terça-feira, 30 de julho de 2013

Reino dos Meryns CAP 14


Voltamos para EXO em silêncio.
Caminhávamos devagar, em luto.
Parecia que aquele era o tempo que estava nos conformando de que a vida chegou ao fim.
- Deusa...não é o fim...é? - Bidy perguntou.
Eu parei de andar e a olhei.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Bárbara nem sequer erguia o rosto. Seungri estava com os olhos inchados, totalmente inconformado com aquilo.
Olhei para os três.
Então algo me passou pela cabeça.
Tirei aquele comunicador e deixei as chamas o consumirem.
- Não. Não é o fim. - respondi.
Então de repente eles pararam de chorar e retomaram suas forças.
TOP então tinha o dom da ilusão...
Era bom saber disso.
- Vamos avisar aos outros. - Seungri disse.
Voltamos a correr.

Quando chegamos, todos se amontoaram ao nosso redor.
- Vou ser bem clara, e preciso da força de todos.
Minho estava de olhos de atentos.
- Nart estão para chegar, mas não é motivo de pânico. Temos força o suficiente para manter nossas vidas.
Pensei que todos iriam entrar em pânico, mas os Meryns assentiram com braveza.
- Nós não sabemos o motivo de tanta revolta dos Narts. - eu disse um pouco mais alto para que todos ouvissem. - Mas quero que esteja claro que cada um de vocês vale muito. Então, não morram.

LIA

Eu estava tremendo de medo. Tudo bem que eu mal conhecia esse bando, mas qualquer ameaça, me causava arrepios.
- E eu quero que você. - A Deusa apontou para o meio da multidão.
As pessoas foram saindo da frente.
Até chegar no cara que estava sentado no pé da árvore sem a capa.
Ele estava de cabeça baixa parecendo não dar atenção a nada.
- Por favor, me acompanhe. - ela deu as costas.
Ainda de cabeça baixa ele se levantou e passou por nós com as mãos nos bolsos.
- Who is he? - Julia perguntou com seus olhos claros assustados.
- I don't know but, he is kinda weird... - eu disse baixo.
- É o Suho. - Chanyeol chegou atrás de nós. - Ele é desligadão assim mesmo. Não está nem aí para nada.
O tom de voz do Chanyeol mudava todo o tempo. Hora nervoso, irritado, impaciente e agora totalmente indiferente.
Ele sorriu pra mim.
Eu o fitei sem conseguir sorrir.
Então meio sem jeito ele saiu de perto de nós.
- I think he likes you.(acho que ele gosta de voce) - Julia cochichou.
- No...he doesn't. - neguei.
- How could you know?
Ela era espertinha essa menina.
Então ela soltou uma risada.
Tatty chegou perto de mim.
- Oi Yuuki! Finalmente consegui falar com você! - ela sorriu me abraçando.
- E aí Tatty?
Me senti aliviada por não estar mais sozinha.
- O que descobriu? - ela perguntou.
- Que...eu tenho um dom estranho que quebrar árvore e tenho um cavalo. - eu sorri pra ela.
- Não...você tem o dom de manipular a força canalizada pela energia. Ou seja, você usa a força a distância.
Fiquei assustada com aquilo.
- Como sabe disso? - perguntei.
- Não sei! - ela parecia estar assustada também.
Ficamos em silêncio.
- Deixa pra lá. - ela disse quebrando o gelo.
Julia sorriu pra ela e elas começaram a conversar. Tatty tinha o inglês razoavel então comunicar não era problema.
Vi Kai parado do outro lado.
Ele acenou me chamando.
- Annyeong. - ele disse.
Ele se aproximou de mim e me deu um abraço.
Até prendi a respiração.
- Miane... - ele se soltou rápido.
Aquilo soava como um "perdão"
- Não esquenta. - eu disse.
Ele ficou me olhando e sorriu.
Sem dizer nada ele estendeu a mão pra mim.
Ele parecia pervertido as vezes. Sei que ele tinha boa intenções, mas...ainda era dificil.
Acabei aceitando e segurando sua mão.
Ele começou a me levar para outros cantos de EXO. Eu ficava admirando luzes diferentes, as árvores tão carregadas...
Ele olhava pra mim e tentava dizer algumas coisas, mas eu não conseguia entender.
Ele ofereceu os ombros. Dei um passo para trás. Quando menos percebi ele me carregava em suas costas e estávamos em cima de uma árvore.
Era estranho ver uma cidade tão ensolarada, mas não quente. Uma cidade cheia, mas sem prédios e casas...isso era EXO.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Reino dos Meryns CAP 13

MINHO

- Minho, acha que eu consigo fazer isso? - Lia perguntou enquanto caminhava com os pés no chão.
Eu a observava por tempos.  Seus olhos azuis brilhavam sob o sol quente. Seu corpo se desenvolvera, mas continuava com o mesmo encanto. O mesmo jeito de ser. A mesma Lia de sempre.
Ela admirava as flores do chão, aspirando cada cheiro, observando cada cor.
- Isso o que Lia? - perguntei.
- O vento...será que eu consigo manipular o vento? - sua felicidade era tanta que sua voz soava como uma melodia.
- Precisa tentar para comprovar... - respondi sem prestar muita atenção no que ela dizia.
- A Deusa viu em mim. Ela disse que tinha quase certeza de que eu manipulava o vento.
Ela fechou os olhos e sentiu o ar brincar com seus cabelos.
Seus olhos não enganavam. Seu sorriso era exatamente igual.
Era mesmo aquela Lia.
Mas...como? Como ela sobreviveu?
Me aproximei um pouco mais para inalar seu cheiro.
Era o mesmo.
Lia...quanto tempo.
Ela abriu os olhos e olhou pra mim assustada.
- Minho, o que está fazendo?! - ela se afastou.
- Eu... - eu não iria mentir. - Estava sentindo seu cheiro.
Ela ficou ainda mais assustada.
- Olha, eu sei que isso soou estranho, mas não é isso o que pensa.
- É normal você sentir o cheiro das pessoas por aqui? - ela perguntou.
- Não... - eu disse meio sem jeito.
- Então por que queria sentir meu cheiro?!
Minhas mãos começaram a suar.
- Erm....Lia, eu...
"Minho precisamos de ajuda".
A voz da Deusa me fez parar completamente.
- Vamos, Lia. Corre! - gritei.
- O que? - ela estava meio confusa.
- Precisamos ir, rápido. A Deusa precisa de ajuda.
Saí correndo o mais rapido que pude.
Um segundo poderia ser fatal.
- Lia, fiquei aqui e tente proteger mais vidas possível caso algum Nart apareça.
- Está falando sério?!
- Mais do que sério!!!
Ela ficou onde estava e um monte de crianças foram atrás dela.
Onde estava Chanyeol?! Onde?!
"Thaís, Chanyeol. Posição" - pensei.
Não demorou muito para eles chegarem voando para onde eu estava.
- Protejam os Meryns. - eu pedi.
Eles assentiram e foram sem questionar.
"Nichkhun, Kai e Mandy, posição"
Eles não demoraram.
- A Deusa pediu ajuda. - eu disse.
Nichkhun ficou branco de repente.
Kai fincou as mãos no chão e as arvores começaram a proteger as pessoas formando uma espécie de cabana.
- Desde quando dominda a Terra? - perguntei.
- Não sei...descobri do nada. - ele disse.
- Parabéns.
- Obrigado. - ele sorriu.


Jordana.

- We have a secret that we can't say to anyone. - TOP disse.
Apenas o encarei.
- You need to trust. If you don't trust, I can't help you.
Os três atrás não paravam de se conversar o que atrapalhava muito na concentração profunda. Falavam tão alto e rápido que eu mal conseguia ouvir uma palavra com clareza.
Vi algo brilhando atrás do sofá. E estava se mexendo rápido. Poderia ser algo para me distrair? Minha atenção se focou naquilo por alguns segundos, mas logo voltei a refletir sobre qual seria a minha resposta.
Estava tudo tão imprevisível. Eu não conseguia sentir nada naquele local.
"Minho, tenho um plano. Te contarei quando chegar em EXO, mas preciso que fiquem atentos."
"Sim Deusa." - eu ouvi de volta." O que está havendo?"
"Estou frente a frente com o Rei de Nik."
Ele nem respondeu.
- So...? What you gonna do? - ele perguntou.
- I do. - eu disse.
- Really? That's cool.
Ele tomou o resto da bebida numa golada.
Ele chegou perto de mim e me olhou nos olhos. Entregou um tipo de comunicador.
- We can talk each other with this.
- Okay. - assenti.
- This is the end of EXO. - sua voz tocou meu rosto.
Seus olhos brilharam num vermelho cor de Rubi.  Eu sentia no ar a sua sede de poder, sede da vitória.
Seu sorriso, apesar de ser bonito, foi um tanto horripilante. O medo embrulhou a minha garganta endurecendo meus músculos.
Qual seria meu próximo passo? Ou melhor...qual seria seu próximo passo?
     

terça-feira, 16 de julho de 2013

Reino dos Meryns CAP 12


Ao chegarmos perto do solo, Bárbara amorteceu nossa queda nos segurando.
Nossos pés tocaram o chão com a leveza de uma pena.
Senti calafrios.
Apesar de ser um lugar bonito, eu não me sentia bem.
- Bidy, consegue ver algo? - perguntei.
- Eu não consigo ter nenhuma visão agora, mas algo me diz que podemos nos relaxar. - ela respondeu.
Assentimos.
Os três estavam esperando a minha ordem.
Eu apenas caminhei pra que me seguissem.
O silêncio teria que ser praticamente absoluto. Eles tem os ouvido aguçados demais.
Continuamos andando.
Uma voz fez com que todos se escondessem rapidamente.
- Precisamos fazer algo e rápido! Saco! O tempo está passando e estamos aqui parados feito tontos. Devíamos colocar um fim nessa história logo. - era voz de alguma garota metida, com certeza.
Tentei olhar através das paredes, mas aquilo nem era parede.
Eu não conseguia ver nada.
"Alguém vai aparecer!!!" - Bidy gritou em seu pensamento.
Fechamos olhos e permanecemos a cor castanha.
Em questão de segundos um garoto apareceu. Ele nos olhou e quando menos percebi Bárbara já tinha ele se contorcendo em seus braços.
Ela estava tentando apertar seu pescoço para apagá-lo sem sucesso.
Ele se contorcia fazendo muito barulho.
Seungri tocou em sua testa, mas ele não parava de se contorcer.
"Eu não consigo sintonizar energia daqui." - Seungri estava preocupado.
Então era por isso que eu não estava conseguindo enxergar.
Teríamos que voltar? Bidy ainda conseguia ter visões, mas não eram eficientes.
Concentrei e tentei acender o fogo em minhas mãos. Ainda estava funcionando, mas o esforço era o triplo.
Por que Seungri não conseguia? Ele devia usar energia de EXO.
Bidy e Seungri pegaram galhos e foram amarrando nos braços do garoto. Bárbara já estava suando.
Fui ajudá-los.
O garoto parecia ter uns 18 anos. Seus olhos já estavam vermelhos.
Ele era muito forte.
De repente, Bárbara começou a sentir dor e seu braço estava sangrando.
Eu teria que apagá-lo.
Olhei em seus olhos e consegui uma ligação com seu corpo. Consegui fazer com que se desligasse por alguns minutos.
Procurei seu cérebro para que esquecesse o que viu.
Voltei ao normal sem ar.
O esforço era enorme.
Eles o soltaram. Bárbara segurou seu braço com força para que não sangrasse.
Bidy com um pouco de nojo abriu a boca do garoto. Tinha presas afiadas.
"Credo." - Seungri fez careta.
Usei um pouco de energia para limpar a ferida. A água começou a escorrer pelos meus dedos.
A carne estava exposta. O cheiro forte de sangue começou a incomodar o nariz.
"Vão nos achar." - Bidy disse com olhos de pânico. "Vão nos achar!!!" - Bidy parecia prever nossa morte.
"Bidy, use a ilusão!"
"Eu não sei usar ainda! Não consigo!"
"Tente."
Quando um grupo apareceu e nos achou eles ficaram perdidos por uns instantes.
"Continue. Está indo bem..." - eu disse para Bidy.
Os olhos estavam dilatados. Estavam tremendo. Ela não iria conseguir sustentar por muito tempo.
Teríamos que começar outra guerra é isso?
"Pode parar. Vamos fugir agora." - eu disse.
Bidy perdeu as forças e caiu no chão.
Bárbara estava com muita dor, mas a pegou nas costas e saiu correndo.
Eu e Seungri fizemos o mesmo.
Ouviamos passos pesados e rápidos atrás de nós.
Mal conseguia enxergar as árvores para desviar.
Eles estavam chegando perto, muito perto.
"Pare!" - Bidy disse.
Paramos de ímpeto.
O grupo de meninos bateram em uma árvore.
Parei de frente com uma moça com os olhos incrivelmente verdes.
Seus lábios formaram um sorriso.
- Welcome to Nik. - ela disse.
Eu apenas a encarei. Tentei ouvir seus pensamentos, mas não consegui.
Ela nos olhou e passou a língua nos dentes.
"Eu acho que vamos virar sushi...só acho." - Seungri disse.
- Can I help? - ela ergueu uma sobrancelha.
- Of course... - soltei a voz.
Ela tombou a cabeça para trás e deu um passo a frente. Ela ergueu a mão para mexer no meu cabelo.
Usei a energia nas pontas do cabelo e ela retraiu ao sentir o choque.
- What you want? - ela perguntou.
Ela foi se aproximando.
"Deusa..." - Seungri pensou.
"Eu não consigo ver nada!!!" - Bidy estava gritando desesperada.
Algo me dizia que aquela moça era a Deusa de Nik.
Finalmente nos encontramos.
Estávamos muito próximas. Muito mesmo...Eu já conseguia sentir seu hálito fresco.
Ela tocou seu nariz no meu.
Ao unir seus lábios aos meus, eu a empurrei contra a árvore.
"Ai caramba! Vocês se beijaram! Deusa, como pode beijar uma mulher?! Ah, eu não vi isso, não vi, não vi!!!" - Seungri soava como uma criança assustada.
"Eu só queria ver o que ela pretendia com isso...ela descobre informações das pessoas através do beijo."
"Minha nossa...." - Bárbara estava pasma.
"E ela não é o cargo máximo. Ela baixou a guarda e vi."
"Ele está chegando. O rei." - Bidy disse.
"Não vacilem. Um erro pode ser fatal. Não podem saber que somos de EXO. Muito menos quem eu sou."
"Sim, Deusa." - responderam ao mesmo tempo.
Ouvi a respiração ofegante de Bárbara.
Um homem estava vindo em nossa direção. Caminhamos em sua direção também.
Ele parou na nossa frente. Tinha ar de superioridade e um olhar realmente carregado de ódio.
- Nice to meet you. - eu disse.
Ele sorriu.
- Nice to meet you too...I'm TOP.
- Jordana. - disse.
Ele continuou com o olhar fixo em mim.
- Come on. - ele disse.
Entramos numa casa muito bem construída. Todos estavam nos olhando.
A casa era bem ampla e bonita. Era uma casa bem branca. Em cima, um grande lustre.
TOP sentou em uma poltrona e apontou para um sofá.
- Say it. - ele disse.
- We want some help. - eu disse.
- For...? - ele pegou uma garrafa e derramou o líquido no copo que tinha na mesa ao lado. Parecia ser bebida alcoolica.
- We want a world to stay. - agi como se fosse de cannibals.
Ele sorriu ao colocar a garrafa de volta na mesa.
Será que ele descobriu?
Senti os três atrás de mim nem respirar de medo.
- So...we want some help too. - ele disse bebendo um gole.
- For?
Ele colocou o copo na mesa e apoiou os cotovelos nos joelhos.
- We want the end of EXO.
Meus pêlos se arrepiaram.
- Why? - perguntei.
- It doesn't matter.
- But if we gonna help you...we need to know why.
Ele encostou para trás.
- I think someone is in EXO side... - ele disse.
"Minho precisamos de ajuda".

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Reino dos Meryns CAP 11

Abri os olhos devagar e senti um aroma doce.
A imagem de uma moça começou a se formar na minha frente.
- Ti...ffany? - eu estava com a voz falha.
- Oi Paty...há quanto tempo...ou devo dizer. Lia... - seus olhos foram ficando vermelhos da cor do sangue.
Ela foi se aproximando de meu rosto.
Seu hálito cheirava ferro.
Quando ela sorriu, o líquido vermelho e brilhante escorreu pelos seus lábios, chegando pingando em meu pescoço.
Engoli em seco.
- Sua carne cheira tão bem... - ela dizia devagar.
Quando seus dentes iria se cravar em minha pele, acordei.

Acordei com meu próprio grito.
- Lia, calma...calma... - alguém me segurava.
Nichkhun estava assustado olhando pra mim.
Percebi que Seungri e Kai estavam ali atrás.
- O que aconteceu? - ele perguntou.
Eu não conseguia dizer, pois estava soluçando muito. Só então percebi que havia chorado.
- Estou com medo...muito medo. - eu não raciocinava.
- Sonhou algo? Viu algo? - ele perguntou.
Eu sentia ânsia e muito desespero.
Tiffany...
Minha pele se arrepiava ao pensar em seu nome.
- Eu não ouço mais seus pensamentos... - Nichkhun mais pra si mesmo do que para mim.
- Tiffany... - minha voz saiu fraca.
- Quem é Tiffany? - Seungri perguntou.
- A Tatty... - eu parecia uma louca. - A Tatty sabe. Ela conhece...ela conhece... - eu soava como uma louca.
Nichkhun se levantou e saiu do quarto.
- Lia, calma... - Seungri disse.
Eu estava tremendo, minhas mãos estavam suando.
- Yoogeun disse que estava ruim, mas não sabia que era pra tanto... - os olhos de Seungri nem piscavam.
Eu continuava ofegando sem cessar.
Em segundos Tatty apareceu com Nichkhun.
- O que aconteceu, Paty? - ela perguntou preocupada.
- A Ti..ffany Tatty...ela apareceu no meu sonho de uma forma horrenda.
- A Tiffany?! E como ela apareceu?
- Ela...ela queria... - engoli saliva. - Ela queria se alimentar de mim! Ela...ela... - eu respirava fundo. - Ela estava horrível...sua voz era horripilante!
Tatty não disse nada.
- Ela é de Cannibals, não? - ela olhou para Nichkhun.
- Cannibals? - Kai se acendeu ao ouvir a palavra.
- Acho que sim... - Nichkhun respondeu.
Eles ficaram ali pensando.
Flashes de seu rosto com o sorriso cheio de sangue ainda martelavam em minha mente.
Sentia aflição em ouvir a voz dela novamente.
Tatty parecia já saber de tudo.
Era como se ela apenas esperasse que eu dissesse aquilo...
- Tem uma pessoa que quer conversar com você Yuuki... - Tatty ainda me chamava pelo nome de costume.
- Quem?
Aquela garota que eu tinha visto com Donghae e Seungri entrou no quarto.
Ela olhou pra mim e sorriu. Foi se aproximando aos poucos.
Se agachou ao meu lado e tocou meu rosto. Um brisa com cheiro de rosas preencheu o lugar me fazendo respirar fundo.
Me senti sonolenta por alguns instantes.
Em seguida me tocou na testa com as pontas dos dedos. Uma onda tão macia quanto o algodão percorreu meu corpo.
Ao abrir os olhos, percebi o quanto tinha me acalmado.
- Kamsahamnida, Taeyeon. - Nichkhun disse.
Ela sorriu e saiu.
Eu estava tão calma.
O que ela tinha feito?
- Essa é a Taeyeon, a Guerreira da Pureza. Ela tem o dom de acalmar as pessoas. - Nichkhun sorriu.
Assenti entendendo.
- Annyeonhaseyo... - ouvi a voz da Deusa ecoar.
Automaticamente, todos se curvaram.
- Annyeonghaseyo. - disseram todos de volta.
Ela olhou pra mim e sorriu.
- Annyeong... - tentei terminar a frase sem sucesso. Aquela palavra era um tanto complicada.
Ela sorriu do meu deslize.
- Deixei-me ver o que viu? - ela perguntou com sua voz que soava como uma melodia calma.
Assenti.
Seus olhos azuis se dilataram ao encontrar os meus.
Senti como se ela tocasse o meu sonho. Eu não conseguia ouvir mais nada. Era como entrar em baixo da água.
Ela franzia a testa às vezes.
- Então ela se chama Tiffany? - a Deusa perguntou ao piscar os olhos e fazendo os voltar ao normal.
Voltei a ouvir normalmente.
- Sim... - respondi.
- Vamos cuidar dela. - ela respondeu com dureza.
Pela primeira vez, eu estava sentindo o poder dela nas palavras.

Reinos dos Meryns CAP 10

        Caminhei meio sem entender.
Fui para o lago onde eu estava no barco com o Kai.
Sentei ali.
As carpas brilhavam como vagalumes no escuro.
Parecia um sonho.
Parecia o céu.
Era paraíso.
Avistei uma árvore que...
Nossa!
Me aproximei e olhei novamente.
A árvore tinha meu rosto.
Caramba...mas ela não estava lá antes.
A árvore começou a se mexer. Os galhos começou a desenhar meus cabelos.
Fui me aproximando devagar e vi Kai lá embaixo na beirada do lago desenhando com o dedo no ar.
Os galhos obedeciam seu comando.
Nossa...ninguém nunca desenhou meu rosto. Muito menos em árvores.
De repente eu tinha me acostumado com o meu "novo" rosto.
Ele terminou desenhando o último fio.
- É lindo. - eu disse.
Ele caiu na água.
Comecei a rir.
Desci rapidamente para ajudá-lo.
Ele se levantou se livrando da água.
- Desculpa...eu te assustei? - perguntei ajudando ele a se equilibrar.
Ele olhou pra mim.
- Óbvio que assustei... - comecei a gargalhar.
Eu não parava mais de rir.
Ele saiu da água torcendo sua roupa eu não conseguia parar de rir. O jeito como ele caiu foi engraçado.
Ele soltou uma risada sem som e me empurrou de leve.
Ele segurou na parte de baixo da camiseta e puxou.
Reprimi um grito e fechei os olhos.
Virei de costas.
Ouvi barulho de água.
Eu jurei que ele estava fazendo xixi.
Eu me virei pra trás para lhe dar um bronca e ele estava agachado torcendo a camiseta na água.
Seu corpo era desenhado de músculos. Não era muito marcado, mas...
Me virei de costas novamente.
Ah que merda...ele tinha que fazer isso?!
Olhei pra mim mesma e percebi que estava com meu casaco. Tirei para lhe entregar.
- Anyeo...cheoneun...  (não...eu...) -
- Kai!
Ele endureceu o corpo e aceitou.
Me virei pra ele. Estava engraçado, pois a jaqueta era bem menor do que ele, mas...pelo menos cobria.
Um vento forte bateu.
Ele sacudiu a cabeça no ar. Não demorou muito para o seu cabelo ficar seco.
Ele sorriu pra dizer algo.
Em menos de um segundo sua expressão mudou e ele se agaichou segurando a minha mão.
Ficamos ali escondidos.
Tentei dizer algo, mas ele levou o dedo indicador nos próprios lábios.
- Nugueyo?! (quem é?!)  - ouvimos uma voz masculina.
Kai relaxou o corpo e revirou os olhos.
Ele se levantou e puxou o meu braço.
- Annyeong, hyung. - Kai disse.
- Ah...Kai... - ele sorriu.
Parecia um artista de cinema!
Tinha uma aparência bem masculina, cabelos como se um ator, sorriso de propaganda de creme dental.
Ele sorriu e depois olhou pra mim.
- Oh.. - ele ergueu as sobrancelhas. - Nugu? (quem?) Yojachingu? (Namorada?)
- Anyeo! - Kai sorriu.
Ahn?
- Keuneun Lia imnida. (Ela é a Lia)
- Lia? - ele perguntou.
- Ne... - Kai disse estranhando. - Wae?
- Anyeo, pangapseumnida. Cheoneun Siwon imnida. - ele disse.
- Hyung, Lia hangul mollayo. (ela não sabe coreano)
- Ahhh... - ele apontou pra si mesmo. - Siwon.
Olhei para os lados sem entender.
- Siwon. - ele apontou para si mesmo novamente.
Assenti.
- Kai. - ele apontou para Kai. - Siwon. - ele apontou pra si mesmo.
- Si...won. - repeti.
Siwon sorriu e levantou o polegar.
Ele olhou para a floresta e espremeu os olhos.
- Cheoggi...bohaeyo?! (aquilo...o que é aquilo?)
Ele estava olhando para a árvore com o meu rosto.
- Hyung... - Kai começou a coçar a cabeça. - Na pingonhae...(estou cansado...)
Kai se espreguiçou e Siwon não parava de olhar.
- Kaja (Vamos.) - Kai o puxou.
Fomos para o dormitório sem fazer barulho.
Siwon entrou em uma sala.
Kai continuou andando. Ele parou em frente a um quarto.
Ele apontou.
- Ahh sim... - eu disse entrando.
Sentei na cama. Ele olhou e sorriu entrando.
Fiquei assustada.
- Você...vai dormir aqui? - perguntei fazendo gestos.
Ele apontou pra si mesmo e para o quarto.
Acho que aquele era o quarto dele.
Ele riu de novo e pegou a minha mão.
Ele me levou até outro quarto e apontou pra mim.
- Ah...desculpa. - eu disse num sussurro.
Ele riu sem som e fez gesto pra eu voltar pro quarto dele.
Balancei a cabeça negativamente e dei lhe um tapa no ombro.
Ele abriu um sorriso sapeca de criança.
- Saranghaeyo, puffy. - ele disse.
Puffy. Uma lembrança queria me inundar novamente, mas eu estava cansada demais para isso então minha cabeça nem conseguiu formar imagens, ou sons.
Ele beijou a minha testa e afagou minha nuca.
- Annyeonghigaseyo. - ele disse baixinho.
Ele desapareceu deixando fumaça no ar. Comecei a passar a mão nessa fumaça. Como aquilo era possível? Alías...como era possível aquele mundo?
Não sei, eu só queria dormir.
Entrei no quarto e vi algumas vestimentas pinduradas na parede.
Eu as peguei e coloquei no corpo. Cheirei a gola e tinha...o cheiro de Kai. Cheirei a manga pra ver se não era loucura e senti o mesmo perfume. Tinha algo escrito.
"Kai"
É. Acho que era dele. Dei de ombros não ligando.
Deitei na cama e relaxei quase de imediato.

Reino dos Meryns CAP 9

        Corri até eles.
" E aí?" - dei um cutucão em Nichkhun.
Ele se virou e sorriu pra mim.
" E aí, Lia?"
Kai olhou pra mim e sorriu de leve. Seu sorriso se desfez quando ele olhou para Chanyeol que começou a falar algumas coisas para Nichkhun.
O chão começou a vibrar em meus pés. Eu não sabia dizer o porquê, mas sabia que era obra de Kai.
Sem pensar segurei sua mão.
Ele voltou a atenção pra mim como se tivesse acordado de um sonho distante. Ele analisou meu rosto e a tensão se foi.
Nichkhun e Chanyeol estavam nos olhando confusos sem saber o que estava acontecendo.
Percebi que os ombros de Kai se relaxaram.
Nichkhun puxou Chanyeol para o meio das outras pessoas.
Kai olhou pra mim como se quisesse mesmo que eu o ouvisse. Ele respirava fundo várias vezes e seus olhos não paravam de passear.
No final, ele olhou pra mim e me estendeu a mão. Ele foi me guiando até um jardim cheio daquelas flores que ele tinha me dado.
Ficamos parados ali no meio ele de frente pra mim.
De flash, eu vi várias pessoas aplaudindo, várias pessoas sorrindo pra mim...e o estranho era que eu já tinha visto aqueles rostos em algum lugar. Ele segurou a minha mão e sorriu. Era como se fosse um passado tão distante, mas tão distante que não era como lembrar de um fato comum daqueles que ao lembrar de uma coisa simples, você lembra do que aconteceu por inteiro. Eu lembrava apenas de algumas imagens, que nem eu mesma sabia de onde vinham. Como se minhas lembranças fossem fotos.
Kai estava de terno branco.
Senti a vista escurecer e o corpo adormecer. Quando percebi, Kai estava me segurando pra eu não cair. Ele me colocou em pé novamente e se afastou de mim.
" Eu...sei que conheço você, Kai. Mas não sei quem é! Sei que já nos encontramos que...você já fez parte da minha vida pelo menos uma vez."
Ele assentiu duas vezes devagar e em seguida abriu um sorriso.
Eu sabia que ele não tinha entendido nada.
Como uma completa criança que sentia vontade de brincar, ele pegou a minha mão e saiu correndo. Ele corria incrivelmente rápido. Eu sentia que ia tropeçar nos meus próprios pés e sair rolando.
Fomos até um pequeno lago.
Tinha um barco ali perto. Ele correu e começou a empurrar pra que fosse na água. Ele entrou dentro do barco e fez sinal pra que eu entrasse também.
Neguei com a cabeça com medo. Eu já me conhecia, eu sabia que era um completo desastre e sabia que eu acabaria caindo e derrubando ele também.
Ele insistiu me chamando. Neguei novamente.
Do nada ele desapareceu deixando uma fumaça no ar.
Me assustei. Pra aumentar meu susto, ele apareceu do meu lado e segurou meu corpo.
Em um segundo eu estava sentada no barco e ele na minha frente.
Fiquei em choque por um bom tempo. Ele riu e piscou.
Respirei fundo pra não corar.
Ele começou a remar. Eu estava aflita em quebrar o barco.
Paramos bem no meio do lago. Ele olhou pra mim novamente.
Ele fechou os olhos. Senti o barco tremidar. Segurei nas bordas com medo.
Em poucos segundos vi várias carpas de cores bem diferentes do nosso lado. Elas brilhavam! E tinhas muitas cores diferentes...
E sempre me sentia como num deja vu.
Parecia que tudo aquilo já tinha acontecido.
Fui tocar na água.
Do nada eu vejo uma pessoa desconhecida.
Olhei para Kai assustada fazendo ele se assustar também.
Olhei novamente pra água. Ela fazia as mesmas coisas que eu. As mesmas expressões que eu.
Toquei em meu próprio rosto e ela também tocou. Aquele rosto!
Aquele rosto! Eu me lembrava dele!!!
Me veio a imagem de eu escovando meu cabelo olhando meu reflexo em uma pedra polida.
Meu cabelo estava mais preto, mais liso. Minha pele nunca esteve tão lisa. Minhas bochechas um pouco rosadas e meus olhos estavam azuis também.
Fiquei tocando meu rosto várias vezes.
Kai esticou o rosto do meu lado.
Olhei pra ele.
" Eu...não sabia que eu tinha mudado de aparência." - pensei.
Ele se encostou novamente para trás.
Relaxei o corpo e tentei me lembrar de mais coisas.
" Pogoshipeoyo... (queria...)"- ouvi uma voz.
Olhei pra ele.
Ele arregalou os olhos perdido.
" Você falou alguma coisa?" - perguntei.
" Naega...(você...)" - ele ainda estava perdido.
Eu fiquei feliz.
" Estou te ouvindo!!!" - eu disse como se tivesse ganhado na loteria.
  O vento bateu no meu rosto e aquele fio de energia parecia invadir meu corpo novamente.
Ouvi meu coração bater forte.
Quando abri os olhos me senti realmente como se estivesse naquele lugar. Agora eu conseguia ouvir o barulho das águas, as carpas nadando, as asas dos cavalos nos céus.
Ouvi Kai respirando.
Agora eu via tudo como se fosse vida real e não como um sonho.
Segurei seu braço, e senti suas veias, sua pele.
Ele ainda estava assustado.
Comemorar sem gritar ou sem falar nada era realmente estranho.
- Lia? - ele disse.
Ouvi sua voz no ar.
- Kai! Eu consigo te ouvir! - eu disse.
Ele não levou as mãos nas orelhas...então eu poderia falar o quanto quisesse.
Deu um baita grito de felicidade por poder dizer alguma coisa.
- Chankamanyeo! - ele disse segurando minha mão.
Me levantei e comecei a gritar.
O barco virou.
Subi para a superfície rindo de alegria.
Ele subiu segundos depois fazendo careta tirando o excesso de água do rosto.
- Eu consigo falar Kai! Não é uma maravilha? - eu disse mesmo sabendo que ele não entendia nada.
Ele abriu os olhos e depois sorriu.
Enchi a boca de água e cuspi no rosto dele. Ele sacudiu o rosto e começou a jogar água em mim.

A noite caiu. O céu era num tom de violeta e azul escuro.
Fui encontrar a Joh assim como ela me pediu. Ela ainda estava ajudando algumas pessoas. Tinha duas garotas que me chamaram atenção.
Uma delas tinha os cabelos dourados e longos. O formato do seu corpo lembrava uma "barbie". Sua pele era branca como algodão. Tinha uma expressão forte.
E a outra tinha cabelos negros e enrolados que se estendiam até a cintura. Ela estava correndo de um lado para o outro rapidamente.
- Keuraeyo! (isso!) - Joh disse alto.
Estava meio deslocada ali no canto.
Ela olhou para mim e sorriu.
" Nós já vamos!" - ela me comunicou.
Assenti.
Quando todos terminaram percebi que Seungri estava ali no meio. Quando ele me olhou seus olhos se acenderam. Ele acenou de longe e sorriu.
Sorri de volta.
- Keu! (acabou!) - Joh sorriu.
Todos se curvaram e disseram algo todos juntos.
Ele veio perto de mim e disse coisas que eu não entendi. Fiz sinal que eu não estava entendendo.
- Quando veio? - ele perguntou.
Deu pra perceber que ele já tinha perdido o sotaque de...terráqueo?
Dei risada ao pensar nisso e ele acabou rindo também. Não sei se ele tinha ouvido meus pensamentos ou se ele se sentiu meio acanhado.
- Erm...cheguei hoje. - eu disse.
- Ahhh...então não... - ele fez pausa para pensar - era coisa da minha cabeça. - ele estava se esforçando para montar as frases. - Eu pensei ter visto você hoje a tarde. Era você?
- Sim...era! - eu ri.
- Ah... - ele sorriu. - Você...tá diferente!
- Você também!
Seus olhos azuis brilharam literalmente.
- Eu...estou feliz que está aqui! - ele disse. - Finalmente desvendamos o mistério dos sonhos esquisitos. - ele riu.
Acabei rindo com ele. Ele era muito simpático.
- Seungri Oppa! - um menininho muito, mas muito fofo apareceu. Ele estava de camisola, segurando alguma coisa brilhante nas mãos. Seus olhos eram grandes e redondos. Azuis pra variar.
- Ne! - ele se agachou para conversar com ele.
- Minho Oppa odiesseoyo? (onde está o Minho Oppa?) - ele perguntou.
- Mianeyo Yoogeun, na molla...(desculpe Yoogeun, eu não sei.) - Seungri respondeu.
- Anyeo, kamsahamnida! (não é nada! Obrigado!)- ele sorriu e saiu correndo.
Seungri se levantou e olhou pra mim sorrindo.
- Quem é ele? - perguntei.
- Yoogeun! Filho do Minho com a Thaís.
- Ah...sim...
Ele ficou olhando pra mim.
- Minho é como se fosse o Deus de EXO. É porque ele domina dois elementos e tem outras habilidades. - ele explicou provavelmente já ouvindo eu pensar: Quem são esses? - Ele sabe lidar com elementos fogo e terra. Ele possui uma força inacreditável.
- Uau...
- E Thaís é uma novata, mas tem muitos dons. Minho a buscou na Terra há pouco tempo. Eles pareciam já se conhecer quando chegaram. Thaís já domina o elemento água e parece que também tem dom para dominar o ar.
- É...eles realmente são feito um para o outro. - eu sorri.
- Sim...Já sabe o seu cargo? - ele perguntou.
- Não...e você?
Uma cambada de crianças chegaram.
- Seungri oppa! Annyeonghigaseyo! (Boa Noite!) - eles disseram todos juntos e se curvaram.
Tinha uns sete inclusive Yoogeun apareceu.
Eles fizeram fileira. Seungri colocou a mão na testa do primeiro e uma luz azul piscou.
Ele fez em todos.
Depois eles saíram correndo.
Ele se voltou pra mim.
- Desculpa...esse é meu cargo. Sou o guerreiro das crianças.
- Ahhh que...fofo!
Ele sorriu deixando os olhos pequenos.
- Bom, mas boa sorte nos seus treinamentos! Se precisar de mim, pode me chamar que estarei a sua disposição! - ele disse.
- Obrigada! - agradeci.
Ele colocou a mão na minha testa e senti a luz azul.
Senti uma paz...alegria.
Como se eu sentisse vontade de brincar e esquecer de tudo.
- Purifiquei seu corpo. - ele sorriu. - Só posso fazer em crianças, então...eu acho que ainda é uma. - ele disse.
- É...acho que sim. - eu ri.
- Isso é ótimo.
Ele saiu andando.
Fui até a Joh.
" Vamos começar?" - ela perguntou.
- Eu...já posso falar. - eu disse.
Ela se surpreendeu.
- Nossa! Que rápido! - ela disse.
Fiquei sem graça.
- Bom...agora acho que pode conversar com mais pessoas! Depois eu posso te apresentar pessoas que falam português... - ela disse.
- Ah, obrigada.
- Então...você vai apredendo coreano aos poucos. Não precisa se esforçar, já que vai gastar maior parte da sua energia treinando.
Assenti.
- Então...pelo que vejo acho que Chanyeol já te explicou algumas coisas... - ela disse.
- Sim, expliquei. - ouvi uma voz super grossa.
Chanyeol encostou na árvore que estava ali perto.
- É. Não imaginou que ele iria ter esse tipo de voz, não? - Joh riu.
- É...não.
Chanyeol riu.
Sua voz era muito grossa. Ele tinha cara de mocinho!
- Erm...vamos começar. - ela disse.
Olhei ao meu redor e não tinha ninguém.
- Deusa, não precisa ensinar só a mim...já está tarde, você tem que descansar e...
- Não! Sem problemas. Eu preciso ensinar só você.
- Pre...cisa?
- Sim. Você domina algum elemento. - ela disse.
Fiquei surpresa.
- Como sabe? - perguntei.
- Eu...estou vendo nos seus olhos. - ela sorriu. - Eles tem uma cor diferente do normal. Geralmente esse tom de azul é pra quem domina algum elemento.
Meus olhos pareciam normais como de todo mundo.
- Só eu consigo enxergar, Lia. - ela riu. - Eu tenho quase certeza de que é o vento.
Ela foi até uma árvore e tirou um galho grande.
Chanyeol se sentou, e apoiou a cabeça nas mãos me observando. Ele era muito fofo.
- Sabe por que temos que treinar, Meryn? - ela perguntou.
- Pra...desenvolvermos nossos dons?
- Por que precisamos dos nossos dons?
Não respondi. Não sabia.
- Estou vendo que conhece Cannibals e Narts. - ela disse.
- Sim...
- Cannibals são como zumbis. Tem aparência horrível e agem como se fossem maníacos. Acho que você consegue identificar ao avistar um. - ela explicou. - Temos que tomar muito cuidado com os Narts. Acho que também já sabe sobre isso.
- Sim.
- Eles não vem pra brigar, Lia. Eles querem nos matar.
Senti o medo. Sua expressão estava séria.
- Por isso eu treino todos para serem fortes o bastante para se manterem vivos. Não sabemos por que eles querem nos matar. Mas temos que lutar para nos salvar.
Assenti com muito medo.
- Se tiver alguma lembrança...qualquer lembrança, quero que me conte. Por favor. Quanto mais pistas, melhor. - ela pediu.
- Pistas?
- Sim. Eu desconfio que algum fato aconteceu e nós todos perdemos nossas lembranças. Como uma lavagem..
- Verdade?
- Sim...Você já deve ter tido alguma...certo?
- Sim...eu lembrei do meu irmão, as vezes eu vejo flash de Kai, mas não sei quem é ele. Só me lembro do meu irmão mesmo.
- Ele lembra de bastante coisa...estamos pesquisando as coisas, investigando...e aos poucos vamos descobrindo o porque das coisas... - ela disse lentamente.
Assenti.
- Até agora não sabemos de nada. Infelizmente, mas se souber de algo, me diga. - ela disse.
- Pode deixar. - sorri.
Ela sorriu de volta.
- Vamos começar. - ela disse. - Quero testar seu reflexo. - ela disse.
Vish, lá vem.
- Eu vou jogar um pedaço desse...
Ela jogou do nada.
Sem pensar eu coloquei a mão na frente.
- Seu reflexo é muito bom. - ela ficou feliz.
Ela pegou um outro pedaço.
- Agora, eu quero que se concentre. Olhe para o galho.
Me concentrei.
- Quero que faça uma concentração profunda para que você possa sentir a energia.
Senti os olhos mudarem. E de repente, parecia que eu tinha um tipo de ligação com o galho.
- Agora eu quero que derrube das minhas mãos. - ela disse. - Mas...de onde está. Apenas com a sua concentração.
Eu senti essa energia que ela tinha falado. Mas...nada mais que isso.
Não sabia o que fazer para controlar.
Apertei os olhos, minha cabeça parecia doer.
Forcei todos os músculos, mas nada parecia mudar.
Fiquei assim por um bom tempo.
- Se concentra, Lia. - ela pedia.
Fechei os olhos e relaxei.
Senti aquele fio de energia ligando todo o meu corpo. Vinha de trás da cabeça e chegando nos meus olhos senti ligação direta com o galho.
- Isso! Agora quero que use para tirar o galho das minhas mãos. - sua voz era encorajadora.
Senti a energia passar do meu corpo para o galho.
O galho se quebrou e ficou em pedacinhos.
Nossa. Eu fiz aquilo mesmo?!
Chanyeol se levantou assustado.
O que me deixou surpresa, é que Joh também estava assustada.
- Ué... - ela disse.
- O que? - perguntei.
Meus olhos pareciam estar dilatados. Consegui comandar os olhos para voltar ao normal.
Ela pegou outro pedaço.
- Vamos de novo. - ela disse.
Ela pegou outro pedaço e segurou.
Dilatei os olhos, canalizei a energia de trás da cabeça para os olhos e joguei no galho.
Dessa vez, o galho explodiu em pedacinhos.
A Deusa ainda continuava confusa.
Ela pegou outro pedaço do chão que ainda estava inteiro e o jogou na minha direção.
Antes de eu colocar a mão na frente pra me defender, meu corpo respondeu pra que eu usasse a energia.
E o galho foi se quebrando na minha frente. Se eu jogasse, ele explodia. Se eu apenas apertasse, ele se desfazia.
- Isso já aconteceu antes. - Chanyeol disse. - Ela foi sentar na árvore e ela se desfez.
- Meu dom é destruir árvore? - perguntei.
Ela pegou um fruto.
- Tente agora. - ela esticou a mão com aquela fruta diferente.
Fiz a mesma coisa.
O fruto se desfez deixando caldo na mão da Deusa.
- Eu não consigo entender. - ela disse. - Não era pra isso acontecer. - ela disse.
- Não? - perguntei.
- Não. Era pra apenas cair no chão. E não explodir ou se desmanchar.
- Me deixa tentar de novo.
Ela pegou outro fruto.
Me concentrei. A energia era como uma mão. Eu estava socando o fruto ou apenas apertando até se desmanchar. Pra eu derrubar, só preciso segurar com calma e mecher na direção e não na força.
Como eu pensei nisso do nada?!
Balancei a cabeça pra minha mente tagarela parar de falar e eu começar a me concentrar.
Me concentrei. Quando ameacei a apertar para destruí-la, dosei na força.
Minhas sobrancelhas começaram a dançar tentando obter coordenação.
Chanyeol estava atento.
Consegui mexer na direção da energia.
Era como aprender a dirigir o carro. Virei o volante para a direita e caiu.
- E agora? - perguntei.
Ela mordeu o lábio pensando.
- Não senti o vento. - ela disse. - Achei que iria usar o vento para derrubar.
Engoli em seco. O que tinha de errado comigo?
- Não tem nada de errado, Lia. Só nunca vi esse dom antes. - ela disse.
Ela me olhou.
- Consegue colocá-la de volta para a minha mão? - ela perguntou.
Fiz a mesma coisa. Canalizei bem rápido dessa vez demorando menos de um segundo para eu pegar o fruto.
Fiz força para subir, mas não subia.
Tentei de outra maneira e ela voou para o alto.
Quando ela caiu eu a peguei no ar.
Ela ficou parada.
A Deusa ainda estava com as mãos estendidas.
Com calma fui mudando a direção da forma correta e pousou nas mãos dela.
Nossa...aquilo era demais!
- De onde canaliza a energia? - ela perguntou.
- De dentro do meu corpo. - eu disse.
- De dentro do corpo? - Chanyeol perguntou confuso.
- Sim...tem uma energia que liga meu corpo inteiro. Eu...a usei. - expliquei.
A Deusa ergueu a sobrancelha esquerda.
Chanyeol olhou para ela.
Ela soltou o ar e sorriu pra mim.
- Amanhã continuamos ok? -ela perguntou.
- Tudo bem, me desculpe se fiz algo de errado... - eu disse.
- Não fez nada de errado. - ela sorriu abertamente dessa vez. - Annyeonghigaseyo! - ela disse.
Nós nos curvamos e ela saiu caminhando.
Fui indo pra perto de Chanyeol que ainda parecia uma estátua.
Chanyeol ficou olhando pra mim em choque por um bom tempo.
- Eu sou uma aberração é isso? - perguntei.
- Não meu amor...
Ele...me chamou de...meu amor?
Fiquei no ar por alguns segundos.
- Ninguém canaliza a energia dentro do corpo. A não ser a Deusa, Lia. - ele disse.
Ele me olhou dentro dos olhos com o rosto aflito.
Eu queria saber o que ele estava pensando.
Ele fechou os olhos com força.
- Isso é ruim? - perguntei.
- Não...
Ele parecia estar sem ar.
- Vamos esquecer isso ok? Amanhã nós continuamos...
- Mas...
- Lia, por favor. Amanhã conversaremos sobre isso. Tudo bem? - ele parecia estar irritado.
Estranhei aquela reação.
- T..tudo bem. - respondi.
Ele assentiu tentando sorrir.
- Amanha...nos falamos. - ele disse.
- Tudo bem...
Ele se afastou um pouco.
- Boa...noite. - ele disse de longe.
Ele mudou de humor de repente. Ele parecia estar nervoso.
Ele deu as costas e saiu correndo.
- Boa noite. - disse para o vento.

Reino dos Meryns CAP 8

        Então, ele se agaichou e sorriu.
" O que está fazendo aqui perdida, anjo?" - eu o ouvi.
Seus olhos eram grandes. Eram um pouco azuis. Seu sorriso era como de um modelo. E também era muito bonito.
Só tinha pessoas bonitas naquele lugar! Eu estava me sentindo extremamente feia...
Espera.
Eu o ouvi!
" Eu...me...transformei mesmo agora?" - perguntei.
" Não... - ele sorriu. - Eu tenho a mesma especialidade que o seu irmão. Apenas eu, ele e a Deusa conseguimos conversar com novatos. Prazer, sou Chanyeol."
" Entendi...eu sou a Lia" - fiquei desapontada.
" Calma...Você vai conseguir se comunicar normalmente em breve."
Ele estendeu a mão.
Eu ainda estava atordoada. Eu não sabia agir muito bem na frente de garotos. Ainda mais bonitos!
Peguei a sua mão e me ajudou a levantar.
Ele tentou segurar o riso, mas não conseguiu.
" Desculpe..." - ele disse.
" O que?" - perguntei.
Ah. Acho que ele ouviu o que eu pensei.
Como controlava isso eim?!
" É que você fala quando pensa...então não tem como não ouvir." - ele disse.
Bufei de raiva.
" Você...tá envergonhada?" - ele perguntou.
Engoli em seco.
" É que...a sua cor está rosa. Quer dizer que está com vergonha, constrangida...estou certo?" - ele perguntou.
Olhei a minha volta.
Realmente tinha uma luz rosa me envolvendo. Nossa!
" Erm...não." - eu pensei.
Ele puxou os lábios para dentro da boca segurando o riso. Com certeza ele sabia que estava.
" Quer ajuda em algo? Eu posso te ensinar algumas coisas..." - ele disse.
" Por favor!" - pedi.
Ele sorriu.
Ele foi andando na minha frente. Eu o segui observando.
Ele era...
Deixa eu calar a boca, se não essa cor não vai sair de mim, e...ele vai ouvir eu pensando de novo.
" Obrigado pelos elogios." - ouvi.
Ele olhou para trás e deu uma risada.
A cor a minha volta ficou tipo um pink bem forte.
Ele voltou a olhar pra frente.
Fiquei tentando espalhar aquela cor.
Mas ela envolvia a minha pele.
" Tem como esconder sua cor também." - ele disse. " Todos escondem"
Chegamos em uma árvore em forma de cadeira.
" Sente aqui..." - ele pediu.
Balancei a cabeça negativamente.
" Por que?" - ele perguntou assustado.
" Não se pode sentar em árvores...não é?" - perguntei.
" Não?" - ele ficou confuso.
Ele sentou em uma normalmente.
" Vê?" - ele abriu os braços.
Me aproximei de mansinho para sentar em uma. Quando me sentei a cadeira se desfez.
Ele pulou de susto. Fiquei sentada no chão olhando pra ele. Chanyeol franziu a testa sem entender.
" Mas como isso?" - ele ficou olhando a árvore em pó.
" Não sei..."
Comecei a lembrar da árvore que eu destruí.
" Consegue ver?" - perguntei.
Ele olhou pra mim.
Sua pupila se dilatou. Ele tocou a minha mão.
Pensei novamente na imagem de quando eu destrui a árvore.
Seus olhos voltaram ao normal.
" Nossa...eu acho que você tem um dom e não sabe controlar ele direito."
" Dom de destruir árvores?"
" Não... - ele riu. - Mas...algo do tipo."
" Hum..."
De repente eu descobri um jeito de...ele não ouvir o que eu estava pensando.
" Isso funciona." - ele pensou já ouvindo o que eu tinha pensado.
" Funciona?"
" Sim."
Pensei em ver apenas imagens. Não dizer por pensamento, mas apenas pensar em imagens.
Da trabalho, mas é unico jeito de eu não sair contando em voz alta pra todo mundo o que estou pensando. Ah, isso era mais complicado do que eu imaginava.
" No..salão todos ouviram o que você pensou sobre a Deusa." - ele disse.
" Sério?"
" Sim...tem que aprender a controlar o mais rápido possível."
Assenti.
" A Deusa me pediu pra que eu tentasse te ajudar a evoluir...é porque o Nichkhun está fazendo parte de uma procura, então eu vou ter que te ajudar. Se incomoda?" - ele ergueu as sobrancelhas.
" De modo algum." - sorri.
Ele assentiu com um rosto simpático.
" Primeiramente, eu vou te dizer algumas...coisas que são diferentes por aqui. Algumas regras também."


Outro Capítulo

Sentamos no chão.
" Estou vendo que já sabe algumas coisas...hum...então eu vou dizer coisas que ainda não sabe. Erm...cada um tem um cargo. Primeiro: Deusa. Segundo: Reis ou Rainhas dos 4 elementos Vento, Água, Fogo e Terra."
Assentia enquanto ele falava guardando tudo nos mínimos detalhes. Parecia aqueles filmes de ficcão.
Só que na vida real. Ou não...
Nem sabia que vida era aquela.
" Terceiro são os Guerreiros. São os mais comuns. A Deusa define o cargo de cada pessoa de acordo com o que vê que se enquadra melhor. Temos o Guerreiro das Crianças, da Pureza, do Amor...e assim vai."
" Qualquer um se torna Guerreiro?" - fiquei na dúvida.
" Sim, e você pode sim ser uma guerreira." - ele sorriu.
" Entendi..."
" O resto são os Meryns Servidores que ainda não conseguiu encontrar a sua especialidade."
" Me desculpe a pergunta, mas...que cargo você é encarregado?"
" Sou o Rei do Fogo." - ele parecia se enxer de orgulho.
" Nossa! Que demais!"
Ele sorriu envergonhado.
" Quem mais?" - perguntei curiosa.
" Que eu saiba, Nichkhun é Rei da Terra. Kai é Rei do Vento, mas ele tem a halibidade de teletransporte. E as outras pessoas você não conhece então...não vai saber."
" Outra coisa. Você só pode conversar comigo, seu irmão, a Deusa e a sua amiga. Ninguém aqui conhece a sua língua."
" Sério?!"
" Sim...eu aprendi com Nichkhun e me esforcei muito pra poder conversar com Mandy. A Deusa da Água."
" Ahh sim..."
Fiquei observando ele.
" Não...eu não gosto dela. - ele disse. - Isso já passou. Não deu certo."
" Mas...por que perdeu a esperança?" - perguntei.
" Eu...não perdi a esperança. Eu só...não gosto mais dela. O amor que eu achei que era real, acabou. Na verdade, nunca existiu. Sabe que fogo e água não dá muito certo não é?" - ele riu.
Vi algo correndo atrás dele.
" Ei, tem algo estranho ali..." - eu apontei.
Ele olhou para trás.
Eu vi um ser pequeno dourado.
Era tão pequeno que fiquei com medo. Queria gritar, mas iria ensurdecer todo mundo.
Ele veio na minha direção todo alegre. Era como se ele fosse inteirinho feito de ouro. Como uma estátua que anda.
Ele olhou pra mim e sorriu.
Chanyeol disse algo e o pequeno ser virou-se para ele e se curvou.
Chanyeol disse mais alguma coisa e o menininho saiu correndo.
Ele tinha um arco e flecha nas costas.
Chanyeol olhou pra mim e sorriu.
" Ele achou que éramos um casal."
Fiquei no ar ainda não entendendo.
" Ah é...esqueci que eles não existem lá...Esses são os Lomas."
" Lomas?!"
" É...eles vão atrás dos casais para fazerem o amor se manter forte. Eles acertam nas pessoas aquelas flechas do amor."
Eu ri abafado.
" Tá brincando que aquilo é um cupido?!" - eu ri.
" Cupido?" - ele ficou confuso.
" É...só existem em filmes irreais."
" Mas eles existem aqui...e alías, Donghae devia estar orientando eles..."
" Donghae?"
" Sim! O Guerreiro do Amor."
Ele olhou para o lado.
" Aquele lá." - ele apontou para a direita.
Me virei.
Caramba. Era aquele garoto que estava com Seungri.
O garoto perfeito. Ele veio sorrindo. Minhas pernas estavam bambas.
Nos levantamos.
Chanyeol o cumprimentou como se fossem super amigos.
Donghae me olhou e se curvou de leve. Curvei de volta.
Chanyeol segurou o riso. Ele disse algo pra Donghae.
Donghae se virou pra mim e se aproximou e me olhou em meus olhos.
Fechei os olhos com força com medo de ele descobrir o que eu fosse pensar sobre ele.
" Lia, abra-os." - Chanyeol pediu.
Eu abri devagar e os olhos de Donghae se dilataram.
Senti algo estranho acontecer com o corpo.
Chanyeol o bateu e disse algo totalmente bravo. Donghae riu e voltou pra mim.
Ele voltou a fazer o processo. Seus olhos eram tão azuis que chegavam me assustar.
Fiquei entorpecida por alguns segundos, mas depois tudo voltou ao normal.
Pisquei os olhos com força.
Donghae disse algo pra Chanyeol e ele assentiu.
Donghae riu e lhe deu uma cotovelada brincando. Chanyeol olhou pra baixo rindo.
Olhei para os dois sem entender nada. Os dois olharam pra mim. Donghae disse algo sorrindo.
Franzi a testa.
Chanyeol o empurrou de leve para Donghae sair dali.
Ele saiu andando.
Chanyeol me olhou e pediu pra que sentassemos no chão novamente.
" O que ele fez?" - perguntei.
" Ele...viu quem era o amor da sua vida."
" Nossa! E...ele disse quem era?"
" Não. Ele não pode dizer."
" Mas...por que estavam rindo?"
" Porque ele estava tentando fazer você se apaixonar por ele."
Ave...eu estava perdida se isso acontecesse.
" Mas...era só por alguns segundos, não iria durar muito. - ele disse. - Donghae não é capaz de fazer algo de errado e sujo..." - Chanyeol explicou.
Ele ficou quieto.
" Vamos falar de outra coisa." - ele riu.
Chanyeol ficou vermelho.
" Outra coisa.  - ele voltou a explicar. - Não temos casa como la no seu mundo. Só temos uma espécie de caverna subterrânea em que cada um tem seu quarto. Mas vivemos todos juntos."
Nossa. Que estranho.
" Nós...comemos tudo menos carne."
Eu não gosto de carne, então...não sentiria falta.
" Não usamos dinheiro. Cada vez que fazemos algo de bom pra Deusa, ela nos dá uma tatuagem e trocamos por coisas..."
Assenti. Estranho, mas eu estava entendendo.
" Deixa eu te mostrar."
Ele me levou até um lugar.
Tinha um enorme lago no meio e dos lados tinha várias árvores de cores diferentes. Olhei para cima e vi cavalos voando. Juro que eram cavalos de asas.
" Pegasus. Conhece?" - ele perguntou.
" Sim..." - eu estava maravilhada. Eram lindos!
" Então...eles são como automóveis pra nós."
Nossa...que demais!
Um cavalo estava perto de nós.
Ele me olhou e foi se aproximando.
Ele era inteiro branco e era tão limpo que parecia brilhar.
Era perfeito.
Ele se curvou pra mim.
" Ele é seu." - Chanyeol disse sorrindo.
" O que?!"
" Ele é seu. Os cavalos só se curvam para o seu dono."
" Nossa...mas ele deve estar confundindo." - eu ri.
" Eles só tem um dono em todo o reino. E quando reconhecem, eles se curvam."
Eu o observei. Me aproximei devagar...
Ele se curvou um pouco mais para eu passar a mão em seu pescoço. Era tão macio que parecia aqueles ursinhos de pelúcia.
Ele parecia tão familiar de repente. Senti uma sensação de ligação muito próxima.
Mas logo essa sensação passou.
Ele encostou a cabeça em meu ombro.
Era lindo...lágrimas começaram a querer aparecer, mas eu pisquei forte para não chorar. Eu sempre fui apaixonada por cavalos...
" Mas...onde vocês os deixam?" - perguntei.
" Eles ficam por aí. Quando se separarem você verá. Não precisa prendê-lo pra saber onde ele está."
Ele se afastou de mim e saiu correndo. De repente e abriu as asas gigantescas e voou no céu.
" Ele está muito feliz!" - Chanyeol sorriu. " Não imaginava que seria dona dele. Ele é um bom animal. Bom mesmo. Então...por consequencia você também é."
" Como assim?"
" Quando encontramos o animal, eles nos reconhece por sermos parecidos. É sempre assim."
Ele estava voando alto.
Chanyeol fechou os olhos.
Em poucos segundos um outro cavalo apareceu.
" Esse é Darius." - ele sorriu.
O cavalo se curvou pra ele. Chanyeol fez o mesmo.
De uma vez, Chanyeol subiu em sua costas.
" Vem." - ele pegou no meu braço e me colocou atrás dele como se fosse tão leve quanto uma boneca.
O cavalo voou alto de uma vez.
Senti o estômago embrulhar. Tive uma vontade imensa de gritar.
O vento não era forte. Alías...nem parecia ter vento. Era tão macio o ar.
Tinha algumas nuvens.
O Sol era bem dourado. O céu meio roxo claro.
Ele ficou em pé e sentou virado pra mim. Fiquei com o coração na mão morrendo de medo de ele cair.
" Bom...que mais posso dizer. Temos fadas, lomas..."
" Fadas?!" - perguntei.
" Sim..."
" Nossa! Aquelas pequenininhas de asinhas?"
Ele ergueu uma sobrancelha.
" Como é que é?!" - ele perguntou rindo.
Fiquei com vergonha.
" Elas são como nós. E elas não tem asas. Mas entendem bastante de magia." - ele riu.
Comecei a rir pela minha bobagem.
" Você é bonita." - ele disse me olhando fundo.
Engoli em seco. Eu não esperava por essa de repente.
" Ah...e não estou retribuindo elogio. Você é realmente bonita."
Eu bonita?! Ah, qual é? Tá brincando...
Ele me olhava tão profundamente que comecei a ficar sem graça.
O cavalo começou a descer muito rápido. Senti aquele frio na barriga imenso e sem perceber segurei nos braços de Chanyeol com medo.
Me esforcei ao máximo pra não gritar.
Ele fez careta.
Quando pousamos, eu estava encolhida segurando seu braço com força.
Voltei ao normal rapidamente.
" Nossa...você é forte!" - ele disse fazendo careta de dor.
Ele arregaçou as magas.
Tinha as marcas dos meus dedos. Sua pele estava roxa.
" Ah, meu Deus...desculpa!" - eu disse.
Ele ficou olhando um bom tempo para o próprio braço.
Depois ele olhou pra mim.
" Nossa...você é forte!" - ele riu.
" Desculpa...eu fiquei com medo..."
Ele puxou a manga de volta e desceu do cavalo. Ele estendeu a mão pra me ajudar a descer.
Percebi então que estávamos na central de treinamento. Tinha várias pessoas testando suas halibidades. Avistei Nichkhun e Kai estavam ali no meio.