quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Continuação 23

   Jungkook estava deitado na cama. Seu mundo parecia estar parado.

   " Depois de ter pedido desculpas, ele a apagou. Ficou um pouco preocupado, porque ela não se mexia mais.
    - Cara, tem certeza de que isso aqui é apenas um sonífero? - Jungkook perguntou olhando para o pano em suas mãos.
    - Absoluta, relaxa. - Kai respondeu.
    Carregaram o carro que estava parado logo ali perto e a levaram até o labirinto.
    Colocaram o corpo inconsciente no meio da sala escura, acorrentaram suas mãos e esperaram ela acordar. Jungkook ficou em um canto estratégico onde Patrícia não o veria nem com as luzes acesas.
    Quando ela abriu os olhos, Jungkook fechou os dele para não ver aquela cena de desespero que todos sequestrados costumam ter. Mas ela não reagiu como o esperado. Ela ficou quieta observando tudo.
    Enquanto Tao começou a dar seu show, ela percorria os olhos pelos cantos. Por um momento seus olhos se encontraram. Jungkook se assustou, mas ela não demonstrou nenhuma reação quanto a isso.
    - Acho que ela não me viu. Foi apenas coincidência. - Jungkook sussurrou pra si mesmo.
    Tao começou a erguer a voz demais com ela. Ele tentou não se importar com aquilo, mas no momento em que ele se agachou perto dela, eu já estava do seu lado.
    O jeito como ela me olhou horrorizada, foi dolorido.
    Quando Tao perguntou se ela tinha sentimentos em relação à mim, eu pude ver nos olhos dela."

   - Ela vai ter que aceitar quem eu sou. - ele disse voltando ao mundo real. - Ela gostava daquele Jungkook e não de mim.
   - As coisas adiantaram. - Tao apareceu na porta de repente.
   - Pra quando? - Jungkook perguntou.
   - Agora.
   Ele engoliu em seco.
   - Ja decidiram? - Jungkook perguntou um pouco desconfortável.
   - Ja. - Tao respondeu rapidamente.
   - E...? - Jungkook tirou as mãos da nuca e se levantou da cama.
   Tao sorriu.
   - Vamos recusar a proposta do velho. - respondeu com indiferença.
   Jungkook assentiu sentindo um nada. Obviamente não queria que a escolha fosse essa, mas...não poderia se opor. Ele teria mesmo que fazer isso...
   - Você disse que não tinha sentimentos por ela. - Tao disse percebendo a expressão nada satisfeita dele.
   - Não tenho. - Jungkook ajeitou sua blusa e colocou o gorro.
   - Por que eu tenho certeza de que não gostou da decisão? - Tao fechou um pouco o olhar.
   - Porque eu acho que será uma luta muito forte dessa vez. - Jungkook deu de ombros tentando esconder seu sentimento ao máximo.
   - Mas estamos juntos nessa. Relaxa. - Tao colocou a mão em seu ombro.
   - Acredito nisso. - Jungkook assentiu uma vez lhe passando confiança.
   - Vamos.
   Eles sairam.


   - Você não percebeu que ela estava blefando?! - Taeyang perguntou do outro lado da linha.
   - Não tinha como saber. Ela parecia bem decidida. - Taecyeon estava sentindo-se humilhado.
   - Que merda...que merda...Sabe pra onde eles foram? - Taeyang parecia realmente irritado.
   - Não sabemos. - Taecyeon respondeu por todos.
   Ouviram a respiração impaciente de Taeyang do outro lado.
   - Eu vou ver se consigo pesquisar aqui. - Taeyang disse digitando rapidamente no computador. - Peça ao Kim Tan para rastrear o celular da Júlia.
   - Ele...está morto. - Taecyeon se sentiu desconfortável.
   - Morto?
   - Sim, ele apontou uma arma para Jordana e Namjoon atirou nele.
   - Eu sabia que ele gostava daquela garota, só queria confirmar. Só não sabia que ele iria matar o meu braço direito e iria trair a todos. Não há problema...quando encontramos, ele será o primeiro a morrer. - Taeyang riu.
   - Nós? - Taecyeon perguntou. - Eu to fora dessa. - ele riu sarcasticamente.
- Ei ei! Vai vacilar? - Taeyang perguntou.
- Eu detesto vítima desobediente. Ainda mais as que batem. - Taecyeon limpou o canto dos lábios encharcados de sangue.
- Ta com medinho, tá? - ele disse com a voz fina para fazer graça.
Taecyeon revirou os olhos.
- Eu só estou com preguiça. Não estou a fim de lutar e colocar a MINHA vida em risco quando o assunto é SEU.
- Eu já coloquei a minha vida em risco várias vezes por coisas SUAS também. Qual é mano, estamos juntos nessa merda ou não? - Taeyang gritou.
   - Não acha melhor desistir? - Jhope perguntou.
   - Não. Eu sempre luto até o fim e não aceito derrotas...sabem disso.
   - Ela já sofreu bastante. - Taecyeon disse.
   - Mas ainda não consegui o que quero.
- Você ainda não tem noção do perigo não é? - Taecyeon estava irritado.
Taeyang ficou em silêncio.
- Acho que você não ta sabendo que vai vir surpresas. - Taecyeon explicou.
- E acho que você também não está sabendo das minhas surpresas.
- Suas? - Taecyeon ergueu uma sobrancelha.
- O Tao está nessa.
Taecyeon olhou o nada e depois para os seus colegas. Todos abriram um sorriso triunfante.
- Por que não disse antes? - Taecyeon estava totalmente confiante.


   Enquanto estavam no avião, Jin começou a preparar a injeção para dor.
   - Nossa amor, você está muito machucada.. - Namjoon passou os dedos no rosto de Joh
   - Não rela! - Jin apareceu de repente.
   Namjoon afastou a mão por reflexo.
   - Sua mão deve estar suja. - Jin disse qualquer coisa como desculpa.
   Namjoon mudou de lugar para que ele pudesse cuidar dela. Jin começou a limpar os ferimentos com todo o cuidado.
   - Obrigada. - ela agradeceu.
   - Eu queria agradecer também por ficar longe do Namjoon, mas acho que isso não vai acontecer tão cedo.
   Ela ficou quieta e Jin continuou cuidando de seu rosto. Ele estava próximo demais e era impossível não reparar em sua pele lisa. Jin era...realmente bonito, mas apenas isso.
   - Se você não parar de me olhar, talvez eu possa não resistir. - ele disse um pouco desconfortável.
   Ela logo desviou o olhar.
   - Não sente nada por mim? - ele perguntou com uma voz meio rouca tornando um pouco atraente.
   Ela não respondeu como se não tivesse ouvido. Joh bloqueou a mente pra que Namjoon não ouvisse.
   - Ou está em duvida, ou sente medo de me machucar dizendo nao, ou isso é um sim...
   - Prefiro não dizer. - ela cortou rapidamente.
   - Pra não causar confusão ou não me causar sofrimento? - ele parou para olhá-la.
   - Eu não quero te chatear. - ela retribuiu o olhar.
   - Então sente algo por mim. - concluiu rapidamente.
   - Não, eu...
   - Se você disse que não quer me chatear, é porque tem um tipo de sentimento...Você não quer me machucar. Quer me proteger. - ele abriu um meio sorriso.
   Ele estava certo. Ela sentia isso. Ele era bom pra ela e ela gostava dele. Também o achava bonito, mas nada de sentimentos especiais.
   - É isso? - ele perguntou mostrando-se claramente desapontado.
   Ela prendeu a respiração quando ele se aproximou um pouco. Os olhos castanhos de Jin observaram a fundo os olhos cor de mel da Joh. Jin foi levando a mão até o seu rosto passando o algodão em sua labios e em seguida no queixo.
   - Eu te amo. E eu não consigo mais esconder isso. - ele disse sério.
   Jordana não conseguia se mover, pois estava realmente perto. Ela conseguia sentir sua respiração, sua voz tão próxima. Ela estava com medo, sentindo um leve desespero, mas algo dizia que estava tudo bem. Pior. Dizia que ela gostava dele. Era uma sensação boa, e proibida. Essa era a palavra certa. Jin era proibido.
   - Eu acho que não vou conseguir me afastar se você não o fizer. - Jin disse com os lábios ansiosos.
   Ela não fez nada, por não saber realmente o que fazer. Ele segurou seu rosto e tocou a testa na dela.
   - Jin, eu..
   Ele a interrompeu com um beijo quente, mas gentil. Ele tinha um ritmo calmo e apaixonante.
Por mais que tentasse resistir a Jin, ela sempre acabava caindo em seu jogo. E por mais que ele fosse proibido, errado, ela não se sentia mal. Uma parte de si queria sim tê-lo, mas era uma parte bem pequena.
Mas naquele exato momento, quem ela mais queria era ele. Talvez, fosse por alguns minutos, mas o queria e muito.
Joh pousou os braços em seus ombros e percebeu como eles eram largos.
Por um momento se espantou. Eles sempre estudaram juntos, mas ela costumava vê-lo como um simples garoto e agora estava tão diferente. Parece ter mudado tão rápido que ela nem havia percebido, mas a verdade é que ela nunca olhou para ele nem se quer como amigo. Mal se falavam e agora ele disse que a amava! Parecia até algo irreal.
Jin deslizou a mão de seu rosto para a nuca tornando-a mais próxima. Joh sentiu um leve arrepio e aconchego ao mesmo tempo.
Não. Isso não estava certo! Ela tinha que afastá-lo!
Joh colocou as mãos em seu peito para empurrá-lo, mas ela não conseguia, seus braços não a obedeciam, mal tinha forças para isso. Acabou amassando a sua camisa branca bem passada tentando quebrar aquela hipnose.
- Não faz isso... - ele a soltou por um momento com a respiração ofegante.
Ele a beijou novamente com mais intensidade e puxou seu corpo mais perto. Jin desceu a mão da nuca para a sua cintura ameaçando colocá-la dentro de sua blusa.
Ela fechou os olhos mais forte e finalmente teve forças para empurrá-lo. Ele ficou de cabeça baixa tentando controlar sua respiração.
Ela percebeu que também estava ofegante. Era uma mistura de desejo com medo. Quando caiu em si não tinha acreditado no que tinha acabado de acontecer.
Joh levantou os olhos para lhe dizer alguma coisa, mas ao ver o cabelo dele bagunçado e os primeiros botões da camisa abertos, ela quase mordeu sua própria língua. Ela levou a mão na boca por impulso.
- Desculpa... - ele disse ainda com a respiração pesada.
Ela saiu rapidamente dali indo para o banheiro. Deu de cara com Namjoon que vinha em sentido contrário.
- O que houve? - ele perguntou segurando seus ombros para tentar olhar em seus olhos.
- Me solta. - ela se recusava a olhar para ele.
- Ei, por que está assim? - ele se preocupou.
Ela se soltou dele e foi direto para o banheiro.
Abriu a torneira e começou a lavar o rosto. Olhou a sua imagem no espelho totalmente perplexa.
- Você enlouqueceu menina?! - ela gritou pra si mesma.
Ficou uns cinco minutos olhando para os seus próprios olhos ainda sem acreditar.
- Joh, está tudo bem? Está passando mal? - Namjoon bateu na porta.
Ela se agachou num canto e lágrimas começaram a cair.
"Me desculpe." - ela disse mentalmente.


- Vai fracote. - Seungri disse.
Jimin caiu no chão com pouca força. O suor escorria e sentia muito calor.
- Quando você está cansado é a hora que mais precisa se mecher. - Seungri disse dando voltas nele.
Jimin se levantou. Começou a bater no saco de pancada enquanto Seungri lhe batia. Jimin caiu no chão novamente quando ele lhe acertou nas costelas.
- Como quer ajudá-la se não pode se manter em pé? - Seungri perguntou.
Jimin se contorcia no chão. Ele queria levantar, mas seus músculos estavam doendo muito.
- Minhas costelas estão doendo muito, tem como você me acertar em outro lugar? - Jimin pediu.
- Vai pedir isso para a pessoa que está lhe batendo de verdade? - Seungri perguntou estendendo a mão para ele.
Jimin segurou a sua mão e levantou.
- Você é forte. - Seungri disse colocando a mão em seu ombro. - Mas seu reflexo está fraco, só isso.
- Estou enjoado. - Jimin colocou as mãos nos joelhos.
- É normal quando se esforça muito. - Seungri sorriu. - Chute aqui. - ele se afastou um pouco e levantou uma das mãos no alto.
Jimin tentou acertar, mas não conseguiu.
- É o melhor que pode fazer? - Seungri perguntou com a voz desafiadora.
Jimin se concentrou novamente e tentou, mas não conseguiu.
- Pode fazer isso na dança, mas não na luta? - ele disse alto.
Jimin se lembrou daquele salto que fazia na coreografia e fez igual. Acabou errando o alvo.
- PUTA QUE PARIU MOLEQUE! - Seungri deu lhe uma bronca.
Jimin deu o salto novamente com o sangue fervendo nas veias e acabou acertando não só a mão dele como o garoto em cheio. Seungri reclamou de dor por uns instantes, mas terminou com uma risada.
- Se você não fosse legal, eu te socava a cara agora moleque. - Seungri se sentou rindo.
Jimin abriu um sorriso antes de deitar no chão de cansaço.
Seungri se levantou limpando o nariz que sangrava. Olhou para Jimin exausto no chão.
- Por que quer tanto fazer isso? Gosta tanto dessa mulher?- Seungri perguntou.
- Eeeei não é qualquer mulher! - Jimin disse em tom de bronca.
Seungri riu.
- Eu vou protegê-la nem que isso custe a minha vida. - Jimin disse como se lhe faltasse ar.
Seungri o observou admirando o seu amor.
- Pode não ter reflexo. Mas tem força, algo pra defender e o melhor de todos...raiva. - Seungri sorriu.
Jimin o olhou e os dois sorriram mais ainda.



Paty estava observando secretamente Julia olhar para o seu celular com a foto dela e de J-hope.
Ela passou o dedo e apareceu uma foto do Jimin. Julia observou aquele garoto por vários segundos.
- Não se pode ter dois garotos ao mesmo tempo. Sabe disso não é? - Patrícia finalmente disse.
- Eu sei. - Julia respodeu rapidamente como se já soubesse que ela estava prestes a perguntar isso.
- E já sabe qual deles é o certo?
Julia respirou fundo.
- Não. Não faço idéia. - ela respondeu.
- Deve ter um que seu coração bate mais.
Ela prensou os lábios um contra o outro mostrando indecisão.
- Qual você não abre mão? - Paty perguntou. - Já pensou por esse lado?
Julia a olhou.
- Em qual das vezes o seu coração doeu mais? Quando o Jhope te deixou ou o Jimin?
Ela continuou olhando-a como se esperasse uma resposta.
- Pense direito e conseguirá responder. - Paty sorriu.
Julia voltou a olhar para a tela do seu celular. Paty olhou para trás e viu Taehyung olhando a janela.
- Espere um minuto? - Paty perguntou.
Ela assentiu. Paty passou para o banco de trás e ele virou o rosto rapidamente.
- Nossa, você me assustou. - ele disse sorrindo.
Ela sorriu de volta.
- V. - ela disse.
Ele a olhou esperando.
- Me...desculpe. - ela disse.
Ele continuou esperando.
- Eu devia ter acreditado em você. Devia ter te ouvido! Eu nem se quer me perguntei se você estava certo...
- Shhh... - ele colocou o indicador perto de seus lábios. - Você não queria que isso acontecesse. Talvez estivesse com medo de saber da verdade.
Ela assentiu concordando. Ele ergueu o seu queixo para que pudesse olhar para ela.
- O que ele fez pra você? - ele perguntou.
- Como assim? - ela perguntou ameaçando abrir um sorriso triste.
- Pra te conquistar. O que ele fez? - Taehyung perguntou. - Eu vou fazer três vezes melhor.
Paty acabou sorrindo e ele também. Ela o abraçou.




 

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