sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Continuação 35
Namjoon batia as pontas dos dedos mostrando-se claramente impaciente. Todos ficavam observando sua inquietação bastante aflitos.
- Por que eu não consigo ouvi-la? - Namjoon explodiu de repente.
Ele pensou no pior.
- Não é possível. - ele disse. - Eu tenho que ouvi-la.
Namjoon sentou em uma cadeira e tapou os ouvidos tentando ouvir qualquer palavra de Jordana. Qualquer respiração, qualquer batimento cardíaco, qualquer coisa. Ele não conseguiu esconder algumas lágrimas teimosas. Ele pegou o telefone e discou seu número, mas logo apertou em cancelar.
- Eu preciso saber como ela está... - Namjoon enxugou as lágrimas com agressividade.
Ele não podia ligar para ela. De repente ela está escondida em algum lugar, o silêncio é vital.
- Que droga, que droga... - ele dizia totalmente em desespero.
Ele ficava pedindo mentalmente para que ela ligasse. Mas...acho que ela não iria ouvir. Ela já não estava na mesma sintonia que ele para ouvi-lo e isso o deixava extremamente preocupado.
- Ela tem que estar viva. - Namjoon afirmou pra si mesmo. - Tem que estar.
Jin, Julia e Taehyung andavam cada vez mais rápido, só não corriam para não atrair a atenção.
Jin foi olhando no celular e seguindo no mapa.
- Ainda falta muito? - Taehyung olhou no relógio. - Eu estou com medo de algo acontecer com alguém lá.
Jin também tinha esse medo, mas eles tinham seu próprio tempo não havia nada que pudesse atrasar o relógio.
- Ah meu Deus... - Julia começou a chorar ao pensar no fato.
Jin começou a correr e eles fizeram o mesmo. Depois de pegar alguns metros e taxis, chegaram na frente daquele prédio enorme onde aconteciam as reuniões mais importantes do país.
Jin foi indo confiante. Vários seguranças o barraram.
- Eu sou da polícia coreana. - Jin mostrou algo na carteira.
Um segurança olhou para o outro e pegou sua carteira checando a foto.
- O que veio fazer? - ele perguntou desconfiado.
- Eu preciso fazer um acordo com o presidente. Vim pessoalmente para isso. - Jin tentou o seu melhor inglês.
O segurança começou a falar algumas coisas no microfone colado em sua bochecha.
- Preciso revistá-los. - ele disse.
Foram revistados um por um até que a entrada foi permitida.
- Iremos acompanhá-los. - ele disse.
Por um momento Jin ficou irritado com toda aquela proteção,mas logo se lembrou que se tratava do presidente dos EUA. Era melhor não pensar muito sobre isso, pois suas mãos começavam a suar.
Eles agiam com calmaria o que irritava aos três. O elevador parecia demorar uma eternidade.
- Senhor presidente, o delegado Seokjin da Coréia do Sul veio vê-lo. - o segurança estendeu o braço ao abrir a porta.
Jin engoliu em seco. Eles se curvaram para o presidente que estava sentado em seu escritório amplo.
- Sejam bem vindos. - ele sorriu e se curvou respeitando a cultura asiática. - Sentem-se.
Os três sentaram pouco confortáveis. Os dois conseguiam ver claramente que Jin estava tremendo de medo, mas o presidente parecia completamente confortável. O presidente sentou em sua mesa e cruzou os dedos.
- O que os trazem aqui? - ele perguntou.
Jin engoliu em seco e ergueu o rosto parecendo mudar de expressão em questão de segundos.
- Prazer, sou o delegado Seokjin. Venho para um acordo.
Paty acordou com os olhos pesados. Ela se levantou e começou a correr sem ao menos saber aonde estava, mas parou imediatamente quando sentiu uma pontada forte no braço.
- Ei, não pode sair assim! - Jungkook segurou seu braço.
Ela olhou para o próprio braço e viu a agulha rasgar sua pele.
- Ah Deus...Enfermeira! - Jungkook saiu da sala.
Uma moça chegou depois de alguns segundos.
- Pode ajudá-la? - ele perguntou.
Ela olhou o braço dela e fez um careta quase imperceptível.
- Eu vou aplicar o soro no outro braço. - ela disse.
Patrícia se deitou novamente na maca ainda perdida.
- Espera. - Patrícia disse. - Moça, eu preciso ir.
- A senhorita não pode sair nessas condições.
- Paty, ouça o que ela diz. - Jungkook segurou seu pulso de leve.
- Eu tenho que ir agora. - Patricia afirmou.
- Você tem tempo. - Jungkook disse.
- Ou não.
Jungkook entendeu o que ela quis dizer. Claro que Jungkook sabia de todo o plano, mas eles poderiam muito bem mudar de plano a qualquer segundo. Ele olhou para e enfermeira e sorriu.
- Pode deixar, eu cuido bem dela. Tem algum comprimido que possa reanimá-la?
A enfermeira desconfiou um pouco.
- Está tudo bem. Eu preciso realmente ir...é uma super urgência. - Paty disse.
- Eu não posso deixá-la ir... - a enfermeira ficou preocupada.
- Eu também não posso te deixar ir. - Paty disse olhando-a.
Ela não entendeu.
- Ligue a televisão e verá. - Patricia disse.
Ela ligou imediatamente e viu as notícias.
- Não há nada que possa fazer para impedir um furacão super...forte... - sua voz foi sumindo.
- E se eu disser que esse furacão não é de vento e sim de gente chata? - Patricia brincou.
A enfermeira estava meio perdida. Eles aproveitaram para sair de fininho.
- Você vai me contar tudo. - Patricia disse.
- Paty.
- Kook, precisamos ir. - ela o interrompeu antes que dissesse qualquer coisa.
Ele concordou mesmo contra a sua vontade.
Taecyeon só podia estar de brincadeira. Ele estava prendendo-a há minutos e ela sentia que precisava sair.
- Eu preciso ir. - ela disse.
Taecyeon segurava seu braço sem muito esforço.
- Eu acho que está pedindo para apanhar de novo. - ela o ameaçou entre dentes.
Ele a olhou.
- De nada. - ele respondeu.
Ela franziu a testa.
- Eu salvei a sua vida. Duas vezes. - ele explicou.
Ela se sentiu um pouco culpada.
- É impossível você não se lembrar daquele dia. Muito menos não ter sentido nada... - ele começou a dizer.
Isso era o que ela mais temia.
- Taecyeon, não começa...
- Joh, qual é? Eu realmente não sou um nada pra você?
Ela o olhou com certa raiva.
- Qual é? Eu nem sabia direito as coisas...- ela disse.
- Eu ainda preciso te dar outra flor?
Ele olhou naqueles olhos como aquele dia.
" Jordana estava com sua pazinha de brinquedo enquanto colocava a areia dentro do balde.
Taecyeob observava seus longos e lindos cabelos. Ele tinha apenas nove anos, era novo para sentir algo de verdade por alguma garota, mas...Jordaa lhe dava sensações que nunca tinha sentido antes. Ele viu uma flor logo ali ao lado e a pegou. Caminhou meio sem jeito até ela e lhe entregou.
- Pra mim? - ela perguntou.
- Sim. - ele sorriu.
Ela se levantou do chão para ficar a sua altura.
- É linda, mas não posso aceitar a sua flor. - ela disse.
- Por que? - ele ficou confuso.
- Ainda sou...nova para receber flores de garotos. - ela disse sem jeito.
- Também sou novo para dar flores, mas..isso é o nosso segredo.
- Mas sabe o que significa dar uma flor para uma garota, não sabe?
Ele sorriu.
- Sim, significa que...eu gosto dela. - ele disse.
Jordana sentiu seu coração bater forte de vergonha.
- Joh, vamos..aceite a minha flor. É só uma flor...não importa o que significa...
Com delicadeza ela a pegou e inalou o seu cheiro.
- Essa será...a primeira de muitas! Enquanto não aceitar meus sentimentos, te darei flores.
Ela corou.
- Eu..acho que gosto mesmo de você. - Taecyeon disse com um olhar sério. - Você não sente nada por mim?
Ela o olhou.
- Acho que...estou sentindo algo... - ela estava confusa.
Ele ficou surpreso.
- Está falando sério? - ele perguntou esperançoso.
Antes que ela pudesse responder, Taecyeon lhe beijou nos labios de um jeito fofo.
Ela ficou assustada e se afastou dele.
- Não pode fazer isso!!! - ela teve uma mistura de sensações.
Ele ficou envergonhado.
- Joh, olhe. Quando crescermos, eu vou te pedir em namoro. Não precisaremos ter medo e nem vergonha de nada! Você...vai aceitar?
- Eu prefiro não pensar nisso...
Ela saiu correndo."
Era impossivel não se lembrar disso. Foi o seu primeiro beijo!
E sim..ela sentia algo por ele ainda, por mais que não quisesse.
- Quando soube que fazia parte dessa sujeira, eu fiquei extremamente irritada. - ela disse.
- Você não mudou. - ele sorriu ignorando as suas palavras.
- Eu não quero aceitar nada vindo de você, nem suas flores, nem a sua ajuda. - ela disse mais alto.
Ela soltou seu braço e saiu correndo.
- Não estou fazendo isso exatamente por você...Faço por mim. - Taecyeon disse para as suas costas. - Pode me chamar de egoísta o que for, mas eu preciso te proteger para o meu proprio bem.
Ela se virou para ele novamente.
- Do que você está... - ela começou a perguntar.
- Você está ouvindo o Namjoon agora? - ele perguntou.
Ela engoliu em seco.
- O que?- a voz dela falhou um pouco.
- Eu sei que vocês se ouvem por telepatia. Você não ouve ele agora não é? - ele sorriu.
- O que você fez?
- Realmente não ouve? - ele ficou surpreso.
Ela sentiu como se tivesse dito algo que não deveria.
- Ele deve estar... - ela tentou achar alguma desculpa.
Taecyeon agiu por impulso e a beijou. De algum modo, ela sentiu sua alma ser abraçada. Como se ele pudesse carregá-la em seus braços e proteger de tudo e todos.
Então se lembrou do que Namjoon disse. " Quando eu não te ouço, é porque você rejeita os meus sentimentos e pensamentos."
Era como se rompesse a ligação entre eles.
Seu coração disse, mas ela não queria admitir. Na primeira vez em que ele não ouviu, não foi por causa do Jin e sim por causa do Taecyeon. Foram tantos anos sem vê-lo e quando o viu naquele estado, não conseguiu pensar em outra coisa. E...ela nao conseguia aceitar Namjoon em sua cabeça.
Jin, Julia e Taehyung sairam do predio.
- E agora? - ela perguntou.
- Vai ser daquele jeito. - Jin respondeu. - O presidente recusou a fazer o acordo.
Taehyung ficou em choque e Julia levou a mão na boca segurando o choro de medo.
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