.
- Não há outra razão. Taeyang tem cara de ser assim. Vingativo. - ela disse.
O delegado ia dizer algo, mas ela estendeu a mão para que a deixasse terminar de dizer.
- Eu sei que nem a policia japonesa e nem a coreana consegue pegar as duas gangues. Sei que eles estão revirando esses paises de cabeça para baixo...
- Desculpe...duas? - o delegado interrompeu.
- Sim. Taeyang estava fazendo tudo às escondidas e não achou que iriamos ter atrevimento para revidar. Ele acabou descobrindo que nós sabiamos que ele estava por trás disso tudo e se aliou à outra gangue.
O delegado ameaçou a fazer uma careta de desespero.
- Não está falando da outra gangue que trabalha para o governo...está? - ele disse.
- De quem? - Julia perguntou.
- Com Kris, Chanyeol, Kai, Taemin...
- Isso! É essa mesmo! - ela apontou quando ele disse Taemin.
Ele respirou fundo.
- O que? - ela perguntou preocupada.
- Nós não podemos fazer nada contra...isso é ir contra o governo! Podemos ser condenados à morte!
- Se correr o bicho pega, se ficar ele massacra!
O delegado estava entendendo o desespero de todos, mas era algo arriscado demais.
- Quer fazer uma aliança é isso? - ele perguntou.
- Sim. Será beneficio para todos. - Julia cruzou os braços. - E aí nessa caixa tem provas de que pessoas inocentes foram mortas.
Ele continuou olhando-a.
- Eu estou fazendo queixa sobre algo que não foi por ordem do governo. - ela deu de ombros. - Estou errada?
Ele não respondeu e olhou para os papéis com as suas anotações. Apesar de Julia passar um ar confiante, por dentro suas ultimas esperanças estavam morrendo. Ele PRECISAVA dizer sim para a aliança.
- Onde assinamos? - ele perguntou olhando para eles.
Julia soltou um grito de repente de alegria e logo se interrompeu fazendo todos se assustarem.
- Verdade? - Jimin perguntou.
- Sim. Vamos acabar com esse sofrimento todo, antes que a próxima vítima apareça.
Os três comemoraram sem fazer cerimônia.
Jin lhe deu um papel com poucas linhas escritas.
- Ótimo. Vou conversar com a policia japonesa e mandar a ordem. Quando tiverem mais informações, por favor nos avisem.
- Com todo o prazer. - Julia ainda estava sorrindo.
- Muito obrigado! - Jimin se curvou.
Os dois fizeram o mesmo quase de imediato.
- Hoje começarei a planejar algumas coisas e amanha nos falamos. - ele disse. - Nós iremos até a delegacia as...14:00 horas pode ser?
- Claro! - Jin disse.
- Combinado. - o delegado finalmente sorriu. - Nos vemos amanha então.
- Arigatou gozaimashita! - eles agradeceram.
Alguns guardas sorriram ao ouvir a boa pronuncia deles.



"Para de pensar pelo menos por um segundo?" - Namjoon pensou.
"Eu estou com medo! E se eles não conseguirem?!" - Joh respondeu.
"Vai dar tudo certo! A Julia sabe convencer as pessoas não se preocupe..."
As mãos de Joh suavam.
"E se eles não conseguirem?" - ela voltou a pensar.
"Não vai acontecer nada. Eu juro. Eu disse que iria proteger vocês. E se eles não conseguirem, pensaremos em algum outro jeito."
Joh se sentia aliviada quando ele falava palavras encorajadoras. Relaxou os ombros por alguns segundos e fechou os olhos tentando ter a imagem de Namjoon. Pensou em seu sorriso e conseguiu ficar mais calma.
De repente, suas feições começou a mudar, detalhes de seu rosto começou a mudar e veio a imagem de Jin. Sem querer acabou lembrando dos dois momentos mais desesperadores perto daquele garoto. Na primeira vez em que ele a prendeu com meus braços e quando a beijou.
"Eu não acredito que ele fez isso!!!" - ouviu a voz de Namjoon interromper tudo.
"Desculpa, eu..."
"Vou matar o Jin."
Joh bufou totalmente confusa.



Paty começou a arrumar as suas coisas para ir embora.
- Erm...Paty, posso te acompanhar até a sua casa? - Jungkook perguntou. - É que...eu acho que deixei cair meu fone na sua casa...
- Claro... - ela assentiu.
Ele arrumou rapidamente suas coisas acompanhando seu ritmo.
- Taehyung não voltou? - Paty perguntou.
- Não...sabe pra onde ele foi? - Jungkook agia indiferente.
- Não...
Jungkook foi agredido por ele, mas mesmo assim falava normalmente sobre ele.
- Jungkook-ah... - Paty disse.
Ele a olhou surpreso pelo jeito informal que ela chamou.
- Desculpa. - ela tapou a boca na mesma hora. - Eu falei sem querer.
- Kwenchana. - ele sorriu.
- Me desculpe...pelo Taehyung. Ele não está pensando direito. Com todas essas coisas acontecendo, acho que consigo entender que sua cabeça esteja um pouco fora de sintonia...
Ele assentiu.
- Kwenchana. - ele sorriu.
Paty percebeu seus ombros tensos. Parecia não ter perdoado por dentro.
- Ele te machucou muito? - ela perguntou.
- Não...acho que ele tentou me bater de leve, mas acabou me acertando em cheio.
Paty fez careta imaginando a dor.
- Ele disse que iria me matar se eu fizesse algo de mal pra você. - ele disse. - Ele...deve gostar muito de você.
Ela mordeu o lábio pensando no que tinha acontecido na praça.
- É o jeito dele. - ela disse logo. - Vamos?
Ele assentiu.
Eles saíram no vento frio da noite esfregando as mãos. Por mais que Paty tivesse coisas para conversar, preferiu ficar em silêncio. Estava se sentindo tão confortável com Jungkook nesses tempos que...silêncio não parecia deixar um clima tão estranho.
Jungkook andava olhando para os lados como se estivesse pensativo. Poderia ser coisas da cabeça dela, talvez ele só estivesse com frio ou então observando as pessoas.
Ela parecia não conseguir sentir suas pernas. Dava passos curtos como se duas pernas estivesse congeladas.
- Quer meu cachecol? - ele perguntou.
- Magina, estou bem. - ela respondeu.
Ele continuou olhando para frente.
- Namjoon está namorando a Joh? - ele perguntou.
- Na verdade não...eles são só um tipo de...amigos estranhos.
Jungkook fez cara de confusão. Ela mesma não conseguiu entender e acabou rindo.
- Eles brigam demais... - ela disse.
- Demais. - Jungkook concordou rapidamente.
- Mas...eles acabaram criando um vinculo nisso. Não sei...algo do tipo. Nossa, estou sentindo a falta de brigar com você.
Ele riu.
- Essa foi boa. - ele disse.
- Mas é bem assim!
Eles dobraram a esquina e Jungkook parou de andar por um segundo.
- O que foi? - ela perguntou.
- Nada.
De repente, Jungkook mudou. Ele parecia estar abatido, triste...
Paty estranhou de início, mas não quis perguntar.
Ele andava mais devagar.
- Aconteceu alguma coisa? - ela finalmente perguntou quando chegaram na frente de sua casa.
Jungkook engoliu em seco e parou na sua frente. Ele respirava fundo várias vezes e a olhava com certo desespero nos olhos.
- O que está sentindo? - ela perguntou. - Por que está agindo assim?
Ele a abraçou repentinamente. Qualquer pessoa acharia que aquilo foi uma cena romantica, mas foi totalmente desesperador. Apesar de estar abraçando Jungkook, ela se sentia completamente desconfortável.
- O que está havendo? Está passando mal? - ela perguntou tentando se soltar dele, mas ela não conseguia.
- Desculpa. - ele disse baixo com a voz meio tremula.
Ela se soltou dele.
- Jungkook, o que está acontecendo? Me diz!!! - ela o olhou nos olhos.
Ele não respondia e estava com os olhos cheio de lágrimas.
- Jungkook!!! - ela gritou.
- Eu prometo que vai ficar bem. - ele disse colocando a mão no bolso.
Prensou um pano branco em sua boca e Paty caiu no chão inconsciente.



- Como se sente? - Jimin perguntou olhando para Julia.
- Melhor impossível.
Ele sorriu ao vê-la tão feliz.
- Você foi ótima! - Jin disse atrás deles.
- Obrigada, Jin.
Jimin segurou sua mão.
- Vamos vencer essa. Acredite. - ele disse em um tom diferente.
Suas palavras soavam tão acolhedoras aos ouvidos de Julia. Era a mesma sensação de um abraço.
E toda vez que lembrava de abraço, lembrava de Jhope. Aquele abraço foi intenso e inesquecível.

sábado, 19 de julho de 2014

Continuação 16

- Eu não queria que isso acontecesse, mas...eu deixei! - Joh gritava consigo mesma. - Que droga!
Entrou na sala depois de alguns minutos.
- O que aconteceu? - Julia perguntou enquanto ela sentava do seu lado.
Paty também esperou pela resposta.
- Ele... - ela começou a dizer sem coragem de terminar.
- Ele? - Julia reforçou.
- Ele disse que eu preciso refazer os exames.
Paty soltou uma risada.
- Joh, fale a verdade. - ela disse.
Joh fez careta ao perceber que não soube mentir.
- Ele me beijou. - ela disse rápido e baixo.
Paty respirou rápido demais engasgando com a própria saliva. Julia paralisou feito estátua.
- Ele o que? - Julia não conseguiu conter o sorriso.
- É, isso mesmo... - Joh não queria mais falar sobre aquele assunto.
- Meu. Deus! - Julia disse alto demais.
- SHHHH - o professor pediu silêncio.
Elas se encolheram um pouco e continuaram a fazer suas tarefas.
Quando deu o sinal anunciando o intervalo, Jimin e V se levantaram rápido demais saindo da sala feito foguetes.
- Isso tudo é fome? - o professor apontou para a porta.
Todos riram.
Elas saíram da sala disfarçadamente e foram até a saída de emergência.
- Me contem tudo! - Joh disse.
Julia começou a contar as suas coisas enquanto Paty ficava olhando as câmeras pelo celular.
- Então...hoje você vai para o Japão para poder resolver isso? - Joh se assustou. -Que responsabilidade!
Julia assentiu sentindo o corpo arrepiar.
- Gente, eles chegaram! - Paty começou a bater as mãos freneticamente para todos os lados.
As duas olharam imediatamente.
Três garotos entraram na sala. Namjoon, o ameaçador e mais um que não conheciam.
- Uma parceria? - o ameaçador perguntou.
Os dois não responderam de início.
- Realmente isso é uma pergunta ou uma intimação? - Namjoon perguntou.
- Eu não vou obrigar você a brigar com a sua queridinha. - o ameaçador riu.
- Queridinha? Sai fora. - Namjoon riu.
- É...ele atua muito bem. - Paty espremeu os olhos. - Com certeza estão falando de você Joh.
Julia assentiu.
- E você... - o ameaçador apontou para o outro. - Faça o favor.
O outro apenas assentiu.
- Quem é esse outro? - Julia apontou.
- Não consigo ver... - Joh disse.
- Fechado. - o ameaçador sorriu. - Seu odor está melhor hoje.
- É...minha namorada trocou de perfume.
Joh entendeu aquilo tudo. Entender o porquê do perfume. Naquele dia em que elas estavam lá dentro, o perfume dela se espalhou no ar. Ela riu também ao perceber que ele a referiu como "namorada" naquela vez também.
- Você me traz todas as informações. - o ameaçador apontou para Namjoon. - E você converse com a sua gangue. Queremos uma aliança para esse caso. - ele apontou para o outro.
Ele apenas assentiu.
- Por que ele não fala? - Paty ficou com raiva.
Eles saíram rapidamente.
- Eles combinam muito rápido. - Joh disse. - Nem da pra entender direito o que eles falam às vezes.
As duas concordaram com a cabeça.
- Então, estamos cada vez mais ferradas? Mais gente entrando pra coisa? - Julia perguntou.
- Parece que sim...pelo menos nós teremos mais informações com o Namjoon. - Joh disse.
- Isso é... - Paty assentiu.
- Gente, eu vou conversar com ele agora... - Joh disse se levantando.
- Toma cuidado! - as duas disseram ao mesmo tempo.
Joh assentiu antes de sair.
- Paty... - Julia se virou para ela. - Eu sei quem é o ameaçador.
- Sabe? - ela ficou surpresa.
- Na verdade, eu sei a razão disso tudo. - ela disse.
- Por que não nos contou?
- Quando eu ia te contar...me desculpe, mas eu não estava tão confiante para contar na frente do Jungkook...e não contei à Joh, porque o psicológico dela não está nada bem.
Ela assentiu entendendo.
Julia começou a contar a história toda com detalhes.


"Não me procure agora" - Joh ouviu a voz de Namjoon na cabeça.
"Por que?"
"Não me procure...é uma cilada."
"Cilada?"
"Pra ver se realmente estou do lado deles ou não."
Joh parou seus passos imediatamente tomando outro rumo.
"Eles descobriram as câmeras novamente, mas eu coloquei outras no lugar." - Namjoon disse. "Eu ouvi que a Julia disse sobre a polícia. Isso não será nada bom."
"Por que?"
"São mais pessoas do que eu imaginava."
Joh engoliu em seco.
"Pode dizer quantas aproximadamente?"
"Uns trinta. Eles perceberam que vocês são mais espertas do que eles pensam. Não sabem que vocês sabem de tanta coisa assim, mas estão tomando cuidado para não decobrirem o que na verdade já sabem."
A cabeça de Joh demorou um pouco para raciocinar, mas entendeu.
"Eles nunca perdem. Então, se for para planejar, nenhum erro pode acontecer." - Namjoon disse.
"Tudo bem..."
"A Julia TEM que conseguir convencer o Japão. Se não conseguirem, eu tenho certeza de que não vamos conseguir ganhar essa."
Joh sentiu o corpo arrepiar.
"Peça para que Jiimin e Jin também treinem bastante e sejam convincentes. Essa aliança não é apenas um reforço, mas algo essencial Joh...entendeu?"
Joh respirou fundo várias vezes.
"Eu vou falar com ela novamente." - Joh respondeu.
"Ok. Estou aqui quando precisar."
Ela sorriu e voltou para procurar pela Júlia. Por sorte elas ainda estavam no mesmo lugar.
- Julia, você precisa conseguir a aliança. Namjoon disse que não é um reforço, mas sim essencial. - Joh disse esbaforida.
- Ele disse?? - Paty perguntou.
- Sim, temos trinta pessoas para enfrentar.
- O que?!?!?!? - as duas perderam a cor.
- Converse com o Jimin que eu converso com...Não, eu converso com o Jimin... - ela bufou. - Paty faz alguma coisa!
Elas acabaram rindo.
- Eu converso com o Jin... - Paty disse rindo.
- Isso. - Joh disse.
As duas tomaram seus rumos.
- Ah, essas pessoas estão me enlouquecendo... - Joh sentou na escada.
"Para de pensar no Jin." - ouviu a voz de Namjoon.
"Estou tentando."
"O que?!"
Eles começaram uma briga mental que durou um bom tempo.


- Jimin! - Joh chamou.
- Fala meu anjo. - ele veio todo sorridente em sua direção.
Julia achava uma graça quando ele a tratava daquele jeito.
- Nós precisamos conseguir hoje. - ela disse.
- Eu sei. - ele respondeu.
- Não Jimin...nós realmente precisamos. Se não conseguirmos, vamos ser...engolidos.
Ele ficou preocupado.

- Jin! - Paty encontrou o garoto na biblioteca.
- Oi! - ele foi gentil.
Paty sentou na sua frente e lhe deu as coordenadas com a voz bem baixa.
- Era pra Joh vir te avisar, mas sabe como é né? - Paty riu.
Jin deu de ombros.
- Sem problemas... - ele disse triste.
Paty ficou séria e ele voltou a olhar os livros.
- Você gosta mesmo dela não é? - ela perguntou.
- Eu gosto dela antes mesmo de ela ter conhecido o Namjoon. - Jin disse. - Mas ela me rejeitou. Ela achou que eu tinha parado de gostar dela desde então, mas...eu não consigo mais esconder.
Paty se sentiu mal por ele.
- Mas o que eu posso fazer...eu não posso obrigar as pessoas a me amar. - ele sorriu tristemente.
Ela não respondeu. Não existem respostas para esses tipos de desabafos...
- Eu posso curar a maior parte das doenças, ajudar as pessoas, mas...ninguém pode curar as minhas feridas.
- Só não desiste. - Paty disse. - Tem pessoas que demoram para reconhecer o verdadeiro amor das pessoas.
Ele assentiu.
- É...eu sei. - ele concordou.


Jin, Jimin e Julia estavam se preparando para ir.
- Façam o seu melhor. - Joh disse. - Vocês vão conseguir.
Paty assentiu.
- Estamos indo nessa. - Jimin disse.
- Tomem cuidado! - as duas disseram ao mesmo tempo.
Eles assentiram sorrindo e saíram rumo ao aeroporto. Não demorou para o avião anunciar o vôo.
- Vamos gente... - Jimin tentou encorajar aqueles dois que estavam com medo, mesmo sendo o mais medroso de todos.
Eles entraram no avião e se sentaram. Julia não sabia se sentia mais desconfortável pelo fato de estar em um avião pela primeira vez ou pela responsabilidade que estava carregando.


Paty foi ao trabalho o mais rapido que pôde.
- Eu tenho que adiantar as coisas que deixei de fazer ontem... -ela ligou o computador rapidamente.
- Almoçou? - Jungkook apareceu.
- Não, eu preciso terminar as coisas que deixei de fazer ontem...
- Eu também preciso! Relaxa... - ele sentou na cadeira.
Paty respirou fundo e tentou relaxar.
- E a Joh? - perguntou.
- Está bem. - Paty sorriu.
- Desculpe, não deu pra voltar lá ontem...
- Sem problemas.
- Erm...Paty, será que pode levar isso para a contabilidade? - Jungkook pegou uns papéis.
- Ok! - ela assentiu pegando-os.
Saiu do escritório e caminhou até a contabilidade.
- Boa tarde, senhor Dongwoon! - ela sorriu.
- Boa tarde, Paty.
- Trouxe esses papéis. - ela os entregou.
- Obrigado! - ele agradeceu.
Ele organizou certinho com os outros papéis da empresa.
- Por que está abatida? - ele perguntou.
- Estou? - Paty levou a mão no rosto.
- Sim, está um pouco pálida..
- Acho que é falta de vergonha.
Ele deu uma gargalhada boa.
- Não perde a piada, não é mesmo? - ele disse rindo.
- Faz parte! - ela riu também. - Tchau!
Ele acenou de longe e Paty voltou para o escritório.
- Fala! - ouviu a voz de Taehyung ficar forte.
Paty correu para ver o que estava acontecendo.
Taehyun segurava a gola de Jungkook com uma das mãos e a outra estava fechada pronta para acertar em seu rosto.
- V! - Paty gritou. - O que está fazendo?!
Ele a olhou e soltou Jungkook depois de alguns segundos. V saiu do escritório bufando de raiva.
- O que aconteceu? - Paty foi ajudá-lo. - Ele te machucou?
Jungkook pegou o rolo de papel e cuspiu sangue.
- Não acredito que ele fez isso... - Paty fehcou os olhos de raiva.
- Ele...só está nervoso com tudo o que está acontecendo. - Jungkook tentou ser gentil.
Paty foi atrás dele.
- Taehyung. - ela começou a andar rápido.
Ele saiu para o lado de fora.
- Taehyung! - ela gritou e parou na sua frente.
Ele a olhou sem expressão.
- Por que você fez isso?! - ela estava super nervosa. - Você não pode chegar batendo nas pessoas do nada!
- Não foi do nada. - ele disse sem emoção alguma.
Paty não conseguia entender porquê ele estava agindo daquela maneira.
- Paty, não vê?! - Taehyun finalmente ficou irritado. - Ele não é boa pessoa!
- Pra mim ele é!
- O amor deixa as pessoas cegas... - ele revirou os olhos.
- Eu não amo ele!
- Não, magine. - ele disse ironicamente.
Paty bufou.
- O que aconteceu? - ela perguntou. - Por que está agindo assim? Você nunca foi difícil!
- Se estou sendo é por algum motivo.
- E posso saber qual é?
- Paty, ele faz parte da gangue.
Ela paralisou.
- Impossível. - ela disse.
- Eu vi ele conversando com os garotos! No dia que ele te "protegeu" - ele fez aspas no ar. - Na verdade, ele deve ter planejado algo...
- Taehyung, você está ficando paranóico.
- Eu? Paranóico?
- Como pode saber que aqueles garotos eram da gangue?
- Eles eram! - Taehyung se sentia injustiçado.
Ele pensou em dizer milhões de coisas, mas desistiu.
- Quer saber? Esqueça. - ele disse dando meia volta.
Paty acompanhou seus passos apressados com os olhos.

"Namjoon, está aí?"
Não teve resposta.
- Ahhh que droga! - ela reclamou. - Responda!
"O que você quer?"
Ela levou um susto.
"Ainda está bravo comigo?"
"Lógico que sim!"
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaa - ela soltou um grito. - Amanhã eu vou dar um tiro no Jin, ele vai ver só...
"Não faz isso. A gente precisa dele."
Joh soltou uma risada sarcástica.
"Me desculpe...por favor!" - ela pediu.
"Só desculpo no dia em que você me der um beijo igual. De preferencia melhor."
"Ah, tá de brincadeira?"
"Eu nem preciso olhar pra você pra saber que está vermelha nesse momento."
Ela afundou a cabeça no travesseiro.

Eles pousaram em Tóquio em quarenta minutos. Julia mal conseguia sentir suas próprias pernas.
Eles saíram meio perdidos. Jin olhou o papel e começou a segui-lo.
- O mapa é bem explicativo. Certeza de que esse caminho não há erro. - Jin apontou
Eles concordaram. Andaram, observaram as pessoas. Apesar de serem parecidos, de repente pareciam ser todos muito diferentes. Muito diferentes de coreanos.
Jimin conseguia captar alguns olhares curiosos. Eles sabiam que eles não eram japoneses?
- Chegamos! - Jin disse cortando todos os pensamentos.
Jimin olhou no relógio.
- Estamos quinze minutos adiantados. - ele disse.
- Estamos atrasados! - Jin disse correndo.
Julia o seguiu.
- Eu disse adiantados! - Jimin disse.
- Tínhamos que chegar pelo menos vinte! - Jin disse.
Jimin revirou os olhos. Eles pararam na frente da porta e cada um relaxou da maneira que pode. Julia respirou fundo várias vezes com os olhos fechados, Jin tentou relaxar todos os músculos e Jimin chacoalhou um pouco os braços.
Eles entraram e se curvaram.
- Annyeonghaseyo! - o delegado cumprimentou em coreano.
- Annyeonghaseyo! - eles disseram ao mesmo tempo.
- Vamos à sala de reunião. Por favor, me acompanhem.
O delegado e mais algumas pessoas entraram em uma sala com uma mesa extensa.
- Sentem-se. - ele disse.
Eles estavam super desconfortáveis. Aquele ambiente parecia sério demais. Julia mal podia falar, como iria convencê-lo?
- Qual é a queixa? - ele perguntou.
Os três se olharam um tanto perdidos.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Continuação 15


- Olha...na verdade não temos muito o que fazer. - o delegado disse. - Nós...temos várias queixas, mas não podemos fazer nada!
- Por que?! Se tem várias queixas, vocês tem que fazer algo! - Julia gritou.
- Julia, calma... - Jimin segurou sua mão.
- Vão deixá-los soltos por aí para aterrorizar mais pessoas?! - ela se levantou.
- Moça, acalme-se ou teremos que prendê-la. - o delegado disse de maneira fria.
Ela bufou de raiva e se sentou impacientemente.
O delegado se aproximou dos dois para falar baixo.
- Acontece...que vocês estão envolvidos não só com uma...mas duas gangues. - ele disse.
- E a polícia não pode dar conta disso? - ela ergueu uma sobrancelha.
- Vocês não estão sabendo que tipo de gangue é essa não? - ele encostou na cadeira cruzando os braços.
Julia ia retrucar, mas Jimin segurou mais forte a sua mão.
- Eles não são uma simples gangue. - o delegado disse depois de alguns segundos de silêncio. - Alguns trabalham para o governo. Como podemos prendê-los?
- Tra...balham para o governo?
- Sim. Como podemos prender pessoas que ajudam a fazer a justiça?
- Primeiro. - Julia ergueu o dedo. - Vocês acham que fazer justiça é machucar as pessoas? Isso o que eles fazem é justiça?
- Eles matam bandidos.
- Ok, mas eu não sou bandida! E sobre o meu caso, não é nada de justiça! - Julia estava falando super alto.
- Mas eles fazem mais bem do que mal. Tenho certeza de que não vão matar você. - o delegado mantinha o mesmo tom de voz.
- Como pode ter tanta certeza assim?! Eles tem um tipo de aliança com vocês? - ela ficou indignada.
- Claro que não senhorita, mas nós os conhecemos bem.
Ela se sentou percebendo a situação. Ela colocou a mochila em cima da mesa.
- O que é isso? - o delegado a olhou com desprezo.
- Abra. - ela deu de ombros.
Ele abriu e abriu um sorriso sarcástico.
- São vinte e mil dólares. - ela disse. - Vão me ajudar ou não?
O delegado limpou a garganta.
- Você quer a real? - ele começou a falar informalmente. - Nós...não temos estrutura o suficiente para prendê-los.
- O que?! - até Jimin se assustou.
- Já reparou na tecnologia que eles usam?
Julia começou a ficar perdida dessa vez.
- Eles criam suas próprias "armas" - ele fez aspas no ar. - São gênios que usam a sua inteligência da pior maneira. Eles são tão inteligentes que nos deixam sem reação.
Ela engoliu em seco. Eles tinham razão. Namjoon era um super gênio, Kim Tan, Kim Soohyun, Taecyeon...todos eles eram um dos melhores alunos das melhores escolas da Coréia.
Julia e Jimin se olharam.
- Querem mesmo fazer isso? - o delegado perguntou com a voz firme.
Julia assentiu com a mesma firmeza.
- Um minuto. - ele discou um número no telefone e colocou na orelha. - Por favor, mandem os casos que chegarem para a outra base. Hoje eu estarei ocupado.
Julia sentiu uma ponta de esperança e Jimin passou confiança para Julia com o olhar firme.
- E aí...qual vai ser o plano? - o delegado perguntou ao desligar.
Os dois pensaram, mas não conseguiram chegar a uma resposta.
- Posso dizer todas as nossas tentativas falhas...e olha que não foram poucas. - o delegado ergueu o dedo.
Eles ficaram a tarde discutindo sobre. No fim da tarde, Jin apareceu para levar as provas que eles tinham combinado.
- Doutor Jin - o delegado cumprimentou. - É sempre bom vê-lo.
Jin se curvou sorrindo e os dois sorriram de volta.
- Qual outra saída nós temos? - Jimin perguntou ao delegado.
- Tem alguma sugestão?
- Não me peça para ser inteligente que não funciona. - Jimin disse.
Eles ficaram em silêncio.
- Não adianta nós prendermos. De algum modo, eles vão escapar. - o delegado disse. - Eles tem muito mais aliados do que sabemos. Já tentamos fazer algo contra inúmeras vezes e a maior parte da polícia foi aterrorizada e morta por eles. A primeira pergunta é: A razão da queixa de vocês é realmente essa? É esse mesmo o motivo? Não estão mentindo?
- Não há outra razão. - Julia disse. - Da minha parte, sim.
- Ótimo. Segunda pergunta: Tem certeza de que quer correr atrás disso?
- Absoluta. Eles não vão trazer a minha felicidade de volta. Nem as minhas amigas. Nem vão curar meus traumas e nem dos meus amigos agora.
O delegado assentiu.
- Terceira pergunta: Você é advogada ou algo assim?
Julia riu com aquela pergunta inesperada.
- Eu ainda estou no colegial. - ela disse.
- Leva jeito pra isso. - o delegado sorriu.
Eles acabaram sorrindo. Aquilo descontraiu um pouco o ar tenso que estava pairando no ambiente.
- Eu pensei em umas coisas. - Jin cortou. - Pode ser astronomico, mas...
- Eles são uma gangue astronomica. - o delegado sorriu.
Os dois assentiram concordando.
- Quero saber uma coisa. - Jin colocou a mão no queixo o que lhe deu um ar maduro. - Eles tem queixas em outros países?
O delegado ergueu uma sobrancelha entendendo a intenção de Jin.
- Eu não sei se o Japão fará aliança com a Coréia... - o delegado disse.
- Tem queixas no Japão? - Jin se surpreendeu.
- Sim. Muitas.
Julia bateu na mesa e se levantou.
- Primeiro: Já está na hora de vocês acordarem pra vida. - Julia começou a dizer. - Essa aliança pode ser imbatível já pensaram nisso? Deixem a história para trás e façam o favor de olhar para o futuro. Sabe o que isso se chama? Egoísmo.
Jimin colocou a mão na testa ao perceber que ela tinha ficado nervosa novamente.
- Quer dizer que a geração de hoje é obrigada a odiar um país porque os mais velhos odeiam?! Ah, me poupe. Vocês deveriam dar as mãos e lutar pelos obstáculos daqui pra frente. Somos humanos, todos erram!
O delegado começou a ouvir seus argumentos não como sermão, mas sim como uma análise de raciocínio.
- Os dois países tem tecnologias incríveis! Não é possível que não haja saída para isso tudo!
Todos concordaram com a cabeça. O delegado começou a discar um número.
Ele percebeu que ele começou a conversar em japonês. Eles ficaram conversando por um longo tempo e os três não sabiam o que fazer.
Depois de vários minutos, ele desligou.
- Amanha vamos tentar um negociamento. - o delegado disse ao desligar.
- De verdade? - Julia juntou as mãos de felicidade.
- Sim. Quer dizer, vocês.
- N-nós? - Jin ergueu uma sobrancelha.
- Você pra levar todas as informações que sabe - ele apontou para Jimin. - Você para levar as provas e explicar direito alguns de seus planos - apontou para Jin. - E ninguém melhor que você pra convencê-los a fazer a aliança. - ele apontou para Julia. - Conseguem fazer isso sozinhos?
- Sozinhos?! - eles perguntaram ao mesmo tempo.
- Mais ou menos. Terão guardas com vocês.
Julia escondeu o pensamento de: grande coisa...
- Eu tenho que resolver algumas coisas amanha. - ele deu de ombros. - Usem esse dinheiro para ir. - o delegado devolveu a bolsa da Julia.
- Ok, nós faremos isso. - Jin disse tomando a responsabilidade e o cargo de mais velho.
- Ótimo. Amanha conversaremos à noite. - o delegado disse se levantando.
- Só uma pergunta. - Julia interrompeu antes da despedida. - Por que está fazendo isso por nós e não pelas outras pessoas que passaram para dar queixa?
- Precisamos de pessoas que nos motivem. Pessoas que querem lutar. - ele disse sorrindo. - Se estiverem mentindo, vão se arrepender para o resto da vida de vocês, sabem disso não? - ele apontou para cada um.
Eles assentiram.
- Vai ser uma busca interessante. - o delegado sorriu confiante.
Ele se curvou e os três também.
- Obrigado. - eles agradeceram ao mesmo tempo.


- E como se sente agora? - o psicólogo perguntou à Joh.
Ela sorriu.
- Bem melhor. Acho que eu precisava disso. Parece que consegui descansar e relaxar um pouco...
Ele sorriu ao vê-la bem.
- Olha, eu vou te deixar em estado de observação, mas é só por essa noite ok? - ele perguntou. - Amanhã de manhã você já pode ir.
- Por que? - Joh não esperou por aquele resultado.
- Fizemos alguns exames e... - ele respirou fundo. - percebemos que foram várias coisas ao mesmo tempo para esse apagão geral. Não sei se sabe disso, mas você chegou a morrer.
- O...que? - ela ficou assustada.
- Sim, pode parecer loucura, mas seu corpo desligou de vez mesmo.
Agora ela tinha entendido porque todos estavam chorando tanto.
- Você vai precisar tomar uns remédios até tudo se normalizar novamente. - ele disse. - Tenha fé que isso vai passar.
Ela assentiu devagar.


Jimin acompanhou Julia até sua casa.
- Nos vemos amanhã, então... - ele parou.
Ela assentiu. Jimin se aproximou de repente e ela recuou mais por um susto do que rejeição. Ele terminou com um beijo em seu rosto.
- Eu não vou fazer nada contra a sua vontade. - ele se afastou.
Julia limpou a garganta.
- Obrigada. - ela logo cortou aquele clima tenso.
Ele se curvou de leve e saiu andando.
Julia o acompanhou com os olhos por um momento e entrou logo em seguida.
Deitou na cama e tentou não pensar nas coisas, mas foi impossivel.
Por um momento ela se sentiu completamente perdida. Seu pai quase não dormia a noite pela preocupação que sentia, Jimin e Jhope confundindo sua cabeça, a policia que não consegue prender essas pessoas...
- Não...você tem que manter a calma...tem que agir com frieza. - ela disse pra si mesma.
Se levantou e foi até sua escrivaninha. Pensou em todos os seus argumentos e escreveu em um papel.
- Eu tenho que convencer esse homem amanhã, ou estaremos perdidos...
Ela ouviu um barulho vindo de fora. Não ligou no primeiro momento, mas se assustou ao ouvir a voz de Jhope.
Ela foi até a janela rapidamente e olhou disfarçadamente. Quando ele olhou para cima, ela se esconder novamente.
- Desça. Precisamos conversar. - ele disse.
Por que seu coração batia rápido ainda ao ouvir a voz dele? Depois de descobrir quem ele é...
- Eu sei que está aí. - ele insistiu. - Por favor.
De repente, ele parecia ser o Jhope de sempre.
- Não Julia... - ela disse pra si mesma. - Você não vai cair em conversinha de meninos que...
Algo caiu dentro do seu quarto. De repente, ela se assustou achando que era uma bomba ou algo do tipo, mas era...uma arma.
- Não sei se sabe lidar com armas, mas está carregada. - ele disse. - Se eu disser algo que não lhe agrade, pode atirar em mim...mas eu preciso conversar com você.
Julia tinha conhecimento sim sobre armas. Sabia lidar com uma muito bem.
Ela engatinhou devagar até a arma e a pegou.
Ela queria muito vê-lo, mas isso com certeza poderia ser uma cilada. Ele poderia estar com toda a gangue ali por perto.
Foi até o seu armário colocou mais balas tremendo de pavor. Desceu as escadas devagar e abriu a porta.
Ele ficou bem longe dela.
Ela andou devagar na sua direção com a expressão dura e fria.
- O que você quer? - ela perguntou apontando a arma em sua direção mesmo contra a sua vontade.
Tudo ficou quieto. Ela percebeu que não tinha ninguém em volta.
Jhope estava de cabeça baixa. Julia apenas esperou, mas ele não disse nada.
Começou a cair pingos no chão. Ele estava...chorando?
- Jhope? - sua amoleceu um pouco.
Ele continuou de cabeça baixa. Ela não sabia o que fazer.
De repente ele começou a chorar de forma pesada. Ele parecia sentir uma dor imensa naquele momento.
Julia se aproximou bem devagar. Ela abaixou a arma e ele continuou na mesma posição.
Ela estava com um pouco de receio, mas...passou seus dedos em seu rosto para enxugar suas lágrimas.
Ele levantou o rosto de leve o suficiente para olhar em seus olhos. Jhope parecia estar totalmente acabado. Ele parecia fraco, indefeso...
Ele passou o dedo em seu rosto também e percebeu que estava chorando também.
Ela o abraçou ainda com receio e ele retribuiu no mesmo momento.
- Desculpa... - ele disse segurando sua cabeça com gentileza.
Ela apertou um pouco mais forte. Achou que esse momento nunca mais fosse acontecer.
Jhope continuava chorando silenciosamente.
E assim ficaram por um bom tempo. Estava um clima frio, mas o abraço aquecia ambos. Fisicamente e emocionalmente. Aquele momento foi um refúgio para ela. Talvez se tivesse que explicar em palavras, não saberia nem ao menos como começar. Ela explicou fundo sentindo o estresse indo embora aos poucos e ele fazia o mesmo.


Na manhã do dia seguinte, Joh estava sentada esperando por alguém.
- Bom d... - a enfermeira apareceu. - Nossa, Já de pé?
- Eu posso ir? - Joh perguntou como se estivesse com pressa.
- S-sim...deixa eu assinar esse papel para sair... - ela estava um pouco assustada.
Ela assinou algo rápido e entregou para ela.
- Obrigada! - Joh sorriu e saiu rapidamente.
Ela saiu correndo para o colégio. Chegou na sala e encontrou com Julia e Paty pensativas.
- Bom dia gente... - Joh estava praticamente sem ar.
- Joh! O que está fazendo na escola? - Julia deu lhe uma bronca. - Você não tem que fazer repouso?!
- Que repouso o que!
Namjoon a olhou com olhar de desaprovação e ela revirou os olhos.
- Gente, eu estou bem! - ela disse sem paciência.
As duas fecharam a cara.
- Oi, Jimin. - V apareceu.
- E aí V? - eles fizeram um toque rapido com as mãos.
Ele olhou para Paty e nada disse. Julia olhou para Paty já esperando uma resposta.
- O que? - ela perguntou.
- Por que esse gelo todo? - ela perguntou como se algo óbvio.
- Nada... - ela deu de ombros.
- Eu vou saber pelo V então... - Paty ouviu a voz de Jimin que também prestava atenção na conversa.
Antes que Paty dissesse algo, Jimin se levantou e sentou ao lado de Taehyun.
Jin apareceu na porta.
- Eu preciso falar com você. - ele olhou para Joh.
Todos olharam. Ela se levantou levantamente e foi até ele.
- Ihh...Namjoon vai perder o trono. - alguém disse.
Ele segurou um grito, mas logo começou a atuar.
- Eu vou o que? - Namjoon sorriu.
Ninguém disse mais nada não levando aquilo à sério e continuou seus estudos.
- Conseguiu falar lá? - Paty perguntou.
- Sim. Eu tenho grandes coisas a fazer hoje.
Paty sorriu ao perceber a confiança dela.
- Acho que isso tudo vai acabar em breve. - ela disse quase sem som.
Paty sorriu abertamente dessa vez já sentindo um grande alívio.
Namjoon se levantou de repente atraindo a atenção de todos novamente.
- Aconteceu algo? - o professor perguntou.
- Eu posso sair um segundo? - ele perguntou.
- Ok... - o professor achou estranho.
As duas se olharam estranhando também aquela situação.
Namjoon saiu, mas logo parou no caminho.
- Não vou fazer isso. - ele relaxou. - Mas eu não acredito que ele fez isso...


"- Aconteceu alguma coisa? - Joh perguntou para Jin ao chegar perto dele.
Ele pegou seu pulso e saiu andando.
- O que foi? Você está me assustando! Meus exames deram alguma coisa? Foi algo que descobriu? Alguém te fez algo? - ela perguntava enquanto eles andavam.
Eles pararam no meio do pátio. Ele ficou de frente para ela com a expressão séria.
Ela ficou tão assustada que não perguntou mais nada. Ele tirou a mecha de cabelo do seu rosto e a beijou devagar e intensamente.
Ela segurou seus ombros para afastá-lo, mas não conseguiu e acabou cedendo.
Depois de algum tempo, ele a soltou.
- Por que fez isso? - ela perguntou.
- Minha única chance. Pra nunca mais.
Ele abriu um sorriso triste seguido de um abraço."


Joh sabia que Namjoon sabia o que tinha acontecido. Ela podia sentir a raiva dele.
Ela se arrependeu em seguida de ter deixado Jin beijá-la. Ela não conseguia mais ouvir Namjoon, apenas sentir as emoções dele. Isso era sinal de que ele estava se fechando para ela.
Começou a voltar pra sala e o encontrou encostado na parede olhando o nada.
- Namjoon, eu... - ela começou a dizer.
Ele se virou para dizer algo, mas interrompeu a si próprio.
- Eu não tenho o que fazer. - Namjoon deu de ombros. - Ele gosta muito de você. Talvez na mesma proporção. Eu também não seria capaz de vê-la assim em braços de outro calmamente e faria a mesma coisa. Por isso, não o culpo.
- Mas..
- E... - ele interrompeu. - Você aprovou o beijo.
Ela não soube o que dizer. Ele entrou na sala para não dizer mais nada.
Ela ficou naquele vazio.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Continuação 14


Julia se recuperou rapidamente. Parece que o seu psicológico estava ficando cada vez melhor. Ela se sentia forte. Tanto por fora quanto por dentro.
- Está pronta? - Jimin perguntou.
- Mais do que nunca. - ela afirmou.
Eles saíram para procurar por Jin e o encontraram em uma sala olhando os papéis com um copo de café na mão.
- Jin, podemos conversar? - Julia falava com formalidades.
- Pode conversar comigo confortavelmente. - Jin sorriu.
- Mas...no momento você faz papel de doutor, por isso...
Jin assentiu uma vez entendendo.
- Precisamos ver os casos das outras vítimas! - Jimin disse apressadamente. - Vamos levar isso tudo à delegacia.
- O que pensam em fazer exatamente?  - Jin pousou a xícara de café de forma silenciosa em cima da pequena mesa. - Posso adiantar algumas coisas...
Julia começou a contar todos os planos com bastante detalhes.


Jordana se levantou para ir ao banheiro enquanto Namjoon cochilava um pouco.
Todas essas coisas estavam acontecendo...eram horríveis, mas...isso fez com que Namjoon ficasse por perto.
Ela se pegou sorrindo por alguns segundos.
Se olhou no espelho novamente e se assustou com a sua aparência pálida.
- Estou...bem mais magra também... - ela uniu as sobrancelhas olhando para o seu abdómen.
Lavou suas mãos e saiu enxugando-as nas próprias roupas.
- Não pode fazer esforço! - Namjoon a repreendeu.
- Eu só queria ir ao banheiro!
- Você está super fraca e fica andando de lado para o outro pode ser que tenha outro desmaio!
- Não exagera. - Joh revirou os olhos. - E eu estava com muita vontade de ir.
Namjoon se levantou e puxou as cobertas para que Joh pudesse entrar.
Ela riu.
- Você sempre briga comigo e depois é legal. - ela disse se deitando novamente.
- Eu brigo para o seu próprio bem!
Ela riu mais alto ainda.
- O que seria de mim sem você... - Joh disse.
Namjoon parou quase de imediato e olhou para ela deixando-a sem jeito.
- Estou com fome.. - Joh desviou do assunto rapidamente ao perceber que não conseguia lidar com aquele sentimento.
- Desculpa, mas ouvir assim pessoalmente é totalmente diferente. - ele sorriu de forma calorosa.
Joh acabou sorrindo também.
- Eu sempre ouço coisas do tipo: Aquele idiota do Namjoon, aquele desgraçado, que ódio, filho da...
- Eeeeepa aí você está mentindo.
Ele riu.
- É...você não fala palavrões nem por pensamento. Mais um motivo pra gostar de você.
Joh fechou os olhos com força mostrando-se claramente mais envergonhada.
- Mas às vezes eu ouço: Eu não devia ter falado daquele jeito. Ele é legal. Ele é bonito. Eu gosto dele..
Joh ergueu a mão como se fosse lhe dar um tapa.
- Eu não estou mentindo agora! - ele disse rápido.
Joh virou de costas e ele riu.
- Foi a primeira coisa que eu ouvi você pensar. - Namjoon disse. - Que eu parecia ser legal.
- É? - Joh se virou para ele.
- Sim, eu tinha quatorze anos ainda. Eu olhei novamente para você e você começou a me intimidar, porque odiava que as pessoas ficassem olhando para você.
Joh riu se lembrando da situação.
- É...depois disso era só xingamentos. Eu não sabia porquê eu ficava ouvindo você falar, sem você dizer.
Joh ouvia atentamente.
- No começo eu te achava chata e cri cri. - ele riu. - Mas isso mudou com o passar do tempo. Eu só não conseguia entender porquê agia tão diferente na frente dos outros. Eu cheguei a duvidar que era você mesmo que eu estava ouvindo, mas os pensamentos apontavam tudo para você.
- Costumava ouvir o tempo todo?
- No começo eu não conseguia controlar. - ele riu. - Mas depois de um tempo, eu concentrava mais nos meus pensamentos e eu conseguia escolher quando eu queria te ouvir e quando não queria.
- O que mais ouviu?
- Erm...tudo.
- Tudo o que?
- Tudo! As vezes eu vejo até seus sonhos.
Joh engoliu em seco. Quase na maioria das vezes ela sonhava com ele.
- Era interessante os sonhos comigo... - ele sorriu.
Joh soltou um grito e afundou a cabeça no travesseiro.
- Você tem cada imaginação! - ele disse.
- Eu não imaginei tá?! - ela gritou. - Foi simplesmente a mistura das coisas! Foi com um filme que assisti, que daí...
- Ok, ok...mas geralmente você sonha com as imagens que mais lhe chamou a atenção. Até casamos no seus sonhos!
Joh se cobriu com o cobertor morrendo de vergonha. Que desgraçado! Ele via e ouvia tudo!
- Ahhh foi bonito! - ele disse. - Não tem porquê ter vergonha!
Ela estava realmente com vergonha.
- Desculpa. - ele riu.
- Por que eu não ouvia você?! - ela gritou.
- Por que não gosta de mim o quanto gosto de você.
Ela parou de dar chiliques.
- É só aceitar meus sentimentos que vai começar a me ouvir sempre. - ele sorriu.
Ela estreitou o olhar tentando entender o que ele disse com certa seriedade.
- É que na maioria das vezes, você não aceita. Toda a vez que sonha comigo, já acorda gritando! Ahhh eu não acredito que sonhei com ele de novo! - Namjoon imitou a voz dela.
Ela lhe deu um tapa no braço.
- É ou não?! - ele riu.
Joh fez bico.
(Se conseguir, ouça Hello - Hyorin)
- Mas falando sério agora... - ele disse. - Eu sempre esperei por esse dia. Você sorrindo da maneira que realmente deve sorrir e dizer da maneira que deve dizer.
Por um momento se perguntou porquê ele tinha dito isso, mas logo se lembrou dos seus pais. Eles a fizeram se fechar para o mundo. Eles destruiram a sua vida.
- Não pense assim... - Namjoon disse.
- Mas é a verdade. Eles me odeiam. - sua voz saiu sem vida.
- Mas não acha que terminar a relação com eles como terminou, não seria melhor para você? Iria continuar sofrendo daquela maneira?
Por mais que aquilo fosse doloroso, Namjoon tinha razão. Sua mãe a destratava o tempo todo por ser a mais nova. Ela beijava os pés de sua irmã mais velha, mas à ela, nunca falou um obrigado se quer.
Seu pai era extremamente rígido. Precisava ser a aluna exemplar do colégio, ter a melhor profissão, fazer seu próprio dinheiro e mostrar ao mundo que ela era a filha do dono da NC.
Jordana tinha que carregar o mundo nas costas e suportar tudo sem reclamar de nada. Não podia ter suas próprias opiniões.
Infelizmente, nem todas as pessoas nascem felizes. Nem todos os pais, amam os filhos de verdade.
- Mas as pessoas podem escolher o melhor pra si. - Namjoon terminou seu pensamento.
Joh assentiu concordando.
- Só que ainda dói muito quando eu penso nisso. Por que eles me odeiam tanto? - Joh perguntou com a voz um pouco triste.
- Não é você. É o lugar que você está na família. - Namjoon afirmou.
Joh concordou novamente. Ela olhou para baixo escondendo os olhos se enchendo de lágrimas.
- Não é algo a ver com você...eles nem sabe quem você é! - Namjoon disse.
Ela assentiu.
- É, pode ser. - ela sorriu.
Ele percebeu sua tristeza.
- Prometo. Essa vai ser a ultima vez. - ele disse.
- Não...eu só precisava terminar esse assunto. Chegar à uma conclusão sabe? - ela o olhou. - E você me ajudou...
Ele assentiu.
- Isso. Olhe para frente agora e esqueça isso...não foi culpa sua. - ele segurou a sua mão. - Eu vou estar com você agora...
Joh abriu um sorriso triste.
- Obrigada. - ela agradeceu.
Ele a abraçou com seu coração.
"Vai ficar tudo bem." - Joh conseguiu ouvi-lo.

- Isso aqui é bom. - Paty sorriu ao tomar um pouco de café.
Taehyun sentou em um banco perto de uma árvore.
- Como se sente? - ele perguntou.
- Bem melhor... - ela soltou os ombros.
Ele sorriu meio triste.
- O que...aconteceu enquanto estávamos longe? - Taehyun começou a brincar com a espuma do café.
Paty limpou a garganta.
- Jungkook me ajudou em algumas coisas. - ela disse.
- Que coisas?
- Coisas...
Paty estranhou o modo como ele estava falando.
- Ele te tratou mal? - ele perguntou.
- Não...na verdade...ele me tratou muito bem.
Taehyun olhou pra frente com a expressão séria.
- Me conte...o que ele fez? - ele a olhou novamente sorrindo.
- Ele...disse que não precisávamos fazer nada. - ela disse.
- Nada? Como assim nada? - ele estreitou os olhos.
- Ele fez o meu trabalho por mim.
Taehyun assentiu.
- Ele...me levou para o Japão. - Paty franziu a testa pensando nisso. - Foi bom, mas estranho...
- Estranho como? - ele perguntou.
- Estranho...Jungkook costuma ser chato e frio, mas ele...foi diferente. Eu achei muito estranho essa mudança repentina.
Ele assentiu.
- E o que mais? - ele perguntou.
- Aconteceram muitas coisas Tae. - Paty disse. - Eu tive que acabar contando à ele sobre o que estava acontecendo, afinal ele ficava comigo o tempo todo...
- O tempo todo?
- É...
Ele soltou o ar meio nervoso.
- Por que está agindo assim? - ela perguntou com um pouco de medo.
Ele a olhou.
- Quer mesmo saber? - ele perguntou.
Sua expressão parecia nada amigável.
- Nada mais me surpreende... - Paty disse.
- Primeiro...porque eu tenho quase certeza de que...ele está gostando de você.
Apesar de...ser um pouco óbvio, ela ficou sim surpreendida. Afinal, uma pessoa não faz isso do nada...
- Segundo...porque ele não é flor que se cheire. - Taehyun terminou.
- Mas...ele foi legal.
- Foi agora. - ele olhou o nada.
- O que quis dizer com isso?
- Paty, fique apenas longe. Por favor. - ele disse pausadamente.
- Posso saber porquê? Ele fez algo pra você? - ela ficou preocupada.
- Não, mas...eu sei a pessoa que ele é.
- E como ele é?
- Lembra quando ele era frio e arrogante? Bom, ele é pior...
- Mas...ele sabe ser bom também.
- Você não vê maldade nas coisas, Paty.
- Como posso ver maldade se ele fez coisas boas por mim? Realizou meu sonho...
Taehyun se levantou e ela percebeu que ele ficou realmente alterado.
- Taehyung... - ela disse tentando acalmá-lo.
- Por que está defendendo ele exatamente? - ele se virou para ela.
- Eu...não estou defendendo ele...
Ele abaixou um pouco os olhos.
- Não está gostando dele está? - ele perguntou.
Ela não acreditou que ele tinha feito aquela pergunta. Não tinha feito nem pra si mesma com medo da resposta.
Ela respirou fundo.
- Eu...eu não sei. - ela respondeu meio nervosa.
Ele soltou o ar pela boca e fechou os olhos.
- V, eu não gosto dele, só tenho dúvidas...
Ele não respondeu.
- Se tem dúvidas é porque você sente algo por ele... - ele disse lentamente.
- E se eu gostar dele?
Taehyun apenas a olhou sem responder.
- Se preocupa tanto assim comigo? - ela perguntou.
Ele continuou olhando-a.
- De repente você se alterou e... - ela abaixou a voz.
- Não é óbvio?
Paty ficou sem reação. Ele passou por ela e não olhou para trás.