Corri até eles.
" E aí?" - dei um cutucão em Nichkhun.
Ele se virou e sorriu pra mim.
" E aí, Lia?"
Kai olhou pra mim e sorriu de leve. Seu sorriso se desfez quando ele olhou para Chanyeol que começou a falar algumas coisas para Nichkhun.
O chão começou a vibrar em meus pés. Eu não sabia dizer o porquê, mas sabia que era obra de Kai.
Sem pensar segurei sua mão.
Ele voltou a atenção pra mim como se tivesse acordado de um sonho distante. Ele analisou meu rosto e a tensão se foi.
Nichkhun e Chanyeol estavam nos olhando confusos sem saber o que estava acontecendo.
Percebi que os ombros de Kai se relaxaram.
Nichkhun puxou Chanyeol para o meio das outras pessoas.
Kai olhou pra mim como se quisesse mesmo que eu o ouvisse. Ele respirava fundo várias vezes e seus olhos não paravam de passear.
No final, ele olhou pra mim e me estendeu a mão. Ele foi me guiando até um jardim cheio daquelas flores que ele tinha me dado.
Ficamos parados ali no meio ele de frente pra mim.
De flash, eu vi várias pessoas aplaudindo, várias pessoas sorrindo pra mim...e o estranho era que eu já tinha visto aqueles rostos em algum lugar. Ele segurou a minha mão e sorriu. Era como se fosse um passado tão distante, mas tão distante que não era como lembrar de um fato comum daqueles que ao lembrar de uma coisa simples, você lembra do que aconteceu por inteiro. Eu lembrava apenas de algumas imagens, que nem eu mesma sabia de onde vinham. Como se minhas lembranças fossem fotos.
Kai estava de terno branco.
Senti a vista escurecer e o corpo adormecer. Quando percebi, Kai estava me segurando pra eu não cair. Ele me colocou em pé novamente e se afastou de mim.
" Eu...sei que conheço você, Kai. Mas não sei quem é! Sei que já nos encontramos que...você já fez parte da minha vida pelo menos uma vez."
Ele assentiu duas vezes devagar e em seguida abriu um sorriso.
Eu sabia que ele não tinha entendido nada.
Como uma completa criança que sentia vontade de brincar, ele pegou a minha mão e saiu correndo. Ele corria incrivelmente rápido. Eu sentia que ia tropeçar nos meus próprios pés e sair rolando.
Fomos até um pequeno lago.
Tinha um barco ali perto. Ele correu e começou a empurrar pra que fosse na água. Ele entrou dentro do barco e fez sinal pra que eu entrasse também.
Neguei com a cabeça com medo. Eu já me conhecia, eu sabia que era um completo desastre e sabia que eu acabaria caindo e derrubando ele também.
Ele insistiu me chamando. Neguei novamente.
Do nada ele desapareceu deixando uma fumaça no ar.
Me assustei. Pra aumentar meu susto, ele apareceu do meu lado e segurou meu corpo.
Em um segundo eu estava sentada no barco e ele na minha frente.
Fiquei em choque por um bom tempo. Ele riu e piscou.
Respirei fundo pra não corar.
Ele começou a remar. Eu estava aflita em quebrar o barco.
Paramos bem no meio do lago. Ele olhou pra mim novamente.
Ele fechou os olhos. Senti o barco tremidar. Segurei nas bordas com medo.
Em poucos segundos vi várias carpas de cores bem diferentes do nosso lado. Elas brilhavam! E tinhas muitas cores diferentes...
E sempre me sentia como num deja vu.
Parecia que tudo aquilo já tinha acontecido.
Fui tocar na água.
Do nada eu vejo uma pessoa desconhecida.
Olhei para Kai assustada fazendo ele se assustar também.
Olhei novamente pra água. Ela fazia as mesmas coisas que eu. As mesmas expressões que eu.
Toquei em meu próprio rosto e ela também tocou. Aquele rosto!
Aquele rosto! Eu me lembrava dele!!!
Me veio a imagem de eu escovando meu cabelo olhando meu reflexo em uma pedra polida.
Meu cabelo estava mais preto, mais liso. Minha pele nunca esteve tão lisa. Minhas bochechas um pouco rosadas e meus olhos estavam azuis também.
Fiquei tocando meu rosto várias vezes.
Kai esticou o rosto do meu lado.
Olhei pra ele.
" Eu...não sabia que eu tinha mudado de aparência." - pensei.
Ele se encostou novamente para trás.
Relaxei o corpo e tentei me lembrar de mais coisas.
" Pogoshipeoyo... (queria...)"- ouvi uma voz.
Olhei pra ele.
Ele arregalou os olhos perdido.
" Você falou alguma coisa?" - perguntei.
" Naega...(você...)" - ele ainda estava perdido.
Eu fiquei feliz.
" Estou te ouvindo!!!" - eu disse como se tivesse ganhado na loteria.
O vento bateu no meu rosto e aquele fio de energia parecia invadir meu corpo novamente.
Ouvi meu coração bater forte.
Quando abri os olhos me senti realmente como se estivesse naquele lugar. Agora eu conseguia ouvir o barulho das águas, as carpas nadando, as asas dos cavalos nos céus.
Ouvi Kai respirando.
Agora eu via tudo como se fosse vida real e não como um sonho.
Segurei seu braço, e senti suas veias, sua pele.
Ele ainda estava assustado.
Comemorar sem gritar ou sem falar nada era realmente estranho.
- Lia? - ele disse.
Ouvi sua voz no ar.
- Kai! Eu consigo te ouvir! - eu disse.
Ele não levou as mãos nas orelhas...então eu poderia falar o quanto quisesse.
Deu um baita grito de felicidade por poder dizer alguma coisa.
- Chankamanyeo! - ele disse segurando minha mão.
Me levantei e comecei a gritar.
O barco virou.
Subi para a superfície rindo de alegria.
Ele subiu segundos depois fazendo careta tirando o excesso de água do rosto.
- Eu consigo falar Kai! Não é uma maravilha? - eu disse mesmo sabendo que ele não entendia nada.
Ele abriu os olhos e depois sorriu.
Enchi a boca de água e cuspi no rosto dele. Ele sacudiu o rosto e começou a jogar água em mim.
A noite caiu. O céu era num tom de violeta e azul escuro.
Fui encontrar a Joh assim como ela me pediu. Ela ainda estava ajudando algumas pessoas. Tinha duas garotas que me chamaram atenção.
Uma delas tinha os cabelos dourados e longos. O formato do seu corpo lembrava uma "barbie". Sua pele era branca como algodão. Tinha uma expressão forte.
E a outra tinha cabelos negros e enrolados que se estendiam até a cintura. Ela estava correndo de um lado para o outro rapidamente.
- Keuraeyo! (isso!) - Joh disse alto.
Estava meio deslocada ali no canto.
Ela olhou para mim e sorriu.
" Nós já vamos!" - ela me comunicou.
Assenti.
Quando todos terminaram percebi que Seungri estava ali no meio. Quando ele me olhou seus olhos se acenderam. Ele acenou de longe e sorriu.
Sorri de volta.
- Keu! (acabou!) - Joh sorriu.
Todos se curvaram e disseram algo todos juntos.
Ele veio perto de mim e disse coisas que eu não entendi. Fiz sinal que eu não estava entendendo.
- Quando veio? - ele perguntou.
Deu pra perceber que ele já tinha perdido o sotaque de...terráqueo?
Dei risada ao pensar nisso e ele acabou rindo também. Não sei se ele tinha ouvido meus pensamentos ou se ele se sentiu meio acanhado.
- Erm...cheguei hoje. - eu disse.
- Ahhh...então não... - ele fez pausa para pensar - era coisa da minha cabeça. - ele estava se esforçando para montar as frases. - Eu pensei ter visto você hoje a tarde. Era você?
- Sim...era! - eu ri.
- Ah... - ele sorriu. - Você...tá diferente!
- Você também!
Seus olhos azuis brilharam literalmente.
- Eu...estou feliz que está aqui! - ele disse. - Finalmente desvendamos o mistério dos sonhos esquisitos. - ele riu.
Acabei rindo com ele. Ele era muito simpático.
- Seungri Oppa! - um menininho muito, mas muito fofo apareceu. Ele estava de camisola, segurando alguma coisa brilhante nas mãos. Seus olhos eram grandes e redondos. Azuis pra variar.
- Ne! - ele se agachou para conversar com ele.
- Minho Oppa odiesseoyo? (onde está o Minho Oppa?) - ele perguntou.
- Mianeyo Yoogeun, na molla...(desculpe Yoogeun, eu não sei.) - Seungri respondeu.
- Anyeo, kamsahamnida! (não é nada! Obrigado!)- ele sorriu e saiu correndo.
Seungri se levantou e olhou pra mim sorrindo.
- Quem é ele? - perguntei.
- Yoogeun! Filho do Minho com a Thaís.
- Ah...sim...
Ele ficou olhando pra mim.
- Minho é como se fosse o Deus de EXO. É porque ele domina dois elementos e tem outras habilidades. - ele explicou provavelmente já ouvindo eu pensar: Quem são esses? - Ele sabe lidar com elementos fogo e terra. Ele possui uma força inacreditável.
- Uau...
- E Thaís é uma novata, mas tem muitos dons. Minho a buscou na Terra há pouco tempo. Eles pareciam já se conhecer quando chegaram. Thaís já domina o elemento água e parece que também tem dom para dominar o ar.
- É...eles realmente são feito um para o outro. - eu sorri.
- Sim...Já sabe o seu cargo? - ele perguntou.
- Não...e você?
Uma cambada de crianças chegaram.
- Seungri oppa! Annyeonghigaseyo! (Boa Noite!) - eles disseram todos juntos e se curvaram.
Tinha uns sete inclusive Yoogeun apareceu.
Eles fizeram fileira. Seungri colocou a mão na testa do primeiro e uma luz azul piscou.
Ele fez em todos.
Depois eles saíram correndo.
Ele se voltou pra mim.
- Desculpa...esse é meu cargo. Sou o guerreiro das crianças.
- Ahhh que...fofo!
Ele sorriu deixando os olhos pequenos.
- Bom, mas boa sorte nos seus treinamentos! Se precisar de mim, pode me chamar que estarei a sua disposição! - ele disse.
- Obrigada! - agradeci.
Ele colocou a mão na minha testa e senti a luz azul.
Senti uma paz...alegria.
Como se eu sentisse vontade de brincar e esquecer de tudo.
- Purifiquei seu corpo. - ele sorriu. - Só posso fazer em crianças, então...eu acho que ainda é uma. - ele disse.
- É...acho que sim. - eu ri.
- Isso é ótimo.
Ele saiu andando.
Fui até a Joh.
" Vamos começar?" - ela perguntou.
- Eu...já posso falar. - eu disse.
Ela se surpreendeu.
- Nossa! Que rápido! - ela disse.
Fiquei sem graça.
- Bom...agora acho que pode conversar com mais pessoas! Depois eu posso te apresentar pessoas que falam português... - ela disse.
- Ah, obrigada.
- Então...você vai apredendo coreano aos poucos. Não precisa se esforçar, já que vai gastar maior parte da sua energia treinando.
Assenti.
- Então...pelo que vejo acho que Chanyeol já te explicou algumas coisas... - ela disse.
- Sim, expliquei. - ouvi uma voz super grossa.
Chanyeol encostou na árvore que estava ali perto.
- É. Não imaginou que ele iria ter esse tipo de voz, não? - Joh riu.
- É...não.
Chanyeol riu.
Sua voz era muito grossa. Ele tinha cara de mocinho!
- Erm...vamos começar. - ela disse.
Olhei ao meu redor e não tinha ninguém.
- Deusa, não precisa ensinar só a mim...já está tarde, você tem que descansar e...
- Não! Sem problemas. Eu preciso ensinar só você.
- Pre...cisa?
- Sim. Você domina algum elemento. - ela disse.
Fiquei surpresa.
- Como sabe? - perguntei.
- Eu...estou vendo nos seus olhos. - ela sorriu. - Eles tem uma cor diferente do normal. Geralmente esse tom de azul é pra quem domina algum elemento.
Meus olhos pareciam normais como de todo mundo.
- Só eu consigo enxergar, Lia. - ela riu. - Eu tenho quase certeza de que é o vento.
Ela foi até uma árvore e tirou um galho grande.
Chanyeol se sentou, e apoiou a cabeça nas mãos me observando. Ele era muito fofo.
- Sabe por que temos que treinar, Meryn? - ela perguntou.
- Pra...desenvolvermos nossos dons?
- Por que precisamos dos nossos dons?
Não respondi. Não sabia.
- Estou vendo que conhece Cannibals e Narts. - ela disse.
- Sim...
- Cannibals são como zumbis. Tem aparência horrível e agem como se fossem maníacos. Acho que você consegue identificar ao avistar um. - ela explicou. - Temos que tomar muito cuidado com os Narts. Acho que também já sabe sobre isso.
- Sim.
- Eles não vem pra brigar, Lia. Eles querem nos matar.
Senti o medo. Sua expressão estava séria.
- Por isso eu treino todos para serem fortes o bastante para se manterem vivos. Não sabemos por que eles querem nos matar. Mas temos que lutar para nos salvar.
Assenti com muito medo.
- Se tiver alguma lembrança...qualquer lembrança, quero que me conte. Por favor. Quanto mais pistas, melhor. - ela pediu.
- Pistas?
- Sim. Eu desconfio que algum fato aconteceu e nós todos perdemos nossas lembranças. Como uma lavagem..
- Verdade?
- Sim...Você já deve ter tido alguma...certo?
- Sim...eu lembrei do meu irmão, as vezes eu vejo flash de Kai, mas não sei quem é ele. Só me lembro do meu irmão mesmo.
- Ele lembra de bastante coisa...estamos pesquisando as coisas, investigando...e aos poucos vamos descobrindo o porque das coisas... - ela disse lentamente.
Assenti.
- Até agora não sabemos de nada. Infelizmente, mas se souber de algo, me diga. - ela disse.
- Pode deixar. - sorri.
Ela sorriu de volta.
- Vamos começar. - ela disse. - Quero testar seu reflexo. - ela disse.
Vish, lá vem.
- Eu vou jogar um pedaço desse...
Ela jogou do nada.
Sem pensar eu coloquei a mão na frente.
- Seu reflexo é muito bom. - ela ficou feliz.
Ela pegou um outro pedaço.
- Agora, eu quero que se concentre. Olhe para o galho.
Me concentrei.
- Quero que faça uma concentração profunda para que você possa sentir a energia.
Senti os olhos mudarem. E de repente, parecia que eu tinha um tipo de ligação com o galho.
- Agora eu quero que derrube das minhas mãos. - ela disse. - Mas...de onde está. Apenas com a sua concentração.
Eu senti essa energia que ela tinha falado. Mas...nada mais que isso.
Não sabia o que fazer para controlar.
Apertei os olhos, minha cabeça parecia doer.
Forcei todos os músculos, mas nada parecia mudar.
Fiquei assim por um bom tempo.
- Se concentra, Lia. - ela pedia.
Fechei os olhos e relaxei.
Senti aquele fio de energia ligando todo o meu corpo. Vinha de trás da cabeça e chegando nos meus olhos senti ligação direta com o galho.
- Isso! Agora quero que use para tirar o galho das minhas mãos. - sua voz era encorajadora.
Senti a energia passar do meu corpo para o galho.
O galho se quebrou e ficou em pedacinhos.
Nossa. Eu fiz aquilo mesmo?!
Chanyeol se levantou assustado.
O que me deixou surpresa, é que Joh também estava assustada.
- Ué... - ela disse.
- O que? - perguntei.
Meus olhos pareciam estar dilatados. Consegui comandar os olhos para voltar ao normal.
Ela pegou outro pedaço.
- Vamos de novo. - ela disse.
Ela pegou outro pedaço e segurou.
Dilatei os olhos, canalizei a energia de trás da cabeça para os olhos e joguei no galho.
Dessa vez, o galho explodiu em pedacinhos.
A Deusa ainda continuava confusa.
Ela pegou outro pedaço do chão que ainda estava inteiro e o jogou na minha direção.
Antes de eu colocar a mão na frente pra me defender, meu corpo respondeu pra que eu usasse a energia.
E o galho foi se quebrando na minha frente. Se eu jogasse, ele explodia. Se eu apenas apertasse, ele se desfazia.
- Isso já aconteceu antes. - Chanyeol disse. - Ela foi sentar na árvore e ela se desfez.
- Meu dom é destruir árvore? - perguntei.
Ela pegou um fruto.
- Tente agora. - ela esticou a mão com aquela fruta diferente.
Fiz a mesma coisa.
O fruto se desfez deixando caldo na mão da Deusa.
- Eu não consigo entender. - ela disse. - Não era pra isso acontecer. - ela disse.
- Não? - perguntei.
- Não. Era pra apenas cair no chão. E não explodir ou se desmanchar.
- Me deixa tentar de novo.
Ela pegou outro fruto.
Me concentrei. A energia era como uma mão. Eu estava socando o fruto ou apenas apertando até se desmanchar. Pra eu derrubar, só preciso segurar com calma e mecher na direção e não na força.
Como eu pensei nisso do nada?!
Balancei a cabeça pra minha mente tagarela parar de falar e eu começar a me concentrar.
Me concentrei. Quando ameacei a apertar para destruí-la, dosei na força.
Minhas sobrancelhas começaram a dançar tentando obter coordenação.
Chanyeol estava atento.
Consegui mexer na direção da energia.
Era como aprender a dirigir o carro. Virei o volante para a direita e caiu.
- E agora? - perguntei.
Ela mordeu o lábio pensando.
- Não senti o vento. - ela disse. - Achei que iria usar o vento para derrubar.
Engoli em seco. O que tinha de errado comigo?
- Não tem nada de errado, Lia. Só nunca vi esse dom antes. - ela disse.
Ela me olhou.
- Consegue colocá-la de volta para a minha mão? - ela perguntou.
Fiz a mesma coisa. Canalizei bem rápido dessa vez demorando menos de um segundo para eu pegar o fruto.
Fiz força para subir, mas não subia.
Tentei de outra maneira e ela voou para o alto.
Quando ela caiu eu a peguei no ar.
Ela ficou parada.
A Deusa ainda estava com as mãos estendidas.
Com calma fui mudando a direção da forma correta e pousou nas mãos dela.
Nossa...aquilo era demais!
- De onde canaliza a energia? - ela perguntou.
- De dentro do meu corpo. - eu disse.
- De dentro do corpo? - Chanyeol perguntou confuso.
- Sim...tem uma energia que liga meu corpo inteiro. Eu...a usei. - expliquei.
A Deusa ergueu a sobrancelha esquerda.
Chanyeol olhou para ela.
Ela soltou o ar e sorriu pra mim.
- Amanhã continuamos ok? -ela perguntou.
- Tudo bem, me desculpe se fiz algo de errado... - eu disse.
- Não fez nada de errado. - ela sorriu abertamente dessa vez. - Annyeonghigaseyo! - ela disse.
Nós nos curvamos e ela saiu caminhando.
Fui indo pra perto de Chanyeol que ainda parecia uma estátua.
Chanyeol ficou olhando pra mim em choque por um bom tempo.
- Eu sou uma aberração é isso? - perguntei.
- Não meu amor...
Ele...me chamou de...meu amor?
Fiquei no ar por alguns segundos.
- Ninguém canaliza a energia dentro do corpo. A não ser a Deusa, Lia. - ele disse.
Ele me olhou dentro dos olhos com o rosto aflito.
Eu queria saber o que ele estava pensando.
Ele fechou os olhos com força.
- Isso é ruim? - perguntei.
- Não...
Ele parecia estar sem ar.
- Vamos esquecer isso ok? Amanhã nós continuamos...
- Mas...
- Lia, por favor. Amanhã conversaremos sobre isso. Tudo bem? - ele parecia estar irritado.
Estranhei aquela reação.
- T..tudo bem. - respondi.
Ele assentiu tentando sorrir.
- Amanha...nos falamos. - ele disse.
- Tudo bem...
Ele se afastou um pouco.
- Boa...noite. - ele disse de longe.
Ele mudou de humor de repente. Ele parecia estar nervoso.
Ele deu as costas e saiu correndo.
- Boa noite. - disse para o vento.