quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Continuação 26

 Todos estavam cansados de ficar naquela mesma posição sem falar ou mexer. Sentiam na pele como é ser tetraplegico.
   A porta sr abriu novamente. Ouviram passos de salto.
   - Podem sair. Eles já foram. - Yuri apareceu.
   - Ah graças à Deus! - Júlia foi a primeira a dizer.
   Ela acendeu a luz e todos conseguiram sair dali com mais facilidade.
   - Podem me dizer o que está acontecendo exatamente? - Yuri perguntou.
   Julia começou a contar sem muito detalhes, mas o suficiente para tentar entender tudo.
   - Nossa e agora ele quer que sofra porque ele queria seu dinheiro e você nao aceitar dividir? - ela perguntou.
   - Sim...
   - Tem certeza de que é apenas isso? - ela perguntou.
   - Por que a pergunta? - Julia sentiu qur ela estava sabendo de alguma coisa.
   Yuri limpou a garganta.
   - Ele parecia gostar de você. Tipo, mesmo.
   - Como pode saber?
   - Ele apareceu chorando.
   - Ah, qual é...sabemos quando alguém está fingindo chorar.
   - Sim, sabemos. Por isso eu sei que ele nao estava mentindo.
   - Ele te pagou pra dizer isso? - Julia se irritou indo pra cima dela.
   - Calma, Julia...abaixa a bola. - Jordana colocou a mao na frente impedindo-a.
   Yuri se sentia meio desconfortavel com aquilo, mas tentou explicar o seu ponto de vista.
   - Ele estava com raiva sim. Queria acabar com todos, mas ele começou a chorar de repente.
   - Eu ainda não consegui entender isso.
   - Não sei, ele perguntou pra mim onde voce estava e enquanto os outros estavam afobados ele se agachou no chão e ficou quieto. Um outro garoto perguntou se ele  estava passando mal e ele se levantou querendo esconder o choro. Todos ficaram um pouco chocados com aquilo...
   - Sim, porque o Taeyang não chora. - Julia explicou - Por isso que eu acho que ele chorou forçado.
   - Moça, me desculpe..mas aquilo não parecia ser algo atuado.
   Julia encarou o rosto da garota.
   - E se for? E se ele realmente chorou? Que diferença vai fazer? Ele vai continuar atras de mim do mesmo jeito.
   - Sabe qual o motivo disso tudo? - ela perguntou.
   - Nao, voce sabe por acaso?
   - Nao, nem os conheco... - ela estava se sentindo mal por estar se intrometendo em assunto alheio. - mas..eu acho que vocês deviam conversar e se entender.
   - Pois achou errado. Eu conheço o Taeyang e sei que nada se resolve com palavras Julia deu as costas pra ela.
   - Se ele nunca chora, entao nao acha que isso é mais um motivo pra acreditar que ele realmente gosta de voce? - Yuri continuou tentando.
   - Deixe isso pra la. - Taehyung disse baixo e tentou tocar na moça.
   Paty segurou seu braço e Taehyung ficou meio perdido.
   - Não toca nela. - ela ficou irritada.
   Taehyung ficou com a mesma expressão.
   - Obrigada. - Júlia agradeceu de costas. - Ja ajudou o suficiente. - ela continuou a andar. - Te darei 20 mil ainda hoje.
   A moça pensou em rejeitar aquele dinheiro, mas o hotel estava precisando.
   - Obrigada. - ela agradeceu.
   Julia saiu da sala indo em direção ao quarto novamente. Todos a seguiram sem nenhuma palavra respeitando o sentimento dela.
   Julia entrou no quarto das meninas e se trancou no banheiro. Paty e Joh se olharam sem saber o que fazer.
   - Acha que...a recepcionista falou sério? - Paty perguntou.
   - Eu não sei de mais nada.
   Namjoon estava quieto enquanto Jin passava uma pomada no braço.
   - Como conseguiu se machucar? - Taehyung perguntou.
   - Quando eu fui pular primeiro. Achei que era baixo e acabei caindo em cima do braço. A sorte é que só cortei um pouco imagina se eu tivesse quebrado ou algo assim...
   Jin percebeu que Taehyung nao prestava mais a atenção. Ele olhou para o mesmo ponto que Taehyung.
   Eles estavam olhando para Namjoon que estava sentado em cima da cama olhando o nada. Parecia estar pensativo.
   - Que ta pegando? - Jin perguntou.
   - Estou chegando a uma conclusão...mas eu talvez nao seja isso...
   - O que? - Taehyung perguntou.
   - Não, acho que não porque...
   - Fala logo moleque!!! - Taehyung gritou.
   Namjoon o olhou assustado. Não por ter gritado daquela maneira, mas por ter gritado com ele. Namjoon poderia desmontar aquele corpo em segundos, mas ele teve a coragem de gritar? Que moleque...
   - A conclusão seria o motivo disso tudo? - Jin perguntou cortando o enforcamento de Taehyung que Namjoon estava executando em seus pensamentos.
   - Sim, talvez... - Namjoon respondeu ainda com os olhos em Taehyung.
   Jin riu ao ver aqueles dois cães brigarem com o olhar.
   - Eu acho que o alvo, não é a Julia exatamente. Talvez seja o que ela tem. - Namjoon explicou finalmente entrando no assunto.
   - Mas...esse cara também não é rico.
   - Não tanto quanto a Julia, mas eu não estou falando de bens materiais. Me parece algo emocional.
   - Por que acha isso? - Taehyung perguntou.
   - Porque se ele quisesse matar a Júlia, ou fazê-la sofrer de verdade, ele já teria feito há muito tempo...podem acreditar.
   - Pode ser que ele queira fazê-la sofrer aos poucos. - Jin apresentou outra hipótese.
   - Sim...por isso eu disse "talvez". Mas de qualquer maneira, se for o motivo for um desses dois, Julia pode ficar tranquila ja que o processo sera lento.
   Os dois assentiram concordando.


   Jungkook já estava tomando no seu oitavo copo de vodka.
   - Nossa, pra quem não bebia... - Kai riu ao ver o estado do garoto.
   Jungkook trançou as pernas com um sorriso bobo no rosto.
   - Eu...pleciso ficar doidao... - Jungkook riu.
   Kai o observou quase cair no chão.
   Aquele rock de fundo passava um ar de lugar ainda mais sujo. A gangue saiu pra comemorar o inicio de algum trabalho em um show de rock. Todo mundo estava ali no meio do povo drogado e bebado. Kai, Suga e Jungkook costumavam nao beber.
   - I'VE GIVEN UUUUUUUUUUUUUUUP - Jungkook começou a cantar. - I'm sick of feeling, is there nothing you can say?
   - Que desgraçado....apesar de bebado, o ingles dele nao falha. - Kai disse.
   Suga assentiu rindo.
   - Jungkook, vamos..erm - Kai foi até ele e tirou o copo de sua mão. - pare com isso...Você não é assim.
   Jungkook franziu a testa.
   - Me devolve... - ele disse com a lingua enrolada. - eu preciso disso...
   - Está fazendo mal pra voce. - Kai disse bravo.
   Jungkook segurou a gola dele e o jogou contra a parede ali perto.
   - Escuta... - a bebida deixava Jungkook cansado bem mais rapido. - Eu tenho que ficar fora de mim. Preciso estar em outra dimensão...
   - Por que? - Kai perguntou. - Esse mundo não esta muito divertido?  - brincou.
   - Eu vou ter que matar ela...entende? - ele estava sem ar.
   Jungkook engoliu um pouco a saliva sentindo a garganta seca.
   - Eu...vou ter que matar ela...- seus olhos estavam vermelhos.
   - Então...isso quer dizer que você tem sentimentos por ela? - Kai estava sério.
   Jungkook engasgou e tossiu como se fosse vomitar.
   - Escuta! - Kai segurou seus ombros para que ele pudesse olhar pra ele.
   Jungkook tombou a cabeça para trás como se não tivesse forças.
   - Por que não foge? - Kai deu idéia.  - Você...
  - Não adianta Chanyeol.
  - É o Kai. - deu risada.
  - Ahhh é mesmo...- Jungkook riu também.  - Por que seu cabelo está loiro?
  - Não está loiro. Eu acho que você está vendo coisas que não deve.
  - Kai...Kai... - ele começou a chorar de verdade. - Ou eu...ou ela.
  - Não precisa...Você sabe que tem como fugir. Vários caras fizeram isso...
   - Você não ficou sabendo que todos morreram depois não é?
   Kai ficou calado.
   - O Kris mandou matar todos. - Jungkook riu apesar do assunto sério. - Por isso eu disse. Ou eu..ou ela.
   Jungkook jogou seu corpo para frente e chorou o que estava entalado.
   - Por que você mentiu então? - Kai perguntou.  - Você deveria ter dito que você...
   - Kai meu filho... - ele falava como se fosse mais velho que ele. - Você não pode amar ninguém lembra? Isso está no trato.
   - Claro que podemos. Não dá pra controlar isso...
   - Mas não dá pra ter ninguém. Sabe disso não é?
   Kai assentiu devagar sabendo que deveria ser assim, mas era. Não dava pra dividir uma vida com alguém quando faz parte de gangue. Ainda mais que a vida da sua companheira pode estar em constante risco.
   - Mesmo que se eu fugisse, eu não a teria. Mesmo que... - Jungkook respirou fundo. - eu lutasse do lado dela... - ele balançou a cabeça negativamente. - Não poderíamos ficar juntos. - ele disse as ultimas palavras com pequenas falhas.
   Jungkook pegou o copo da mão de Kai novamente e virou o restante que não caiu para fora.



   - Eu to vazando. - Seungri disse.
   - Aonde voce vai? - Jimin perguntou se batendo na madeira sem parar.
   - Eu vou me divertir um pouquinho. - ele sorriu enxugando o rosto com a toalha.
   - Aonde? - Jimin reforçou.
   - Vamos. Você precisa relaxar e se distrair um pouco. - Seungri puxou seu braço.
   Seungri jogou água em seu rosto.
   - Que isso cara? - Jimin ficou um pouco irritado.
   Seungri o empurrou para a ducha com roupa.
   - Enlouqueceu?!?! - Jimin gritou.
   - Se limpa direito aí.  - Seungri riu e entrou no chuveiro ao lado.

  - Você ainda não me disse aonde estamos indo. - Jimin disse.
   - Voce vai ver, calma! - Seungri disse enquanto dirigia tranquilamente.
   Seungri parou na frente de uma casa noturna.
   - Não acredito que...  - Jimin disse rindo sarcasticamente.
   - Vai... - Seungri disse dando um tapa no seu ombro.  - Deixa de ser bunda mole e vamos.
   Antes que Jimin pensasse em algum argumento, Seungri entrou na casa.
   - Ah que legal...serei obrigado a enfrentar isso.
   Ao entrar, viu algumas garotas no palco se esfregando naquele poste.
   - Nossa..eu estou...no infer... - Jimin estava horrorizado.
   Uma garota esbarrou nele. Ela estava muito bebada.
   - Desculpa, gato. - ela disse com voz de mulher.
   Jimim olhou para ela um pouco assustado. A garota tentou ficar de pé apropriadamente, mas ela não conseguia.  Ela usava enormes saltos, cabelos enrolados, tinha um estilo de "Lorde" inclusive na aparência.
   - Você é lindinho... - ela sorriu.
   Jimin a deixou encostada em uma parede e saiu dali rapidamente. Pediu água do balcão e foi sentar em algum lugar qualquer.
   Ele tentava encontrar Seungri com os olhos naquela multidão dançante em meio aqueles casais que quase ficavam quase nus. O som da batida eletrônica fazia seu coração saltar.
  Sentiu um peso nas suas pernas.
   - Que lindo você mocinho... - uma voz feminina sussurrou em seu ouvido.
   Ele se assustou com aquilo e seu primeiro reflexo foi empurrá-la. Seu erro foi tocar em seu seio pra isso.
   - Parece que o mocinho tem apenas a aparência de inocente. - ela sorriu.
   Jimin tinha que confessar que ela era bonita, os cabelos lisos, sorriso bonito, mas aquele corpo vulgar e gente de mente pequena não fazia nem um pouco o seu tipo.
   - Desculpe, essa não é minha intenção.  - ele disse.
   - Eu te vi aqui...sozinho... - ela passava os dedos desenhando o seu rosto.
   - Eu estou procurando o meu amigo.
   Ela parou de repente e começou a rir.
   - Ah, desculpe...não sabia que preferia homens...apesar desses braços fortes que te dão um ar de homem bem...
   - Eu não gosto de homens. Eu só não gosto  dessa zona. - ele dizia sério.
   - Não precisa ter vergonha mocinho... - ela voltou a lhe fazer caricias. - Eu posso te fazer mudar de idéia e lhe proporcionar muito prazer...
   - Moça, me dá licença.  Eu vou buscar meu amigo. - Jimin estava perdendo a paciência.
   - Você é novinho né? Acho que não conheceu o lado bom da vida ainda..
   - Por favor, para. Isso esta me enjoando.
    Ela se sentiu meio mal e se afastou dele.
   - Tudo bem. - ela disse. - Quando você. ..quiser, estou a sua disposição.  - ela sorriu e se aproximou para lhe dar um beijo.
   Jimin se desviou dela e entrou naquela bagunça. Varias garotas puxavam ele e tentavam alguma coisa e ele foi obrigado a agir com grosseria.
   - Não toquem em mim!!! - Jimin gritou. - Será que é difícil entender?!
   As garotas riram.
   - Não se pode tratar as garotas assim. - Seungri chegou sorrindo.
   - Vamos embora. Estou cheio desse lugar. - Jimin disse mais como uma ameaça do que um pedido.
   - Acabamos de chegar Jimin! - Seungri abriu os braços. - Aproveita!
   Tres garotas vieram atras dele. Jimin não queria ver aquela cena então ele deu as costas e saiu.
   - Aonde você vai?! - ouviu Seungri gritar.
   Jimin nao respondeu e continuou andando. Foi para fora do lugar e tentou se localizar. Ele achou que eles voltariam rápido, então nem observou o caminho que fizeram. Ele andou até o final da rua, mas nao conhecia nada dali. Todas as pessoas estavam bem alteradas e mal conseguiam pronunciar o proprio nome.
   - Aaaaaaahhhhh eu quero uma cama. - ouviu uma voz familiar.
   Olhou para trás e viu Jungkook sentado em uma calçada.
   - Jungkook? O que faz aqui? - Jimin se aproximou.
   - Ahhhhhhh mataro meu carnero... - ele cantou.
   Jimin agachou na sua frente.
   - Eu nunca te vi falar direito...muito menos cantar musica de carneiro..  - Jimin ficou preocupado.
   - Oi Jimin. - ele sorriu.
   Jungkook ficava se mexendo o tempo todo por não conseguir equilibrar o proprio corpo.
   - Eu to afogando! To afogando! - ele gritava.
   - Respira fundo e para de viajar. - Jimin disse segurando seus ombros.
   Jungkook respirou fundo e soltou o ar em seu rosto.
   - Putz... - Jimin torceu o nariz. - Meu, o que você bebeu?! - ele perguntou.
   - Ah eu perdi tudo...
   - Tudo o que?
   Jungkook parecia estar prestes a chorar.
   - Meus pais descobriram que eu faço parte dessa gangue maldita...
   Jimin se afastou um pouco.
   - Você faz parte da gangue?! - Jimin se assustou.
   - Ahhhhh não sabia?? - Jungkook riu. - Não conta pra ninguém. .. - ele levou o indicador nos labios. - Nosso segredinho. Shhhhhh
   - Eu vou ficar de segredinho com homem? - Jimin fechou a cara.
   - Quem se mostra macho demais sabe que tenta esconder alguma feminilidade dentro de si não é? - Jungkook riu alto.
   - Cala a boca e continua. - Jimin ignorou.
   Ele voltou aquela expressão triste em alguns segundos.
   - Perdi minha empresa...
   - Que empresa?
   - Aquela lá! - Jungkook apontou o nada. - Taehyung se demitiu e a Patricia nao vai voltar tao cedo...
   - Aquela empresa é sua?! - Jimin o interrompeu novamente.
   - Vai me deixar falar ou não? - ele disse com a lingua toda enrolada.
   - Continua...
   - Agora a gangue aceitou a oferta do Taeyang e vamos lutar contra a Julia.
   - Contra? - Jimin falava consigo mesmo para não atrapalhar.
   - Eu vou ter que matar a sua amiga... - Jungkook estava chorando.
   Jimin lhe deu um soco. Jungkook caiu no chão e parou de responder o que deixou Jimin preocupado.
   - Jungkook.  - ele disse. - Levanta.
   - Me ajuda... - ele disse quase sem voz.
   A situação era engraçada, mas o assunto era sério demais.
   - Se você machucar a Julia, eu te arrebento. - Jimin segurou a sua gola.
   Jungkook continuava chorando.
   - Ela não gosta de mim. Ela descobriu quem eu sou... - Jungkook começou a murmurar.
   - Do que está falando? - Jimin estranhou.
   - A Paty...eu mostrei pra ela...ontem a noite.
   Jimin se lembrou do rosto dela de manhã. ..como estava palida.
   - É...ela deve ter sofrido muito. - Jimim concluiu.
   - Como sabe?
   - Sou o melhor amigo dela...não trm como não saber.
   Jungkook o observou.
   -  Ela gosta de você. E não é pouco. E você teve a coragem de iludir pra conseguir fazê- la cair em armadilha...
   - Eu não sabia. Fiquei sabendo depois. - Jungkook o cortou.
   Por mais que soasse ridículo, Jimin via verdade em seus olhos.

   

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