segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Continuação 31

- Vocês precisam ficar. - Namjoon tentava convencê-los pela milésima vez.
- Namjoon, não podemos. V não vai conseguir defender as duas lá...
- E daí eles te acham na rua. O que acontece? Eles estão procurando pela gente na cidade nesse exato momento. - Namjoon era forte com seus argumentos.
Jordana sabia que no fundo, eles ficariam bem. Os planos não falhariam, então pelo menos naquela noite, nada aconteceria à eles. O problema era ficar com aqueles dois. Jin e Namjoon.
Namjoon não esperou a resposta e se levantou preparando as bagagens.
- O que está fazendo? - Jordana perguntou.
- Não vamos ficar aqui não é? - ele sorriu. - Óbvio demais.
Jordana concordou com a cabeça e olhou para Jin preocupada com a situação. Ele apenas suspirou e o ajudou a arrumar as coisas. Nesse momento, ela desejava ouvir seus pensamentos.
- Vamos acampar na floresta. - Namjoon e seu espírito de liderança, guiava os dois.
Jin colhia armas, tesouras, facas entre outros. Namjoon pegava os cobertores, algumas injeções, isqueiro e jogava tudo na mala. Jin colocou a grande mochila nas costas sem dizer uma palavra, apenas concordando com a situação.
Namjoon pegou uma mochila menor e abriu a geladeira. Passou o braço nas coisas fazendo tudo cair na mochila. Ele fechou o zíper e estendeu para ela.
- Leve isso. - ele disse.
Ela pegou a mochila e colocou nas costas. Namjoon pegou a chave do carro e jogou para Jin que pegou sem dificuldades.
- Dirija. Você é bom nisso. - Namjoon uniu as sobrancelhas.
Jin nada disse novamente e desceram para a garagem. Tinha cinco carros de ultima geração ali.
- Esse preto. - Namjoon apontou com o queixo.
Jordana tinha uma fortuna, mas Namjoon tinha A fortuna. Jin agia naturalmente. Provavelmente também estava acostumado com aquilo. Jin também tinha o bolso cheio.
Ela se repreendeu por pensamento dizendo que aquela não era hora de pensar nessas coisas.
Eles entraram no carro e Jin agiu como se o carro fosse dele. Ele mudou a marcha rapidamente e pisou fundo.
- Sabe a floresta do Kwangamri? - Namjoon perguntou.
- 280 km ao sul de Seul mais ou menos? - Jin perguntou.
- Exato.
Jin pisou mais fundo dando grandes sustos em Jordana que reprimia um grito de medo o tempo todo.
Chegaram no meio da mata e o carro balançava muito. Foi ficando cada vez mais escuro e frio.
Jin estacionou o carro em um canto qualquer e eles começaram a arrumar as coisas. Namjoon tinha prática como ninguém.
- Eu já fiz muito isso. - Namjoon disse ao ouvir seus pensamentos.
Jordana tratou de ajudá-los rapidamente.


- Eu não consigo dormir, droga. - Jordana reclamou virando de um lado para o outro.
Ela estava preocupada e com medo. E se alguém aparecesse ali de repente?
Não conseguindo mais segurar a sua inquietação, se levantou e caminhou até a fogueira. Esticou suas mãos para esquentá-las.
O vento era frio, mas era gentil. Aquelas árvores enormes dava a impressão de engoli-la a qualquer momento.
No meio da mata, jurou de viu um braço. Ela espremeu os olhos e tentou enxergar melhor.
Não queria ter surpresas, mas foi caminhando em direção ao braço bem devagar. Sua curiosidade parecia ser bem maior que seu próprio corpo.
- Não vai querer se assustar não é? - Jin tentou falar da maneira mais calma possível para não assustá-la, mas do mesmo jeito a fez pular por dentro.
Ela se virou para olhá-lo. Jin caminhou até ela e pegou a sua mão fazendo-a voltar para perto da fogueira novamente.
- Eu acho que tem alguém ali... - Jordana disse tremendo.
Jin sorriu como se estivesse confortando uma criança com medo do escuro.
- Por que está sorrindo? Não...vê o braço ali? - ela estava se arrepiando de medo.
Ele olhou para frente como se preparasse uma história.
- Acho que não vai querer ouvir isso não é? - ele perguntou olhando-a.
Jin estava com um blusão de gorro. Seus cabelos estavam um pouco espetados dando lhe uma imagem unica. A chama clareava o seu lindo rosto tornando o ainda mais bonito. Ela estava tão hipnotizada com a sua beleza que acabou se esquecendo de responder sua pergunta.
- Eu estou preparada para qualquer coisa agora... - ela disse.



Jin sorriu ao perceber que Jordana realmente já tinha visto coisas fortes demais. Ele cobriu as mãos com a manga da blusa e suspirou.
- Aqui onde estamos... - Jin começou. - Há sessenta anos atrás, era o terror.
Jordana prestava atenção em suas palavras.
- Pessoas eram fuziladas aqui. Pessoas inocentes, culpadas, não tão culpadas assim... - ele a olhou.
- De verdade? - ela perguntou.
- Sim...por causa da guerra. - ele dizia com seriedade. - Apesar de ser um lugar silencioso e tranquilo...nesse tempo, era morte todos os dias. Homens...mulheres e crianças.
Ela olhou ao redor e se sentiu triste por um momento. De repente, ela pareceu ouvir vozes, tiros e bombas...como se estivesse presenciando aquele momento.
- Saiu até uma reportagem falando sobre isso. - Jin abaixou a cabeça. - Eles acharam uma criança segurando uma bolinha de gude quando...foi executada.
Jin observou a chama enquanto Jordana fechou os olhos tentando aliviar a tristeza que ficava cada vez mais forte. Um longo silêncio fez com que Jordana se aprofundasse cada vez mais naquilo.
- Você não está brincando não é? - ela perguntou sorrindo para não chorar.
- Por que eu brincaria com isso? - ele perguntou sério.
Nenhum dos dois cruzou os olhar. Então, finalmente ela deixou que as lágrimas caíssem ao ver aquele braço ali na frente novamente.
- Joh... - Jin segurou suas mãos.
Ela olhou para ele sem conseguir esconder a tristeza. Não sabia porquê se sentia tão triste. Talvez todas as coisas tinham deixado suas emoções ainda mais fortes.
- Não podemos mais deixar pessoas inocentes morrerem...entendeu? - Jin perguntou com os olhos vermelhos e molhados. - Podemos mudar isso e salvar pessoas. Se mantenha forte até o final e sairemos dessa...
- Jin... - ela começou a chorar de verdade. - Somos inocentes. Todos nós. Por que isso tem que acontecer?
Ele observou seus olhos tristes e não conseguiu impedir suas lágrimas. A dor dela era tão forte dentro de si que era como se fosse sua própria dor.
- Fomos escolhidos, porque somos fortes. - Jin colocou a mão em seu ombro.
Jordana soluçava.
- Não tenha medo. Eu vou estar com você...até o final... - ele disse.
Jordana sentiu as palavras de Jin como se tivessem formas e pudessem carrega-la confortavelmente e protegê-la.
- Lute pela Julia...lute por nós, por você. Pelas crianças, mulheres e homens. - ele disse.
Ela assentiu entre soluços. Jin a abraçou tirando o peso que carregava dentro de si.


A luz do dia acordou Patrícia. Ela esticou o corpo com preguiça e se assustou com Taehyung que dormia ao seu lado.
    - O que houve?! - V acordou ao ouvi-la cair cama.
  Ela ficou alguns segundos em choque tentando lembrar o que tinha acontecido na noite anterior, mas logo relaxou ao lembrar que apenas adormeceu ali. Nos primeiros cinco minutos, geralmente ela tinha ilusões e não pensava de maneira sóbria.
V a observava com medo de ter sido aquelas crises de pânico novamente.
    - O que? - ele continuou perguntando.
    - N-nada..só...tive um sonho.
  - Ah... - ele se sentiu aliviado.
    Ela se levantou rapidamente tentando disfarçar a dor em suas nádegas pela queda.
V limpou a garganta como se preparasse para dizer algo embaraçoso.
    - Aquilo ontem...foi real...não foi? - ele perguntou.
    Ela engoliu em seco. V queria que ela repetisse novamente o que ela demorou para criar certa coragem para agir ou dizer. Será que ele não percebia isso?
  - Desculpe.. - ele disse como se ouvisse os pensamentos dela.
  - Eu vou tomar um copo d'agua. - ela logo saiu.
    Patricia foi para a cozinha e deparou com a cena.
    - Ahhh meu Deus!!! - ela gritou ao ver Jimin ali na sala com Julia dormindo no sofá com as costas nuas.
  Jimin abriu apenas um olho e levantou o rosto.
    - Ahn...Paty? - ele perguntou com a voz rouca.
    - Que está fazendo aqui? - ela perguntou.
    - Eu só vim...erm... - ele se levantou sem saber o que dizer.
    - Não...levanta. - ela disse colocando a mão na frente.
    - Estou vestido, boba. - ele riu. - E sou seu melhor amigo, lembra?
  - Mas é um homem! - reclamou passando por ele para ir até a geladeira.
    Ela pegou o copo de agua rapidamente.
    - Aonde estão os outros? - ele perguntou vestindo a camisa.
    Patricia se lembrou. Jordana e Jin não tinham voltado pra casa.

  Os quatro tomavam o café da manhã preocupados com os dois desaparecidos.
    O celular de Patricia vibrou. Ela olhou o visor e viu mensagem do Jin.
  " Estamos seguros, não se preocupem. Hoje é o grande dia se preparem...daqui a pouco estamos chegando."
    Paty sentiu um frio horrível na barriga e olhou para os três.
- Eles vão vir. Disse para nos preparar para hoje que...será o grande dia.
Taehyung respirou fundo e assentiu uma vez como se aquilo lhe desse força.
Sentaram na sala e ficaram todos em silêncio esperando.


Os três desceram no aeroporto de Toquio e pegaram o trem bala para chegar no hotel. Quando Namjoon abriu a porta os quatro levantaram ao mesmo tempo. Ele ficou surpreso ao ver Jimin ali.
- Parece que alguém está do nosso lado.. - Jimin sorriu.
Namjoon o olhou de volta sem resposta.
- Daqui a...mais ou menos trinta minutos, vai começar. - Jin disse olhando no relógio.
Todos assentiram se jogando no sofá tentando usar menos esforço possível do corpo. Jin aplicou um líquido em cada para mantê-los acordados por bastante tempo e em seguida descansou um pouco.
Patrícia rezava mentalmente para que tudo desse certo enquanto segurava a mão de Taehyung. Julia dizia palavras encorajadoras para si mesmo. Jimin tentava se lembrar de todas as coisas que Seungri havia dito. Jin apenas descansava. Namjoon e Joh tentavam controlar suas emoções.
"Joh, estarei aqui." - ele disse. "Não importa o que aconteça."
Ela sorriu para ele e ele retribuiu o olhar.
- Pessoal. - Namjoon disse. - Não parem de correr por um segundo se quer. Corram até o corpo cair. Não podem parar, estão entendendo?
Todos olharam para ele com confiança no olhar.
- 5...4...3...2...1... - ele disse olhando o relógio.
- Fighting. - Julia sorriu para todos.
Eles sorriram para Julia. Ver todos ali lutando por ela, era algo impressionante.
Quando o zero foi dito, todos se separaram e cada um foi correndo para os seus respectivos lugares. Começava agora o plano final.
 

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