segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Continuação 24

Jordana saiu do banheiro pálida. Namjoon estava esperando na porta.
- Joh, o que aconteceu? - ele perguntou entrando na sua frente atrapalhando o seu caminho.
- Não aconteceu nada. - ela disse sem olhar para o seu rosto.
  Ele franziu a testa enquanto olhava pra ela.
  - Você não...está mais me aceitando. - ele disse.
  - O que? - Joh sentiu o corpo levar um choque.
  - Eu não consigo mais ouvir seus pensamentos.
  Eles ficaram em um silêncio chato. Namjoon não conseguia nem sequer saber o que ela estava sentindo. Era como se ela tivesse se fechado totalmente pra ele.
- Você...não gosta mais de mim não é? - ele perguntou.
- Não é isso.
- Então, por que você está distante agora?
Ela mesma não conseguia explicar.
  - Eu preciso pensar um pouco... - ela disse. - Minha cabeça está cheia e eu não estou agindo certo.
  Ela passou por ele e foi sentar em seu lugar. Jin estava na poltrona do outro lado observando a janela.
  Ela tentou não olhar para ele, mas era quase impossível. Joh colocou os fones e tentou relaxar um pouco.


  Quando pousaram no Japão, logo saíram correndo para tentar conseguir um hotel.
- Se ficarmos em hotel bom, eles não vão sacar facilmente? - Taehyung disse olhando ao redor.
- Tem razão. - Namjoon concordou.
   Jordana ficou aérea por alguns segundos.
    - Venham.- Júlia foi até o ponto de taxi.
  Eles a seguiram mesmo sem saber o que ela estava pensando em fazer.
  - Moço...- Júlia arriscou um japonês meio enrolado. - Nos leve para qualquer lugar? Longe?
   Ele ficou sem entender de inicio.
  - Eu estou fugindo do meu ex namorado maníaco.  - ela disse em ingles. - Ele quer me matar.
  Ele continuava com aquela mesma expressão. Ele devia estar desconfiado e não confuso.
  - Taeyang conhece? - ela perguntou.
    - Eu nao confio em você. - ele disse mudando de marcha para sair dali.
  - Espera! - Júlia gritou.
    Ele continuou olhando pra ela sem paciência alguma.
    - Moço por favor. - Júlia disse com a voz chorosa.
  O motorista continuou indiferente.
   - Olha moça será que... - o taxista estava perdendo a paciência de verdade.
    Júlia se jogou no chão e começou a dramatizar. Parecia ser cena de novela.
   - Você não está entendendo...se não nos ajudar os meus amigos a minha família inclusive eu vamos morrer! - ela gritou.
  Perceberam então que não era apenas um drama. Se eles não corressem com as coisas, era isso mesmo o que iria acontecer.
  - Por favor, nos ajude! É realmente urgente! - Taehyun tentou.
  O taxista ficou um pouco assustado percebendo que poderia ser algo real.
  - Me passe sua identidade por favor.. - o motorista deu uma chance.
  Júlia revirou a bolsa rapidamente e entregou. Ele olhou uma vez para o documento e depois pra ela novamente.
  - Você é filha do Ferreira? - ele perguntou com a voz amigavel dessa vez.
 - S-sim - ela respondeu preocupada.
 Ele abriu um sorriso.
  - Entre no carro.
  Ela ficou um pouco perdida. Olhou para todos e Jordana deu de ombros.
 Eles se dividiram em dois taxistas.
 - Vou levar vocês para um lugar legal. - o taxista disse.
  Julia, Paty e Joh que estavam no mesmo carro estranharam.
  - Desculpe, mas...conhece o meu pai? - ela perguntou.
  - Se eu conheço? - ele sorriu olhando no retrovisor. - Seu pai salvou a minha vida.
  - Salvou?
  - Sim..ele me ajudou quando uns caras me sequestraram...eram moleques, mas sabe como é né? A garotada com arma na mão é um perigo... - apesar das palavras engraçadas, ele dava um tom de seriedade.
 Júlia nao entendeu quase nada com aquele sotaque de interior.
  - A profissao do seu pai é muito bonita viu! - ele terminou.
 Júlia olhou para as duas.
  - Eu...eu.acho que o senhor confundiu o meu pai! - ela disse.
 - Não tem como confundir o senhor Ferreira! - ele riu. - Você tem o rosto dele.
  Júlia realmente se parecia com seu pai, mas ele parecia estar confundindo. Ser dono de empresa não era uma profissão tão bonita assim.
  - Mas... - Júlia voltou a dizer.
  Paty lhe deu uma cotovelada de leve.
  - Finge que é filha do tal cara! - ela sussurrou. - Vai que ele nos deixe aqui na estrada mesmo...
  Júlia se calou imediatamente.
  - Eu tenho uma foto dele no meu celular. Foi no dia em que aconteceu...
  Quando parou no farol, ele começou a passar o dedo no celular rapidamente
 - Olha. - ele passou o celular para Júlia.
  As três olharam com curiosidade. Realmente era o pai dela.
  - Não é ele? - o taxista perguntou.
  Júlia não conseguia entender. Tudo bem que seu pai era uma pessoa boa, gostava de ajudar as pessoas, mas...por que ele havia ajudado ele? Ainda mais...vestido com um colete a prova de balas?
  - Depois disso, seu pai me levou à um resturante pra jantarmos porque os sequestradores queimaram meu dinheiro...eu nao iria conseguir ir naquele restaurante nem economizando ao maximo, nossa...
  Júlia estava pasma.
 - Ele contou bastante sobre voce. - ele continuou dizendo. - Parecia gostar muito de você.
 - Quando foi isso? - Júlia perguntou.
  - Foi uns três meses atrás.
  Júlia se lembrava disso. Se lembra ainda que tinha brigado com ele por ter achado que seu pai estava saindo com alguma mulher. Se sentiu extremamente culpada. Tinha acusado de uma coisa que não fez e mesmo que tivesse feito, teria total liberdade de conhecer outra pessoa. Fazia 2 anos que sua mãe se fora e ele nunca mais teve nenhum relacionamento
   O resto do caminho foi silencioso.
   Chegaram em um lugar com poucas pessoas.
  - Esse lugar é perfeito. É calmo, vazio e de clima bom. Tem um hotel logo ali pra vocês ficarem. - ele apontou para um canto.
  - Obrigada. - Júlia agradeceu. - Quanto eu devo?
  - É por minha conta. - ele sorriu.
  - Não senhor...o senhor andou bastante e...
 - Sem problemas. Podem ir.
  Júlia tirou dinheiro da carteira.
 - Aceite como um agrado, ok? - ela disse.
  - É...realmente é a filha do Ferreira. - ele sorriu.
  Júlia sorriu.
 Desceram do carro e foram até o hotel. Era grande, mas de decoração simples. Jordana pensou sobre comentar a respeito do lugar, mas todos pareciam estar preocupados em se esconder o mais rápido possivel.
   - Queremos dois quartos! - Júlia disse quase tropeçando nas proprias palavras.
  - Pois nao, moça... - a recepcionista percebeu a pressa e começou a digitar rapidamente.
   Enquanto ela pegava os dados de todo mundo, o celular de Namjoon tocava feito louco. Taehyung o olhou um pouco preocupado.
   - Eles devem estar se ardendo de raiva... - V apontou para o aparelho.
    - Eu sei...afinal, eu sou o primeiro a trair a gangue. - Namjoon olhou para o visor.
    Quinze chamadas perdidas e vinte e oito mensagens. Ele checou as mensagens por curiosidade.
    " Você será o primeiro a morrer. Pode esperar."
    Ao invés de sentir medo, Namjoon ficou sem reação. Taehyung o observava imaginando como ele devia estar por dentro.
    - Eu fiz a escolha certa. Sei que fiz. - Namjoon disse sem olhar para ele. - Se eu tiver que morrer assim, então eu só vou deixar que isso aconteça. Eu escolhi assim.
    Taehyung engoliu em seco.
- Vamos, antes que nos encontrem aqui na frente. - Namjoon disse.
- Aqui? - Paty disse. - Mas já estamos bem longe e numa cidade desconhecida...
- Ainda duvida que eles apareçam aqui em cinco minutos? - ele a cortou.
Ela se assustou um pouco.
- Desculpe, não foi intenção ser grosso. - ele disse. - Eu só estou de cabeça cheia.
- Relaxa.
O celular de Julia vibrou.
"Esconda rápido se você está andando na rua, ou sei la...Já descobriram em que cidade estão."
Era J-hope.
- Eles já descobriram em que cidade estamos. - Julia disse para todos desesperada.
- Nem eu mesmo sei onde estamos! - Jordana ficou boquiaberta.
Paty e Taehyung olharam para Namjoon que tinha razão em relação a esperteza daqueles garotos.
- Vamos logo, eu tenho que explicar algumas coisas. - Namjoon disse entrando.
- Moça, precisamos de ajuda. - Júlia disse. - Se alguém aparecer e perguntar por nós, pode manter sigilo por favor?
A moça pensou em dizer algo, mas Júlia logo a cortou.
- Pode ficar tranquila. Não acontencerá nada com você. - ela disse. - Mesmo que se alguém te ameaçar, a polícia já está alerta.
Ela assentiu com medo.
- Desculpe, mas...de quem estão escondendo exatamente? - a recepcionista já demonstrava medo em sua voz. - Se for o caso, não podemos deixa-los entrar...
- Não se preocupe. - Júlia tentou novamente. - Precisamos estar salvos, por favor. Isso é para o bem de muita gente.
Ela engoliu em seco.
- Tenho uma boa quantia em recompensa, ok? - Julia arriscou. - É algo realmente importante, por favor nos ajude.
A moça continuava dura de medo.
- Pode ligar para a policia se quiser. Eles já sabem de tudo. Aliás, faça isso e informe onde estamos ok?
Julia saiu rapidamente antes que ela pudesse responder. A moça pegou o telefone rapidamente com as mãos trêmulas e discou o número da polícia.
- Olá boa tarde, aqui quem fala é a Yuri...trabalho aqui no hotel de Kuji, Iwata.
- Sim.. - responderam do outro lado.
- Júlia Ferreira está no hotel e disse que a polícia tem..
- Estão aí?! Neste exato momento?
- Sim. - ela respondeu.
- Diga o endereço.
Ela o instruiu rapidamente e a polícia estava a caminho.


- Temos que pensar no próximo passo. - Namjoon disse em tom de liderança.
Todos estavam sentados no chão totalmente desnorteados.
- Qual é o passo certo a seguir? - Paty perguntou.
Todos ficaram silêncio.
- Caso aconteça algo, nós já sabemos onde encontrar todo mundo... - Namjoon disse.
- O que quer dizer? - Taehyung perguntou.
- Vamos ter que nos dividir, provavelmente.
Jordana sentia o coração bater forte de medo.
- Vamos ter que ficar fugindo...tipo assim..pela eternidade? - Jin perguntou.
- Temos que pensar em algo para pegá-los mais rápido.
- Quase impossível pegar trinta pessoas de uma vez. - Jin foi realista.
- Concordo. - Namjoon disse.
Jordana tentava pensar em algo, mas sua mente estava tão cheia que mal cabiam palavras muito menos pensamentos e estratégias. Paty sentia-se incapaz de pensar em algo sob pressão. Júlia queria sair correndo antes que alguém batesse na porta e lhe apontasse a arma na cabeça. Taehyung tinha planos inúteis. Todos os planos de Namjoon iria proteger todos por um tempo, mas apenas um tempo antes de serem pegos no final.
- Podemos ir para Oshu. - Jin disse. - É próximo daqui.
- Ótimo. - Namjoon disse agradecendo mentalmente por alguém dizer alguma coisa. - E como vamos fazer lá?
O silêncio voltou.
- Vamos pensar da maneira certa. - Namjoon disse. - Como eles vão ser pegos?
- Eu estava pensando nisso agora. - Taehyung disse com a mão no queixo.
- Temos que armar alguma cilada. - Jordana disse. - Fazer com que todos estejam em um lugar só. Um lugar sem saída.
- Qual lugar? Como ?  - Paty perguntou.
- Já sei. - Namjoon disse. - Tenho certeza de que dará certo.
Ele começou a explicar à todos.
No final da tarde, todos os planos estavam armados. Tanto A como B. Não haveria escapatória. Mas tudo isso levaria três dias.
- Três dias de fuga. - Paty disse suspirando. - Isso vai ser cansativo.
- Primeiro dia, a espera, segundo dia a mudança e o terceiro dia o dia que não vamos dormir por um segundo? - Taehyung disse.
Todos assentiram.
- É...não será nada facil. - Joh concordou com a Patricia.
O telefone tocou. Julia ficou com medo, então Jin limpou a garganta. Pegou o telefone e disse com a voz um pouco diferente.
- Alô?
- É do quarto da Júlia? - reconheceu a voz da recepcionista.
- Diga.
- Vão AGORA, eu disse AGORA para o primeiro andar de escada. Quando chegar lá em baixo, vocês tem que entrar num portão amarelo. Vai dar para uma sala e bem no meio dela, tem uma porta no chão. Entrem todos ali e só saiam ou respondam quando eu chamar, entenderam? - ela disse rapidamente. - Eles estão entrando no hotel.
Jin ficou em choque.
- Se escondam lá dentro. Vão agora!!! O elevador já está subindo!!! - ela disse desesperada.
Ele desligou o telefone.
- Vem! Agora!!! - ele gritou.
Jin pegou a mochila e colocou nas costas. Pegou a bolsa de todo mundo com muita rapidez e jogou para seus donos enquanto corria.
- Eles estão subindo!!! - Jin gritou.
Todos saíram correndo desesperados. Jin foi direto para a saída de emergência e todos o seguiam descendo feito foguetes. Em um certo momento, todos começaram a pular os degrais.
Jin chegou no primeiro andar e começou a olhar em volta.
- Porta amarela, porta amarela... - ele olhou ao redor.
Correu em direção a primeira porta amarela que viu na frente. Era uma sala de limpeza.
- Procurem uma porta no chão. - Jin disse não enxergando quase nada.
Todos começaram a tatear as coisas. Queriam acender a luz, mas não achavam o interruptor.
- Achei! - Namjoon disse abrindo um quadrado no chão.
Jin saiu correndo e entrou la dentro.
- Ah... - ele reclamou de dor, eu não sabia que era alto.
- Vão. - Namjoon disse. - Eu sou o mais alto então eu consigo fechar a porta depois.
Jordana foi logo em seguida. Ela hesitou por alguns segundos, mas logo pulou.
Jin a pegou rapidamente antes de cair no chão. A luminosidade era fraca, mas conseguia ver o rosto dele bem próximo ao seu.
- Obrigada. - ela agradeceu se soltando dele rapidamente.
Taehyung pulou e também reclamou ao cair no chão.
- Nossa, isso aqui é alto mesmo...acho que o Namjoon não vai alcançar o teto. Quer dizer, tenho certeza de que ele não vai alcançar. - ele disse.
- Eu não consigo!!! - Júlia disse.
- Vamos pegar você! Vai!!! - Joh disse.
Os três ficaram lado a lado para pegá-la. Ela conseguiu cair do jeito certo.
- Está melhorando... - Joh disse.
- Espero não fazer isso de novo. - Julia disse claramente em pânico.
Paty pulou rapidamente sem avisar caindo no chão.
- Paty!!! - Joh disse. - Por que não avisou!
- Porque eu ouvi passos!!! - ela disse.
Namjoon pulou logo em seguida e puxou aquele quadrado com ele fechando-a rapidamente.
- Se escondam rápido! - Jin disse.  - Eu também ouvi passos.
Namjoon e Joh ficaram atrás de um armário, Jin atrás de uns panos escuros, Taehyung Paty e Julia atrás de algumas caixas.
- Ninguém se mexe, fala ou sai do lugar enquanto a recepcionista não chegar aqui. - Jin disse.
No mesmo instante em que conseguiram se esconder, ouviram a porta amarela se abrir. Todos ficaram em silêncio sem ao menos respirar direito. Ouviram passos apressados e ouvir um barulho de móvel sendo arrastado. Perceberam que ficou parado bem em cima da porta do chão. Deveria ser alguém cobrindo para que não os achassem ali.

Nenhum comentário:

Postar um comentário