sábado, 25 de outubro de 2014

Continuação 45

   Namjoon logo abriu sua maleta e começou a rabiscar coisas. Joh observava entendendo a maior parte.
   Ficaram alguns minutos assim em silêncio. Apenas planejando as coisas, vendo possibilidades apenas por desenhos.
   Joh se distraiu por um momento e acabou se perdendo na aparencia hipnotizante de Namjoon. Era incrivel como Namjoon prendia sua atenção. Ela poderia ficar horas e horas ali observando cada detalhe de seu rosto, a textura de sua pele, cada linha e curva e não iria se cansar. Gostava de tudo nele, seu sorriso, seu olhar, seu jeito...
   - Está me desconcentrando. - ele lançou olhar desafiador e forte para ela.
   Ela acabou sendo surpreendida. Parou com os olhos esbulhados para o rapaz sem reação. Se sentia ainda mais perdida ao perceber que ele estava ainda mais bonito com aquela expressão.
   - Nao consigo evitar. - ela disse quase gaguejando.
   Ele olhou para seus olhos inocentes por alguns segundos e voltou a olhar pra folha com as sobrancelhas unidas.
   - Pra mim está sendo quase impossivel evitar. - ele disse enquanto tentava rabiscar outra coisa qualquer para afastar pensamentos.
   Joh sentia que seu coração ia saltar pra fora a qualquer momento. Estava tão feliz de vê-lo ali perto de novo...as ultimas horas que não se viram, pareciam ser décadas!Estava sentindo a falta dele e nem ela mesma tinha percebido.
  Namjoon soltou a caneta de repente e esfregou o rosto.
  - O que? Algum problema? - ela perguntou se assustando.
  Ele cruzou os braços e encostou as costas no sofá parecendo bastante inquieto. Ele a olhou gentilmente e encolheu os lábios.
  - Acho que eu não vou conseguir te deixar sair daqui dessa sala.- Namjoon explicou.- Eu sei que você é boa, mas eu não quero nem pensar na possibilidade de você se machucar. - ele evitou olhá-la parecendo sentir desconforto.
  Joh olhou para o chão entendendo. Namjoon era do tipo que quase nunca falava de sentimentos. Se sentia extremamente tenso e desconfortável quando falava coisas que sentia. Era como se estivesse se despindo em público. Se não fosse a forte ligação que eles tinham, jamais saberia a intensidade de seus sentimentos por ela. Ela conseguia sentir seu coração bater junto com o dela. Sentia as borboletas no estômago que ele sentia. Sentia sua timidez. Era a melhor sensação do mundo!
   Mas...poderia ser que...seria a ultima vez que se veriam. Um sabia o que o outro estava pensando e estavam sentindo um enorme desespero por dentro. Era uma coisa estranha. Sabiam que tinham possibilidades grandes de ficarem bem, mas...poderiam sim se machucar. E muito.
  Sem pensar duas vezes, Namjoon a puxou contra seu peito. Seu abraço era aconchegante. Era o tipo de abraço que ela desejava que durasse pra sempre e nada mais importava. Se sentia protegida e amada.
  - Por favor...tome muito cuidado. - ele disse com a voz um pouco alterada. - Por favor...por mim...
   Ela sentiu que ele estava prestes a chorar e não conseguiu resistir o nó na garganta derramando algumas lagrimas em silêncio quase de imediato. Ele acariciou seus cabelos de forma gentil e ela conseguia sentir suas mãos trêmulas e geladas. A cada respiração, seu corpo tremia cada vez mais.
   - Ah...não da pra te deixar ir... - ele se levantou soltando-a. - E se acontecer alguma coisa com você? - ele andou em direção contraria dando-lhe as costas.
   - Nao vai acontecer...vai dar certo. - ela tentou tranquiliza-lo, mas não conseguiu disfarçar seu próprio medo.
   Namjoon tapou os olhos com as mãos.  Respirou fundo várias vezes tentando se acalmar, mas era inútil. As lágrimas simplesmente vazavam dos seus olhos contra a sua vontade e estava odiando isso.
   - Está me deixando nervosa. - Joh se levantou. - Sabe de alguma coisa que não sei é isso? Por que está...
   - Tão preocupado? - ele se virou pra ela terminando sua frase. - Voce ainda pergunta por que estou tão preocupado?!
   Ela ficou sem palavras ao vê-lo chorando. Ele parecia estar tão destruído e preocupado com ela, que Joh se convenceu que estava correndo sérios riscos.
   - Se acontecer qualquer coisa com você, eu morro está entendendo? - ele disse com a voz quebradiça.
   Joh engoliu em seco. Partia o seu coração vendo-o naquele estado. Seu mundo parecia desabar quando isso acontecia.
   - Não sei nada que não saiba. Só tenho medo, só isso. - ele disse nervoso.
   Joh não sabia o que falar. Nāo poderia lhe garantir a vitória.
   Ele beijou a sua testa e em seguida seus lábios com toda a delicadeza do mundo. Joh desejou que aquele momento fosse eterno.


   - Paty, respira. Você nāo está conseguindo falar e eu não estou entendendo nada também. - V disse com a voz calma.
   Ela continuou soluçando. Tentou parar de chorar feito criança, mas parecia inutil.
   - Não fique pensando em bobagem agora. Você precisa se concentrar. - ele disse com a voz meio fria.
   Paty o olhou estranhando-o.
   - Por que está falando comigo desse jeito?
   - Porque é assim que tem que ser feito. É assim que as coisas são agora! - ele foi mais frio ainda.
   Ela sentiu imensa vontade de chorar novamente, mas sabia que era a verdade. Ela tinha que ser muito mais que forte agora. Tinha que ser sangue frio.
   - Olha pra mim. - ele ergueu seu queixo. - Confie só em mim a partir de agora. - ele pareceu ser o V de antes.
   - Eu confio. - ela disse com firmeza.
   - Só em mim, Paty. - seu tom de voz foi fora do normal.
    Ele parecia querer dizer algo através do olhar, mas ela não conseguiu entender.
    - Vai entender daqui pra frente. - ele lhe lançou olhar confiante.
    V lhe ofereceu a mão. Ela observou seu gesto e a segurou devagar.
    De repente ele saiu correndo. Paty se assustou com aquilo de repente.
    - Não solta a minha mão. - ele disse enquanto corria.
    - Aonde você vai?! - ela quase gritou. - Ainda não deram o sinal que podemos sair daqui! - ela tentou pará-lo.
    - Acredite em mim. Eu sei o que estou fazendo. - ele a olhou de forma estranha.
    Ela sentiu algo estranho no ar. Ele tentou levá-la de novo, ela se recuou.
    - V. Você está estranho. - ela disse com muito medo.
    - Só confia em mim. Sei o que estou fazendo.
    Ele a puxou novamente para uma saida escondida da boate.


   - Taeyang, pode me explicar o que está acontecendo ou está difícil? - Julia estava quase fazendo o escândalo do lado de fora.
   Ele ficava observando e checando todos os guardas sem dar atenção à ela.
   - Você disse que ia me explicar, que eu ia entender, mas estamos aqui há 10 minutos e não me disse um "a". - ela ficava acompanhando-o.
   Ele checou o ultimo guarda e puxou seu braço. Julia se lembrou da época quando ele fazia isso. Ela queria ir para um lugar, mas ela para outro..entao ele dava meia volta e puxava seu braço para tomar o caminho pra onde ela queria ir.
   Ela brigou mentalmente contra o proprio corpo que ainda reagia às atitudes dele. Que ainda lembrava dessa epoca e podia sentir na pele como se ainda estivesse vivendo esse momento.
   Eles sentaram em uma calçada e ele a olhou. Julia retribuiu o olhar com medo.
   - Eu...estava sentindo a sua falta sabia? De tudo. - ele disse. - Ainda amo você...não tem como evitar.
   Ela não conseguiu responder. Sabia que se abrisse a boca pra dizer algo, seria do tipo: ainda te amo também, volta pra mim, bla bla bla. E não queria realmente dizer nada do tipo.
   - E...eu não ia pedir a sua mão porque nossos pais fizeram acordo. Eu realmente te amava...poderia ter casado com voce e morado debaixo da ponte. Seria feliz do mesmo jeito. - ele sorriu.
   Ela engoliu seco.
   - Houve acordo sim, mas eu não tinha interesse nisso. - ele deu de ombros. - Mas se isso me deixaria perto de você e me permitiria ficar do seu lado pra sempre, eu aceitei.
   Ela prendeu o choro.
   - Dai você me deixou...eu fiquei meio retardado e me meti nisso. - ele apontou para frente com o queixo. - E quero que me perdoe.
   Ela cotinuou olhando-o sem dizer nada.
   - Eu te coloquei nisso sem querer. Eles descobriram que eu ainda gostava de você e resolveram te fazer sofrer pra me ver sofrer. - Taeyang continuou explicando. - Agora eu tenho que consertar tudo, entao...me perdoa?
   Ela ainda estava um pouco nervosa. Não queria dar o braço a torcer e ceder tão rapidamente. Minutos atrás estava prestes a matá-lo com pancadas e agora tinha que perdoá-lo?
   Ele mudou seus amigos, colocou-os em risco, a pessoa que ela ama mudou totalmente e...jogou a vida de jhope fora.
   - Como? - ela perguntou.
   - Se você me perdoar, pelo menos se algo acontecer a mim, ja vou estar aliviado.
   -Credo, vira essa boca pra lá! - ela disse sem pensar.
   Ele a olhou percebendo seus sentimentos que ainda eram grandes por ele. Ele observou seus olhos e abriu um leve sorriso.
   - Ainda gosta de mim? - ele perguntou.
   Julia queria sair correndo. Ele observou seu rosto confuso.
   - Pela ultima vez...- ele disse se aproximando.
   Taeyang a beijou intensamente. Era um beijo de saudade e dor. De alivio.
   Julia finalmente o restribuiu. Seria a ultima vez.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Continuação 44

   Namjoon chegou na porta e ficou parado vendo a cena.
   - O que está acontecendo? - Namjoon perguntou totalmente perdido.
   V ainda estava aéreo vendo Jimin no meio dos dois ali.
   - O que está fazendo? - Julia perguntou.
   Jimin não deu ouvido à ela e foi até o microfone.
   - Prontos? - Jimin perguntou.
   Julia ficou totalmente perdida. Todas as portas se fecharam.
   - Do lado de fora está a policia japonesa e coreana para caso alguém queira nos trair. - Jimin sorriu.
   Todos estavam atentos. Só depois de um tempo que as luzes coloridas cessaram, Julia conseguiu reparar nas pessoas todas com um fone preto na orelha.
   - Já sabem o que fazer. - Jimin disse.
   Todos assentiram uma vez.
   - Que isso?! - Namjoon disse.
   Jimin deu um tapa de leve no ombro do Taeyang.
   - Você resolve logo isso e eu vou explicar para o Namjoon. - Jimin disse para ele, sem tirar os olhos dela. - Se tiver algo fora do combinado, já sabe.
   Jimin falava de jeito tão intenso e mal que...causou arrepios em Julia. Ele passou por ela rapidamente e desceu as escadas indo até Namjoon que não sabia como reagir.
   - Pode me dizer o que está havendo? - Julia perguntou enquanto todos já se equipavam.
   Taeyang continuava atento olhando ao redor.
   - A hora que você sair la fora, você vai saber. - Taeyang disse baixo.
   - O que tem lá fora? - ela perguntou com medo.
   - Deixa eu te explicar primeiro ok? - ele disse cortando-a.
   Ele tirou uns fones do bolso e colocou em seu ouvido. Ela ficava nervosa a cada toque dele.
   - Erm...a proposito... - ele disse sem jeito. - Você está linda.
   Ela queria dizer o mesmo, mas estava perdida demais para isso.
   Dessa vez teve certeza.
   Ela ainda amava o Taeyang.



   - Jimin, acho melhor ter uma boa explicação para isso ou eu...- Namjoon estava irritado.
   - Relaxa. Você vai saber... - Jimin olhou por cima dos ombros dele. - Acho melhor aquela pessoa ali te contar. - ele apontou.
   V e Namjoon olharam para trás. Joh estava chegando às pressas.
   - Jimin, vai fazer sua parte. - Joh disse arfando. - Vocês dois, vem comigo. Precisamos ficar em lugar alto caso isso aqui vire uma bagunça.
   Jin chegou de repente perdido.
   - Eu explico pra ele. - Jimin segurou a manga da blusa dele arrastando o de forma bruta pra algum lugar.- Subam. - Jimin apontou com o queixo.
   Joh assentiu uma vez e correu para a escada. Eles subiram as escadas o mais rapido que puderam até chegar em uma sala.
   - Ouçam bem. Nao temos tempo e precisam enteder bem. - Joh disse 
   Namjoon franziu a testa.
   - Vou contar como foi a minha "luta" - ela fez aspas no ar.

   "  Joh continuava olhando para Suga sentindo a profundeza de seu sentimento. Cada palavra que parecia ter um tipo de cor, cheiro, soava como uma música bem cantada. Ela poderia jurar que quaquer garota se apaixonaria por ele ao ouvi-lo falar daquela maneira.
  - Nunca imaginei que me aproximaria dela dessa maneira. - Suga disse com um sorriso triste. - Um dos piores momentos da minha vida.
  Suga tinha os braços apoiados nos joelhos enquanto estava sentado na rua. Seu estilo "bad boy" escondia um coração frágil e sentimental. Nunca diria que alguém com esse estilo de vida poderia ter tais sentimentos. Como uma pessoa que vive no mundo da violência e ganância pode sentir isso?
   - Quando eu vi a Julia pela primeira vez, foi como se eu estivesse vendo só ela ali na rua, sabe? - Suga fazia gestos com as mãos. - Parecia que nada me tirava a atenção, eu só conseguia olhar pra ela. - ele sorriu ao lembrar da cena. - Eu nunca vou me esquecer disso. Ela estava com o uniforme da escola, o cabelo preso em uma longa trança, as meias de renda segurando os cadernos delicadamente assim...- ele riu ao imitá-la. - estava linda, linda, linda...- ele sorriu como se estivesse olhando pra ela. - Ela parecia estar atrasada, então andava com os passos apressados. Ela parecia uma boneca. O mundo parecia que tinha parado literalmente...
   Joh apenas ouvia sem interrompê-lo.
   - Eu queria falar com ela, mas única coisa que eu conseguia fazer era me esconder atrás da árvore pra vê-la chegar e ir embora. Eu...queria muito falar com ela, saber do que ela gosta..meu coração parecia que ia explodir toda vez que eu via ela passar.
   Joh sorriu.
   - Mas as coisas se distorceram totalmente. - Suga olhou o chão. - Eu achei que se eu parasse de ter esperanças, iria ficar tudo bem. Afinal, ela já estava com meu melhor amigo que...só a conheceu por causa de mim. Não tinha mais o que ser feito.
   Joh olhou o chão também como se pedisse desculpas pelo ocorrido.
   - Ainda não dá pra a acreditar que eu to nessa com ele. Eu gostava tanto do Taeyang, mas tanto...eu não vivia sem ele. Mesmo depois de tudo, ainda sei que aquele Taeyang que eu conhecia está dormindo dentro dele. Sei disso porque se ele realmente não sentisse mais nada, ele não estaria nessa confusão. - Suga disse com convicção.
   Joh apertou os olhos tentando decifrar o que ele tinha acabado de dizer.
   - Acho que estamos todos perdidos. - Suga disse. - Cada um aqui está lutando por motivos diferentes e nem sabemos de nada. Sabe por que o Taeyang está lutando "contra" ela de verdade?
  Joh sentiu um certo medo da resposta. Não queria descobrir que tudo era engano ou coisa do tipo e ver que estava lutando contra alguém inocente. Mas Taeyang parecia ser alguém ruin demais para não ter nenhum pingo de culpa.
   - A história é muito longa.. Quer ouvir? - Suga perguntou.
   - Eu estou à toa mesmo... - Joh deu de ombros.
   Suga sorriu e limpou a garganta.
   - Não sei se você sabe que o Taeyang foi forçado pelo pai no inicio a casar com
a Julia por causa de bens materiais... - ele começou a contar.
   Joh fez cara de quem não entendeu e Suga continuou esperando por alguma resposta. Mas ela continuou quieta.
   - Enfim, teve isso. - ele continuou. - Mas ele acabou gostando dela de verdade sem nenhuma culpa. Mesmo sabendo que eu gostava dela, ele falava dela pra mim o tempo todo. Contava detalhes dos encontros... - ele fez uma pausa pra se conter. - Ele foi bem chato comigo nessa parte.
   Joh assentiu devagar.
   - Quando eu via a Julia ele perguntava o que eu estava fazendo escondido atras de uma arvore. Falei dela pra ele e ele falou dela para o pai. Não sei porque ele falou para o pai, mas o nome dela chegou até ele.
   - Hum... - Joh ouvia atentamente.
   - Depois disso, eu estava na escola e vi eles de mãos dadas pela primeira vez. Senti tanta raiva do Taeyang que acabamos brigando fisicamente. A partir desse dia, nós meio que criamos uma pequena gangue. Nada muito sério, mas começamos aí.
   Suga olhou para o céu.
   - Depois disso eu... - Suga pensou um pouco como se escolhesse palavras certas. - Eu fiquei um pouco sem rumo. Eu tinha perdido meu melhor amigo porque ele estava com a garota que eu mais amava. Meus pais tiveram problemas com assaltantes e estavam sendo ameaçados de morte. Eles eram as unicas pessoas que me restavam e eu não podia deixar assim. Como eu já carregava ódio que precisava ser posto pra fora, eu entrei para uma gangue de verdade.
   Joh assentiu.
   - Quando o Taeyang foi pedir ela em casamento, ela descobriu que ele estava com ela com um acordo. Mas isso era no começo...ele se apaixonou por ela de verdade depois. - Suga explicava com um pouco de dificuldade. - Daí ele ficou super mal, chegou a receber tratamentos psicologicos por isso, mas mesmo assim...ele acabou pirando.
   - Pirando? - Joh ergueu uma sobrancelha.
   - É...ele entrou pra gangue por diversão...não estava nem aí pra vida nem nada e acabou fazedo isso. Fez várias besteiras, várias coisas e arranjou briga com outra gangue. Essa gangue detesta ele. De verdade.
   Joh fez careta.
   - Então eles descobriram que ele amava a Julia e começaram a ameaçar fazer algo contra ela. - Suga disse. - Dai ele ficou preocupado.
   Joh não dizia uma palavra. De alguma forma, sentia que ele falava a verdade.
   - Dai ele enfrentou a gangue. Falou que não iriam ter a coragem de fazer isso que não sei o que...- Suga respirou fundo. - Quer ouvir o resto?
   - Pode falar. Sem medo.
   - Eles falaram que iria fazer pior. Em vez de fazê-lo sofrer, iria fazer com que ela sofresse por causa dele. Taeyang não deu ouvidos novamente e o cara jogou umas caixas assim no chão.
   Ele olhou preocupado para ela. Suga limpou a garganta.
   - Dentro das caixas... - Suga mal conseguia falar. - Dentro das caixas...
   Joh estava começando a ficar com medo.
   - Eu preciso mesmo falar? - Suga perguntou.
   - Pode falar... - Joh estava meio apreensiva.
   - Lá tinha as cabeças...das amigas dela.
   Joh sentiu o estomago embrulhar. Tudo parecia ter se tornado um filme de terror de repente. Sentiu tudo ficar sombrio ..sentiu medo, nojo, raiva...tudo ao mesmo tempo.
   - Eles fizeram mesmo isso?! - ela quase gritou.
   - Fi...zeram. - Suga respondeu com a voz cortada.
   Ela se levantou e começou andar voltas. Sera que eles não tem um pingo de consideraçao a vidas? Matar pessoas importantes para dar uma simples declaraçao de guerra?! Suas amigas?!
   - Taeyang ficou enfurecido. - Suga logo cortou. - Então ele disse que lutaria por ela até o fim. E assim foi declarada a guerra.
   Joh assentiu.
   - Consegui te convencer? - ele perguntou.
   Ela não respondeu sem saber do que ele estava falando.
   - Convenci de que sou amigável e que essa história é real? - ele perguntou.
   Joh franziu a testa.
   - Por que? - ela perguntou estanhando.
   - Preciso que me responda para que eu prossiga.
   Joh achou aquilo estranho repentinamente. Ele a olhava realmente esperando pela resposta.
   - Eu... Eu con...fio. - ela respondeu.
   - Otimo. - ele disse aliviado. Seu ombros relaxaram. - Eu vou te contar o que está acontecendo.
   Joh assentiu.
   - Tem muito mais que duas gangues no jogo. Na verdade, nem todas as pessoas da propria gangue sabe disso, mas só algumas pessoas vao prosseguir a partir de agora. A guerra nao é contra voces e sim a favor.
   Joh ouvia tudo atentamente.
   - Voce é esperta e ja deve ter percebido isso. Nao acha que se realmente quisessemos matar todos voces, ja...nao estariam todos mortos?
   Joh se sentiu um pouco ofendida, mas concordou.
   - Nós trabalhamos para o governo, temos tecnologia o suficiente pra saber tudo sobre voces. Soubemos de todos os planos de voces de todas as estratégias... Por isso montamos um esquema em cima do que planejaram. Quando o Jin foi para os EUA, demos um jeito de ir primeiro para poder fazer com que ele nao aceitasse ajudar voces. Afinal, estavamos todos do mesmo lado, se o presidente entrasse no meio, acho que seriamos mesmo mortos. - ele riu.
   Joh tentava raciocinar.
   - A boate ali está com todos os nossos agentes que contratamos para a real guerra. Por isso queriamos que voce passasse para o nosso lado. Voce é boa o bastante para entender rapidamente e nos ajudar.
   Ela engoliu em seco.
   - Tem gente da nossa gangue que sera passada para trás. O Kris é um deles. Ele realmente achou que estavamos contra voces. Ele age muito por impulso e mao podemos ter pessoas assim nesse momento. Mas como precisavamos ter alguns garotos da gangue dele, entao chamamos todos. Nao iriamos conseguir sem a permissao do lider deles, o Kris.
   Era muita informaçao. Ela estava comecando a ficar tonta.
   - Achamos que voces foram fortes o bastante para poder aguentar daqui pra frente, por isso todos irao conosco. - ele disse.
   - Por que aquelas ameaças? Paty disse que Taeyang era o ameaçador...
   - No início, Taeyang estava realmente desesperado. Ele estava agindo como um maniaco atras da Julia. Entao o modo como ele a tratou pela primeira vez  foi como uma ameaça. - ele riu. - Peço desculpas por isso.
   Ela continuou séria tentando raciocinar.
   - Depois de um tempo, percebemos que todos eram muito espertos. Precisavamos sequestrar a Julia para mantermos ela salva, mas tinha amigos muito leais. - ele sorriu para ela. - Não conseguiamos arranjar espaço para isso.
   Joh assentiu entendendo.
   - Precisavamos de pessoas que se mantessem firmes na meta até o fim. - Suga disse. - No caso de voces, todos arriscaram suas vidas para salvar ela. E precisamos manter ela salva...entao nos resolvemos fazer isso...talvez se pedissemos normalmente para nos ajudar voces nunca iriam aceitar.
   - Afinal, nao conheciamos voces nem nada. - Joh terminou o raciocinio.
   - Isso..- ele sorriu.
   Joh assentiu novamente entendendo.
   - No caso agora, é salvar o Taeyang e a Julia. Ele foi esquentadinho demais e matou a namorada do líder da outra gangue...a Suzy.
   - Serio que era namorada dele?! - Joh se assustou.
   - Sim.. - ele assentiu devagar. - Taeyang faz tudo errado. Custou a faze-lo entender que só conseguiriamos conversar com voces aos poucos. Pense...se tivessemos conversado antes de saberem quem somos e depois descobrissem tudo do avesso? Que somos amigaveis e depois traidores porque matamos a Suzy? Que o Taeyang colocou a vida da Julia em risco por causa das burradas dele?
   Fazia todo o sentido agora. De repente ela percebeu o que era a gangue do governo. Porque eles tinham sido escolhidos para serem parte disso. Tudo foi estrategicamente planejado!
  Eles provocaram a todos com ameacas e entre outros para que todos criassem um tipo de raiva contra eles para serem pesquisados, investigados. Depois disso logicamente seria feito um plano para pegá-los. Observaram as estrategias que eles fizeram para proteger a Julia e saber se eram bons o suficiente para trabalhar com eles.
   Joh olhou para Suga admirando sua capacidade. Nao era a toa que eram chamados de gangue do QI.
   - E entao? Mais alguma pergunta? - Suga perguntou.
   - Por que deixaram pessoas da mesma gangue que voces morrerem? - Joh perguntou.
   - Lee Joon e Jhope foram exceçao, mas de resto eram todos traidores.
   Joh ficou assustada.
   - Lee Joon foi pego de surpresa e Jhope tentou impedir a outra gangue, mas nao conseguiu. - Suga explicou.
   Joh conseguia ligar os pontos rapidamente e fazia todo o sentido.
   - Jimin. Aquele garoto é esperto. Ficou sabendo de tudo antes de todo mundo... -Suga sorriu.
   - Serio?
   - Sim, ele ja esta conosco. Treinou pra isso e planejou tambem.
   Joh estava espantada com toda aquela revelação.
   - Agora me ajude a avisar seus amigos. - ele disse.
   Joh assentiu uma vez."

   Os dois ficaram tontos com tanta informação.
   - E Taeyang nunca iria fazer com que Julia o ouvisse. Ele ainda nem conseguiu explicar que ele gostava dela de verdade! - Joh terminou.
   Namjoon assentiu concordando.
   V olhou para a porta e viu Paty por curtos segundos. Ela estava chorando.
   - Paty! - ele saiu correndo atras dela.
   Paty desceu as escadas rapidamente V tentou acompanhar seu ritmo.
   - Paty..- ele a alcançou e segurou seu braço.
   Ela não parava de chorar. Unica coisa que ele fez foi abraca-la.
   Era isso mesmo que ela tinha ouvido? Todos os que morreram eram traidores menos Lee Joon e Jhope?
   Realmente...Jungkook foi um traidor?

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Continuação 43

   Julia batia o calcanhar no chão repetidas vezes. Estava tão impaciente que sentia seu corpo prestes a entrar em erupção.
   Quando menos percebeu estava pensando em Jimin novamente. Seus nervos relaxaram por um instante sentindo tristeza. Por que ele sempre a deixava sem mais nem menos?
  Desaparecia como o vento sem deixar nenhuma explicação.
  Chegou a uma conclusão.
  Ele estava fugindo da guerra. Não tinha outra explicação. Ele disse que gostava dela e de repente vai embora quando ela mais precisa?
  Sim...ele não queria se machucar.
  Isso a chateou profundamente.
  Julia lançou o olhar para o teto suspirando de frustração.
  - O garoto é um menino de sorte. - a cabeleireira sorriu. - a senhorita está muito bela!
  Julia demorou alguns segundos para raciocinar do que ela estava falando.
  - Ah...eu não diria que ele está com sorte. Ele está com muito azar, isso sim- Julia logo se irritou.
  A cabeleireira se assustou com a sua reação e ficou perdida por um momento. Julia tinha uma aparência delicada demais para ter esse tipo de resposta.
  - Como? - então ela perguntou com toda a delicadeza possivel.
  - Eu disse que ele está com azar. - Julia disse com o tom mais grosseiro ainda. - Hoje eu vou fazê-lo se arrepender de ter me conhecido. De ter nascido!
  A cabeleireira estalou os olhos totalmente desconsertada.
  - Posso sair? Estou pronta? - Julia perguntou mudando de humor com um grande sorriso no rosto.
  - Ah...claro..- a mulher respondeu meio aérea.
  Julia deu o dinheiro na mão dela e sorriu.
  - Fica com o troco. Valeu. - Julia deu duas batidinhas nas costas da mão da mulher e saiu correndo.
  Ela saiu na rua andando com toda a pressa do mundo.
  - Eu tinha mesmo que vir de salto?! - Julia reclamou ao sentir dor nos pés.
  - Sim, você tinha. - ouviu a voz de Namjoon.
  Ela olhou para trás.
  - Lá vem o general... - Julia revirou os olhos.
  Namjoon parou do seu lado.
  - Aonde está a Joh? Por que saiu sozinha? Eu não disse que era pra esperar a limusine chegar que ia te levar?! - ele perguntou.
  - Acontece que eu, senhor Namjoon, NÃO AGUENTO MAIS ESPERAR OK? Mais um minuto esperando e eu soco a cara daquele moleque desgraçado quando o encontrar!!!
  Namjoon não queria fazer isso, mas não teve escolha.
  Pegou uma agulha em seu bolso e colocou no meio dos dedos discretamente.
  - E não tenta me impedir que você não vai conseguir!- ela disse dando as costas pra ele jogando o cabelo em seu rosto.
  - Julia.
  Ela continuou andando sem dar ouvidos. Ele espetou seu braço e ela parecia ter tido um desmaio. Ele segurou apenas seus ombros para que ela não caisse.
  - Durma um pouco. Nunca presenciei uma mulher de TPM. Nao dessa maneira. - Namjoon disse assustado.
  - Problemas? - V chegou olhando a situação.
  - Presente. - ele apoiou o corpo de Julia nele.
  - O que houve? - ele ficou assustado ajudando-a não cair segurando-a sem jeito.
  - Só assim para acalmar ela! - Namjoon disse no mesmo tom de "Não tive culpa!"
  V uniu as sobrancelhas sem entender ao certo o que estava acontecendo.
  - Vou chamar o carro e você deixa ela lá. - Namjoon disse já com o celular na orelha. - Ah, nem vai ser preciso. - ele desligou. - Já está chegando.
  V olhou para trás e se encantou com o carro.
  - Nossa... - V olhava para o brilho dele, a cor, o modelo.
  O motorista abriu a porta e esperou V colocá-la la dentro.
  - Ela está sob calmante. - Namjoon logo explicou. - Vai acordar em poucos minutos.
  - Ok. - o motorista respondeu se curvando.
  Ele deu a volta no carro e entrou levando para o lugar combinado. V sentiu imensa vontade de entrar e fuçar todos os botões possiveis daquela maravilha, mas tinha que se conter. Ficou apenas observando-o desaparecer no meio de outros carros.
  - Ele podia ter me dado uma carona..- V disse quase babando.
  - Já que você tá aqui, vai ser você mesmo. - Namjoon disse enquanto observava a tela do celular com a expressao rígida.
  V já respirou fundo tentando se preparar pra qualquer coisa.
  Quando Namjoon foi começar a explicar, seu celular começou a tocar.
  - Namjoon. - ouviu a voz de Joh.
  - Joh? Oi, ta tudo bem? - ele logo se preocupou já que haviam combinado que as ligaçoes seriam só para casos extremos.
  - Parem tudo. Agora.
  Namjoon ficou confuso.
  - Parem! - Joh repetiu.
  - Estamos fazendo algo errado? - Namjoon perguntou.
  V ficou assustado.


   Julia chegou em uma boate chique no meio da cidade e se preparou para encontrar com Taeyang a qualquer momento.
   - Eles disseram que iam dar um jeito de trazê-lo até aqui, mas sei lá...como eles vão fazer isso? - Julia se perguntou. - Ele pode ser mulherengo, mas não a ponto de esquecer uma guerra para vir se divertir... - Julia revirou os olhos.
   Olhou para a porta e viu um cara de touca.
   Seu coração bateu.
   - Droga, para com isso... - ela reclamou.
   Querendo ou não, ainda tinha sentimentos por ele. Era pouco, mas seu coração ainda batia por ele...
   Estava extremamente bonito tinha que admitir, mas aquele rosto bonito não lhe enganava mais.
   - Eu vou fazer ele se arrepender de tudo...- Julia se levantou acompanhando com os olhos.
   Ele estava indo para a multidão. Ela se levantou e foi indo atrás dele com muita pressa.
   - Desculpa interromper, mas eu tenho algo importante a fazer. - ouviu a voz de Taeyang no microfone.
   Julia parou e olhou para o palco. Fechou a cara, mas ele continuou olhando-a com os olhos tristes. Taeyang segurava o microfone com uma mão e a corrente na outra. Um fundo de piano começou a tocar.
   - Acho que só vou conseguir desse jeito. - Taeyang disse.
   Julia não entendeu.
   - Mianhae mianhae hajima
Naega chorahaejijanha...- ele comecou a cantar.   Todos pararam pra ouvir.  "  Não se desculpe    Isso faz com que eu fique mais deplorável

Com seus lindos lábios vermelhosPor favor se apresse, me mate e váEu estou bemOlhe para mim uma última vezSorria como se nada estivesse erradoEntão quando eu sentir sua faltaEu conseguirei lembrarEntão eu poderei desenhar seu rosto na minha mente

Meu egoísmo que não conseguia te deixar irSe tornou uma obsessão que aprisionou vocêVocê ficou machucada por minha culpa?Você se sentou silenciosamentePor que eu sou um bobo?Por que eu não pude te esquecer?Você já se foi

Seus olhos, nariz e lábiosSeu toque que costumava me tocarAté a ponta dos seus dedosEu ainda consigo te sentir

Mas como uma chama queimandoQueimou e destruiuTodo o nosso amorIsso dói tanto, mas agora eu te terei como uma lembrança

Amo você, amei vocêEu devo não ter sido o suficienteTalvez eu pudesse vê-laApenas uma vez por coincidênciaTodos os diasEu me torno mais inquietoTudo sobre vocêEstá se tornando exaustivoVocê sorri nas nossa fotos antigasSem saber da nossa aproximada despedida

Seus olhos pretos que apenas enxergavam a mimSeu nariz que segurou a mais doce respiraçãoSeus lábios que sussurraram, "eu te amo, eu te amo. "
   Julia queria fazer algo, mas seu corpo não respondia. Aquele olhar mexia com ela, ele estava perfeito. Seu coraçao bateu novamente como costumava a bater. A musica era linda e sua voz mais ainda.   Ela moveu um dos pés e começou a subir no palco. Ao parar na frente dele, olhou em seus olhos que estavam cheios de lágrimas.  - Julia me escuta..- ele disse fora do microfone.  Ela engoliu em seco. O amor deles era tão perfeito...ela sentia a falta dele, mas ele nunca tinha sido quem ela imaginou.  Imagens do Jhope vieram a sua cabeça e seu coraçao doeu ainda mais. Nunca mais iria abraça-lo, toca-lo. Nunca mais.   - Julia eu... - ele comecou a dizer.   - Chega. - seu afeto desapareceu e ela lhe jogou um olhar frio.   Ele uniu as sobrancelhas sem entender. Julia pegou uma faca no bolso  foi para cima dele sem pensar, mas alguem entrou na sua frente barrando sua passagem.   - Me deixa passar! - ela gritou de raiva.   - Julia, nao. - a pessoa disse.   Tudo parou. Ela ficou em choque ao ouvir a voz.   - Você...nao...voce nao fez isso...- ela deixiu cair a faca no chão ouvindo aquela voz.   Levou as maos na boca e ficou totalmente em choque ao olhar em seu rosto e confirmar.   - Jimin? - ela disse horrorizada.   Ele a olhou serio sem dizer uma palavra.   

domingo, 12 de outubro de 2014

Continuação 42

O   Namjoon saiu andando com as mãos nos bolsos.
   - Todos vão acabar trocando seus adversários, eu acho. Você e Jin são os unicos que continuam os mesmos. O Taemin já foi pego.
   - Ah que ótimo. - ele disse sarcasticamente.
   - Se prepare, ele chegará até você em alguns segundos...
   Namjoon tremeu.
   - Tao já está aqui?!- Namjoon perguntou perdendo a voz.
   - Ele está erm...atrás de você.
   Namjoon se virou para olhá-lo. Se sentiu aliviado por ele estar meio longe sem conseguir a sua conversa.
   - Quanto tempo, Namjoon. - ele disse com a sua voz macia.
   Namjoon o conhecia muito bem e sabia o quão incrível era em relação à luta.
   - Eu nunca achei que iria lutar contra você algum dia. - Tao disse.
   Tao era daqueles que nunca perdia uma luta. Nunca.
    Namjoon tinha uma pequena sensação de que dessa vez não seria diferente. Afinal, não tinha nenhum plano em mente e não tinha a menor idéia do que fazer.


    Paty corria pelas beiradas onde tinha menos claridade. 
    Se esgueirava em silêncio tentando procurar pelo Taemin.
    - Paty. - ouviu do fone.
    Pulou de susto.
    - O que?
    - Taemin já foi pego. Agora é sua sorte encontrar o próximo solto por aí.
    Paty disse algumas palavras sujas sem som.
    - Ok. - ela disse.
   Continuou andando até encontrar alguém escondido em cima do telhado de uma casa. Era uma silhueta grande e isso a assustava. A pessoa deve ter percebido a sua presença e acabou pulando na sua frente.
   - Te dou 10 segundos pra fugir. - ele disse.
   Era o tal do Taecyeon sem sombra de dúvida. Alguém maior que ele era impossivel.
   - Por que? - Paty ousou perguntar.
   - Eu não bato em garotas.
   Paty riu ao perceber que ele realmente fazia o tipo que atraia os olhos da Joh.
   - Mas eu não disse que eu não mato uma.
   - Então vai me matar?
   - Já poupei vocês o bastante, não acha?
   - Tudo por causa da Joh?
   A expressão dele mudou um pouco.
   - O que tem a ver uma coisa com a outra?
   - Tudo a ver...
   Sem menos perceber, Taecyeon estava apertando os seus ombros com muita força.
   - Se revelar isso pra alguém, sabe que é o seu fim não é? - ele disse.
   Paty mal conseguia respirar de dor.
   - Ninguém pode saber, ou ela estará em perigo!- ele estava desesperado.
   Paty pediu para que ele a soltasse fazendo gestos e ele acabou soltando-a.
   - Se não quebrar a promessa, pouparei a sua vida mais uma vez.
   - Eu não prometi nada!!!
   - Então promete!!! - ele apertou os seus braços.
   Taecyeon estava chorando de medo.
   - Ninguém saberá. - ela disse com medo.
   Ele a soltou.
   - Vai logo. - ele disse.
   Paty estava perdida.
   - Falei pra ir!!! - ele gritou.
   Paty saiu correndo.


   Joh encontrou com Suga que estava caminhando tranquilamente.
   - Oi. - Suga disse.
   Joh estranhou.
   - Eu te conheço de algum lugar...- ela estreitou o olhar.
   Joh se lembrou do garoto que se declarou para Julia quando ela estava desacordada no colégio. Era ele! Tinha quase certeza...
   - Você...vai me espancar ou coisa do tipo? - Suga perguntou.
   - Você faz parte da gangue?
   Ele assentiu devagar chutando pedrinhas do chão.
   - Se você não avancar, também ficarei na minha.- ele disse.
   - Então será assim. - ela disse.
   - Ótimo. - ele sentou no meio da rua.
   Joh assistia a cena confusa.
   - Senta. Não vai crescer mais que isso...- ele disse olhando-a.
   Joh sentou devagar bem longe dele.
   - Eu sou contra essa guerra. - ele disse. - Na verdade, acho que estou meio que do lado de vocês...
   Cilada?
   - Não estou mentindo. - ele
 parecia ter adivinhado seus pensamentos- Se eu quisesse fazer isso, já estaria fazendo, não acha?
   Joh concordava mentalmente.
   - Se você tentasse me machucar agora, eu me machucaria feio. Estou sozinho.
   Joh nao acreditou. Sozinho?!
   - Não há guardas nem nada aqui. Ele diz a verdade... - Joh ouviu do fone.
   - Eu já perdi a guerra faz tempo. Se me matassem, não faria a menot diferença. Me sinto morto. - ele a olhou.
   Joh via verdade em seus olhos. Sentia o peso em suas palavras.
   - Eu...amo ela mais que tudo. - ele tornou a olhar o nada. - Eu tinha esperanças de que um dia eu pudessr fazê-la feliz, mas...- ele deu de ombros. - acho que isso é algo fora do meu alcance.
   Joh engoliu em seco.
   - E ainda meu melhor amigo a roubou de mim. E agora fazendo essa cachorrada toda... - Suga balançou a cabeça negativamente.
   - Ainda tem tempo...sabe disso não é? - Joh disse.
   - Algumas horas? Minutos? Segundos? Já se passaram anos e nada mudou. Não mudará nada daqui pra frente.
   - Nunca se sabe..
   Suga a olhou refletindo sobre o assunto.



   Kris ficou observando as cartas de Jin um bom tempo um tanto perdido.
   - Desde quando você sabe isso? - Kris se irritou.
   - Roubar do jeito que só você rouba? - Jin abriu um sorriso satisfeito com a cara de derrota de Kris. - Desde sempre. - ele deu de ombros. - Não é dificil adivinhar.
   Kris jogou as cartas na mesa com agressividade matando Jin com os olhos. Aquele contato visual parecia faiscar, mas Jin não se sentia intimidado. 
   Para o azar de Kris, Jin era do tipo observador que analisa tudo com bastante detalhes e sabia tudo sobre seu ex amigo. As coisas que gostava de fazer, o modo como pensava, agia, o jeito exclusivo como arrastava o garfo no prato e inclusive o seu modo de jogare cartas.
   Jin poderia até dizer os minutos exatos que Kris perderia a paciência. Sabia até seus próximos movimentos.
   - Está de brincadeira comigo?! - Kris gritou.
   Os dois se levantaram da mesa ao mesmo tempo. Jin estava irritando-o se tornando uma espécie de reflexo dele.
   Kris percebeu que Jin era muito mais esperto do que imaginava e isso era horrivel. Milhões de perguntas passava por sua cabeça. Como ele sabe? Como ele descobriu? Em que momento baixei a guarda? Todo mundo costuma dizer que eu sou imprevisível, mas por que ele não?
   - Finalmente consigo enxergar seus olhos de medo. - Jin riu brincando com ele. - O que está esperando pra virar a mesa? Sei que vai fazer isso...
   Kris o fez estourando de ódio. Sua respiração estava descontrolada e Kris sentia o sangue ferver em seu corpo.
   - Primeiro ele vai usar as mãos pra me bater e se ele não conseguir, ele vai usar os pés - Jin calculava pra si mesmo - Dai ele vai jogar coisas na minha direção até me acertar pelo menos oito vezes. Mas como ele está explodindo de raiva talvez nem trinta seja o suficiente. Mas como ele já descrobriu que eu sei o que ele vai fazer, então ele vai inverter a ordem. Não. Ele vai fazer outra coisa porque ele sabe que eu pensei isso...
   Kris saiu andando pra fora do cassino.
   - Não. Aqui dentro. - Jin disse.
   Qualquer lugar que Kris queira levá-lo, com certeza deve ter armadilhas.
   Kris se virou pra ele desacreditando. Jin não tinha a menor idéia do que tinha lá fora, mas sabia que boa coisa não era.  Jin lhe jogou um sorriso satisfeito fingindo saber o que ele estava planejando. Jin olhou no reflexo novamente e só tinha uma pessoa armada apontando para a sua cabeça.
  - Kris.. Você é líder...devia ter um plano melhor.
  O raciocínio de Kris desligou e ele partiu pra cima de Jin tentando lhe socar.
  Jin estava apenas com um guarda e do lado de fora. O que ele iria fazer exatamente?
  O guarda em cima do teto mirou com mais precisão. Ele iria atirar em alguns segundos Jin sabia disso.
   Entao Jin segurou sua camisa e o puxou para si proprio para que a agulha atigisse as suas costas.
   Foi o que aconteceu e os dois caíram. Jin sustentava o corpo de Kris acima do seu segurando seu peito.
   - Eu disse que te faria aprender que... - Jin fez careta ao perceber que seu corpo estava pesando. - nunca se deve trair amigos de verdade.
   Kris o olhou por alguns segundos e em seguida seus olhos se fecharam.
   Várias outras agulhas estavam caindo ao seu redor. Ouviu um baque no chão e as agulhas pararam.
   O atirador tinha sido atingido pelo guarda que percebeu a situacao alu dentro e então pode soltar Kris. Jin suava como se tivesse percorrido uma maratona. Seu coração batia forte de adrenalina e seus musculos doiam.
   - Tudo bem? - seu guarda veio até ele.
   Jin mal conseguia responder.
   - Já vão vir buscá-los. - o guarda disse. - Mas temos que ir antes que o efeito sonífero passe.
   Jin se levantou quase sem ar largando o corpo de Kris desacordado no chão e o seguiu. Só então percebeu os olhares assustados ao redor.
   - Bom trabalho, Jin. - o guarda disse.
   - Obrigado. - Jin agradeceu.


   - Kris foi pego. - Namjoon ouviu do fone.
   Ele olhou para Tao que parecia estar impaciente esperando o seu primeiro movimento.
   Namjoon nunca teve mais medo em toda a sua vida. Seu coração parecia nem se quer aguentar bombear o sangue que percorria a mil em seu corpo.
   - Vou começar. - Tao disse.
   Tao deslizou a mão direita em sua propria cintura com agilidade. Tirou uma espada com delicadeza. Namjoon se arrepiou ao ver a luz dar reflexo na faca afiada.
    Namjoon tentou pensar rapidamente, mas seu medo só dizia pra sair correndo. 
    - Você está muito tenso, Namjoon. - o guarda disse em seu fone. - Consigo ver daqui os seus ombros bem altos.
    Namjoon respirou fundo disfarçadamente e ergueu o queixo.
   - Esqueça o que você sabe sobre ele. Está preocupado demais com isso. - o guarda disse. - Lembre-se...todas as lutas são diferentes. Pode ser que Tao tenha boas habilidades, mas todos seus oponentes são diferentes. Você pode ser diferente de todos que perderam.
   Fazia sentido. Tao começou a andar em sua direção.
   - Você já sabe como ele luta. - o guarda continuou dando dicas. - Já pode saber os pontos fracos, em que momento ele abaixa a guarda...
  Era isso. Namjoon já sabia o que fazer. Agora sua cabeça parecia explodir com os pensamentos rápidos.
  Ele se aproximou e Namjoon ficou parado com o olhar firme. Não era uma expressão desafiadora, mas era firme.
  Tao parou em sua frente e lhe lançou um olhar frio.
   Namjoon o estudou rapidamente e percebeu que ele era daqueles que apenas revidava sem atacar.
   - Eu não vou brigar. Não quero lutar com você.
   - Eu quero.
   - Não é isso o que vejo. - Namjoon cerrou os olhos de leve.
   Tao estreitou o olhar.
   - Eu vejo por trás da sua máscara.
   A expressao de Tao suavizou de leve. Namjoon quase não acreditou que estava dando certo.
   - Você precisa aceitar. - Namjoon disse.
   - Aceitar o que? - Tao perguntou confuso.
   - Chegaram reforços. - o guarda disse. - Está tranquilo agora. Se ele te atacar te protegeremos.
   - Aceitar ficar do meu lado. - Namjoon disse sério. Ele usava as palavras certas em tom certo.
   - Enlouqueceu? Eu ficar do seu lado?
   - Você já perdeu o Taemin e o Kris. - Namjoon disse em tom de conselho. - Eu só acho que você não merece ficar do lado que está perdendo.
   Perder foi a palavra que o abalou. Por mais que Tao tentasse esconder, Namjoon viu claramente que Tao se preocupou.
   - Nunca o vi perder uma luta...não quer perder agora não é?
   Tao o olhou fixamente como se estivesse tentando adivinhar se era algum tipo de truque mental.
   Tao ergueu a espada para lhe acertar e várias agulhas atingiram o chão formando um círculo em torno deles fazendo com que ele parasse.
   - A escolha é sua. - Namjoon disse.
   Tao continuou olhando-o por um bom tempo.
   - Se precisa de dinheiro para isso, eu... - Namjoon começou a dizer.
   - Por que está fazendo isso? - Tao o cortou.
   Namjoon sorriu tristemente.
   - Eu gosto de você. - Namjoon disse. - Seria incapaz de machucá-lo.
   Por um lado era verdade. Namjoon sempre admirou Tao em suas lutas. Tê-lo sempre do seu lado era um orgulho.
   Tao demorou alguns segundos, mas abaixou a espada.
   - Atiramos? - o guarda perguntou.
   Namjoon ergueu a mão para dizer que não e quando menos percebeu a espada de Tao estava a centímetros de seu pescoço.
   - Eu só pedi para que eles não atirassem em você. - Namjoon o tranquilizou.
   - Diga a verdade. Está sozinho? - Namjoon perguntou.
   - Aqui? Estou. - Tao disse.
   Namjoon assentiu.
   - Podem sair. - Namjoon disse. - Agora ele é um dos nossos.
   - Como pode confiar em mim? - Tao perguntou.
   - Sempre estivemos do mesmo lado. - Namjoon disse confiante. - E você não se atreveria a me trair.
   Ouviram vários baques no chão. Eram os guardas saindo de seus lugares. Tinha muitos deles.
   Namjoon podia ver no rosto de Tao o alivio por ter feito a escolha certa.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Continuacao 41

   Namjoon vestiu o casaco e ajeitou a gola no espelho. Era a primeira vez que vestia um terno decente e a primeira vez que se sentia um completo metido filhinho de papai com todos aqueles botões.
   - O que ela me obriga a fazer... - ele resmungou enquanto tentava fechar o ultimo botao na manga.
   O que ele mais queria naquele momento era vê-la ali na sua frente. Apenas um sorriso já era o bastante.
   Ele se pegou sorrindo para o nada e riu de si próprio se sentindo aqueles adolescentes apaixonados obcecados pela pessoa amada.
   - Alias...acho que eu sou isso mesmo. - concluiu seu pensamento em voz alta apontando para o abajur como se estivesse conversando com ele.
   Namjoon pegou a sua maleta com suas coisas e foi bolando estratégias enquanto caminhava em direcao ao shopping. Seu andar era um pouco deselegante e suas conversas consigo mesmo atraia olhares tortos. Ele tagarelava em voz alta e ria de suas proprias idéias sem sentido.
   - É isso o que vou fazer. - ele fechou a mão.
   
   Jordana tinha recebido a mensagem de Jin há poucos minutos, mas não conseguia processar nada. Não sabia se era pelo fato do Jin dizer " Namjoon pediu pra avisar que..."
   Se ele queria falar algo pra ela, por que ele mesmo não estava fazendo isso? Por que ele não estava falando com ela nesses dias?
   Ou..por Taecyeon ser seu oponente agora.
   - Ah meu Deus... - ela disse em pânico para o nada.
   - O que foi? - Paty perguntou.
   Joh se assustou um pouco por ter esquecido de sua presença.
   - Eu estou...ficando louca? - ela se perguntou em voz alta.
   Paty apenas cuidava de sua perna cortada. Era muita dor, o que desviava a sua atenção.
   - Paty, temos que ir. - finalmente ela comunicou o recado. - Voce vai ter que cuidar de uma pessoa agora, o Taemin.
   - Impossivel. - Paty fez careta ap tentar tirar o pano que tinha grudado em seu machucado.
   - Ah, qual é? Você consegue ganhar dele e...
   - Joh, acabei de machucar a perna, ele é um garoto, com certeza tem muito mais força e agilidade que eu!!! - Paty disse com grosseria.
   Apesar de seu tom ser de nervosismo e medo, Joh sabia indentificar suas emoções com precisão.
   Paty logo se arrependeu e relaxou os ombros soprando o ar.
   - Desculpa. - Paty disse num tom mais suave.
   - É o Jungkook não é? - ela perguntou.
   Paty respirou uma vez e não conseguiu conter as lágrimas que se formaram com facilidade em seus olhos. Ela tentou dizer algo, mas o nó na garganta estava muito forte. Joh apenas a abraçou dando lhe conforto e ela pode chorar com mais tranquilidade.


   Kris segurou o cigarro com as pontas dos dedos com um sorriso malicioso quando recebeu as suas cartas.
   - Essa partida é minha. - ele disse todo confiante.
   O seu adversário avaliou as cartas com bastante cautela levantando apenas as pontas e sorriu ao vê-las. Ele jogou um olhar desafiador para Kris.
   - Acho que não. - o careca sorriu mostrando seu dente de ouro.
   Kris puxou a fumaça do cigarro e assoprou no rosto dele devagar.
   - Se eu ganhar, eu vou fazer voce comer esse cigarro maldito. - o careca riu.
   - Se eu ganhar, fará isso por mim. - Kris ergueu uma sobrancelha.
   O careca deu de ombros.
   - Que assim seja. - ele sorriu confiante.
   Kris sorriu de volta erguendo o queixo de leve pedindo para que ele comecasse. As pessoas ao redor estavam ansiosas pela partida.
   O careca colocou as cartas na mesa
deixando apenas tres a mostra.
   Kris sorriu e fez o mesmo. As pessoas gritavam esperando a surpresa.
   - Ainda quer continuar com a aposta? -  Kris perguntou abrindo os braços.
   - Claro. - o careca sorriu coçando a barba.
   Ele mostrou a ultima carta e todos gritaram esperando a reaçao de Kris. Era uma sequencia inacreditavel de cartas.
   Kris levou os dedos até as cartas e relevou a ultima carta.
   O careca uniu as sobrancelhas.
   - Essa sequencia é impossivel no pôquer. - o careca disse. - Você só pode ter roubado... - ele obsevava as cartas.
   - Nao para mim. - Kris sorriu.
   Todos gritaram o nome de Kris. Ele sugou o cigarro por alguns segundos e estendeu para o seu adversário.
   - Aposta, é aposta. - Kris abriu um sorriso superior.
   O careca olhou para o cigarro e em seguida para ele. Ele estendeu a mao para pegar e ouviram alguem entrar.
   - Todo mundo se matando lá fora e você prefere ficar aqui jogando. Belo líder. - Jin disse abrindo a porta de qualquer jeito.
   Kris sorriu ao reconhecer a voz.
   - Tambem senti sua falta. - Kris disse recolhendo as cartas.
   Jin parou ao seu lado.
   - Vamos. Temos que conversar. - Jin colocou as maos nos bolsos e apontou a porta com a cabeca.
   Kris distribuiu as cartas para um lugar vago.
   - Nao mudou nada mesmo. Ouviu o que eu disse? - Jin disse um pouco mais alto.
   Kris ergueu o dedo pedindo silencio.
   - Antes.. - Kris disse - Uma partida.
   -Nao acredito que...
   - Uma apenas.
   - Eu não vou jogar essa porcaria.
   Kris sorriu ao terminar de separar tudo.
   - Vamos fazer como a ultima vez. Dessa vez, em vez de apostar a menina, eu aposto você. - Kris sorriu.
   - Me quer do seu lado? Pra te trair?
   - Te mando para o outro lado da vida se fizer isso - Kris disse naturalmente.
   Todos os olhares foram para Jin. Todos esperavam alguma resposta positiva, mas Jin no fundo queria recusar de todo jeito. Não estava com medo, mas não estava nem um pouco a fim de ficar no mesmo ambiente que Kris por muito tempo.

   " - Vamos fazer uma aposta. - Kris disse.
    - Que aposta? - Jin perguntou curioso.
    Kris abriu um sorriso malicioso. Ele era uma boa pessoa, mas quando se tratava  de jogos, Kris se transformava.
    Jin não se intimidou muito com aquela expressao assustadora. Ele era seu melhor amigo, o conhecia como ninguém. Detestava jogos sujos, mas satisfazer o desejo do amigo de jogar com ele.
    Kris levou as fichas no centro.
    - Aposto isso... E? - Kris levantou o indicador. - A sua amada.
    Jin sentiu o mundo cair.
    - Como? - Jin repetiu desacreditando.
    - A Joh. Se eu ganhar, eu fico com ela. - Kris sorriu novamente.
    Jin bateu as duas mãos na mesa levantando da cadeira para encara-lo.
    - Só pode ser brincadeira. - Jin o fuzilou com os olhos.
    Kris soltou uma gargalhada. Os outros rapazes pararam seus jogos para assistir a briga.
    - Não estou brincando. E não é dessa maneira que está pensando. Quero ela com tatuagens. - ele disse a ultima frase num sussurro.
    Jin era o unico que sabia que Kris tinha uma gangue. Ele sempre dizia que era divertido e até o chamou para entrar, mas Jin odiava tudo o que era errado. Mesmo sabendo disso, aceitava como seu amigo por ter ajudado-o em vários momentos de sua vida e por ser alguém que pudesse confiar.
    Nunca achou que Kris iria fazer algo desse tipo, mas se decepcionou profundamente ao perceber que estava enganado.
    - Vamos...você vai ganhar mesmo! - Kris disse dando de ombros.
    - Você não vai encostar nela. Ela não vai querer fazer isso. Nunca!!! - Jin disse quase sem forças com uma forte dor no peito.
    - Nem se quer a tem! Como pode controlá-la? Sabe que ela nunca vai olhar pra você como ela olha pra o Namjoon.
    Todos começaram a apontar para Jin e fazer escândalo. Sentia muita dor no coraçao, mas seu sangue ferveu.
    Jin empurrou a mesa de lado e ficou frente a frente com ele. Todos se assustaram quando as taças e as cartas foram para todos os lados. Dessa vez o cassino todo estava parado apenas obsevando tudo. Jin agarrou a gola de sua camisa e o encarou.
   - Vou te fazer esquecer que um dia você foi meu amigo.
   - Você...
   - E - Jin elevou a voz interrompendo-o. - Aprender que não se trai amigos de verdade.
   Ninguém disse nada sentindo as palavras profundas de Jin. Sabia que era um assunto sério apenas ouvindo a sua voz.
   - Como você foi capaz?! - Jin chutou seu peito derrubando-o no chão. - Está a fim de morrer, Kris? - Jin caminhou em sua direção.
   - Como ousa me desafiar? -Kris disse em tom sério.
   Jin riu.
   - Você me desafiou primeiro, amigo. Agora aguenta...
   Jin o ergueu do chao e o empurrou contra outra mesa derrubando tudo. O dono do cassino ia tentar impedir, mas além de estar realmente com medo de Jin, sabia que Kris merecia uma surra.
   - Eu acho melhor você sumir da minha frente, antes que eu cometa um crime. - Jin o ameaçou.
   Kris parecia só estar esperando para dar o bote.
   - Tudo bem...eu tenho um amor não correspondido que acabou de ser revelado para todo mundo. Mas...ninguém sabe quem sou eu, muito menos quem é a Joh. Agora...seria uma grande bomba se eu revelasse quem é você.
   Kris ergueu a mão para lhe dar um soco,mas parou no caminho.
   - Vai!! Estou esperando! - Jin gritou.
   Kris empurrou outra mesa descontando a sua raiva. Pegou o seu casaco e saiu dali.
   - Isso porque é inteligente. Podia pensar um pouquinho antes de fazer as coisas.- Jin disse baixo.
   Começou a falação ali dentro.
   Jin jogou um bolo de dinheiro no balcão.
   - Isso é para pagar pelo prejuízo. -Jin disse.
   Saiu logo em seguida"

   - Vamos. Estamos sem tempo. - Kris disse apontando a cadeira que Jin deveria sentar.
   Jin percebeu que Kris estava enlouquecendo de vez. Talvez nunca esperaria que alguém se revoltaria contra eles e iria até o fim com uma guerra dessas. Era o famoso sentimento de: não há mais o que perder.
   - Eu já disse que não vou jogar. - Jin disse sério.
   - Não está com medo, está?
   - Eu deveria ter medo?
   Kris sorriu. Jin jogou um bolo de dinheiro em cima da mesa.
   - Pague pelo prejuízo do cassino antes. Eu não quero pagar tudo sozinho como a outra vez.
   - Se você ganhar...eu fico do seu lado.
   - Eu não quero você do meu lado. - Jin o rejeitou rapidamente.
   Kris jogou outro bolo de dinheiro na mesa. Virou o copo de uísque e cambaleou.
   Jin o olhava com desprezo. Sentia tanta raiva daquele ser que seria capaz de arrebentá-lo sem nenhum ressentimento.
   - Dessa vez, eu não vou facilitar. - Kris se levantou estralando os dedos.
   Percebeu tatugens novas nele. Era nojeto e horrivel.
   Jin largou a raiva por um momento e parou para ser racional. No fundo, Kris deveria saber que terminari frente a frente com ele.
   Kris deveria ter armado alguma coisa contra ele. Jin observou discretamente em um dos vidros piscantes e viu dois homens armados prontos para atirar nele.
   Quando Kris chegou perto, Jin ergueu o dedo.
   - Antes...uma partida. - Jin disse.
   Kris uniu as sobrancelhas.
   - Eu aposto você. - Jin sorriu.
   Kris puxou um sorriso desafiador.

   
   
   V começou a andar pelas ruas com as mãos nos bolsos. A noite parecia espantar as pessoas, por isso estava tudo deserto. Mal tinha luz por ali.
   - Está pedindo para ser morto. - ouviu uma voz.
   Era Taemin, tinha quase certeza. Não era para ter encontrado ele ali.
   - O que faz aqui? Não devia estar dentro da toca? - V continuou andando como se nada tivesse acontecido.
   Taemin parou na sua frente e sua expressao mudou um pouco.
   - Não conheço você. - Taemin disse unindo as sobrancelhas.
   - Também não te conheço. - V deu de ombros.
   - Como disse pra eu estar escondido se mal sabe quem sou eu?
   - Pelo mesmo motivo que disse que eu estava pedindo para morrer. - V rebateu.
   Taemin sorriu.
   - Então tem um reflexo e raciocínio rápido? - Taemin começou a dar voltas ao seu redor.
   V tinha acabado de ser testado e ele tinha caído na armadilha. V xingou a si próprio por pensamento.
   - Kim Taehyung, oitavo ano, sexto lugar no ranking da sala, filho único de pais separados, tem sérios problemas com jogos eletrônicos, obcecado por desenhos japoneses, apelido de ET pela sua personalidade exótica e almeja o lugar de Jungkook em vários sentidos. Profissional, social e de assuntos particulares... - Taemin riu.
   V jogou um canivete em sua direção e ele desviou rapidamente.
   Era exatamente ali que ele deveria ficar. O centro do alvo. Não achou que seria tão fácil pegá-lo.
   - Nossa ficou bravinho? - Taemin riu. - Foi mal, mas eu não mandei ela escolher o Kook...ela escolheu porque quis.
   - Ele está morto. - V disse com voz de luto.
   - Não era isso o que queria?
   - Ele era meu amigo. Por mais que tenha pisado na bola, ele a salvou. Você não deveria falar de alguém que não possa se defender...
   - Ah, começou a melar demais, chega. Tá pronto pra encontrar ele? - Taemin colocou uma perna atrás lançando um olhar desafiador.
   - Só se for agora. - V sorriu.
   V ergueu o dedo e varias agulhas atingiram Taemin, no mesmo instante ele saiu correndo com toda a velocidade. Ouviu vários tiros e facas sendo atacadas em sua direção.
   Ele se escondeu dentro de uma espécie de buraco no chão enquanto ele esperava os tiros pararem.
   Quando tudo se silenciou, ele comemorou baixinho. Deu tudo certo, como havia planejado.
   - V, já pode sair. - ouviu do fone.


   Joh e Paty não trocavam uma palavra no caminho para a Coréia. As duas estavam muito preocupadas com o que poderia acontecer dali pra frente. Poderia ser...a ultima vez que elas veriam uma a outra.
   - Vamos conseguir. - Joh disse.
   - Vamos. - Paty logo respondeu.
   Elas abraçaram uma à outra.
   - E que a sorte esteja do nosso lado. - Paty disse sentindo o nó a garganta.
   - Que assim seja.
   O helicóptero desceu e logo que pousou uma apertou a mão da outra demonstrando força e coragem. Ao descer, começou a corrida uma para cada lado.


   Julia estava no cabeleireiro mais caro se arrumando para o grande final. Estava super ansiosa para ver Taeyang, tinha tanto para lhe falar, para machucá-lo, mas teria que se conter tanto para não fazer isso...
   - Já sabe o que tem que falar não é? Nem mais nem menos! - Namjoon disse. - Você só vai falar isso, não esqueça!
   - Ah, ta bom me deixa!!!- Julia se irritou.
   Namjoon saiu pela porta.
   Julia leu o papel novamente e tentou se imaginar falando. Ela não iria conseguir mentir, então pra isso teria que  buscar algum sentimento escondido em seu coração pra tentar dizer aquilo da forma mais convincente possivel.
   - Unica coisa que me vem à cabeça, são coisas podres. Afinal, o moleque inteiro é podre. - Julia revirou os olhos.
   Segurou sua raiva para não chorar.


   Jin estava com a carta na mesa esperando Kris mostrar seu jogo.
   - Vamos! Qual é o problema?- Jin abriu abriu os braços sorrindo.
   - Acho que alguém perdeu. - Kris sorriu.
   Ele colocou as cartas na mesa.
   Jin sorriu mais ainda abrindo uma carta escondida.
   Kris fez o mesmo.
   Eles se encararam sem dizer uma palavra.