quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Incógnita - CAP 2



O garoto tinha o rosto liso e branco, seus olhos marcavam um formato bonito. Lia não sabia quais eram suas intenções, por isso sentia uma inquietação na boca do estômago. Ela estava com o corpo enrijecido pronta para qualquer ataque dele. Ele quem planejara tudo isso? Ele sequestrou essas pessoas?
Ele sorriu e estendeu a mão. Pensar sobre tudo só causaria dores de cabeça e não chegaria a nenhuma conclusão. Ela não tinha escolha a não ser confiar, então ela segurou a sua mão e deixou que a ajudasse levantar.
O corpo do garoto em seu colo caiu no chão fazendo a garota loira acordar. Ela nos olhou, olhou aos redores e agiu tranquilamente. Se levantou e foi para fora do caminhão.
O que tinha de errado com aquelas pessoas? Por que agiam de forma estranha e não se comunicavam?
Lia tentou dizer algo sem sucesso. Como se falava mesmo? Ela colocava a ponta da língua no céu da boca, mas não sabia quais palavras dizer. Percebeu que sua cabeça estava totalmente vazia.
O garoto que ainda segurava a sua mão continuava olhando para a garota loira talvez tentando entender assim como ela, o que ela estava pensando, o que estava fazendo.
Ele a levou para a beirada da porta e desceu com suavidade. Em seguida ele estendeu os braços oferecendo ajuda para descer.
Um flash passou rapidamente em sua cabeça e teve a leve sensação de que havia vivenciado esta mesma cena tempos atrás. Ao descer, os dois trocaram olhares assustados como se o mesmo flash tivesse atingido ambos.
A medida que Lia observava cada detalhe do garoto, o medo ia desaparecendo. Dessa vez, ela tinha certeza de que o conhecia. E muito bem. Poderia até chamá-lo de seu amigo.
A garota loira estava observando as árvores. Ela observava tão profundamente como se estivesse tentando descobrir algum mistério por trás daquelas folhas.
Um grito cortou todo aquele silêncio.
Todos olharam dentro do caminhão e viu a garota de cabelos negros lutando contra o nada. A garota loira subiu no caminhão e agachou na sua frente.
No mesmo instante a outra se acalmou e tomou um ar profundamente.
A loira segurou sua mão e guiou para a árvore que ela estava observando. As duas não se conversavam, só ficavam olhando a árvore. Será que Lia era a única que não estava entendendo nada?
Se assustaram com o outro garoto que desceu de repente do caminhão. Ele caminhou até Lia com a mão na cabeça murmurando palavras desconhecidas. Lia se sentiu culpada por um instante e se deu conta de que a pancada contra o chão foi realmente forte. Percebeu que o outro garoto era um pouco mais alto que o seu amigo que ainda segurava a sua mão.
Eles caminharam até o meio da floresta e ficaram tentando procurar algo que ainda não sabiam.
Estavam num vácuo eterno.
O caminhão atraiu a atenção de todos ao ligar sozinho e fechar a porta.
- Heeeeey! - o garoto mais alto gritou correndo atrás.
Meu amigo segurou seu braço fazendo o outro desistir quase de imediato.

Milhares de lembranças atingiram a cabeça de Lia como se fosse um furacão de vozes, imagens que obrigou Lia a se ajoelhar no chão de dor.
"Seu amigo estava sorrindo e estavam sentados em uma mesa brincando com o pão que comiam.
O cenário mudou e o garoto mais alto estava abraçando-lhe e dizendo coisas.
Seu amigo estava brincando em uma calçada e Lia fazia companhia.
Lia estava escondida em baixo da cama olhando seu amigo brigar contra homens armados que entrara em sua casa. Olhou para o lado e viu seus pais amarrados em uma cadeira. Os dois choravam muito e pediam para que o garoto parasse de lutar contra os homens. Um dos armados aproximou da sua mãe e apontou a arma em sua testa. Sua mãe estava chorando tanto, mas tanto que parecia não ter mais lágrimas para derramar.
- Por favor, não mate ela... - meu pai implorava.
Um outro armado a pegou de surpresa e agarrou seu braço.
- Você vem comigo... - ele disse vendando seus olhos.
Sentiu uma picada no braço e tudo foi ficando devagar, longe...
Ouviu o grito de sua mãe e em seguida um tiro.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Incógnita - CAP 1

Ela abriu os olhos, mas estava escuro demais para enxergar alguma coisa. Sentiu um ambiente abafado, quente e fedido que lhe dificultava a respiração. Tentou levantar, mas percebeu que seus braços e suas pernas estavam presas com correntes. Fazia um barulho de motor contínuo e aquele lugar balançava muito. Em alguns cantos haviam frestas de luz, mas não era suficiente para enxergar algo. Sentia fortes dores de cabeça e a náusea lhe atacou.
Onde estava?
Ela começou a se sacudir desesperada tentando se soltar, mas não teve sucesso. Bateu a corrente contra o solo e ouviu um barulho de ferro. O suor começou a escorrer à medida que se esforçava para tentar se soltar.
Então sentiu um corpo cair em cima do seu fazendo-a gritar de medo.
Ela começou a se debater para sair daquele sufoco e de repente tudo parou.
O que estava acontecendo?!
Estava com uma sensação de morte.
A porta se abriu devagar e a luz invadiu a escuridão ofuscando seus olhos. Ouviu todas as correntes se soltar.
Olhou para fora e avistou a floresta. Não tinha ninguém nem nada.
Ela ficou um bom tempo ali parada retomando o ar fresco para ter forças para sair dali.
Com certo receio ela olhou o corpo que estava pesando em seu colo. Era um garoto que aparentava ter pouca idade. Seus cabelos castanhos colavam em sua testa por conta do suor e estava com bastante dificuldade para respirar.
Ela tocou em seu rosto para tentar fazê-lo acordar, mas ele parecia estar muito fraco.
Aquele lugar parecia ser um caminhão. Agora tudo fazia sentido. Ela foi sequestrada?
Ao lado do garoto tinha uma garota de cabelos dourados e outra de cabelos negros.
        Percorreu os olhos até a sua frente e tomou um susto ao ver o par de olhos cravados nos seus.
Ela engoliu saliva e permaneceu no lugar imóvel.
O garoto que a encarava não parecia ter uma olhar ameaçador, mas não parecia ser amigável. Aquele clima estava começando a ficar tenso, pois ela sentiu como se ele fosse atacá-la a qualquer momento...
Ele piscou várias vezes e sua feição mudou.
Ela continuou olhando para ele e ele fez o mesmo, mas ele parecia um garoto comum dessa vez.
Ele se levantou devagar fazendo um pouco de careta, talvez por sentir dor. Ele saiu para fora  e olhou ao redor. Jogou seus braços para o ar esticando o corpo.
Ela sentia um medo incontrolável e isso a impedia de sair do lugar.
O garoto lá fora voltou a olhar para ela e entrou no caminhão. Ele agachou na sua frente e tornou a encarar seus olhos.
Ela teve uma leve sensação de que ele não era tão desconhecido assim. Seu rosto parecia um tanto familiar, mas não lembrava de onde o conhecia.
Aliás...de onde ela veio? Seu nome? Seu nome era...Li? Lia? Lia! Isso...seu nome era Lia.
Ela estava olhando o nada tentando lembrar qual era o seu passado, mas não havia lembranças.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Reino dos Meryns CAP 25


Pegasus estava me guiando para algum lugar.
Chegamos em uma vila com casinhas idênticas. Todas grandes, amarelas e bem construídas.
Entramos na primeira que avistei. Pegasus me lançou um olhar me passando segurança de que aquele lugar era bom.
Bati na porta e esperei. Ninguém atendeu.
Pegasus apoiou nas patas traseiras e empurrou a porta de leve. A porta se afastou um pouco e foi deslizando para a direita.
- Ahh não sabia que abria a porta assim... - eu disse mesmo sabendo que Pegasus não entendia o que eu falava.
Era uma sala redonda com um poste no meio. Reparei na parte, no teto e só então percebi que a casa inteira, era uma espécie de árvore com vários frascos com líquidos. Parecia uma fabrica de remédios...
- Annyeong? - uma voz feminina me fez pular de susto.
- Erm, desculpa eu não falo coreano, mas estava precisando de ajuda para os dois... - eu disse.
Ela ficou me olhando por alguns segundos e depois sorriu.
- O que houve? - ela perguntou com sotaque meio estranho.
- O Kris está com corte aberto e o Seungri...bateu a cabeça. - tentei não gaguejar.
A garota sorriu e assentiu.
- Me ajude a levá-los? - ela perguntou.
- Sim, claro! - eu disse indo em direção ao meu cavalo.
Levamos Seungri para uma mesa que estava no centro. Ela colocou o dedo em seu pescoço e me olhou.
- Ele nem vai precisar de nada...ele já vai acordar. - ela sorriu.
Seus olhos eram grandes, inocentes e brilhavam num tom de mel. O sorriso era tão jovial e parecia ser tão sincero quanto o sorriso de uma criança.
Fomos buscar Kris.
Pegasus estava deitado parecendo estar cansado.
Segurei nos braços dele e tentei levantá-lo. Seohyun fez o mesmo com as pernas, mas não conseguimos movê-lo nem por um centímetro.
- Nossa...ele não estava pesado assim... - eu disse.
Seohyun observou seu tórax e seus olhos cresceram.
- Isso é Kovat?! - ela perguntou.
- O que?
Ela largou as pernas rapidamente e apertou um botão na parede. Em seguida começou a revirar umas caixas de forma bruta.
Ouvi frascos quebrando e caixas caindo, mas ela continuava revirando tudo.
- O que está acontecendo?! - perguntei sentindo o desespero de Seohyun na pele.
Ouvi um "beep".
- O que está acontecendo? - ouvi uma voz masculina vindo da parede.
- O braço direito da Deusa está com Kovat. - ela dizia praticamente gritando.
O que era Kovat?!
- Ah caramba, está em que grau?! - a mesma voz perguntou já entrando em desespero também.
Ela olhou para Kris novamente.
- 3 º grau! Corre!!! - ela gritou.
Não demorou muito para que um garoto chegasse com uma caixa de frascos. Ele foi direto em Kris e começou a despejar um monte daquele líquido em seu corpo.
O garoto esperou.
- Não está funcionando. - ele disse.
Seohyun trouxe mais uma caixa com os mesmo líquidos.
Ele despejou o resto e esperou algum tipo de reação.
- Por que não está indo?
Percebi que o peito de Kris começou a ficar numa cor escura.
O garoto começou a rasgar as vestimentas de Kris e vi seu corpo ficando inteiro meio cinza.
O pescoço tinha uma pele aberta e ficava cada vez mais escuro.
- O que é isso?! - eu fiquei horrorizada.
Seohyun jogou os outros frascos.
Clareava um pouco, mas não adiantava muita coisa. Ficava cada vez mais cinza.
Eles pareciam não saber o que fazer.
- Onde está a Deusa? - ele perguntou.
- Eu não sei... - eu disse.
O garoto pegou um dos fracos jogou no chão quebrando. Ele pegou um caco e passou em seu braço fazendo escorrer sangue.
Senti um calafrio.
Ele começou a apertar para que saisse bastante sangue e começou a jogar no corpo de Kris.
Era mais eficiente que o líquido, pois retardava o tempo da cor se espalhar novamente.
Seohyun pegou um caco de vidro e afundou em sua pele.
Fechei os olhos.
- Não precisa. - ele disse. - Procurem a Deusa.
Olhamos uma para outra e não questionamos. Saímos correndo à procura da Deusa.

JOH Eu ainda não conseguia acreditar que havia aberto o primeiro portão para Siwon. Eu sei que ele era de confiança, mas como Deusa, eu não devo confiar em ninguém. Todo cuidado é pouco, quase nada. Eu poderia ter acabado com EXO! Eu agi sem pensar, mas estava relaxada. Nada aconteceu e realmente provou que Siwon era de confiança. - Eu quero ser seu braço direito. - ele disse se levantando. Eu também me levantei. - Não. - eu disse. - Sabe qual é o papel do braço direito? - Sei. - ele deu de ombros. - Não quero que seja um deles. Não que Siwon não era capaz de ser um deles, só que eu não tinha coragem para lhe dar tal cargo. Os braços direitos são os primeiros a serem machucados, são os primeiros suspeitos de tudo, são os que me defendem. Eu não queria que os braços direitos existissem, na verdade. Mas era preciso. - Posso lhe perguntar uma coisa? - ele ergueu levemente a sobrancelha esquerda. - À vontade. - respondi. - Você...já abriu algum portão pra alguém? - ele foi objetivo. - Não. - respondi. - Só você e quero que mantenha em segredo. Por favor. - Eu sei...isso pode não ser bom pra sua imagem. Assenti sentindo uma pontada de arrependimento por ter errado. - Apesar de carregar o maior cargo de EXO, apesar de ter muitos dons, apesar de ser a Deusa, você é uma Meryn. Você tem direito de errar também. - ele disse sério. Apesar de suas sobrancelhas marcar um olhar forte, seu queixo bem desenhado e um rosto num conjunto formar um rosto extremamente masculino, Siwon na maioria das vezes agia como uma criança. Mas de repente, ele demonstrou a verdadeira idade que tem. Parecia uma pessoa de experiências, de sabedoria, parecia um homem. - Mesmo que se eu acertasse, não daria tempo para fazer tudo melhorar. Não posso errar, Siwon. Aquele estresse estava acumulado em um grande rio de lágrimas que nem eu mesma percebi e veio à tona. Comecei a chorar incontroladamente sem motivo algum. Ele ainda olhava em meus olhos e não era difícil perceber que Siwon sabia como eu estava me sentindo de verdade. - Você abriu o primeiro portão para mim lembra? - ele disse num sussurro. - Suas palavras não significam mais nada. Engoli em seco. - Afinal, eu sei exatamente o que sente. - ele disse. - Sinto a batida do seu coração. A sua respiração. Sinto o seu medo e desespero percorrer por cada centímetro de seu corpo... - Chega! - eu me irritei. Ele sorriu de leve. - Está tudo bem. - ele disse. - Não precisa fingir que é uma pessoa que não é para mim. Eu continuava firme no meu lugar. Ele me encarou por longo tempo.
- Joh! - ouvi a voz de Seohyun atrás de mim. Siwon relaxou os ombros. - Annyeonghaseyo! - ela disse se curvando rapidamente. - A gente precisa da sua ajuda...o Kris está morrendo. - Lia disse. - Morrendo? - Siwon perguntou. - Sim. Ele está com Kovat. - Lia disse firme. Olhei para Siwon. - Vamos... - ele disse já correndo.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Reino dos Meryns CAP 24

Me recuei rapidamente já canalizando a energia. Ele continuou parado no mesmo lugar e eu conseguia prever que ele não faria nada. Mas mesmo assim eu estava totalmente insegura. Com a sensibilidade da pele senti as vibrações do vento para saber se estava cercada ou não, mas parecia que ele era o único por ali. Ele deu um passo devagar na minha direção e eu endureci o corpo. Me concentrei para que a energia já lhe banhasse para qualquer movimento brusco acabar com tudo aquilo. Droga eu queria ver seu rosto para tentar perceber pelo menos sua expressão e qual era o objetivo de tudo isso, mas seu capuz era grande demais. Pelas mãos eu pude perceber que era um garoto. Ele deu outro passo e eu o apertei um pouco mais. - Jenny. - sua voz de repente ecoou na minha cabeça me assustando. Relaxei os ombros. Ele deu mais um passo e dessa vez não foi tão assustador. De alguma maneira, sua voz me passou a impressão de que era uma pessoa confiável. Com um pouco de receio tentei tocar em seu capuz e ele nada fez. Agi vagarosamente para não assustá-lo e descobri seu rosto. Meu corpo inteiro se relaxou e ele sorriu. - Ah, não acredito...você está aqui!!! - eu disse realmente surpresa. Eu o abracei. - Sim, estou! Achou que se livraria de mim assim tão rápido? - ele começou a fazer cócegas não perdendo o costume. - Eu disse que estaria com você não importa aonde estivesse. - ele disse firme. Eu estava com muitas saudades dele e vê-lo me confortava muito. - Você sabia de tudo que iria acontecer? - Sim, sabia. E sei o que vai acontecer daqui pra frente. Percebi que havia um pouco de desespero e insegurança na sua voz. Ele parecia tão mais velho do que de costume que eu estava me perguntando se ele, era aquele mesmo cara por quem me apaixonei quando era Jenny. - É, na verdade sou assim. - ele disse provavelmente ouvindo meus pensamentos. - Na verdade, eu sou seu guia. - Meu...guia? - Sim. Sempre fui. - ele sorriu. - Sempre cuidei de você para que fizesse as escolhas certas. Aquilo me surpreendeu. - Eu não tenho muito tempo. Na verdade, não era nem para te encontrar novamente dessa maneira, mas estava com saudades. - ele disse meio afobado. - Ah, eu também! - sorri achando aquilo muito perfeito. - Eu vou estar o tempo todo com você como sempre estive, esse é meu dever. É. Ele sempre fez tudo para estar ao meu lado e nunca me deixar sozinha. Agora tudo faz sentido... -Parabéns pela luta contra os Narts. Você foi melhor do que pensei! - ele sorriu cheio de orgulho. - Daqui pra frente eu acredito que também fará o mesmo com as outras situações. - Eu prometo que darei o meu melhor. - Assim que se fala! Nós rimos. - Lia. - ele me chamou pelo nome Meryn. - Eu quero que me ouça bem, por favor. Isso é extremamente importante. - ele deu ênfase em cada palavra. Me preparei para ouvir. - Você vai ter que seguir todas as minhas instruções. Vou citar cinco chaves. Guarde bem e nunca se esqueça delas em momento algum, pois quando você achar que não há mais saída, terá que usá-las. Afinal, sou a chave para cada cadeado que encontrar travado. Me preparei para ouvir. - A primeira chave é: A resposta não está aqui. Apertei os olhos. - Segunda chave: Subsolo. - Subsolo? - fiquei ainda mais confusa. - Terceira chave - ele ignorou o que eu disse. - São apenas escolhas. Eu não estava entendendo nada do que ele estava dizendo. - Quarta chave: Aquele que tem o corpo inteiro coberto por imagens saberá como prosseguir. - Viu... - Quinta chave: O segredo está no interior. - E o que isso pode mudar? - perguntei. - Tudo. Se você não guardar essas chaves Lia, pode ser o fim do universo. Senti um choque tremendo. - Você está falando sério? - Super sério! - ele quase gritou. Eu o olhei meio assustada. Ele estava agindo como se estivesse louco. - Outra coisa. Você não pode falar para ninguém sobre essas chaves. Ninguém! Evite ficar pensando nelas ou tentar decifrá-las, pois ninguém pode saber delas e nem pensar que você sabe sobre o futuro. Entendeu? - Por que? - As pessoas podem mudar o rumo das coisas e se mudar, não há chave que possa salvar tudo o que existe. Comecei a ficar desesperada. - Eu vou te dizer coisas que eu não deveria dizer. Mas, acho que deve entender isso, porque será difícil demais para descobrir isso sozinha. Eu estava começando a levar a sério. - Você faz parte do círculo que vai salvar tudo quando estiver bem próximo do fim. Pessoas que você conhecia como Jenny e pessoas que conhece agora compõe esse círculo. - Que círculo? - Eu não posso dizer mais coisas que isso. Mas esse círculo tem que ter as pessoas certas ou não funcionará. Eu fiquei mais tentando guardar as coisas que ele dizia do que tentar decifrá-las. - Aja o mais rápido que puder. - ele disse. - Todo o tempo e pouco tempo. Assenti. - Use as chaves quando não encontrar solução. Na ordem, não confunda ou então não dará certo. Repita as chaves para mim. - ele pediu. Engoli em seco. - Primeira: A resposta não está aqui...Segunda: Subsolo. Terceira... - São apenas escolhas. - ele me ajudou. - Quarta: Aquele que tem o corpo coberto por imagens que saberá como prosseguir. - Isso. - ele sorriu. - Quinta: O segredo está no interior. - Te amo! - ele me girou uma vez. Eu acabei rindo. - Confio em você. Quer dizer, nós confiamos. - Nós? - olhei ao redor. - Nós quem? - Seus ancestrais, Lia. Muitos estão olhando e torcendo por você. Senti como se eu carregasse uma função extremamente importante. Como se eu não estivesse ali à toa. Ai caramba essas chaves pareciam monstruosas não faziam o menos sentido! - E se eu contar para Nichkhun? - perguntei. - Não... - Por que? Ele pode me ajudar a descobrir... - Lia, você está sozinha. É apenas você e eu. Nunca confie nas pessoas ao seu redor. Nem mesmo no seu próprio irmão. Fiquei um tanto assustada. Por que ele estava dizendo aquilo? - Não, ninguém te traiu ali. - ele disse novamente ouvindo meus pensamentos. - Mas pode ser que a pessoa te traia. E isso não vai ser nada bom. Será o eterno fim. - Por que não me conta logo o que vai acontecer? - perguntei. - Não dá! - Por que? - Quer mesmo saber? Assenti. - Alguém vai descobrir que você sabe e você morrerá. Senti o coração bater forte. - Nossa... - eu disse horrorizada. - Olha, eu sei que isso tudo é muito assustador, mas você precisa fazer isso. Não pense apenas nos Meryns, pense em todas as pessoas e seres vivos de todos os lugares do universo. - E meu propósito é... - Salvar todos. - Nossa que fácil. - eu disse irônicamente. - Mais fácil do que passar o chefão do Mario World... - Lia, não viaja. É sério. - ele disse rindo. - Tudo bem... - eu ri. - Eu entendi. - Me prometa duas coisas. - Diga. - Não conte à ninguém sobre as chaves, não dê nem indícios de que sabe sobre elas e evite ficar tentando descobrir o que significa. Você saberá a hora de usá-las. - Ok, prometo. - Outra coisa. Não morra. Senti um arrepio horrível. - De verdade. Você é a nossa última tentativa. Outras pessoas já estiveram no seu lugar, mas não deu muito certo. Elas tentaram seguir as chaves, mas acabaram falhando. Eu acredito que você consegue tirar de letra. Eu tive vontade de chorar de medo. - Vai ficar tudo bem, Lia. - ele tentou me confortar. - Você pode aparecer quando eu estiver em pânico? - Eu...não vou mais aparecer. - O que? Por que? - Eu não estou na mesma dimensão que a sua. Franzi a testa. - Quer que você... - Sim, estou morto. - ele sorriu. Devo ter ficado branca. Soltei um grito alto e ele tapou a minha boca segundos depois. - Está louca?! Não grite! - ele riu. - Ah não! Você só pode estar brincando comigo... - Não estou...Eu descobri um jeito de vir aqui pra te ver por alguns minutos, mas é só. Eu não vou te ver mais. Eu o abracei chorando. - Eu não acredito...o que houve? - perguntei. - Nada. Eu nunca fui vivo. - ele disse. - Nem quando eu era meu namorado? Ele riu. - Não... - Mas...como você vivia ali comigo? - Eu fiz coisas não permitidas, usei esse corpo para te acompanhar. - ele apontou para si mesmo. - Mas foi por uma boa causa. Ah, e não me chame de namorado...sou seu guia. Eu estava completamente atordoada que eu nem sabia o que pensar e sentir. - Então calma ai... - comecei a raciocinar. - Naquela vez que você me pediu em namoro quando eu disse que não queria mais a sua amizade você mentiu?! Ele segurou a cabeça. - Não foi bem assim... - ele tentou se explicar. - Você mentiu!!! Não acredito! Você nem ao menos gostava de mim! Fez isso só pra me acompanhar... - eu fiquei nervosa. - Eu amo você! Mas não desse jeito! E precisava arranjar um jeito de ficar do seu lado... Eu o empurrei e ele riu. - Lia, entenda... - ele pediu. - Ah, que merda! Pelo menos me dissesse então! - O que eu diria? Eu sou seu guia e preciso cuidar de você? Eu o olhei tentando imaginar a situação. É, realmente eu não acreditaria e ainda sairia correndo. - Viu como faz sentido? - ele perguntou. Fiquei realmente triste. Eu achei que ele tinha realmente me amado. - Você tem a sua pessoa certa, não vai sofrer por causa de mim. - ele disse novamente naquele tom confortante. Ele colocou a mão na minha cabeça. - Preciso ir. - ele disse. - Espera, você não pode... Ele começou a desaparecer. Ele estava desaparecendo! - Até a próxima. - ele disse. Ele desapareceu. Foi muito mais assustador do que a luta contra os Narts. Soltei outro grito.
 - Calma, o que aconteceu?! - Seungri pousou a mão em meu ombro me fazendo pular de susto.
- O Jonghyun...
- Quem é esse?
Ai droga. Eu não poderia pensar nisso, porque pensaria nas...
- Nada. - voltei ao normal.
- O que? Do que está falando? Quem é Jonghyun?
E agora?!
Ele ficou olhando pra mim esperando a minha resposta.
Eu não tinha outra escolha. Canalizei a energia até um galho e deixei que caísse em sua cabeça. Ele caiu no chão inconsciente.
Pegasus veio rápido para me ajudar. Coloquei Seungri em suas costas e fomos andando. Isso realmente aconteceu? Minha cabeça estava um nó tão grande que mal conseguia pensar.
 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Reino dos Meryns CAP 22

                JOH

                Passei horas e horas sentada apenas pensando na guerra. Meryns chorando, trabalhando, dando força um ao outro.
                - Joh, pare de pensar. Só vai fazer mal pra você. – Siwon disse com a voz vazia.
                - Pare de ficar ouvindo o que penso.
                - Não preciso ouvir pra saber o que está pensando... – ele disse sem muito se importar.
                Na verdade, Siwon parecia preocupado, mas ao mesmo tempo bravo.
                Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Siwon se levantou e saiu andando por aí. Ele nunca reagira dessa maneira.
                Ele estava sério e isso era preocupante.
                Entre as pessoas que corriam, vi Lia andando em minha direção com o Kai.
                Ela se aproximava e me olhava profundamente sem piscar.
                - Deusa? – ela perguntou.
                Eu sabia que ela estava extremamente confusa.
                - Oi, Lia. Já se recuperou? – tentei ser mais simpática possível.
                Ela demorou um pouco pra responder.
                - Sim... – ela respondeu ainda olhando fixo pra mim.
                - Kai? Está tudo bem? – perguntei.
                Ele assentiu sorrindo
                - Essa guerra...foi...assustadora. – Lia estava realmente assustada comigo.
                Kris percebeu a tensão no ar e me olhou.
                - Infelizmente, Lia...todas as guerras são...é complicado.
                Ela então abaixou os olhos.
                Consegui relaxar os ombros.
                - Podem fazer um favor? – perguntei aos dois. – Poderia ajudar o Lay para a cura dos feridos?
                - Com prazer, Deusa. – Kai respondeu de imediato.
                Lia sorriu, mas percebi o medo em seu rosto.
                Engoli em seco.
                Eles deram a volta e se foram.
                - Podemos conversar? – Kris perguntou.
                Assenti uma vez.

                Kris foi me guiando até a floresta privada.
                - O que está acontecendo? – ele perguntou calmo.
                - Eu não sei! Simplesmente eu percebi que não sou eu...Eu estou agindo estranho! – respondi de uma vez.
                - Eu percebi isso... – ele disse.
                Ele me olhou tentando achar alguma resposta.
                - Por que a Lia te olhou daquela maneira?
                Meu coração bateu mais forte.
                Kris era meu braço direito. Eu teria que contar pra ele.
                - Eu..fiz coisas ruins na guerra Kris...eu...matei alguns Meryns.
                - Quantos?
                - Não sei...mas foram muitos.
                Kris respirou fundo olhando pra mim.
                - E...eu quase matei a Lia. – conclui.
                Kris continuava me olhando.
                - Ninguém usou ilusão em você? – ele perguntou.
                - Se tivessem usado, eu teria bloqueado.
                - Alguém deve ter te manipulado. – ele disse.
                - Como? – perguntei perdida.
                - Não sei...
                De repente Kris tirou a espada e apontou em meu pescoço.
                - Kris...? – perguntei assustada.
                Ele continuava firme.
                - Kris o que esta fazendo?
                - Só abaixarei a arma quando você abaixar. – ele disse.
                - Abaixar a arma? Do que está...
                Minha mão esquerda apontava o seu joelho.

                

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Reinos dos Meryns CAP 21

                - Acho que não. Preciso saber como posso...
                A voz me forçou a acordar.
                - Ela acordou.
                Eu não conseguia enxergar com clareza, mas podia ver dois vultos pretos à minha frente.
                - Lia, não se mexa. – o mais próximo ordenou.
                Ao respirar fundo senti a lateral do pescoço latejar. Lembrei-me das lâminas quase tirarem a minha vida.
                Quase perdi a vida três vezes.
                - Ainda está sangrando. – o mesmo disse.
                Eu estava reconhecendo aquela voz. Parecia ser de Kai, não sei.
                Meus olhos se acostumaram com a claridade e vi o rosto de Nichkhun e Kai se formar.
                - Nichkhun! Nichkhun, você tá... – tentei me levantar.
                Meu pescoço doeu.
                - Está sangrando de novo. – Kai disse.
                - Kai... – eu disse quase sem voz.
                Nichkhun olhou pra ele, e Kai sorriu.
                - Oi Lia. – ele disse com a voz firme.
                - Acabou? – perguntei.
                - Já acabou, fique tranquila.
                - O que aconteceu?
                - Você salvou a minha alma. Só isso. – Kai disse super feliz.
                Nichkhun voltou a olhar pra mim.
                - Você também salvou a minha. – Nichkhun disse.
                Tentei sorrir.
                - Mas você se sobrecarregou. – Nichkhun terminou.
                Eu estava com uma tremenda dor de cabeça.

                Kai me obrigou a comer um pouco.
                Quando finalmente consegui me levantar sentindo o corpo velho e acabado, olhei no espelho e vi um corte gigante no pescoço aberto que não parava de sangrar.
                - É. Vai demorar pra isso parar. – Kai coçou a cabeça atrás de mim.
                Eu estava muito feliz por conseguir entender o que ele dizia.
                Sua voz era tão única.
                - Lembra que eu disse que nós não morremos? – Nichkhun perguntou.
                - Sim...
                - Na verdade, se o nosso corpo for “desfeito” nós deixamos de existir.
                Eu fiquei tentando entender.
                - Então, essas lâminas fazem com que sangre um bom tempo. A intenção é sangrar até que ele seque.
                Fiquei assustada.
                - Mas...nós já passamos algumas plantas que vão ajudar a parar. Taeyeon já cuidou disso.
                Assenti.
                - Obrigada... – agradeci aos dois.
                Kai passou o braço pelo meu ombro e percebi o quanto ele realmente fazia parte de mim.
                Eu não poderia viver sem ele, afinal ele era minha outra metade sem dúvida.
                Nichkhun sorriu.
                - Onde está Chanyeol? Eu não o vi depois que tudo terminou.
                O sorriso de Kai se desfez. Senti um arrepio só de pensar naqueles olhos negros.
                - Chanyeol não...é um Meryn. – Kai disse.
                Nichkhun o encarou um bom tempo tentando raciocinar.
                - Como nunca havia pensado nisso antes?! – de repente ele ficou bravo. – Eu nunca desconfiei de nada...
                - Eu sabia, mas não tinha como provar. – Kai disse.
                - Eu fui inocente. Nem sabia de nada... – eu disse mais pra mim mesma do que para eles.
                Kai me apertou um pouco mais.
                - Já foi. Ele já não está mais aqui, não tem com o que se preocupar. – Kai disse olhando para meu irmão.
                De repente me veio a imagem na cabeça.
                - Cadê? – perguntei. – Onde está a Deusa? Ela está bem? – perguntei.
                - A Deusa? Sim, por que? – Nichkhun perguntou.
                Os dois ficaram assustados.
                - Ela...quase me matou ontem a noite...e ela agia de forma muito estranha.
                Os dois se olharam.
               
                Joh.

            - O que faremos com os novatos? – um guerreiro cujo nome não me recordava me perguntava com desespero.
          - Cremar é a única saída. – respondi sem muito pensar.
          - Certo. – ele saiu correndo.
          - Tenho os dados concretos, Deusa. –Kris apareceu com os papéis.
         Ele era sempre muito atencioso.
         - Obrigado, Kris... – agradeci.
         Ele colocou o punho no coração e se curvou.
         Peguei o papel de sua mão e conferi.
         - 856 mortos...é isso mesmo? – perguntei.
         - Reconhecidos. – ele disse com um certo desconforto.
         Realmente essa guerra foi intensa.
         - Deusa? – Kris inclinou a cabeça de lado para ver meu rosto.
         - Me desculpe Kris, disse algo?
         - Não... – ele sorriu. – Mas pelo que já te conheço, você não está nada bem.
         Soltei o ar e acabei cedendo.
         - Realmente Kris...não estou bem. Além de muitos Meryns mortos, tem acontecido coisas estranhas comigo.
         - Que tipo de coisas estranhas? – ele perguntou.
         - Não sei bem explicar, mas sinto que algo está errado. Ainda vou descobrir o que é não se preocupe.
         Kris ficou pensativo, mas acabou assentindo.
        
         Fechei os olhos e vi aquela cena novamente. Eu estava lutando incontrolavelmente, mas...eu sentia que aquela era eu.
         Minhas mãos não paravam de se movimentar.
         Me lembro de ter visto o rosto assustado de Lia. Eu estava apontando a a espada em sua direção.
         Desejei que aquilo tivesse sido um terrível pesadelo, mas ao encontrar Lia sob cuidados de Nichkhun eu conseguia enxergar a lembrança em sua mente muito clara.
         Siwon me acordou do pesadelo com facilidade. O que ele fez?
         O que mais me deixa apavorada, é que de 856 Meryns mortos, sabia que pelo menos 50 deles eu causei.
         Inconsciente, mas consciente.
         Sabia que estava fazendo, mas fiz contra a minha vontade.
         O que havia acontecido comigo?

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Reino dos Meryns - CAP 20

                Quando Chanyeol se distanciou, percebi algo estranho. Era como se eu tivesse acabado de voltar de uma hipnose profunda em que havia vivido tudo em uma ilusão.
                Senti traída.
                Chanyeol havia me enganado.
                O corpo foi ficando fraco e senti que metade de mim não estava mais comigo. Minhas pernas não suportavam meu próprio peso e veio uma dor muito forte no peito.
                Uma série de sentimentos horríveis passaram por mim me deixando desesperada causando náusea. Bati os joelhos no chão e tive sensação de morte.
                Comecei a chorar de modo incessante.
                A metade da minha alma, do meu corpo, da minha vida, se fora.
                E ainda não tinha percebido até aquele momento, que eu precisava de Kai para viver.
               
                Mais Narts começaram a aparecer e eu mal conseguia levantar.
                Eles andavam calmamente na minha direção.
                Chegavam cada vez mais perto.
                Eu mal respirava.
                Era o fim?
               
                Um parou na minha frente. Ergui a cabeça com dificuldade e reconheci aqueles olhos.
                - Tiffa...ny? – perguntei.
                Ela sorriu e se agachou.
                - Olá, Lia... – sua voz estava diferente e extremamente assustadora. – Senti sua falta...
                Quase vomitei de desespero.
                - Você mudou...está mais bonita... – ela passou a mão no meu queixo. – Pena que é inútil!!! – ela gritou batendo forte no meu rosto.
                Reprimi o grito.
                Tentei apertar sua mão com a energia, mas eu estava fraca.
                Ela se levantou e segurou a própria mão reclamando de dor.
                Seus poros sangravam.
                - Sua vadia, o que você fez?! – ela gritou.
                Então ela tirou a espada e jogou na minha direção.
                Em poucos segundos senti o vento forte batendo no meu corpo.
                Abri os olhos e estava no céu.
                Pegasus voava rápido. Agradeci por pensamento acariciando seu pescoço e ele balançou a cabeça.
                Ajeitei-me em seu dorso e ele me levou até a central.
Percebi que Pegasus estava cansado.
- Ei, não se esforce tanto... - eu disse.
Ele continou o mais rápido que pode.
Olhei para baixo e vi muita gente. Um formigueiro de luta.
Fui acompanhando as pessoas com os olhos.
Todos os novatos estavam ali na guerra.
Donghae lutava com todo o esforço. Ele estava com bastante sangue no corpo, mas estava firme. O mesmo acontecia com Seungri.
Bárbara e Bidy tinham muita agilidade.
Eu procurava pela Deusa, mas eu não conseguia encontrar.
De repente avistei Minho e Thaís ali no meio.
Siwon estava com a camiseta inteira rasgada e deixava seu peito com um grande corte a mostra.
Suho era o único que não tinha feridas e nem parecia cansado.
- Ele é mesmo deste mundo? - perguntei espantada.
Pegasus de repente desviou de algo rápido quase me fazendo cair.
Estavam nos atacando do solo para o céu.
Pegasus continuou passando.
Vi um corpo estirado no chão.
- Ahh minha Deusa...Pegasus desça agora!!!
Comecei a entrar em desespero.
Pegasus desceu o mais rapido que pode.
Ele desceu justamente ali perto do corpo.
Eu já havia começado a chorar.
- Nichkhun!!! Nichkhun!!!
Ele não se mexia muito.
- Nichkhun me ouça!!! - eu berrava.
Ele mexeu um pouco os lábios. Minhas mãos tremiam por ver tanto sangue.
- Nichkhun... - meu peito doía. - Me responda!!!
Ele abriu um pouco os olhos. Eu percebia que ele fazia grande esforço para tentar se movimentar.
Sem pensar muito eu o carreguei nas costas e levei para dentro do dormitório.
Eu o levei no quarto e o deixei na cama.
- Nichkhun, fique aqui, fique aqui!!! - eu dizia enquanto eu pegava um pano e enrolava em seu corpo.
Chequei seu coração e estava quase inaudível.
- Nichkhun!!!
- Lia... - ele disse num fio de voz. - Preciso te...falar.. - seus lábios quase não mexiam.
- O que? - parei de repente o que estava fazendo.
- Recis te ala...
- Eu não entendo o que está dizendo.
- A Deusa...
- O que tem a Deusa? - fiquei preocupada.
- A Deusa...tem que salvá-la.
- Ela está em perigo?! - me assustei.
- Nós estamos...
- Nós estamos o que?!
- Em perigo...nós estamos...
Ele foi fechando os olhos.
- Ah não...Nichkhun!!!
Continuei enrolando as coisas nele.
- Lia, vai que eu cuido dele. - Taeyeon disse.
Eu estava chorando muito e não conseguia parar.
- Lia...
Ela segurou a minha mão e respirei fundo. De repente, me senti calma.
- Vá. Eu cuido dele. - ela me olhou nos olhos.
Assenti agindo racionalmente desta vez.
Peguei uma das sementes e coloquei na boca.
Em poucos segundos elas estouraram um gosto amargo. Engoli rápido.
Fui atrás da Deusa.
- Ele disse que nós estamos em perigo? - perguntei baixo.
De repente a semente começou a fazer efeito e me senti forte.
Comecei a correr. Pegasus corria devagar e mal conseguia respirar.
As pessoas tentavam me atingir, mas eu conseguia desviar de todos com facilidade.
Dei lhe uma semente e ele engoliu.
- É o fim. - ouvi uma voz.
Olhei em volta e vi Tatty no chão vomitand sangue.
O Nart ergueu a espada e tentou fincar nas costas dela.
Mentalizei rapidamente e o Nart explodiu em sangue sujando as costas dela. Tatty olhou pra mim assustada.
- Obrigada, Lia... - ela agradeceu antes de desmaiar.
Eu a carreguei e levei para dentro perto de Nichkhun.
- Cuide deles, por favor... - pedi à Taeyeon.
Ela assentiu.
- Pegasus, preciso ver todos de cima novamente. Preciso achar a Deusa o mais rápido possível. - disse enquanto corríamos.
Ele continuou correndo, mas ficou um pouco mais baixo. Segurei em seu pescoço e subi em suas costas.
Ele pisou em uma pedra e bateu as asas.
Ao chegarmos lá em cima, eu comecei a explodir todos os corpos que estavam tentando matar os Meryns. Aliás...haviam muitos novatos mortos no chão o que atacava meu estômago.
Finalmente, consegui achar a capa preta com listras douradas laterais.
Sem eu dizer nada, Pegasus desceu. Lembrei que ele não entendia o que eu falava, mas sim o que eu pensava.
Ela lutava com muita rapidez. Seu reflexo era incrível.
- Deusa! Deusa! - chamei.
Pousamos e ele continuou correndo. Desci e corri ao seu lado.
Ela continuava lutando.
Mas ela estava bem...por que Nichkhun disse para salvá-la?
Quer dizer...ele disse que estamos em perigo...
Realmente estávamos...só não conseguia entender a ligação com a Deusa.
Cheguei na sua frente, mas ela continuava lutando.
Os Narts tentavam me atingir e eu explodia os corpos.
- Deusa!
Ela continuou lutando como se não me ouvisse.
- Preciso falar com você! Será que...
Ela virou para o meu lado e avistei seu rosto pálido.
Ela tinha grandes bolsas embaixo dos olhos e sua boca estava sem cor. Seus olhos estavam negros.
- Deusa? - levei um choque.
Ela agia como se estivesse sem alma.
- Eu vou protegê-la...não se preocupe... - ela disse com a voz vazia.
Ela me causou arrepios. Ela não parecia cansada...ela parecia estranha.
- Por que está agindo assim? - perguntei.
Ela continuou lutando com uma rapidez fora do normal.
- O que você... - comecei a dizer.
Ela parou com a espada bem próxima do meu queixo.
Sua expressão era totalmente outra.
Saí correndo e Pegasus me acompanhou.
Cheguei onde Siwon estava rapido demais. Ué, ele estava mais perto daqui? Mas...ele estava longe...
- Siwon. - chamei.
Ele olhou pra mim, mas continuou colocando a espada no abdomem dos Narts sem dó.
Me curvei para vomitar, mas não saiu nada.
Tentei me recompor e segurei em seu braço.
- Onde... - ele começou a dizer.
- Vem. - eu disse.
Saí correndo com ele.
- AAAAAHHH!!!! - ouvi ele berrar bem alto.
Parei de correr e percebi que Pegasus fechou suas asas e eu estava arrastando Siwon.
Arrastando Siwon?!
Mas...Siwon tinha 80 quilos!
Soltei dele assustada. Seus pés estavam ralados.
Fazendo careta de dor, ele tentou ficar em pé e começou a mancar.
- Desculpe... - eu disse ainda sem acreditar.
Segurei em seu braço e o ajudei a andar.
Eu tinha a sensação de Siwon ter 1 quilo.
- Siwon, se me permite...
Ele nem pensou e o carreguei nas costas. Eu achei aquilo realmente estranho. Pensei em fazer perguntas, mas saí correndo, pois não tinhamos muito tempo.
Nós a encontramos no mesmo estado.
- Siwon, a Deusa não parece bem. - eu disse.
Siwon ficou em pé assustado com a cena.
- O que houve com ela? - ele perguntou.
- Eu não sei...tinha vindo agora pouco.
Ele foi perto dela.
- Deusa... - Siwon disse.
Previ tudo em câmera lenta. Usei a energia para bloquear a espada da Deusa.
Ela estava a centímetro de atingir o pescoço dele.
Siwon estava com as mãos na frente se protegendo.
Ele a olhou nos olhos e ficou realmente assustado com o que via.
- Joh...?
Ela era realmente muito forte e eu quase não poderia suportar barrá-la.
Fechei os olhos e fiz o máximo de força para prendê-la.
Ela estava imóvel agora.
- Joh, me ouça.
Percebi que eu não tive que usar tanta força mais, pois Joh estava cedendo.
Eu os protegi explodindo outros corpos.
De repente ficou um silêncio.
Siwon a olhava em choque e Joh continuava tremendo fazendo força para tentar atingi-lo.
Mas...ela não tinha expressão.
- Joh...pode me ouvir? - ele perguntou com calma.
Ela cedeu mais um pouco.
- Continue... - quase nem consegui falar, pois ainda usava muita força.
- Joh...sou eu Siwon...
Ela amoleceu o braço deixando a espada cair.
Seu rosto foi ganhando cor. De repente seus olhos eram azuis novamente e ela estava assustada.
- O que aconteceu? - Siwon perguntou.
Eu a soltei e senti o corpo inteiro doer.
Virei para o lado e comecei a vomitar. Mal conseguia respirar.
- Siwon, cuide dela... - eu disse.
Ele assentiu.
Corri até o salão para verificar Tatty e Nichkhun.
Estava tudo mais calmo. Os Narts haviam desaparecido e muitos Meryns estavam no chão cansados.
Taeyeon estava agachada passando pano molhado em seus ferimentos.
- Taeyeon...está tudo bem com eles? - perguntei.
- Sim. Eles só estão cansados demais.
- Ah sim...precisa de algo? - perguntei.
- Não, já tenho tudo.
- Taeyeon, ta tudo bem aí? - alguém apareceu na porta.
Era Mandy.
- Oi Mandy. - eu disse.
Ela se assustou.
- O que foi? - perguntei também um pouco assustada.
- Onde esta o Chanyeol? - perguntou.
- Ele...foi.
Ela relaxou os ombros.
- Ainda bem que nada lhe aconteceu... - ela disse parecendo estar aliviada.
- Como assim?
- Eu sabia de tudo, mas eu não conseguia falar com você. Chanyeol consegue manipular acões dos Meryns e não deixou que tivéssemos qualquer tipo de contato. Toda vez que eu tentava falar com você, meu corpo inteiro doía.
- Nossa...e nunca percebi isso..
- Apenas eu sabia que ele era um Nart...
Engoli em seco.
Se eu dissesse pra alguém, talvez ele mataria.
Eu não podia acreditar que ele realmente havia feito aquilo, como pode enganar a nós?
- Mas...ainda bem que ele já se foi... - Mandy sorriu.
Ela foi ajudar Taeyeon.
Eles estavam seguros.
Fui lá fora para ver se encontrava mais Narts.
Mas estava deserto.
Donghae e Seungri ajudavam as pessoas machucadas.
Encontrei Suho andando com as mãos nos bolsos sem nenhum arranhão.
Ele me encarou.
Eu o encarei de volta. Ele veio na minha direção e parou do meu lado.
- É melhor ir ajudar o Kai, ou pode ser o seu fim. - ele disse.
Kai?
Corri pelos campos e Kai não estava.
Ouvi um rugido.
Segui o barulho para ver.
Avistei de longe algo gigante no ar.
Era...um tigre. E ele estava brigando.
Ele ficou olhando para o adversário em posição de defesa.
- Por que não me mata logo?!
Era a voz do Kai.
Corri até eles.
Kai estava olhando para o enorme tigre.
- Dave. Me mate. Agora! Eu ordeno! - ele gritou.
O tigre fez um barulho horrível, mas não o atacou.
- DAVE!!!  - ele gritou.
O tigre gemeu como se estivesse chorando.
Kai atirou a espada em sua pata. O tigre gritou de dor, mas continuou em seu lugar.
Kai parecia ter se irritado e foi em direção ao tigre.
Eu corri contra ele e acabei atirando o contra o chão fazendo ralar suas costas na terra.
Kai ficou no chão sem olhar pra mim.
- Kai, pare. - ordenei.
- Isso vai acabar mais rápido do que imagina. - ele disse tentando se levantar.
Kai disse?!
Disse a minha língua.
- Não vai acabar! - eu disse com a voz meio descontrolada segurando firme seus ombros no chão.
Ele olhou para mim.
- Você...me entendeu? - ele perguntou.
- Sim e quero que pare! Agora!
Ele se levantou e me ajudou a levantar para que olhasse para mim.
- Como? - ele perguntou.
Chanyeol...eu tinha certeza.
Kai me olhou profundamente.
- Ah meu amor... - Kai se aproximou.
De repente ele olhou acima da minha cabeça e parou.
- Fique onde está ou metade de seu corpo estará morto. - ouvi uma voz familiar.
Kai não se moveu um milimetro.
Olhei em meu ombro e vi a lámina bem perto.
Fechei os olhos.
- Quem diria...Kai.. - ela riu.
Eu estava reconhecendo aquela voz..
- Nunca achei que o veria nesta situação. - ela disse.
Era a mulher que havia matado a Julia!!! Eu tinha certeza!!!
- Hyuna, largue esta espada. Podemos fazer um acordo.
- Acordo? Que benefícios posso ter com vocês vivos?
Kai ergueu a mão e ela encostou a lámina gelada perto da minha orelha.
Engoli em seco.
- Lhe...entrego um pedaço do meu ser para lhe servir... - ele disse.
O que ?! Kai não estava fazendo isso.
- Mas tem que conservar a vida de Lia. - ele disse.
Hyuna afastou um pouco a espada e apertei seu corpo com a energia.
Mas ela era extremamente forte. O máximo que ela fez, foi sentir uma pontada de dor até soltar a espada.
Ela começou a tossir e eu peguei a espada rapidamente apontando em seu queixo.
- Lia, calma... - Kai veio do meu lado.
- SAIA DAQUI. AGORA! - ordenei.
- Ou o que criança? - ela riu.
- Ou você já era...
Ela riu tirando a espada da sua frente com a ponta do dedo.
- Sua namoradinha é invocada né? - ela disse com aquela vez de cobra.
Quando ela andou percebi que tinham mais duas pessoas ao seu lado.
Um tinha a cara bem fechada.
E o outro olhou pra mim. E era Chanyeol.
Ela segurou no meu pescoço.
- O que vai fazer agora? - ela perguntou com mais raiva. - Vai querer me matar?!
Algo estava me dizendo pra dizer o que estava pensando.
- Não me ameace...eu posso lhe matar facilmente, já que sua outra metade não vive mais...
Sua expressão se desmanchou em desespero.
- O que? - ela me soltou.
Sua voz nem parecia mais a mesma.
- Sua vida pode acabar aqui e agora. - eu afirmei. - Está sozinha agora...Hyuna.
Também notei a mudança de expressão no rosto dos dois.
- Você quer mesmo prosseguir? - eu ri.
O de cara mais fechada colocou a mão em seu ombro e eles saíram andando.
Chanyeol ficou parado nos olhando.
- Saia daqui. Agora. - eu disse com frieza.
Chanyeol olhou para Kai e se foi.
O tigre os observou saindo.
- Finalmente estamos livres agora... - Kai disse parecendo estar aliviado.
Assenti.
- Lia?
Tudo se apagou.