terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Uau

Estavam todos em uma casa festejando o ano novo. Comidas, luz cor de sol batia suave em nossos rostos dando sensação de família harmoniosa. Jordana estava conversando com seus pais sobre qualquer coisa e eu estava observando o luar. Como aquele céu era grande! Era muito maior do que na praia! Era como se morássemos em um planeta apenas nosso. Estrelas que eu nunca havia visto, a lua estava bem maior, e um vento diferente. Não era frio, não era quente, era uma sensação de outro mundo.
Jordana pegou a minha mão e me guiou para fora. Olhamos o céu por completo.
A lua parecia de ouro, as nuvens eram finas e mostravam o show no céu das estrelas brilhantes. Pareciam estar tão próximas que ao esticar a mão no alto, conseguiamos tocá-las.
O ar parecia estar coberto por glitter. Realmente era um lugar mágico.
- Olha, que lugar mais romântico! - Joh disse maravilhada.
Assenti.
Então lá do horizonte, surgiu uma luz muito forte.
- O que é aquilo? - perguntei.
Ouvimos coisas estourarem e o som ficar cada vez mais próximo.
- O que está havendo?! - Joh começou a sentir o mesmo desespero que o meu.
Era uma espécie de onda de fogo que por todo o lugar que passava, queimava tudo e todos.
Estava se aproximando cada vez mais.
Corri para dentro da casa, mas Joh estava em choque e paralizada no mesmo lugar.
- JOH VEM PRA DENTRO DA CASA!!! - gritei.
De repente, ela parecia estar acordada e correu.
Fechamos a porta e ficamos esperando pelo pior.
As explosões estavam cada vez mais próximas.
- Vocês sabem o que aconteceu ontem a tarde? - Joh começou a conversar como se tentasse acalmar seus pais.
- UMA ONDA DE FOGO ESTÀ CHEGANDO!!! - gritei.
O pai ficou olhando pelo vidro da porta aquele fogo escaldante se aproximando.
- MEU DEUS!!! - ele gritou correndo para qualquer lugar sem saber o que fazer.
A casa foi atingida e eu mal conseguia respirar de medo.
Mas, por nossa sorte a casa conseguiu nos preservar lá dentro e apenas algumas partes pegaram fogo.
Meu corpo se relaxou. Fiquei observando as chamas ainda sem acreditar no que havia acontecido.
- Por que não os avisou sobre a onda?! - perguntei para Joh sem entender.
- Eu não sei! Eu só estava tentando acalmá-los... - ela respondeu sentindo culpa.
Eu queria me desculpar por ter elevado a voz daquela maneira, mas logo fui interrompida ao avistar uma onda de água vindo do lado contrário.
- Ah não... - Joh disse já cobrindo a própria cabeça.
Mas a onda chegou baixa até nós.
Ouvimos uma risada feminina ecoar no céu.

Fomos para o colégio. Era impossível entrar pela porta principal, pois aquela multidão estava atrapalhando a passagem.
Entrei pela diretoria.
Um garoto alto de cabelos pretos, me chamou.
- Ei, o que está fazendo? - perguntei.
Ele foi me puxando pelo braço.
Entramos em uma sala muito grande. Parecia ser um salão de palestra.
Mas na verdade era de estudantes.
As paredes eram feitas de vidro e o teto era tão alto que as lâmpadas pareciam estrelas.
Encostamos na parede em um canto afastado e ele me olhou nos olhos.
- Eu...entreguei a bíblia para ela. - ele disse.
- Ela quem?
- Quem é responsável por tudo isso.
- Tem alguém manipulando as coisas? E você deu a bíblia para ela?! Você sabe que não pode!
- Como sabe que é uma mulher?
- Eu a ouvi ontem.
- Ouviu?
- Não importa, por que fez isso?
- Ela pode afundar um navio inteiro. Sabia? - ele parecia se divertir com a situação.
Engoli em seco.
- Ela pode fazer o que quiser. Acabar com o mundo... - ele disse.
Saí andando pela escola. De alguma maneira eu sabia que era, mas eu só não estava entendendo ainda as coisas muito bem. Como ela pode criar uma onda de água e fogo daquela maneira apenas usando páginas da bíblia?!
Passei novamente pela diretoria e fui para a porta principar. Tinha umas garotas barrando a passagem de alunos.
Fui em direção a uma garoto de cabelos castanhos.
- Me deixa entrar. - eu disse.
- Você não tem...
Passei por ela e abri a porta. Olhei lá dentro e estava vazio. Ela logo veio me tirar.
- Eu disse que não pode entrar.
- Fica na sua! - eu gritei. - Cadê ela?!
- Ela ainda não está aqui.
Fui para a minha sala para xingar o garoto.
Mas, logo fui chamada.
Quando percebi eu estava no pátio do colégio.
Tinha uma espécie de jogo. Eu tinha que acertar argolas na parede para se ajustar nos pregos. Se eu errasse um, algum desastre acontecia.
Ela estava ali no meio me dando as instruções para o jogo, mas algo me dizia que eu não devia olhar. Não devia saber quem era.
Continuei no meu caminho, ajoelhei no chão e fiz uma prece pedindo a ajuda de Deus.
Joguei a primeira argola sem muito mirar e acertei.
Dei a volta no pátio.
Joguei outra e acertei.
Dei outra volta.
Assim foram as nove. Na última minhas mãos tremiam.
Os alunos estavam assistindo das salas.
Joguei a última e acertei.
A garota praguejou e sugeriu outro jogo.
- Chega e acabe com isso. - eu disse.
Na escola circulava a notícia: Um navio vai afundar essa noite, amanhã um avião vai cair.
Eu estava começando a entrar em desespero. Realmente era o fim do mundo?
Me levantei da carteira.
- Joh, preciso da sua ajuda. - eu disse.
- Pra que?
- Eu vou parar essa garota, nem que custe a minha vida.
Ela assentiu.
Eu ficava dizendo pra mim mesma: Diz que isso tudo é um sonho, por favor, é um sonho.
Enquanto isso, Sulli estava completamente perdida no meio da noite. Ela estava olhando as flores que já estavam quase morrendo. Observando o céu, os lados. Como se estivesse escondendo de alguém. Ela então avistou algo brilhando em uma folha. Era uma fada.
  Joh colocou a mão no meu ombro e sorriu.
Então acordei a balancei a cabeça. Que sonho louco. E não entendi nada.