domingo, 28 de dezembro de 2014

Continuaçao 50

   - Essa promoção não vai entrar nesse mês. - Paty dizia enquanto rabiscava na lousa. - O mês que vem nos favorece tanto para o lado do comércio quanto o nosso bolso. - ela fez graça batendo no bolso o que levou a todos rirem.
   - Então atrasarei os pedidos para o mês que vem. - um garoto se ofereceu.
   - Ótimo! Quanto o folheto de propaganda, tem como aumentar um pouco as bordas e trocar a cor para azul? Vermelho me lembra catchup, não sei porquê. - Patricia brincou novamente.
   - Sim, cor quente definitivamente não combina com saúde, mas o ex chefe nunca me entendia. Ele gostava de vernelho e ponto. - uma moça de óculos coloridos respondeu.
   Paty sorriu.
   - Obrigada, a reunião encerra aqui. - ela disse guardando suas coisas.
   Taehyung sorriu fazendo um gesto com as sobrancelhas que a fez sorrir de longe.
   - Patricia, me desculpe os funcionarios... - o secretario veio logo que todos sairam. - Eles não sabem que a senhora...tinha uma ligação próxima com o ex presidente Jeon Jungkook no passado...
   - Tudo bem. - ela sorriu.
   - Sinto muito pela perda, senhora.
   - Só Patricia. - ela se sentiu incomodada.
   - Ah, sim claro. - ele sorriu sendo simpático. - Quero lhe parabenizar o seu novo cargo e elogiar suas idéias!
   - Obrigada! Tenha um bom descanso! - ela se curvou.
   - Igualmente! - ele se curvou e foi saindo.
   Taehyun veio andando com as mãos no bolso se achando com seu traje estilo sport chic.
   - Está se saindo bem por estar pouco tempo na chefia... - ele sorriu.
   Ela evitou olhar em seus olhos. Tinha que confessar que ele estava realmente bonito.
   - E ai? - ele parou na sua frente. - Não vai aceitar meu convite ainda?
   Ela gostava muito dele, ele era alguém realmente importante para ela, mas seu amor por ele não era tão forte quanto sentia por Jungkook.
   - Desculpe, Taehyung... - ela disse.
   - Tudo bem. Amanhã eu tento de novo. - ele sorriu.
   Ela balançou a cabeça sem acreditar.
   - Não te irrita as pessoas dizendo que sente muito pela perda, quando na verdade ele não morreu? - ele perguntou.
   - Sim...- ela acabou rindo.
   - Será que as pessoas não pensam um pouco? Se você não tem nenhuma ligação com ele, nenhum parestesco nem nada, como ele iria passar a empresa em seu nome segundos antes de morrer? Isso não faz nenhum sentido...
   Ela riu.
   - Acho que eles se perguntam sim...mas acho que acabam apenas aceitando. - Paty respondeu.
   Ele assentiu duas vezes.
   - Você gosta dele né? - Taehyung lhe jogou um olhar meio chateado, mas conformado ao mesmo tempo. - Eu acho que eu não seria capaz de ficar longe de você mesmo sabendo dos riscos. Acho que sou egoísta demais..
   Paty olhou o chão envergonhada.
   - Ainda mais sabendo que tem um cara que gosta de você bem pertinho. - Taehyung estreitou o olhar. - Ah, não mesmo! - ele riu.
   Ficou aquele silêncio.
   Talvez se Jungkook nunca tivesse parecido em sua vida, não haveria dúvidas de que estaria com Taehyung. Mas...simplesmente não consegue imaginar a vida sem ele.
   - Bom, eu vou indo...quer carona? - ele perguntou.
   - Não, obrigada...ainda tenho que fazer algumas compras...
   - Ok...então...até amanhã! Se cuida, senhora Patricia...- ele fez graça.
   Ela acabou rindo.
   Na mesma hora uma mensagem chegou em seu celular.
   " Tem um tempo?" - Jungkook.
   Ela sorriu ao ler.
   " Estou saindo agora! Por que?"
   " Vamos sair!"
   " Pra onde?"
   " Para onde foi o nosso meio-primeiro encontro..."
   " Erm...tivemos encontro?"
   " Bom, pra mim foi tão perfeito quanto...hahah vamos para o Japão. Pegue o avião daqui uma hora. Deixei sua passagem com a recepcionista lá."
   Ela sorriu sem conseguir conter a lagrima.
   " Obrigada...te amo muito!"
   " Eu muito mais...até!"
    Ela tratou de voltar pra casa o mais rapido possivel.

   Ao pousar na sua cidade natal, olhou em volta e avistou belas paisagens.
   - Nossa...está ainda mais bonito que a ultima vez...- ela sorriu.
   " Que tal um sorvete?" - Jungkook
   " Pode ser!"
   Ela foi andando até a sorveteria ali perto e sentou esperando a moça vir lhe atender.
   - Patricia? - ela perguntou.
   - Sim?
   - Mandaram pra voce. - ela deixou uma taça de sorvete.
   Tinha alguns bichinhos coloridos e um papel.
   " Com amor, Jungkook :)"
   Ela sorriu sentindo o coraçao a mil.
   - Esse garoto... - ela deu a primeira colherada.
   " Pelo seu sorriso, da pra ver que gostou!"
   " Obrigada!"
   Ela pediu para que a moça enviasse outra coisa à ele. Pegou a caneta e escreveu no papel:
   " Mesmo que o tempo passe...e se mesmo assim não ficarmos juntos...saiba que ainda vou te amar...sempre estarei te esperando."
   Entregou a ela e olhou para os lados discretamente procurando por ele.
   Ela o viu sentado do outro lado bem no canto. Ele estava perfeito com seu jeito menino crescido, roupa elegante.
   A moça lhe entregou o papel com os decorativos. Ele sorriu ao receber.
   Ele abriu o papel e sua expressao ficou seria. Ficou minutos olhando o mesmo ponto no papel.
   Finalmente Jungkook levantou os olhos e não resistiu não olhar pra ela. Seus olhos estavam prestes a chorar. Ela tambem sentiu a mesma agonia.
   Ele pegou o celular e digitou.
   Paty leu depois de alguns segundos disfarçando.
   " Ainda ficaremos juntos. Pode ter certeza" - Jungkook.
   Ela sorriu.
   Os dois tomaram seus sorvetes.

   Jimin repetia os mesmo passos na frente do espelho.
   - Sinto muito, cara. - Seungri disse.
   - Não precisa...não estou sentindo nada. - Jimin disse sem perder o ritmo.
   - Sua bunda ne? Está estampado na sua cara que você está pensando nela...
   - Então me ajuda a esquecer! - ele se irritou e desligou a musica se jogando no sofá.
   Jimin esfregou os olhos para não chorar.
   - Vai deixar assim? Não vai fazer nada? - Seungri perguntou. - Vai atras dela!
   - Fazer o que criatura? Nao tenho o que fazer...ja estou me mudando para não vê-la nunca mais...
   - E sera assim?
   - Sera assim...
   Seungri estava chateado por ele. De verdade...ele era o unico que acompanhou desde o inicio o que Jimin havia feito por Julia, entao ele sabia o quanto o garoto a amava.
   - Eu...só vou deixar isso mal resolvido. Como se fosse minhas esperanças sabe? - Jimin disse mais calmo. - Não terminamos o que nunca começou, mas pelo menos eu tenho consciencia de que ja existiu...e se nao nos despedirmos, sinto que ainda estamos ligados. Entao talvez ainda possa acontecer algum dia.
   Seungri assentiu devagar. Como um irmao mais velho, Seungri abraçou Jimin apoiando-o.


   - Está doendo doutor... ahhhhhhhhhhh!!!! - o garoto gritava muito alto.
   Jin fazia careta de dor nos ouvidos.
   - Precisa relaxar! Preciso ver o que é! Se for algo grave?! - Jin disse.
   - Mas estou com medo!!! - o garoto gritava. - Eu não posso morrer, doutor!
   - Eu vou te ajudar! Se acalme...apenas respire fundo e me deixa ver...
   O peito do menino estava muito machucado. Jin estava desconfiado que com o impacto do acidente tenha afetado o pulmao, mas nada muito grave e que nao poderia ser resolvido.
   - Dói muito... - ele suava.
   Jin apertava examinando-o.
   - Ahhhhh isso dói sabia?! - ele reclamou novamente. - Pelo jeito o doutor não sabe o que é dor!!!
   Jin achou aquilo tão ironico.
   - Eu não sei o que é dor? - Jin riu sarcasticamente. - Eu não sei o que é dor?!
   O garoto se assustou.
   - Garoto, voce ja amou de verdade? Alguem que não ama você?
   - Não senhor...
   - Então quando isso acontecer, essa sua dor aqui vai ser cócegas pra voce. Voce vai gritar 30 vezes mais...
   Jin apertou novamente e ele gritou.
   - Se dói tanto...por que as pessoas amam? - o garoto perguntou.
   - Não ama porque quer. Simplesmente ama. É como um acidente.
   - Que droga, tomara que eu morra antes disso...
   Uma garota chegou desmaiada no colo de um medico. O garoto ficou totalmente com a atençao voltada pra ela.
   A garota era linda, branquinha, jeito tao delicado...
   Jin continuou examinando-o e o garoto nem se mexia.
   - Doutor...quanto tempo demora pra amar? - ele perguntou.
   Jin olhou para o lado e ao perceber a situaçao acabou rindo.



   - Tem tido tontura, medo, algo fora do normal? - a psicologa perguntou.
   - Não...estou tranquila. - ela sorriu.
   - Que bom...ainda bem né?
   Julia sorriu feito criança.
   - Está liberada! - a psicologa disse. - Cuidado ao voltar pra casa!
   - Pode deixar!
   Julia saiu dali aliviada. Finalmente poderia tomar um ar puro...
   Depois daquela briga horrivel que gostaria de não lembrar nunca mais, suportar a bomba de revelações do tipo que seu pai era chefe de policia em segredo assim como a mãe de Patricia que trabalhava secretamente como detetive, que a escola em que estudava era apenas de gente de muito poder e a maioria deles trabalhava para a mafia, que o destino deles também por estudarem ali seria seguir esse caminho, mexeu totalmente com seu psicologico. Sua vida sempre foi um risco e ela nunca soube. Sempre teve pé em perigos, mas sempre tinha alguém salvando-a nas suas costas.
   Essa foi uma das milhares de vezes que correu risco de vida. E sempre será assim.
   Parou em frente a escola e a observou.
   - Eu acabei nem apresentando a dança que ensaiei tanto...nem...Jhope...
   Se interrompeu ao lembrar qualquer coisa sobre ele. Não queria pensar o quanto era triste saber que ele iria se formar em pouco tempo e não conseguiu.
   - Ei!!! - ouviu uma voz cortou seus pensamentos.
   Um carro preto estava parado ao seu lado acompanhando seus passos.
   Ela olhou assustada para ver quem era.
   - Estou te chamando faz tempo, mas acho que você está com a cabeça laaaaa longe... - Taeyang disse sorrindo.
   Seu coraçao disparou ao vê-lo.
   Ele estava estilo bad boy com boné e óculos escuros. Mas não havia roupa ou acessorio que lhe dava a imagem de ruim, quando ele abria aquele sorriso fofo.
   - O que faz aqui? - ela perguntou surpresa.
   - Vim te buscar! - ele sorriu.
   Há quanto tempo ela não via essa cena. Era como se tivesse voltado no tempo em que eles namoravam.
   Aquele sentimento naquele momento era ainda maior que na época. Bem maior.
   Só então percebeu o quanto sentiu a falta dele. O quanto ele fazia parte de sua vida e o quanto o amava.
   Eles ficaram parados olhando um para o outro. Julia não conseguiu conter algumas lágrimas e ele também teve a mesma sensação. Como se finalmente tudo tivesse voltado a dar certo e nenhum dos dois conseguiam acreditar.
   - Entra.. - ele disse de forma suave abrindo a porta.
   Ela enxugou as lágrimas com a manga da blusa e entrou no carro. Tiveram o mesmo pensamento de abraçar um ao outro.
   Ele acariciava seu cabelo e lhe abracava com gentileza.
   - Desculpe te fazer passar por tudo... - ele disse com a voz macia.
   Ela apenas chorava. Ele a deixou chorar em seu ombro por alguns minutos.
   Aquele momento parecia irreal. Taeyang achou que nunca seria possivel chegar perto da pessoa que ama, muito menos abraça-la. Julia ainda não acreditava que Taeyang fora a maior decepção de sua vida e achava que nunca iria conseguir perdoá-lo. Saber que o que passaram foi amor real, que não foi um nada, foi a maior alegria de todas.
   Ele beijou seu cabelo e deitou a cabeça na dela.
   - Senti a sua falta pequena...muita. - ele disse com a voz rouca.
   Ela já estava soluçando.
   - Desculpa ter demorado pra te encontrar de novo...já faz um mês e eu não fiquei do seu lado... - ele disse.
   - Idiota...você tinha que cuidar de você! - ela lhe deu um tapa no braço. - Passou uma semana no hospital e depois mais três dias de recuperação em casa quer mais o que?!
   - Eu fiquei com medo também de qualquer coisa...sei la...eu trago riscos pra você. Eu achei que era muito recente ainda pra te ver...
   - Não deve desculpas por nada... - ela o soltou para vê-lo nos olhos. - O que importa é que você voltou.
   Ela tirou seus óculos escuros para que conseguisse enxergar seus olhos. Sorriram um para o outro quando ela o viu chorando também.
   - Eu te amo mais que tudo Julia...sempre te amei e sempre te amarei. - ele disse. - Não importa quantas vezes me rejeite, ainda amarei você e mais ninguém...
   Ela sorriu feliz.
   - Eu também sempre te amei, Taeyang. Por mais que eu não quisesse, eu sempre te amei. - ela disse com o coração doendo.
   Ele sorriu.
   - Não gosto de te ver chorar. - ele disse. - Vamos te levo para algum lugar. - ele disse colocando a marcha no lugar.
   Ela riu.
   Uma mensagem chegou no seu celular.
   " Unnie, vou me casar!!!" - Joh
   - O que? A Joh vai casar?! - Julia perfuntou.
   - Sério?! - Taeyang sorriu.
   Os dois se olharam por um momento.
   - Julia...olha...eu disse que não importa quantas vezes me rejeite, eu ainda vou te amar, maaaas eu não gosto muito de ser rejeitado. - ele explicou. - Estou com medo de pedir pela segunda vez.
   - Ah, qual é?! - ela riu. - Dessa vez você tem quase certeza..
   Ele sorriu e a olhou.
   - Tenho...? - ele fez uma expressao alegre.
   Ela ficou envergonhada.
   - Você...aceitaria? - ele perguntou com receio.
   Ela respirou fundo.
   - Lógico! - ela respondeu.
   Ele ameaçou gritar e logo tapou a propria boca fazendo com que ela gargalhasse.
   - Vamos à joalheria...agora. - ele sorriu de orelha a orelha.
   - Vai ter que me pedir direito!!! Olha o jeito que me pediu!
   - Vou ter que pedir pela terceira vez?
   Ela fechou a cara.
   - Pedirei quantas vezes quiser. - ele piscou.
   Os dois riram felizes.


   FIM

sábado, 27 de dezembro de 2014

Continuação 49

   TOP caminhou até a sala novamente e viu Taeyang brincando com a bolinha de gude sentado no sofá.
   - O que me diz? - Taeyang perguntou.
   TOP soltou uma risada sarcástica.
   - Você é muito pior que eu. - TOP se aproximou dele. - Você acha realmente que eu vou te perdoar me entregando a porcaria da tua fortuna?!?! - ele foi erguendo a voz aos poucos.
   Taeyang se sentia culpado, mas não sabia o que fazer.
   - Eu não estou pedindo perdão, mas só que acabe com isso. - Taeyang pediu.
   - Eu vou acabar... - TOP o encarou. - Mas do meu jeito.
   TOP agarrou a sua gola.
   - Sabe que foi um erro ter vindo até aqui...não sabe? Você não vai passar por aquela porta, nunca mais! - TOP apontou para fora.
   - Quer realmente me matar? - Taeyang perguntou.
   TOP o jogou no chão.
   - Não...quero matar a sua menina...mas não é má idéia. - TOP o olhou.
   Tirou uma arma do bolso e apontou para Taeyang lentamente.
   - Não achei que seria tão fácil assim... -  TOP disse. - Que decepção.
   A medida em que TOP chegava mais perto de Taeyang, o coração de Julia parecia chegar até a garganta e voltar.
   Estavam todos aos redores prontos para atirar a qualquer momento.
   Namjoon apareceu todo esbaforido.
   - Gente, não vamos conseguir. Somos pouco. Muito pouco. - ele disse. - Do lado de fora tem tanta gente que da pra preencher um estadio inteiro de futebol.
   Os meninos se entreolharam.
   - Acho que...já era. - Namjoon estava com o rosto pálido.
   Joh estava logo ali atrás com os olhos inchados. A expressão deles assustava Julia. Ela olhou para o centro novamente e Taeyang parecia estar reagindo.
   Taeyang se levantou sem movimentos bruscos.
   - Você quer realmente matá-la? - Taeyang perguntou.
   TOP não respondeu e continuou com a arma firme apontada para a sua direção.
  
   - Temos que pensar em outra rápido! - Namjoon disse para todos.
   - Não tem como! Taeyang já está nas mãos dele! - Chanyeol disse de volta.
   O primeiro passo do plano era tirar toda a guarda de TOP. Enquanto isso, Taeyang iria estar tomando o tempo dele distraindo-o com qualquer coisa. No final, quando Taeyang desse o sinal, todos iriam contra a gangue interna de TOP para concluir. Mas a primeira parte não foi feita, então seria impossivel pular para a segunda.
   Julia esfregava as próprias mãos de nervosismo. Via TOP pronto para atirar  em Taeyang e ela estava parada ali sem fazer nada. Ela agiu por impulso e começou a caminhar em direção à ele.
   - Julia, aonde está...volta aqui!!! - Namjoon tentou impedi-la.
   Julia pensou em algo rapidamente e começou a atuar. Ela chegou batendo os pés como se estivesse explodindo de raiva. TOP olhou para o lado e sorriu ao vê-la.
   - Prazer Julia... - TOP disse.
   Ela nem deu atenção à ele e fuzilou Taeyang com os olhos. Taeyang a olhou realmente assustado.
   - Seu filho da mãe!!! Quem você pensa que é pra fazer o que fez?! - ela gritou realmente alto.
   Julia pensou em tudo de ruim que Taeyang já havia feito à ela. Tentou fazer com que aquela raiva anterior voltasse.
   TOP assistia tudo sem entender.
   - EU NUNCA TIVE TANTO NOJO DE ALGUÉM QUANTO TENHO DE VOCÊ!!! - ela gritou ainda mais alto.
   Ela chutou suas costas bem forte. Taeyang reclamou de dor.
   - Você tirou a vida de todas as minhas amigas!!! Você fez um acordo sujo com meu pai e ainda tem a coragem de dizer que fez tudo por amor?! - sem querer lágrimas começaram a sair de seus olhos como se revivesse aquela época em que achou que isso tudo era verdade. - COMO PODE CHAMAR ISSO DE AMOR?!?! - ela o chutou novamente.
   Ele fechava os olhos fortemente segurando a dor.
   - Ela e enlouqueceu ou o que?! - Namjoon estava desesperado.
   Chanyeol estava pensando.
   - Acho que sei aonde ela quer chegar, mas não sei se isso vai dar certo, mas vai ajudar... - Kai disse.
   Chanyeol assentiu devagar.
   Namjoon colocou a mão no ouvido ao ouvir alguém dizer algo no fone.
   " Namjoon, nós conseguimos fazer a metade do trabalho do lado de fora. Será que pode nos ajudar?" - ouviu a voz do delegado.
   Namjoon teve uma ponta de esperanças.
   - Vamos sair. - Namjoon disse abrindo o microfone para todos.
   Quando passaram pelo corredor, viu que toda gangue obedeceu a sua ordem.
   - Todos nós teremos que agir com calma e ser espertos agora. - Namjoon disse para todas aquelas pessoas.
   Todos assentiram. Namjoon respirou fundo.
   - Preparados? - ele perguntou.
   Todos ficaram em posiçao.
   - Se espalhem por todo o canto e se ajudem... - Namjoon disse. - Três...dois...um!
   Alguns pularam no teto e sairam por uma saida secreta.
   Alguns apertaram um botão que dava para o subsolo.
   Namjoon ficou impressionado com tudo aquilo.
   - Vamos! - Suga gritou de longe.
   Namjoon percebeu que era o unico que estava ali dentro ainda. Ele correu até a porta e saiu também.
   Viram tudo como uma guerra. Era pessoas brigando por todo o canto. Tinha pessoas que brigavam na mão por estar sem armas.
   - Todos estão desarmados?! - Namjoon perguntou no fone.
   - Quase todos! - o delegado disse.
   - Ótimo! - Namjoon quase sorriu.
   Ele atirou em várias pessoas salvando os guardas.
   - Obrigado, Namjoon. - os guardas vinham agradecer com as roupas rasgadas cheios de machucados pelo corpo.
   Assim como eles, as armas estavam acabando. Jimin foi o primeiro a começar lutar com as mãos.
   Depois de alguns segundos, todos faziam o mesmo, mas o número de pessoas era bem menor. Por sorte, a maioria dos meninos ainda estavam ali lutando.
   Namjoon se sentia cansado e sem forças, mas continuava lutando. Seu peito queimava de cansaço.
   Aos poucos um mar de corpos se formava no chão. Quando aquela bagunça toda acabou, Namjoon observou ao redor várias vezes certificando de que tinha acabado mesmo.
   - Deus...ainda estou vivo... - Namjoon disse caido de joelhos.
   Percebeu que Jin vinha em sua direção. Algumas pessoas que ainda tinham vida, tentaram pegar em seu pé e Jin chutava a todos com toda a raiva do mundo.
   - Namjoon...Namjoon... - Jin estava todo machucado e respirava pesado.
   Namjoon mal se mexeu de cansaço. Continuou deitado no chão.
   Jin se aproximou dele e segurou sua gola.
   - Seu...desgraçado. - Jin disse quase voz.
   Jin lhe deu um soco no rosto. Namjoon havia levado tanto soco no rosto que não sentia mais nada naquele momento.
   - Essa vai ser...- Jin tomou o ar. - Vai ser a ultima vez...que eu luto por ela.
   Jin começou a chorar.
   - Eu acho bom...você protegê-la por mim...entendeu?! - Jin gritou nervoso.
   Ele não parava de chorar e Namjoon parecia não ter nenhuma reação.
   - Por que ela escolheu a voce e não a mim?! - Jin gritava em seu rosto.
   Namjoon fechou os olhos sem saber o que dizer.
   - Eu só estou poupando a sua vida...porque... - Jin tossiu. - Porque você é o unico que a faz sorrir.
   Jin alternava entre chorar e gritar. Ele pensou em dizer mais coisas, mas não queria mais olhar o rosto de Namjoon. Então o jogou contra o chão e andou para a direção oposta. Namjoon sentiu a cabeça doer de leve, mas não teve reação.
   Joh caminhou até Namjoon devagar. Ela alisou seu rosto de leve.
   - Nossa, olhe pra você... - o rosto dela era de aflição.
   Ela estava chorando novamente.
   Namjoon limpou suas lagrimas com as pontas dos dedos.
   - Não...não chore. Eu quero te ver sorrir... - ele disse num fio de voz. - Jin...te deixou em minhas mãos...
   Ela queria fingir que não tinha visto, mas ver Jin naquele estado lhe partia o coração.
   - Agora eu...sou obrigado a te fazer sorrir. - ele disse. - Eu sou o unico que faz isso...
   Joh o abraçou soluçando como uma criança.

   Fazia uns trinta minutos que Julia não parava de chorar, gritar e machucar Taeyang. TOP estava assistindo a cena sentado no sofá.
   Ver Taeyang sofrendo era a dor mais insuportavel do mundo, mas ela não podia parar.
   - Julia, estamos prontos. - Suga disse no fone.
   Ela respirou fundo aliviada.
   TOP se levantou e sorriu.
   - De algum jeito, me sinto um pouco vingado por ver tamanha humilhação...- TOP deu voltas por eles.
   - Eu vou matá-lo... - Julia fez cara de indignação. - Me dê a arma... - estendeu a mão para TOP.
   - O que? Boneca, você...
   - EU quero tirar a vida dele. Esse canalha não merece viver.
   Julia cuspiu em sua perna. Taeyang estava muito machucado e mal conseguia reclamar de dor.
   TOP entregou a arma em suas mãos.
   - Boa sorte, anjo. - ele disse sorrindo.
   Julia apontou a arma para Taeyang e mirou bem longe dele.
   Atirou a primeira vez errado de proposito.
   - Segunda chance. - TOP sorriu.
   - Eu vou acertar agora. - Julia sorriu como uma psicopata.


   Paty tentava se soltar, mas era impossivel. Estava quase quebrando os ossos das mãos para isso. Ela chorava de desespero ao ouvir tiros.
   Alguém de capuz chegou de repente. Ela se assustou.
   Ele tirou a faca e passou nas cordas.
   - Taehyung? - ela perguntou.
   Ele não respondeu e puxou sua mão rapidamente.
   Aquelas mãos não eram de Taehyung.
   Ele continuava levando-a para a sala principal onde estava todo mundo.
   - Espera...- ela dizia, mas ele não dava ouvidos.
   Chegaram na sala principal.
   Paty o forçou a olhar em sua direção. A touca deixava apenas seus olhos à mostra.
   - Ah, meu Deus... - ela disse reconhecendo-o.
   Paty tirou sua touca no mesmo instante.
   - Jung...kook? - ela estava em choque.
   Os olhos dele se encheu de lagrimas ao vê-la.
   Eles se abraçaram no mesmo instante.
   - Eu nem posso acreditar, é voce mesmo?! - ela segurou seu rosto com as duas mãos.
   - Sim, estou aqui...- ele chorava.
   Ela o apertou forte novamente. Ve-lo sem vida foi a pior dor que ja sentira em toda a sua vida. Vê-lo novamente era como um sonho impossivel.


   Julia mirava novamente na direção de Taeyang.
   - Eu vou acertar agora. - ela disse.
   Ela respirou fundo e no ultimo segundo apontou para TOP atirando de uma vez.
   TOP demorou alguns segundos para perceber o que havia acontecido. Seu corpo não lhe obedecia mais. Quando ele caiu de joelhos ele a olhou.
   - Enlouqueceu?! - TOP a olhou.
   Julia atirou mais duas vezes e ele caiu sem vida. Ela relaxou os ombros e soltou o ar pela boca deixando cair a arma.
   - Taeyang? Taeyang? Desculpa... - ela disse para ele.
   Taeyang sorriu de leve.
   - Sabia que iria fazer isso...só estava esperando - Taeyang finalmente disse. - Bom trabalho.
   Ela o abraçou no chão.
   - Perninha forte a sua... - ele fez careta. - Minhas costas estão em pó.
   Ela percebeu passos se aproximar.
   Olhou em volta e viu aqueles garotos.
   - Caramba...que atuação...até eu acreditei. - um garoto disse.
   Taehyung riu logo em seguida. Taeyang apertou os olhos para ele sem acreditar, mas Taehyung continuou atuando como se fosse um traidor para que não fosse pego em nenhum momento.
   - Acho que o jogo acabou agora. - o garoto disse.
   Todos apontaram uma arma para os dois.
   - Acho melhor não se mexerem. - Suga disse.
   Os garotos foram aparecendo na luz com as armas apontadas para cada um.
   Em um movimento rapido, os tiroteios começaram. Em poucos segundos restaram poucos de um lado e poucos do outro.
   Taeyang havia escondido Julia em um lugar seguro.
   - Eu mal acredito que deu certo mesmo... - ele sorriu.
   - Eu também não. - ela disse.
   Julia ficou preocupada com Jimin de repente. Aonde ele estava?!


   - Não atire ou ela morre. - alguém disse alto.
   Atraiu a atenção de todos. Aquele garoto estava com a arma apontada para a cabeça de Paty.
   - Solta. - Taehyung apontou a arma para ele.
   - Sabia que estava blefando, mas que merda devia ter te matado antes...
   - Dragon, solta porra!!! - V gritou.
   Ouviu-se um tiro.
   Todos ficaram assustados.
   Depois de alguns segundos, G-dragon caiu no chão sem vida.
   V ficou paralisado.
   - Kook? - ele agia como se estivesse tendo alucinaçoes.
   Jungkook estava com a arma apontada para Dragon ainda.
   - É você mesmo?! - V estava espantado. Ele piscou várias vezes.
   Jungkook continuou sério e saiu andando por todos. Ninguém entendeu nada.
   - Kook! Kook! - Paty foi atrás deles.
   Ele se virou devagar.
   - Paty, foi bom enquanto durou. - ele foi disse decidido.
   Ela estranhou.
   - Do que está... - ela perguntou.
   - Paty, não dá. Toda vez eu vou ter que te colocar em situaçoes de vida e morte?
   Ela segurou o choro.
   - Tem alguém que pode te dar segurança. - ele disse.
   Ela sabia que nunca iriam dar mesmo certo. Para o bem dela e dele, eles não podiam ficar juntos.
   - Se cuide. - ele beijou a sua testa rapidamente. - Nos vemos por ai.
   Ela não conseguiu dizer nada e apenas o observou ir.


   Um mês depois...
   
   - Gostou mesmo do meu cabelo assim? - Namjoon perguntou observando o novo corte de cabelo a cada vitrine que passava na rua.
   - Eu achei que não iria combinar o branco, mas gostei. - ela disse concentrada em seu sorvete.
   - Isso é o que importa. - ele sorriu para ela todo feliz.
   Ele percebeu que eles estavam andando bem distantes um do outro.
   - Ei, agora a gente não precisa mais fingir que não nos amamos. - Namjoon disse.
   - Não estou fingindo. - ela deu de ombros.
   - Então por que não está segurando a minha mão?
   - Segurei a sua mão por dois dias inteiros quando estava no hospital! - ela disse. - Não é o bastante?
   - Quer dizer que enjoou de segurar a minha mão? - ele ficou indignado. - Não me ama mais?
   - Só de não segurar a sua mão quer dizer que eu não te amo mais? - ela ficou brava. - Que insensivel!
   Ele sorriu.
   - Ahhh que lindaa! - ele apertou suas bochechas.
   - Aish, odeio quando as pessoas fazem isso!!! - Joh disse. - Você sabe disso!!! - ela reclamou.
   As pessoas passaram olhando.
   - Olha isso...você só me faz passar vergonha... - Joh disse mais baixo.
   - Quer ver eu te fazer passar vergonha de verdade?
   Ela achou que ele fosse fazer alguma molecagem no meio da rua, mas de repente ele se ajoelhou.
   - Joh... - ele começou a dizer.
   As pessoas pararam ao redor gritando para os dois. Joh ficou roxa de vergonha. Ele iria fazer mesmo isso? Iria pedi-la em namoro...oficialmente?
   - Casa comigo? - ele perguntou.
   Ela ficou em choque.
   As pessoas gritaram para que ela aceitasse. Seu sorvete caiu no chão sujando sua mão. Namjoon começou a rir fazendo com que todos caissem na gargalhada também.
   - Isso é...sério? - ela perguntou ainda assustada.
   - Claro!
   Ela abriu um enorme sorriso e o abraçou derrubando-o no chão. As pessoas aplaudiram e parabenizavam-os.
   Eles se levantaram rindo da situação.
   - Caramba...vamos mesmo casar? - ela ainda não acreditava.
   Ele estendeu a mão para que ela desse a sua. Colocou a aliança com todo o amor e cuidado.
   - Vamos. - ele sorriu.
   Ela passou os dedos no seu rosto sujando-o de sorvete.
   - Eu estava meio que esperando por isso... - ele disse.
   Joh lhe beijou de repente deixando-o sem graça.
   - Nossa, acho que sempre vai me causar esse efeito. - ele sorriu envergonhado.
   Ela sorriu de volta.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Continuação 48

   Julia observava a forma bruta como Jimin descontava sua raiva ao dirigir. A cada freiada nos sinaleiros, sentia que iria voar para fora do carro. O suor contornava o rosto do garoto a cada minuto.
   - Jimin, não é essa rua. - Chanyeol disse com a voz calma.
   Apesar do clima tenso e pesado, Julia parece ser a unica que sentia agonia. Os garotos agiam com tanta naturalidade que pareciam estar indo para uma casa de games e não à uma briga.
   - Eu disse que não é essa rua!!! - Chanyeol cortou seus pensamentos que Jimin não lhe deu ouvidos.
   Jimin freiou bruscamente e o carro rodopiou. Julia reprimiu o grito e segurou forte no banco. Quando tudo parou, ela sentiu seu coração acelerado e cãimbras por todo o corpo.
   - Se formos por essa rua, vamos demorar mais. - Chanyeol começou a discutir.
   - Se formos por essa rua, não encontraremos ninguém além do nosso grupo. - Jimin mantia os olhos na estrada e com a voz vazia.
   - Jimin, não temos tempo para mais nada nesse momento! Taeyang já os encontrou e nós vamos ter que... - Chanyeol disse.
   - Taeyang já os encontrou?! - Julia sentiu o coração parar.
   Se arrependeu por um momento por Jimin estar ali, mas não conseguiu esconder sua preocupação. O silêncio ficou chato no lugar.
   - Sim, ele já está tentando fazer o acordo. - Chanyeol disse.
   Kai olhou para Julia esperando um surto ou qualquer coisa do tipo, mas ela estava em choque demais para isso.
   Jimin acelerou de repente entrando na rua em que Chanyeol havia dito.
   - Eu acho bom vocês se esconderem. Vai cair um mar de balas. - Jimin disse sério.
   Julia viu os dois olharem um para o outro no retrovisor.
   Poucos segundos depois, ouviram um tiro. Julia soltou um pequeno grito.
   De repente o barulho se tornou ensurdecedor. Os tiros atingiam o carro com muita velocidade.
   Eles se abaixaram com as mãos nos ouvidos. Julia chorava baixo com medo de ser atingida.
   Jimin dirigia tão rápido que mal podia controlar o carro nas curvas. Quando os tiros cessaram, ele disse:
   - Vamos chegar daqui a pouco. Vamos ter que correr.
   Os dois atrás, logo voltaram para o seus lugares e colocaram a mão na porta como se preparassem para abri-las logo que parassem.
   Ao freiar, todos sairam no desespero. Julia fez o mesmo, mas era impossivel manter o mesmo ritmo que eles. Todos corriam muito rapido.
   Julia avistou um lugar estranho logo a frente. Era um predio retangulo de apenas um andar sem portas ou janelas.
   - O que é isso...? - Julia conversava consigo mesma.
   Os três estavam correndo em direção a uma parede. Eles não diminuiam a velocidade quando chegava perto e a intrigava.
   - O que eles vão fazer? Tentar derrubar a parede com o próprio peso do corpo? - conversou sozinha novamente.
   Quando Chanyeol chegou perto, a porta se abriu por um segundos e fechou novamente. Com Kai foi a mesma coisa.
   Jimin parou logo em seguida. Julia correu mais para alcançá-lo.
   - Ele está com medo de entrar? - Julia se perguntou.
   - Para! - Jimin gritou olhando para trás.
   Julia tinha apenas dois segundos de distancia com ele. Com a velocidade que estava era impossivel parar e acabou se chocando contra ele pressando-o na parede.
   Jimin fez careta de dor. Julia caiu no chão enxergando o mundo ao contrario. 
   - Eu disse para parar! - Jimin gritou.
   - Por que não disse um pouco antes?! - Julia gritou mais alto.
   Jimin ficou em silêncio. Logicamente ele não esperava que ela fosse levantar a voz para ele e isso o assustou.
   Ele apertou um botão na parede que também parecia estar camuflado.
   - Estou com a Julia. - Jimin disse.
   A porta se abriu por mais tempo. Ela entrou rapidamente esbarrando em seu braço. Jimin respirou fundo tentando manter a calma.
   - Pessoa idiota...e ainda fala que gosta de mim. - Julia revirou os olhos resmungando para si mesma.
   Kai e Chanyeol estavam esperando logo ali.
   - Achamos que não iriam conseguir entrar... - Chanyeol começou a dizer.
   Julia passou no meio dos dois sem dar importância alguma, como se fossem dois postes que atrapalhassem a sua passagem. Eles a observaram se afastando.
   - Ela é sempre nervosa assim? - Chanyeol fez careta apontando para as costas dela.
   - Jimin gosta das estouradas então? - Kai sorriu.
   - Ela não é assim. - Jimin disse sério.
   - Ele não gosta mais dela. - Chanyeol olhou para Kai. - Jimin disse pra mim..
   - Na sua cabecinha de vento né idiota? - Kai interrompeu Chanyeol. -  Lógico que gosta. - Kai disse olhando para Jimin.
   - O idiota sou eu. - Jimin disse olhando para os dois um pouco antes de passar por eles.
   - Desculpa...mas eu tenho que concordar. - Chanyeol disse para as costas dele. - Quem iria gostar de uma garota mau humorada assim?
   - Falou aí o maior humorista do mundo! - Kai ergueu os braços.
   - Cala a boca, estou falando sério. Jimin é um idiota de lutar por uma garota assim. - Chanyeol revirou os olhos.
   - Taeyang e Suga também são idiotas então? - Kai perguntou.
   - Nossa...o que essa garota tem que esses idiotas lutam por ela assim? Que perca de tempo...
   - Talvez algo que você não tenha enxergado. - Kai sorriu.
   - Por que? Você enxergou? - Chanyeol sorriu.
   - Por que ta curioso? Cuidado...você pode ser o próximo "idiota". - Kai fez aspas no ar.
   Jimin parou de andar e olhou para trás totalmente incomodado com os dois.
   - Comece a se acostumar, porque no nosso mundo está cheio dessas brincadeiras. - Kai passou sorrindo por Jimin.
   - A Julia me acha interessante? - Chanyeol perguntou para Jimin.
   Ele nada respondeu e continuou encarando-o.
   Chanyeol e Kai sairam dando risada. Agora Jimin podia ver o que Namjoon disse. Estar em gangue era uma droga. Estava em grupo, mas na verdade completamente sozinho, pois ninguém é confiável. Só rola dinheiro e acordo entre essas pessoas.


   Paty perdeu a consciencia novamente no caminho. Estava sem comer há um bom tempo e estava sentindo muito calor.
   Acordou com o corpo fraco, mal podia respirar. Percebeu que suas mãos estavam amarradas fortemente e tinha alguém observando-a.
   - Você é a Patricia? - ele perguntou.
   Era aquele garoto de olhar assustador, podia reconhecer a sua voz.
   - Ela está fraca. - o garoto disse. - Mal consegue erguer o rosto...
   O garoto se agachou na sua frente e segurou seu queixo.
   - Ei, ta ai? - ele perguntou.
   Paty o olhou com a vista embaçada. Sentia que iria perder a consciencia novamente.
   - Lógico que é ela...quem o Taehyung vai esconder desse jeito? Aquele moleque filho da puta... - um outro garoto riu.
   O garoto a olhava nos olhos com firmeza.
   - Se você não sabe, eu sou o TOP. - o garoto disse. - E..a partir de hoje você faz parte do meu grupo. Não é um convite. Estou intimando você.
   Paty tentou dizer alguma coisa, mas percebeu que falar exigia muito mais forças do que imaginava.
   TOP continuou olhando para os seus olhos de forma estranha. Então ele a beijou. TOP deslizou sua mão até seu abdomen e ameaçou a tirar sua blusa.
   - Não sabia que para entrar no grupo tinha todo esse ritual. - ouviu a voz de V.
   TOP se afastou depois de alguns segundos.
   Ele se levantou e olhou para Taehyung que estava com as mãos nos bolsos.
   - Ela é minha também a partir de agora... - TOP sorriu.
   Taehyung soltou uma risada sarcástica.
   - Vai pensando. - Taehyung disse sério. - Sai, preciso falar com ela. - ele empurrou TOP para o lado.
   TOP saiu dali rindo.
   Depois de alguns Taehyung agachou na sua frente.
   - Como está? - ele perguntou.
   Taehyung lhe mostrou um papel.
   " Tive que fingir que nada aconteceu. Contei à eles planos falsos e agora está tudo certo. A gangue de quem eu estava fugindo agora faz parte deles também, então eles estão muito mais fortes. Ou eu "voltava" para o lado deles ou morreriamos. Precisa me ajudar a partir de agora ou nunca ganharemos, ok?"
   - Está com dor? - ele perguntou.
   Provavelmente alguém poderia estar ouvindo a conversa, por isso estava fazendo daquele jeito.
   - Espera, vou te soltar. - ele disse.
   Taehyung a abraçou para que pudesse alcançar suas mãos atrás de seu corpo.
   - Primeiro: eu sei exatamente o que fazer e vou te ajudar falando o que deve e não deve fazer. - ele sussurrou bem baixo.
   Paty assentiu uma vez.
   - Segundo...por que deixou ele te beijar?! Palhacada...
   Paty acabou tossindo.
   - Não deixa ele nem encostar em você. Se você permitir de novo eu vou ter que arranjar confusão...entendeu?
   De algum modo, se sentiu protegida com aquelas palavras. Se sentia protegida com V.
   Estava começando a achar que sentia algo por ele.



   Joh conseguiu alcançar Namjoon e eles pararam em uma padaria. O lugar estava vazio.
   - Tem certeza que é aqui?! - Namjoon perguntou para o celular.
   Joh olhou para os lados e percebeu de repente que Taeyang tinha sumido.
   - Cadê o Taeyang? - Joh perguntou.
   - Ele já está fazendo o acordo. - Namjoon disse. - Ele pediu para acharmos o Taecyeon. Ele disse que estava na padaria principal.
   Eles olharam para todos os lados e não acharam nada nem ninguém. Procuraram embaixo da mesa, nos arredores e quando olharam atrás do balcão, viram um garoto todo amarrado e ensanguentado desesperado para se soltar. Quando ele os viu parecia ter perdido a cor.
   - O que houve? - Namjoon disse baixo.
   Ele chegou perto e o garoto se encolheu. Percebeu que ele tinha levado um tiro no ombro.
   - Não faremos nada, viemos ajudar. - Namjoon disse.
   O garoto apontou para o lado com os olhos. Por mais que ele tivesse com a boca tampada, ele tentava não fazer barulho. Os dois deduziram que eles ainda estavam la dentro.
   - Joh, desamarra ele. Eu vou ver la dentro. - Namjoon disse.
   " Me dê todas as coordenadas." - Joh pensou.
   " Ok." - Namjoon respondeu.
   Joh olhou para o garoto e tirou uma faca do bolso. Ele se assustou.
   - É pra te soltar. - ela sussurou.
   O garoto continuou com o corpo tenso. Joh percebu que seu psicologico já estava abalado. Tentou tirar o pano de seu rosto, mas estava muito preso.
   Com toda a calma, ela foi cortando os outros panos.
   Quando finalmente conseguiu tirar do rosto. Ele começou a respirar várias vezes e lágrimas sairam dos seus olhos.
   - Eles levaram o garoto no forno! - o garoto sussurrou desesperado segurando as mãos de Joh. - Ele está no forno!
   - O que?! - Joh gelou.
   - Faz 10 minutos! Precisa tirar ele de lá! - o garoto tremia.
   Ela ficou desesperada.
   " Ache o forno! Rápido!!!" - Joh pensou.
   Ela saiu correndo dentro da padaria. Foi seguindo onde a temperatura ficava mais quente. Passou pela cozinha e encontrou o forno gigante.
   Ouviu gritos vindo lá de dentro. Joh começou a chorar de desespero. Namjoon estava tentando abrir a porta a todo o custo, mas parecia impossivel. Ela observou um homem com a arma apontada para a direção de Namjoon. Joh sentiu o coraçao bater rápido. A adrenalina parecia que iria explodir o seu corpo como um vulcão.
   Joh atirou a faca com as mãos trêmulas na direção do homem e teve sorte de acertá-lo em cheio. Namjoon assustou com o barulho dele caindo.
   - Me ajuda aqui! - Namjoon gritou olhando na direção dela.
   Ele se assustou ao ver alguém atrás dela e atirou logo em seguida. Ela se assustou com o barulho e viu o homem caido atrás dela sem vida.
   De repente, Namjoon estava sendo enforcado por um outro cara de capuz. A arma de Namjoon tinha caído no chão. 
Joh agiu por impulso, pegando a arma atirando na direção do homem. A arma atingiu a cabeça fazendo com que  estourasse como uma melancia. Joh gritava de horror. Largou a arma rapidamente sem acreditar que tinha acabado de matar alguém.
   - Ah que horror! - ela chorava alto.
   - Joh, me ajuda!!! - Namjoon gritou.
   Taecyeon ainda gritava lá dentro. Joh tremia por inteira e sentia o sangue correr a mil. Pegou a arma novamente.
   - Namjoon se afasta. - ela disse com a voz alterada.
   Joh atirou na fechadura.
   - Ele não está mais gritando...- Namjoon estava desesperado.
   Eles entraram rapidamente e viram Taecyeon caído no chão. Sua pele estava cheia de queimaduras e ele não se mexia mais.
  Joh segurou a boca para não gritar ainda mais.
   - Taecyeon!!! Taecyeon!!! - Namjoon chacoalhava o corpo dele.
   O rosto dele estava muito inchado e irreconhecivel.
   - ME RESPONDE!!! - Namjoon chorava em desespero.
   Joh fechou os olhos com força e os ouvidos para não ouvir o choro dele. Saiu dali o mais rápido que pode.
   - Eu já chamei a ambulância. - o garoto disse para ela.
   Ela não respondia direito. Seus sentidos estavam todos alterados, sentia-se completamente fora de si. Ela se agachou em um canto sem conseguir respirar.
   Em segundos, a ambulância chegou. As pessoas foram entrando rapidamente com todos os equipamentos.
   Depois de alguns minutos, Joh se levantou totalmente em choque.
   A mistura do som da ambulância com os gritos de Namjoon lhe deu agonia.
   - Precisamos levá-lo!!! - ouviu a voz de alguém diferente.
   Joh caminhou lentamente até o lugar e viu a cena. Três pessoas seguravam Namjoon que parecia estar inconformado com a situação. Eles levaram um corpo coberto por uma capa lentamente. Ela não conseguia acreditar.
   - Sinto muito. - um médico se curvou para Namjoon e saiu logo em seguida.
   Namjoon caiu no chão sem conseguir para de chorar.
   - Não..ainda vão salvá-lo. - ele dizia.
   A cena era horrivel. Era como um filme de terror na vida real.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Continuação 47

   Paty abriu os olhos um pouco tonta e começou a tossir.
   Estranhou o eco do lugar. Estavam na antiga linha de trem da cidade. Conseguia reconhecer o banco que costumava a brincar quando era pequena. Era colorido e engraçado. Sua mãe lhe chamava a atenção inúmeras vezes por ficar cantando alto e chamando atençao ali, mas ela não parecia ligar. As pessoas ficavam andando o tempo todo para lá e pra cá na correria do dia a dia. Mesmo sem pressa, elas continuavam correndo...ficava se perguntando porquê.
   Mas dessa vez era diferente. Estava tudo escuro, mal havia iluminação. Ouvia gotas de àgua ecoando naquele imenso túnel lhe causando arrepios por todo o corpo. O silêncio era tão grande que conseguia ouvir a própria batida do coração que por sinal, batia alto e rápido.      Na sua frente estava alguém agachado no chão segurando o próprio braço contorcendo de dor. Tinha pouca luz, mas conseguia enxergar a sua silhueta e não havia sombras de dúvida de que era Taehyung. Estava curvado no chão de uma forma estranha.
   - Paty, já acordou? - ele a surpreendeu com a voz rouca e fraca.
   Ela ia responder que sim e iria correndo ajudá-lo, mas se lembrou do que tinha acontecido na ultima vez. Seu corpo travou no lugar sem saber o que fazer.
   - Eu...acho que estou morrendo. De verdade. - a voz dele mal saiu.
   Doia em seu peito vê-lo naquele estado, mas não sabia se poderia ajudá-lo. Pensou em dizer algo, mas hesitou novamente.
   - Eu não consigo levantar. - ele disse.- Meu sangue está acabando...
   Paty se levantou devagar e observou à sua volta. Ele estava ensopado de sangue. A respiração dele era pesada e suja. Respirava entre dentes como se a dor fosse insuportável.
   Ela o viu segurando o proprio braço como fosse impedir que o sangue vazasse ainda mais, mas o corte era muito fundo e extenso.
   Sentiu uma enorme culpa. Um dos seus melhores amigos estava naquela situação por causa dela.
   Taehyung pendeu o corpo para o lado e acabou caindo no chão.
   - V? - ela perguntou preocupada.
   Ele não respondia e continuava na mesma posição. Percebeu que ele estava tendo dificuldades para respirar. Paty correu rapidamente até ele e agachou do seu lado chacoalhando seu corpo na esperança de reanima-lo.
   - V, acorda! Agora! - ela gritava.
   Ele abriu os olhos de leve.
   - Estou fraco...- quase não conseguiu pronunciar as palavras.
   Paty passou seu braço em seus ombros e tentou carregá-lo.
   - Que merda. Aonde estamos?! - ela praguejou olhando para todos os cantos.
   - Não saia daqui de dentro. - ele disse com voz mole.
   - Por que?
   - Vão nos pegar... - V revirou os olhos e  tombou a cabeça para trás com o corpo quase sem energia.
   Paty usou sua força para tentar carregá-lo, mas ele era muito pesado.
   Um flash passou pela sua cabeça de repente. Ela estava sendo carregada por alguem que corria muito rapido como se estivesse fungindo de algo. A pessoa dizia palavrões cada vez que olhava para trás. Ouvia passos e gritos que estavam chegando cada vez mais perto e a pessoa que lhe carregava se esforçava cada vez mais para se distanciar.
   - Taehyung... - ela estreitou o olhar reconhecendo.
   Ele corria sem parar e sem desacelerar.  Se lembrou de ver rastros de sangue pelo chão.
   Paty voltou para o mundo real e olhou o proprio corpo. Estava cheia de sangue. Olhou para V novamente.
   - Quanto tempo correu comigo? - Paty perguntou.
   - Talvez umas duas hor... - ele nao conseguia responder.
   Ele nao estava morrendo, mas muito exausto e com pouco sangue. Por isso estava tão fraco...afinal, o que tinha acontecido?!
   - Duas horas?! Estava fugindo de quem? - ela estranhou.
   - Nos descobriram...eu acho. - V abriu os olhos de leve.
   Paty o olhou e ignorou o fato de sentir seu coração acelerar por alguns segundos. Era a primeira vez que percebeu que sentia tao proxima dele e realmente preocupada como se ele fosse tudo pra ela naquele momento. Por finalmente o quanto mudou nesses ultimos tempos. Ele tinha crescido e isso o tornava...atraente.
    Xingou a si própria por ter tais pensamentos num momento daqueles.
   - Por que esta me olhando assim? - a voz de V saiu grave.
   Ela engoliu em seco e agiu por impulso lhe dando um tapa no rosto.
   - Ah... - ele fez careta de dor. - Por que me bateu? - ele ficou inconformado.
   - Fica em pé, Taehyung. - ela ordenou.
   Paty tentou esconder seu rosto vermelho de vergonha e agradeceu por ele estar naquele estado e não vê-la totalmente sem jeito. Taehyung cambaleou e a soltou.
   - Agora me conte. - ela disse.
   Taehyung fechou a cara por cada atitude fria dela, mas acabou dizendo.
   - O líder deve ter descoberto que eu trai eles. - deu de ombros. - Era pra eu ser um traidor no meio de vocês? Sim, era. Era pra eu saber dos planos...e... - ele cambaleou como se suas forças estivessem acabando novamente. - Saber o que iriam fazer para conseguirmos ganhar facilmente, mas...eu não consigo ficar contra vocês. - ele disse fechando os olhos.
   Paty sentia verdade nisso tudo. Eles eram amigos desde sempre, seria quase impossivel fazer algum mal contra ele. Acreditava que com ele seria a mesma coisa em relação à ela.
   - Paty, tem algo que você não sabe e...não era pra ouvir isso da minha boca...mas infelizmente eu vou ter que dizer. - ele disse.
   Paty o olhou nos olhos confusa. Taehyung uniu as sobrancelhas.
   - O que...? - ela estava aflita.
   Taehyung desmaiou caindo com o corpo em sua direção.
   Paty viu que tinha alguém logo atrás. Sentiu o corpo inteiro arrepiar de medo. Aquele olhar forte e ruim lhe dava um sentimento horrivel.
   - Quem é? - ele a encarou.
   Ele era alto e tinha os cabelos espetados num topete típico de garotos revoltados. Atrás dele, mais uns dez garotos estavam com as mãos nos bolsos apenas de guarda.
   - Deve me conhecer. - o garoto voltou a dizer. Sua voz era sem emoção. Sua expressão era vazia.
   Paty engoliu em seco.
   - Taehyung acorda... - ela sussurrou no ouvido de V.
   O garoto segurou seu pescoço forçando-a soltar Taehyung. Paty sentiu aflição ao ouvir o barulho do corpo desacordado de V cair no chão.
   - Eu estou falando com você. - ele continuava sem emoçao alguma. Estava calmo demais para estar com raiva, mas nao estava calmo o bastante para estar tranquilo. - E quando eu falo, as pessoas sao obrigadas a me dar atençao.
   Paty não conseguia respirar. Ele tinha as mãos fortes e ela não conseguia se soltar.
   - Por que Taehyung está te escondendo? O que você tem?- o garoto voltou a fazer perguntas.
   Ele finalmente a soltou. Paty caiu no chão de forma desesperada tossindo forte. Sua garganta doía como nunca. Sua visão ficou embaçada e viu o mundo girar por um instante.
  Eles apenas esperavam. Ficavam observando sem dizer nada.
  - Quero uma resposta. - ele disse firme.
  Ela não conseguia falar. Sentia falta de ar e o corpo inteiro formigar.
  - Levem. - o garoto deu meia volta.
  Eles a carregaram até um carro e a jogaram no banco de qualquer jeito. Taehyung foi jogado do seu lado. Paty percebeu um corte em sua testa que abriu com o baque no chão. Ele estava perdendo mais sangue, isso não era nada bom.


   Jin queria soltá-la, pois o momento estava começando a ficar meio estranho. Mas...quando teria outra chance de apenas abraçar a pessoa que ama?
   - Desculpe...eu...ainda não quero te soltar. - ele disse com voz de medo.
   Joh estava de olhos fechados com a cabeça descansando em seu peito.
   " Jordana, me desculpe interromper esse momento romantico, mas estamos com um pouco de pressa!" - Namjoon gritou em sua cabeça.
   " Ele está precisando." - ela disse calma como se pedisse compreensão.
   De repente Jin a soltou. Ela se assustou com aquele gesto repentino.
   - O que... - ela olhou em sua direção.
   Jin estava sendo abraçado por Namjoon. Joh ficou em choque por alguns segundos e o ataque de risos queria lhe atingir, mas se esforçou ao máximo para ficar com os lábios colados.
   - Namjoon, erm...obrigado. - Jin parecia ser sincero.
   - Não há de que. - Namjoon o soltou com a expressão séria. - Precisamos ir agora.
   Namjoon deu dois tapas em sua nuca de leve e passou o braço nos ombros de Jin guiando-o para o carro.
   " Depois conversamos sobre isso." - Namjoon pensou enquanto fechava a porta do banco de trás.
   Ele abriu a porta do banco carona e a olhou apontando para dentro do carro. Estava tão interessante assistir que esqueceu de acompanhá-los. Ela deu passos rapidos até chegar o carro.
   Enquanto ela colocava o cinto de segurança, lhe subiu uma repentina vontade de gargalhar. Acabou tossindo parecendo mais um espirro.
   - Está com frio? - Namjoon perguntou ajustando seu próprio cinto.
   - Não...estou bem. - ela respondeu olhando para janela sem conter o sorriso.
   Namjoon pisou fundo e seguiu o carro da frente.


   Julia estava agachada em seu canto completamente perdida nos pensamentos.
   - Olha, eu não sei se você vai ficar brava, mas...você rezar nesse momento não vai ajudar em muita coisa, porque... - Chanyeol começou a dizer.
   - Cala a boca garoto! Quem está rezando aqui?! - Julia estourou.
   Ele arregalou os olhos por dois segundos.
   - É que você estava resmungando coisas, achei que estivesse rezando... - ele disse de forma mais gentil possivel.
   - Não estou rezando! Estou tentando entender essa coisa toda, caramba. - ela reclamou.
   - É que...o Taeyang me pediu para eu vir te chamar pra ir, mas como eu achei que estivesse rezando, não quis interromper...
   Julia se levantou completamente irritada. Pensou em dizer milhares de palavrões e xingá-lo até a morte, mas quando viu que ele dava quase o dobro de seu tamanho, apenas disse:
   - Já estou indo. - mesmo olhando o seu rosto que cobria o céu, disse com a voz firme.
   Chanyeol nada respondeu e esperou que ela se distanciasse um pouco para segui-la.
   - Menino chato, que saco. - Julia reclamou.
   Outro garoto tinha aberto a porta ro carro para ela. Era o tal do Kai, também gigante como árvore.
   - Taeyang, eu tenho que... - ela começou a dizer.
   Jimin mudou a marcha pronto para acelerar.
   Julia ficou paralisada ao ver suas tatuagens à mostra. Ele realmente parecia ruim e completamente mudado. Era uma caveira que começava no braço direito e tinha umas manchas pretas que descia pertos dos dedos. Tinha algumas coisas escritas em seu pescoço também.
   Jimin interrompeu seus pensamentos quando olhou em sua direção, mas não diretamente para ela.
   - Põe o cinto. - ele soou irritado.
   Julia demorou alguns para raciocinar. Travou o cinto rapidamente.
   No mesmo instante, ele correu o mais rapido que pode.


   Quando Namjoon chegou no local, Taeyang veio andando com pressa em sua direção.
   - Pegaram o Taecyeon. - Taeyang disse aflito.
   Namjoon ficou em choque. Assim como ele, Taeyang e Taecyeon costumavam a ser amigos muito próximos.
   Sem pensar duas vezes os dois sairam correndo sem rumo.
   - Taec...yeon?! - Joh disse dentro do carro. - Foi isso que eu ouvi?!
   - O que? - Jin perguntou com a voz mole. - Eu não ouvi nada.
   " Sim, pegaram o Taecyeon." - Namjoon pensou.
   Joh abriu a porta no mesmo instante e saiu correndo. Taecyeon poupou a sua vida inumeras vezes, não poderia deixar que nada lhe acontecesse. Além disso, ele era alguém importante para ela.
   - Aonde está indo?! O que houve?! - ouviu a voz de Jin que vinha desesperado logo atrás.
  Ela não perdeu o ritmo.

domingo, 2 de novembro de 2014

Continuação 46

   V andava apressadamente. Paty apenas o seguia com a cabeça a mil.
Aonde ele está indo? Por que ele está agindo dessa maneira? Por que ele está estranho? Por que ele estava levando-a? E por que só ela?
   Uma multidão havia se formado para observar o que estava acontecendo ali, mas se soubessem o que estavam por vir, estariam todos escondidos sem sombra de duvida.
   Taehyung passava no meio das pessoas com brutalidade. Todos olhavam assustados, mas nada faziam. Ela queria pedir socorro, mas sentiu que não era o certo a fazer. Patricia deixava transparecer o medo em seus olhos, mas as pessoas pareciam não entender a gravidade da situação ou mostravam-se apenas indiferentes.
   Ao se afastar de todos, ele parou de andar e a olhou profundamente.
   - Paty... - ele disse como se preparasse para lhe dar uma noticia ruim. Os ombros dele estavam tensos e fazia gestos delicados.
   - Não gosto desse tom. - ela se recuou um pouco preparada para correr a qualquer momento.
   - Paty... - ele repetiu. - Eu sou o V de sempre. Kim Taehyung. Você sabe não é? - ele disse pausadamente como se não tivesse forças para pronuncia-las.
   Ela observou seu rosto. Ele parecia estar prestes a dizer algo que ela não iria gostar, tinha quas certeza disso. Ele estava tentando prepara-la psicologicamente aos poucos, mas...o medo de qualquer revelação bombástica naquele momento era imenso. Ela mal conseguia respirar, com pensamentos lhe causando tonturas.
   - Sou apenas...um pouco diferente. - ele acabou dizendo.
   Cada palavra parecia ser um golpe que a acertava em cheio. Seu estômago estava começando a ficar ruim e sentiu que estava prestes a vomitar. V tecnicamente foi aquele em que ela mais confiou. Foi a primeira pessoa à quem
contou sobre as ameças, ele não poderia  ser um traidor, não mesmo. Apesar de estar com medo da resposta acabou perguntando:
   - O que quer dizer? - ela continuou na defensiva.
   Ele pareceu um pouco desapontado por se sentir um cão bravo diante de uma garotinha totalmente indefesa. Um lobo encurralando o cordeiro.
   Pensou em palavras certas, enquanto esfregava suas proprias maos de nervosismo, mas nenhuma palavra seria boa para a sua situação, por mais gentil que fosse. Ele tinha que dizer, mas não queria dar a impressão de que fora um traidor. Não queria mentir, mas não queria dizer a verdade.
   V começou a dar voltas e pronunciar coisas inaudíveis como se ensaiasse um discurso, mas tudo o que conseguiu fazer no fim das contas foi olhar para aqueles olhos assustados e dizer:
   - Nao consigo.
   Paty olhou para ele confusa, mas no fundo estava sentindo a raiva lhe consumir. Era realmente isso? Ele tinha traído a todos?
   V lhe deu as costas e começou a caminhar devagar.
   - Diz logo antes que eu te mate. - a voz dela soou diferente.
   V sentiu em seu pescoço a lâmina gelada. Paty estava de sobrancelhas unifas com a mão firme em um facão que estava a milímetros, pronta para tirar lhe a vida. Ela já tinha visto de tudo nesses ultimos dias, matar um de seus melhores amigos não seria algo tão impactante. Não naquele momento.
   - Você não...- ele começou a dizer.
   - Não duvide. - ela aproximou a lâmina. - Não duvide mesmo...pode ser a ultima teu ultimo suspiro.
   Ele ficou paralisado.
   - Teria coragem de me matar? - ele estava em choque.
   - Você já morreu pra mim, Taehyung. - ela disse séria.
   Ele ficou assustado ao perceber que ela estava totalmente fora de si. Essas confusões mudou completamente seu psicológico. Desacreditou no que via.
   - Paty, calma...vamos conversar. - ele tentou mantê-la calma.
   Ela se mantinha firme com a expressão fria.
   - Realmente, você teve a coragem de trair a todos? - Patricia pronunciava com a voz seca e forte contendo ao maximo a sua raiva.
   - Patricia...eu trai. - ele disse.
   Ela aproximou a lâmina ainda mais.
   - Mas não foi à você. Trai a minha gangue. - ele disse com firmeza.
   Um pequeno corte se abriu onde ela pressionou com a face cortante. Ele virou seu corpo vagarosamente para ela.
   V tentou procurar dentro daquele olhar desafiador e frio a Patricia que conhecia desde sempre, mas...ela não parecia mais existir. Devia ser porque ele era um estranho para ela agora. Eram dois desconhecidos completamente perdidos.
   - Paty, não mudou em nada. - tentou explicar mais uma vez.
   - Cala a boca. - cuspiu as palavras.
   - Paty...
   Ela realmente se irritou e fez um corte em seu braço esquerdo. V prendeu o grito de dor e segurou tentando fecha-lo para não perder sangue.
   - Você quem esquematizou tudo isso, Kim Taehyung? Se é que é esse o seu nome... - ela ergueu uma sobrancelha e riu sarcasticamente.
   - Paty, eu ainda sou a mesma pessoa! - ele entrou em desespero querendo que ela entendesse de qualquer maneira. - Eu só deixei de contar algumas coisas pra te proteger!
   - Eu não acredito que...
   - Sinto muito. - V mudou sua postura de repente e caminhou em sua direção.
   Paty ficou sem reação. V passou o braço em seu pescoço e pressionou com jeito para que perdesse os sentidos. A enorme faca caiu no chão.


   Jin estava sentado na calçada olhando o nada. Apenas em luto.
   Joh estava com receio de perguntar se estava tudo bem com ele, então apenas o observava do seu canto. Dava para perceber facilmente seu estado de tristeza.
   - Eu ficaria melhor se sentasse do meu lado. - Jin disse de repente assustando-a.
   Joh engoliu em seco. Ele a olhou com os olhos tristes e se sentiu atingida por por eles.
   Ela se levantou e foi devagar em sua direção enquanto Namjoon conversava com Taeyang sobre algumas coisas. Sentou ao seu lado com todo o medo do mundo, como se ele fosse algum bicho selvagem.
   - Por que esse medo todo? - ele perguntou sem olhar pra ela. Ele não soou malicioso ou convidativo. Foi um tom de desapontamento.
   - Você...sempre faz coisas inesperadas. - ela disse sem pensar.
   Apesar de ter um fundo de humor, Jin não parecia sentir forças pra sorrir. Continuou sério olhando o mesmo ponto sem ao menos respirar apropriadamente.  Ela estava tentando não olhá-lo, mas era impossivel. Nunca tinha visto Jin naquele estado. Tão frágil.
   - Eu tentei ajudar meu melhor amigo e...o único jeito foi matando ele. - Jin disse com a voz descontrolada.
   Ele abaixou a cabeça e Joh observou lágrimas tocar no chão. Ele soluçou algumas vezes tentando parar, mas parecia inútil.
   O coração dela parecia se contorcer dentro do peito. Doía tanto e estava tão triste quanto ele. Queria tocá-lo, mas sentiu que não devia. Queria lhe confortar, mas sabia que boa idéia não seria.
   Ela chacoalhou a cabeça tentando pensar direito.
   " Que se dane a nossa "história". Ele perdeu o melhor amigo dele! Eu nunca me imaginaria sem minhas melhores amigas...por isso me meti nisso tudo aqui. Nesse momento ele precisa de mim. Não importa o passado nem o futuro. Agora, ele precisa de mim."
   Joh fechou os olhos prometendo pra si mesma que seria a unica vez que faria isso.
   - Jin. - ela disse num tom sério.
   Ele não se mexia, apenas soluçava.
   Então, ela se levantou e segurou seu braço forçando-o a levantar também. Ele a olhou totalmente sem jeito e esperou por qualquer coisa. 
   Ela olhou em seus olhos limpando suas lágrimas com as pontas dos dedos.
   - Estou aqui. - ela disse.
   Ele respirou fundo varias vezes tentando manter a calma.
   - Você fez a sua parte, mas o culpado por ele ter perdido a vida não foi sua. Ele escolheu isso, sabe disso não é? - Joh o fez raciocinar.
   - Queria que ele tivesse escolhido o caminho certo. - Jin estava inconformado. - Por que ele não fez isso?!
   Joh o puxou num abraço. Os braços largos de Jin lhe cobria perfeitamente. Queria abraça-lo, mas estava sendo abraçada. Ele a segurava de jeito tão diferente. Era tanta calma, tanta gentileza, mas ao mesmo tempo pedia aconchego, pois era um abraço carente. Seu corpo tremia o tempo todo e estava gelado como a noite.
   - Desculpe se estou parecendo uma criança sem rumo agora... - ele disse.
   - Não...está tudo bem...não se preocupe com nada.
   Joh sentia que...ele não era como a maioria dos garotos por aí que acabava aproveitando de situações assim para lhe jogar uma investida. Nem um toque fora do comum. Ele estava realmente mal e precisava de alguém, não era necessariamente ela, mas...parecia estar acamando-o.
   Ela o apertou mais forte e deitou sua cabeça em seu peito.
   Sentia que Namjoon estava logo atrás assistindo aquela cena, mas ele parecia entender em seu coração a verdadeira razão.

   - Quando eu der o sinal, nós vamos todos para o labirinto. - Taeyang disse.
   - Labirinto? - Namjoon o olhou estranhando.
   Taeyang assentiu algumas vezes.
   - Por que eu sinto que nem fazia parte dessa gangue? Eu não sei de nada dos planos, nem dos lugares.. Nada! -  Namjoon reclamou.
   - Não fazia mesmo. Tinhamos certeza de que nos trairia na primeira oportunidade. - Taeyang disse sério, quase irritado. - Como fez agora.
   Namjoon o encarou.
   - A Joh está em jogo. Sabia sobre ela, não é? Todos sabiam... - Namjoon riu sarcásticamente.
   - Sim, nós sabíamos, por isso continuamos com você. - Taeyang disse sem se importar muito.
   Namjoon ficou meio aéreo. Antes que perguntasse qualquer coisa, Taeyang lhe deu as costas para conversar com um dos guardas.
   Julia estava sentada na calçada tentando ainda entender tudo o que estava acontecendo. Namjoon pensou em perguntar se ela sabia alguma coisa além do que ele mesmo sabia, mas ela parecia estar triste demais para qualquer conversa.
   Um ponto vermelho começou a correr do lado dela. Namjoon estreitou o olhar e viu como se fosse um laser. O ponto vermelho estava parando em um ponto especifico no rosto de Julia.
   - Taeyang... - Namjoon disse quase perdendo a voz.
   Taeyang não parava de tagarelar coisas e parecia concentrado na conversa com i guarda.
   O ponto vermelho pousou no centro dos olhos de Julia.
   - TAEYANG!!!! - Namjoon gritou desesperado.
   Taeyang finalmente olhou. Namjoon apontou para Julia e Taeyang parecia ter perdido a cor. Ele correu até ela e a carregou rapidamente e segundos depois, a bala atingiu o chão. Rapidamente ele tirou uma arma do bolso e atirou na direção em que a luz estava vindo. Um homem caiu do prédio ao lado.
   Todos entraram em desespero e procuraram lugar para esconder. Varios tiros começaram a fazer do chão uma peneira. Os carros japoneses eram especiais e barravam as balas. Julia respirava incontroladamente.
   - Estou enjoada. - ela disse com a boca seca e com o olhar tenso.
   Taeyang apenas observava o céu sem dar importância. Namjoon então percebeu o quão ele era "profissional" nessas situações. Taeyang agia com naturalidade e tranquilidade para não errar. Isso era algo que Namjoon queria aprender, mas sua preocupação e nervosismo não ajudavam em nada.
   - Alguns atiradores...não são atiradores.. - Taeyang disse cortando todo o clima tenso. - São armas automáticas. - ele analisava com olhos espertos.
   - Vou vomitar de verdade. - Julia disse prendendo o ar.
   - Jimin, leve ela naquele canto ali. - Taeyang ordenou.
   Quase de imediato, Jimin a carregou e correu para fora do carro. Julia tapava os ouvidos com medo dos tiros que não cessavam em momento algum.
   Ele a deixou num canto seguro perto de um bueiro escondido. Ela abraçou uma lata de lixo e abriu a garganta colocando para fora toda a comida do estomago. Por mais que ela tentasse parar de vomitar, o cheiro horrivel do lugar a deixava mais enjoada.
   Jimin não teve nenhuma reação. Apenas ficou ali parado olhando o nada.
   Quando ela se acalmou, Julia sentou no chão com dor no abdomen. Mal tinha forças para respirar normalmente.
   Ficou observando Jimin que estava de costas para ela sem dizer nada.
   - Por que está obedecendo ao Taeyang? - ela perguntou.
   - Só pensamos a mesma coisa na mesma  hora. Não segui as ordens dele. - Jimin falava como se não ligasse pra ela.
   Ele nem se quer a olhava nos olhos.
   - Por que está me ignorando? Depois de tudo o que aconteceu... - ela se irritou.
   - Julia...- ele fechou os olhos com força como se estivesse começando a se irritar. - Já terminou? - ele a olhou.
   Julia ficou assustada.
   - Por que está agindo assim? Está bravo comigo?
   Ele riu sarcasticamente.
   - Se estou Julia? Se eu estou? Adivinha? - sua voz era fria.
   Ela engoliu em seco.
   - Depois de tudo o que fiz por você, você ficou com o Jhope e em seguida o Taeyang novamente. Não era obrigada a me amar, mas pelo menos respeitar meus sentimentos..
   Ela se sentiu culpada.
   - Jimin, escuta.
   - Mas nem por isso eu vou te abandonar nessa situação. Vou lutar até o fim pra te ver salva.
   Jimin havia mudado totalmente. Não era apenas fisicamente. Ele estava mais magro, forte e com a pouca claridade, sua pele tatuada brilhava.
   - Você escolheu ser um deles agora? Jimin, aonde está com a cabeça?! - Julia berrou.
   - Eu disse que seria um deles se me ajudassem a salvar você. Foi isso o que fiz. Um acordo. Agora a parte do Seungri está do nosso lado...
   Julia ficou sem palavras. Se sentia culpada e queria pedir perdão. Ele estava tão diferente à seus olhos...
   Logo pensou em Jhope. Ele também havia mudado e se tornado a pessoa mais assustadora pra ela, mas no final ele mudou novamente mostrando o Jhope de sempre.
   Com Jimin também seria assim. Assim ela esperava.
   Quando tomou o fôlego para o pedido de desculpas, Jimin a olhou seriamente.
   - Já acabou? Precisamos voltar. - disse monotamente.
   Julia engoliu em seco. Jimin demonstrou a dor que sentia nos olhos. Ela se culpou mentalmente zilhões de vezes por fazê-lo se sentir assim.