segunda-feira, 21 de julho de 2014

Continuação 17

Julia limpou a garganta e começou.
- Eu...venho aqui denunciar uma gangue que matou cinco amigas minhas, está ameaçando meus colegas, deixando minha vida um verdadeiro inferno.
Ele ficou sério. Julia engoliu em seco e continuou.
- Minhas amigas estavam sendo ameaçadas e elas quiseram transferir de escola. Aconteceu uma morte no colégio há pouco tempo...e ela também era minha amiga próxima.
Ele assentiu.
- E agora eles têm ameaçado minha outra amiga
- Como é o nome dela? - ele perguntou com o sotaque meio pesado japonês.
- Patrícia.
- Inteiro. - ele pegou um papel.
- Patricia...Yuuki Nakahara.
- Prossiga. - ele disse enquanto escrevia no caderno.
- Eles a ameaçam de morte dizendo que não deve dizer sobre eles para ninguém e que quer obter informações sobre mim.
- Seu nome? - ele perguntou.
- Julia Ferreira.
Ele escreveu também.
- Prossiga. - ele continuou olhando o papel.
Jin se arrepiou do modo frio como ele dizia.
- Meus amigos estão sofrendo com isso também. - ela olhou para os dois. - Eles querem me ajudar, mas não conseguem porque também são ameaçados.
O delegado rabiscava o tempo todo.
- Com licença. - Jin se levantou. - Eu sou amigo dela, mas eu também sou médico, meu nome é Kim Seoh Jin. As vítimas passaram por mim, e eu tenho algumas provas aqui dentro desta caixa.
Ele entregou ao delegado e ela abriu devagar.
- Eles usaram armas, objetos cortantes para matar as vítimas. - Jin falava como se fosse um advogado. - Remédios poderosos também foram utilizados para entorpecê-las. Creio que esses remédios são manipulados por eles mesmo.
Ele assentiu observando tudo. Logo fechou e voltou a rabiscar.
- Eles usam câmeras dentro da casa de todos os ameaçados. - Jimin interrompeu. - Observam seus caminhos para o colégio, trabalho, casa...o tempo todo são vigiados. Por câmeras, gravadores e até mesmo pessoas.
- E o que quer fazer em relação à isso? - ele perguntou à Júlia.
- Puni-los! - Julia disse como se fosse algo óbvio.
- Começaremos nossas pesquisas amanhã ok? - ele se levantou e foi em direção a porta. - Nossas pesquisas são um pouco demoradas, pois temos vários casos à...
O sangue de Julia ferveu.
- Ainda não terminei! - ela bateu na mesa.
O delegado olhou para a mesa e depois para ela por cima dos óculos.
- Lá vem... - Jin disse baixo para Jimin que abriu um sorriso confiante.
- Desculpe senhorita, mas você não pode gritar com as autoridades. Isso é desrespeito... - ele começou a dizer.
- Desrespeito, é o senhor não me ouvir até o final da minha queixa. - ela disse. - Eu vim de longe para conversar à toa? - ela abriu os braços.
Ele ficou um pouco irritado, mas sentou logo em seguida.
- Tem algo mais a dizer? - ele perguntou parecendo claramente estar irritado dessa vez.
- Por acaso o senhor já ouviu falar do Taeyang? - ela perguntou erguendo uma sobrancelha.
Ele a olhou sério.
- Por que está envolvida com o Taeyang? Por que ele quer ter informações sobre você? - ele disse sem animo, mas deixando transparecer um pouco a curiosidade.
- Se o senhor me deixar explicar, o senhor entenderá. - ela fez careta.
O delegado esperou parecendo estar interessado dessa vez.
- Eu e Taeyang namoramos por cinco anos... - ela disse.
- Cinco?! - Jimin soltou.
- Fica quieto! - Jin deu lhe um tapa.
- Nós... - Julia ignorou a reação de Jimin. - Éramos felizes, nossas familias nos aprovavam e bla bla bla... - ela chacoalhou as mãos no ar. - Só que eu descobri que na verdade, Taeyang fez acordo de poderes com a minha familia. Então, ele me pediu em casamento.
O delegado estava atento.
- E...eu não aceitei. Além disso, terminei o namoro. Faz alguns meses que isso aconteceu. - ela disse confiante. - Não vou ficar com alguém que não me ama de verdade.
Jimin assentiu concordando.
- Ele não tinha aceitado de início e me procurou várias vezes depois. Então, eu comecei a sair com meus amigos... - ela fez careta.
Jimin fechou forte os olhos como se estivesse tapando os ouvidos com medo de ouvir qualquer coisa a respeito de garotos.
- Eu não cheguei a sair com ninguém, mas insinuei. Só fiz isso para poder me livrar entende? Pra dizer que eu toquei a minha vida pra frente e que realmente eu queria ter terminado aquilo tudo.
O delegado assentiu.
- E então, ele se aliou a uma gangue de nerds como o Kim Soohyun, Taecyeon, Namjoon, Jhope - ela engoliu em seco. - pra fazer da minha vida uma merda. - ela bateu uma palma no final.
Jimin limpou a garganta com intenção de pedir à Julia que tivesse modos com o delegado.
- Desculpa...me fazer...erm. Para me fazer mal. - ela terminou.
- Acha mesmo que é por isso? - ele perguntou.
- Não há outra razão. Taeyang tem cara de ser assim. Vingativo. - ela disse.
O delegado ia dizer algo, mas ela estendeu a mão para que a deixasse terminar de dizer.
- Eu sei que nem a policia japonesa e nem a coreana consegue pegar as duas gangues. Sei que eles estão revirando esses paises de cabeça para baixo...
- Desculpe...duas? - o delegado interrompeu.
- Sim. Taeyang estava fazendo tudo às escondidas e não achou que iriamos ter atrevimento para revidar. Ele acabou descobrindo que nós sabiamos que ele estava por trás disso tudo e se aliou à outra gangue.
O delegado ameaçou a fazer uma careta de desespero.
- Não está falando da outra gangue que trabalha para o governo...está? - ele disse.
- De quem? - Julia perguntou.
- Com Kris, Chanyeol, Kai, Taemin...
- Isso! É essa mesmo! - ela apontou quando ele disse Taemin.
Ele respirou fundo.
- O que? - ela perguntou preocupada.
- Nós não podemos fazer nada contra...isso é ir contra o governo! Podemos ser condenados à morte!
- Se correr o bicho pega, se ficar ele massacra!
O delegado estava entendendo o desespero de todos, mas era algo arriscado demais.
- Quer fazer uma aliança é isso? - ele perguntou.
- Sim. Será beneficio para todos. - Julia cruzou os braços. - E aí nessa caixa tem provas de que pessoas inocentes foram mortas.
Ele continuou olhando-a.
- Eu estou fazendo queixa sobre algo que não foi por ordem do governo. - ela deu de ombros. - Estou errada?
Ele não respondeu e olhou para os papéis com as suas anotações. Apesar de Julia passar um ar confiante, por dentro suas ultimas esperanças estavam morrendo. Ele PRECISAVA dizer sim para a aliança.
- Onde assinamos? - ele perguntou olhando para eles.
Julia soltou um grito de repente de alegria e logo se interrompeu fazendo todos se assustarem.
- Verdade? - Jimin perguntou.
- Sim. Vamos acabar com esse sofrimento todo, antes que a próxima vítima apareça.
Os três comemoraram sem fazer cerimônia.
Jin lhe deu um papel com poucas linhas escritas.
- Ótimo. Vou conversar com a policia japonesa e mandar a ordem. Quando tiverem mais informações, por favor nos avisem.
- Com todo o prazer. - Julia ainda estava sorrindo.
- Muito obrigado! - Jimin se curvou.
Os dois fizeram o mesmo quase de imediato.
- Hoje começarei a planejar algumas coisas e amanha nos falamos. - ele disse. - Nós iremos até a delegacia as...14:00 horas pode ser?
- Claro! - Jin disse.
- Combinado. - o delegado finalmente sorriu. - Nos vemos amanha então.
- Arigatou gozaimashita! - eles agradeceram.
Alguns guardas sorriram ao ouvir a boa pronuncia deles.



"Para de pensar pelo menos por um segundo?" - Namjoon pensou.
"Eu estou com medo! E se eles não conseguirem?!" - Joh respondeu.
"Vai dar tudo certo! A Julia sabe convencer as pessoas não se preocupe..."
As mãos de Joh suavam.
"E se eles não conseguirem?" - ela voltou a pensar.
"Não vai acontecer nada. Eu juro. Eu disse que iria proteger vocês. E se eles não conseguirem, pensaremos em algum outro jeito."
Joh se sentia aliviada quando ele falava palavras encorajadoras. Relaxou os ombros por alguns segundos e fechou os olhos tentando ter a imagem de Namjoon. Pensou em seu sorriso e conseguiu ficar mais calma.
De repente, suas feições começou a mudar, detalhes de seu rosto começou a mudar e veio a imagem de Jin. Sem querer acabou lembrando dos dois momentos mais desesperadores perto daquele garoto. Na primeira vez em que ele a prendeu com meus braços e quando a beijou.
"Eu não acredito que ele fez isso!!!" - ouviu a voz de Namjoon interromper tudo.
"Desculpa, eu..."
"Vou matar o Jin."
Joh bufou totalmente confusa.



Paty começou a arrumar as suas coisas para ir embora.
- Erm...Paty, posso te acompanhar até a sua casa? - Jungkook perguntou. - É que...eu acho que deixei cair meu fone na sua casa...
- Claro... - ela assentiu.
Ele arrumou rapidamente suas coisas acompanhando seu ritmo.
- Taehyung não voltou? - Paty perguntou.
- Não...sabe pra onde ele foi? - Jungkook agia indiferente.
- Não...
Jungkook foi agredido por ele, mas mesmo assim falava normalmente sobre ele.
- Jungkook-ah... - Paty disse.
Ele a olhou surpreso pelo jeito informal que ela chamou.
- Desculpa. - ela tapou a boca na mesma hora. - Eu falei sem querer.
- Kwenchana. - ele sorriu.
- Me desculpe...pelo Taehyung. Ele não está pensando direito. Com todas essas coisas acontecendo, acho que consigo entender que sua cabeça esteja um pouco fora de sintonia...
Ele assentiu.
- Kwenchana. - ele sorriu.
Paty percebeu seus ombros tensos. Parecia não ter perdoado por dentro.
- Ele te machucou muito? - ela perguntou.
- Não...acho que ele tentou me bater de leve, mas acabou me acertando em cheio.
Paty fez careta imaginando a dor.
- Ele disse que iria me matar se eu fizesse algo de mal pra você. - ele disse. - Ele...deve gostar muito de você.
Ela mordeu o lábio pensando no que tinha acontecido na praça.
- É o jeito dele. - ela disse logo. - Vamos?
Ele assentiu.
Eles saíram no vento frio da noite esfregando as mãos. Por mais que Paty tivesse coisas para conversar, preferiu ficar em silêncio. Estava se sentindo tão confortável com Jungkook nesses tempos que...silêncio não parecia deixar um clima tão estranho.
Jungkook andava olhando para os lados como se estivesse pensativo. Poderia ser coisas da cabeça dela, talvez ele só estivesse com frio ou então observando as pessoas.
Ela parecia não conseguir sentir suas pernas. Dava passos curtos como se duas pernas estivesse congeladas.
- Quer meu cachecol? - ele perguntou.
- Magina, estou bem. - ela respondeu.
Ele continuou olhando para frente.
- Namjoon está namorando a Joh? - ele perguntou.
- Na verdade não...eles são só um tipo de...amigos estranhos.
Jungkook fez cara de confusão. Ela mesma não conseguiu entender e acabou rindo.
- Eles brigam demais... - ela disse.
- Demais. - Jungkook concordou rapidamente.
- Mas...eles acabaram criando um vinculo nisso. Não sei...algo do tipo. Nossa, estou sentindo a falta de brigar com você.
Ele riu.
- Essa foi boa. - ele disse.
- Mas é bem assim!
Eles dobraram a esquina e Jungkook parou de andar por um segundo.
- O que foi? - ela perguntou.
- Nada.
De repente, Jungkook mudou. Ele parecia estar abatido, triste...
Paty estranhou de início, mas não quis perguntar.
Ele andava mais devagar.
- Aconteceu alguma coisa? - ela finalmente perguntou quando chegaram na frente de sua casa.
Jungkook engoliu em seco e parou na sua frente. Ele respirava fundo várias vezes e a olhava com certo desespero nos olhos.
- O que está sentindo? - ela perguntou. - Por que está agindo assim?
Ele a abraçou repentinamente. Qualquer pessoa acharia que aquilo foi uma cena romantica, mas foi totalmente desesperador. Apesar de estar abraçando Jungkook, ela se sentia completamente desconfortável.
- O que está havendo? Está passando mal? - ela perguntou tentando se soltar dele, mas ela não conseguia.
- Desculpa. - ele disse baixo com a voz meio tremula.
Ela se soltou dele.
- Jungkook, o que está acontecendo? Me diz!!! - ela o olhou nos olhos.
Ele não respondia e estava com os olhos cheio de lágrimas.
- Jungkook!!! - ela gritou.
- Eu prometo que vai ficar bem. - ele disse colocando a mão no bolso.
Prensou um pano branco em sua boca e Paty caiu no chão inconsciente.



- Como se sente? - Jimin perguntou olhando para Julia.
- Melhor impossível.
Ele sorriu ao vê-la tão feliz.
- Você foi ótima! - Jin disse atrás deles.
- Obrigada, Jin.
Jimin segurou sua mão.
- Vamos vencer essa. Acredite. - ele disse em um tom diferente.
Suas palavras soavam tão acolhedoras aos ouvidos de Julia. Era a mesma sensação de um abraço.
E toda vez que lembrava de abraço, lembrava de Jhope. Aquele abraço foi intenso e inesquecível.

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