sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Continuação 36

- Como assim não conseguiram? - Namjoon se demonstrou preocupado pela primeira vez após desligar o telefone.
- Eles não quiseram fazer o acordo.
- Algum problema? - o delegado japonês perguntou.
- Eles não conseguiram. - Namjoon desligou o celular e esfregou o rosto.
O delegado sentou na sua cadeira e começou a alisar o queixo.
- Precisamos arranjar alguma outra saída fora essa. - o delegado disse.
Namjoon assentiu concordando.
- Fazer a grande guerra no centro da cidade não seria uma boa saída. - Namjoon concluiu. - Temos que fazer diferente. Alguma idéia? - ele perguntou olhando para todos os guardas e pessoas ali presentes.
- Você é o líder agora. - o delegado disse.
Namjoon olhou por um momento para todas as câmeras.
- Tem papel e caneta? - Namjoon sentou em uma escrivaninha.
Providenciaram rapidamente para que ele pudesse colocar suas idéias.
- Patrícia sumiu, Jordana também. Prefiro não pensar nisso, mas tentar planejar algo...sem elas...
O celular começou a tocar no mesmo instante e Namjoon não esperou nem o segundo toque para atender.
- Alô? - ele atendeu desesperado.
- É a Paty.
- Graças à Deus, cadê a Joh?! - sua voz estava incontrolável.
- Eu...não a vi. Por que?
- Não a viu desde que horas?
- Há algum tempo...
Namjoon não conseguiu controlar suas emoções novamente e as lágrimas voltaram a descer.
- Mas creio que ela está bem. - a voz dela soava calma. - Joh é inteligente demais para morrer na primeira curva.
De alguma forma, aquelas palavras alimentaram suas esperanças.
- Que assim seja. - ele disse.
- Preciso no número do prédio do hotel em que ficamos - a voz dela saiu cortada.
- Qual?
- O primeiro! Rápido...
Ele começou a digitar rapidamente no computador.
- Por que? - ele perguntou. - Aconteceu alguma coisa?
- Não, mas vai acontecer. Tem uma bomba lá.
- Bomba?!
- Avise eles.
Ela desligou rapidamente como se estivesse com muita pressa.
- Há alguma câmera em Kuji? - ele perguntou.
- Posso pedir para tentar passar as imagens para nós. - o delegado disse.
- Por favor. - Namjoon disse.
O delegado começou a teclar os numeros no telefone.
- Eu queria de um hotel de lá. - Namjoon disse.
O delegado assentiu esperando alguém atender do outro lado da linha.
- Atendeu. - o delegado disse passando o telefone para Namjoon.
Namjoon começou a dar instruções.
- Ela está passando pelas câmeras! - o guarda apontou.
Patricia corria junto com Jungkook. Namjoon desligou depois de agradecer e correu para ver as imagens.
- O que ela está fazendo com esse moleque? - Namjoon desacreditou.
Eles corriam muito rápido. Namjoon ficou vidrado a cada câmera que eles passavam.
Tinha um trem bala nesse mesmo segundo passando para ir até a cidade.
- Não vai dar tempo... - Namjoon ficou aflito.
O trem já estava pra sair e eles ainda estavam bem longe.


- Não vai dar tempo, Kook!!! - ela estava exausta.
- Vamos! Precisamos pegar aquele! - ele corria rapido.
As portas começaram a fechar lentamente. Eles correram o mais rápido que conseguiram e Kook conseguiu colocar a mão no vão da porta fazendo com que ela abrisse novamente. Ele tomou um grande ar e a ajudou entrar dentro do trem. Todos ficaram assustados com a cena, mas continuaram em silêncio. Ela sentou no chão como se não tivesse mais forças.

Namjoon se sentiu aliviado ao vê-los entrar. Começou a discar o número do hotel, mas ninguém atendia. A linha parecia estar desativada.
- Ah, mas que droga!!! - ele se irritou.
- Vai depender deles agora. - o delegado disse.
Namjoon juntou as mãos como se estivesse fazendo uma prece.


- Quando Namjoon me contou sobre a ligação de vocês, eu...senti muito ciúmes. - Taecyeon disse.
Apesar de ter sido romântico, ela não conseguiu abrir nem um pequeno sorriso.
- Eu vou te proteger mesmo que não queira. Eu vou te amar, mesmo que não queira. - ele a olhou.
Ela não conseguia fazer nada além de observar seu rosto. Cada linha de seu rosto que mudara com o tempo, mas ainda era o Taecyeon que conheceu na escolinha. O mesmo que lhe deu o primeiro beijo. Que lhe deu a primeira flor.
- Eu precisava desse tempo com você - ele sorriu. - Eu queria que...
Um barulho fez com que ele parasse de imediato. Ela se impressionou com seu reflexo, mas escondeu sua reação.
Ele segurou seu pulso e começaram a correr em silêncio para o outro lado da sala. Eles pularam a janela devagar.
Depois de alguns segundos, alguns garotos de calças largas e máscara no rosto invadiram a sala.
- Luhan, Jonghyun e Lee Joon. - Taecyeon disse reconhecendo-os.
As tatuagens nos braços daqueles garotos chamou a atenção dela.
- Vista isso. - Taecyeon disse tirando a blusa.
Jordana tentou não olhar para ele. Pelos seus braços, podia ver que era...forte. Taecyeon colocou uma máscara em seu rosto e cobriu o próprio rosto com um pano.
- Consegue pular? - ele perguntou apontando para baixo.
Ela engoliu em seco ao ver a altura. Era bem maior que a escola.
- Esquece, vem. - ele a puxou.
Eles começaram a correr. Logo em seguida ouviram passos atrás deles.
- Ah, mas que droga. - ela reclamou baixo.
- Só corre, não pare por um segundo. - ele disse.
Taecyeon segurou a sua mão e entraram na primeira rua.


Jin pegou seus papéis e mostrou aos dois.
- V, você conhece bastante boate dos EUA não é? - Jin perguntou.
- O que quer dizer com isso? - V uniu as sobrancelhas.
- Precisamos de uma grande, mas um pouco desconhecida. Conhecem alguma? - Jin olhou para os dois.
- Eu não conheço nada daqui. - Julia disse.
- Eu só conheço os restaurantes. - V respondeu.
- Vamos procurar. - Jin começou a andar.
- O que está pensando em fazer? - Julia perguntou.
- Deixar todos bêbados. - Jin respondeu. - Assim conseguimos prendê-los lá dentro mesmo.
- Isso é bom...mas acho que eles são espertos demais para serem pegos facilmente assim... - Taehyung disse.
- Qual é o ponto fraco do homem, V? - ele olhou para o garoto.
Taehyung engoliu em seco.
- Mu...lher? - Taehyung disse.
- Então! - Jin sorriu.
Julia jogou olhar de desaprovação para os dois.
- Eu não vou seduzir nenhum homem. - Julia reclamou. - Pode parando com isso...
- Eu não estou falando pra fazer isso. - Jin disse enquanto andava. - Se bem que parece que você conquistou metade do povo ali sem fazer muito esforço... - ele riu.
Julia lhe deu um tapa no braço.
- Que garotas vão chamar a atenção deles? - Taehyung andou mais rápido para ficar ao seu lado.
- Não sei ainda. Só sei que vamos começar o teatro agora. Vamos ter que ser bom atores. - Jin sorriu confiante.
- Tem certeza mesmo de que isso vai dar certo?
- Absoluta. - Jin piscou discando o número de Namjoon para lhe passar as informações.


Eles estavam em silêncio por quinze minutos. Nem se quer olhavam um para o outro, agiam como estranhos.
- Paty... - Jungkook disse.
Ela não respondeu.
- Eu não vou agradecer. - ela disse. - Isso só está pagando uma parcela do erro que cometeu comigo, Jeon Jungkook.
Ele respirou fundo desistindo de falar qualquer coisa.
- Eu estou com uma tremenda vontade de lhe socar a cara, se quer saber. - ela disse chorando de raiva.
- Mas...
- Mas o que? - ela o olhou. - Me desculpe, eu te enganei, não tive culpa? Eu não sabia que iria ser assim? Te iludi por bobeira?
Ele engoliu em seco.
- Francamente, Jungkook. - ela se voltou para o seu lugar. - Você nem ao menos parece um ser humano.
- Eu me arrependo de ter feito isso, completamente. - ele disse sem conseguir olhar pra ela.
- Me arrependo também em ter confiado em você. Me arrependo de ter contado segredos meus pra você, ter aceitado sua ajuda, seus presentes, seus chás, qualquer coisa. Me arrependo de você.
Ele começou a chorar.
- Eu ainda não posso acreditar que a primeira pessoa por quem eu tive sentimentos verdadeiros e fortes, me traiu dessa maneira. - ela começou a gritar. - O que é ainda pior, é saber que a pessoa por quem eu me apaixonei, nunca existiu.
- Eu menti. - ele a olhou. - Sim, eu menti. Pra você e pra mim. Eu disse que era aquela pessoa que tinha tatuagens no corpo, que já cometeu crimes, sim...eu sou. Mas nada do que eu fiz por você, foi irreal. Aquela pessoa que você teve um passeio por esse pais, era eu. Que lhe fez os chás, que lhe deu conselhos, era eu.
Ela não conseguia mais acreditar em suas palavras.
- Está tentando me enganar de novo? Afinal, por que está me ajudando? - ela perguntou quase se levantando.
- Eu só quero tentar consertar meu erro! - ele segurou seu braço antes que ela saísse correndo.
- Você está me enganando de novo e me levando para algum lugar...
- Pára de falar besteira. Estou te ajudando porque quero!
Todos estavam olhando. Ela se aquietou novamente.
- Porque eu gosto de você e quero te proteger. - ele terminou.
Ela não queria ter sentido aquelas palavras tão profundamente, mas seu coração doeu. Doeu por despertar aquele sentimento novamente.
- Não há outra razão. Se eu realmente quisesse te enganar agora, com certeza eu morreria logo em seguida. Seria um desperdício. - ele explicou.
- Me proteger não seria um desperdício também? Afinal, você está indo contra os seus parceiros...
- Se eu não te proteger, eu tenho que te matar. Então, o que é melhor? - ele foi realista.
Ela o olhou com o olhar frio.
- Eu já estou morta. - ela respondeu entre dentes. - Não faz a mínima diferença eu viver ou morrer. - ela se levantou.
Jungkook segurou seu pulso.
- Pra mim, faz. - ele respondeu.
Ela continuou com a sua expressão dura e fria por fora, mas por dentro seu coração doía cada vez mais. Sentia como se ele estivesse aproveitando de seus sentimentos por ele.
- Esquece. - ela se soltou dele.
Jungkook se levantou para impedir seu caminho e a beijou suavemente. A razão fazia com que ela quisesse soltá-lo, mas ela esperava por aquilo há muito tempo. Achou que talvez, isso nunca mais fosse acontecer. Que nunca mais iria vê-lo.
Ele a abraçou em seguida.
- Eu amo você. - ele disse.
De repente, era como se o alivio tivesse acalmado seu coração. Ela se sentia em paz e calma.
As portas do trem se abriram e ele a soltou.
- Vamos. - ele sorriu estendendo a mão para ela.
Ela o olhou por vários segundos e acabou cedendo ao segurar a sua mão.
- Prometo não errar com você dessa vez. - ele disse com confiança.
Ela acabou sorrindo.
Eles foram correndo em direção ao hotel. Yuri estava atendendo alguns clientes.
- Yuri, todos precisam sair do prédio imediatamente. - Paty disse.
- Por que?
- Se lembra de quando eles vieram nos procurar naquela porta amarela? Ali dentro tem uma bomba que está programada para estourar a qualquer instante.
Yuri ficou pálida.
- Vou tentar avisar à todos. - ela pegou o telefone.
Yuri começou a digitar os numeros. Sua expressão foi de desespero e apertou todos os números bruscamente.
- Está sem linha. - ela disse olhando para os dois.
Jungkook olhou para Paty ambos desesperados. Os três saíram correndo por impulso para avisar de porta em porta para todos saírem.
Crianças e adultos entraram em desespero com a notícia e saiam correndo causando tumulto.
Depois de vários minutos avisando de porta em porta, finalmente conseguiram avisar a todos.
Paty era a unica no ultimo andar. Ela desceu o mais rapido que pode e encontrou Jungkook esperando por ela na porta.
- Corre, parece que já está na hora!!! - Jungkook gritou.
Ele correu na sua direção e pegou a sua mão enquanto corriam para fora. Muitas pessoas ainda estavam tentando sair.
A bomba explodiu e o prédio desmoronou em segundos.
Muitas pessoas ainda estavam lá dentro. Inclusive Jungkook e Patrícia.
- Aonde eles estão?! - Yuri gritou assustada.
Ela correu no meio das pessoas que estavam ali fora horrorizados ao ver a cena em busca dos dois.
Ela viu os cabelos de Patrícia no chão.
- Ah, não... - ela levou as mãos na boca.
Eles estavam estirados no chão imóveis.

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