- Olha...na verdade não temos muito o que fazer. - o delegado disse. - Nós...temos várias queixas, mas não podemos fazer nada!
- Por que?! Se tem várias queixas, vocês tem que fazer algo! - Julia gritou.
- Julia, calma... - Jimin segurou sua mão.
- Vão deixá-los soltos por aí para aterrorizar mais pessoas?! - ela se levantou.
- Moça, acalme-se ou teremos que prendê-la. - o delegado disse de maneira fria.
Ela bufou de raiva e se sentou impacientemente.
O delegado se aproximou dos dois para falar baixo.
- Acontece...que vocês estão envolvidos não só com uma...mas duas gangues. - ele disse.
- E a polícia não pode dar conta disso? - ela ergueu uma sobrancelha.
- Vocês não estão sabendo que tipo de gangue é essa não? - ele encostou na cadeira cruzando os braços.
Julia ia retrucar, mas Jimin segurou mais forte a sua mão.
- Eles não são uma simples gangue. - o delegado disse depois de alguns segundos de silêncio. - Alguns trabalham para o governo. Como podemos prendê-los?
- Tra...balham para o governo?
- Sim. Como podemos prender pessoas que ajudam a fazer a justiça?
- Primeiro. - Julia ergueu o dedo. - Vocês acham que fazer justiça é machucar as pessoas? Isso o que eles fazem é justiça?
- Eles matam bandidos.
- Ok, mas eu não sou bandida! E sobre o meu caso, não é nada de justiça! - Julia estava falando super alto.
- Mas eles fazem mais bem do que mal. Tenho certeza de que não vão matar você. - o delegado mantinha o mesmo tom de voz.
- Como pode ter tanta certeza assim?! Eles tem um tipo de aliança com vocês? - ela ficou indignada.
- Claro que não senhorita, mas nós os conhecemos bem.
Ela se sentou percebendo a situação. Ela colocou a mochila em cima da mesa.
- O que é isso? - o delegado a olhou com desprezo.
- Abra. - ela deu de ombros.
Ele abriu e abriu um sorriso sarcástico.
- São vinte e mil dólares. - ela disse. - Vão me ajudar ou não?
O delegado limpou a garganta.
- Você quer a real? - ele começou a falar informalmente. - Nós...não temos estrutura o suficiente para prendê-los.
- O que?! - até Jimin se assustou.
- Já reparou na tecnologia que eles usam?
Julia começou a ficar perdida dessa vez.
- Eles criam suas próprias "armas" - ele fez aspas no ar. - São gênios que usam a sua inteligência da pior maneira. Eles são tão inteligentes que nos deixam sem reação.
Ela engoliu em seco. Eles tinham razão. Namjoon era um super gênio, Kim Tan, Kim Soohyun, Taecyeon...todos eles eram um dos melhores alunos das melhores escolas da Coréia.
Julia e Jimin se olharam.
- Querem mesmo fazer isso? - o delegado perguntou com a voz firme.
Julia assentiu com a mesma firmeza.
- Um minuto. - ele discou um número no telefone e colocou na orelha. - Por favor, mandem os casos que chegarem para a outra base. Hoje eu estarei ocupado.
Julia sentiu uma ponta de esperança e Jimin passou confiança para Julia com o olhar firme.
- E aí...qual vai ser o plano? - o delegado perguntou ao desligar.
Os dois pensaram, mas não conseguiram chegar a uma resposta.
- Posso dizer todas as nossas tentativas falhas...e olha que não foram poucas. - o delegado ergueu o dedo.
Eles ficaram a tarde discutindo sobre. No fim da tarde, Jin apareceu para levar as provas que eles tinham combinado.
- Doutor Jin - o delegado cumprimentou. - É sempre bom vê-lo.
Jin se curvou sorrindo e os dois sorriram de volta.
- Qual outra saída nós temos? - Jimin perguntou ao delegado.
- Tem alguma sugestão?
- Não me peça para ser inteligente que não funciona. - Jimin disse.
Eles ficaram em silêncio.
- Não adianta nós prendermos. De algum modo, eles vão escapar. - o delegado disse. - Eles tem muito mais aliados do que sabemos. Já tentamos fazer algo contra inúmeras vezes e a maior parte da polícia foi aterrorizada e morta por eles. A primeira pergunta é: A razão da queixa de vocês é realmente essa? É esse mesmo o motivo? Não estão mentindo?
- Não há outra razão. - Julia disse. - Da minha parte, sim.
- Ótimo. Segunda pergunta: Tem certeza de que quer correr atrás disso?
- Absoluta. Eles não vão trazer a minha felicidade de volta. Nem as minhas amigas. Nem vão curar meus traumas e nem dos meus amigos agora.
O delegado assentiu.
- Terceira pergunta: Você é advogada ou algo assim?
Julia riu com aquela pergunta inesperada.
- Eu ainda estou no colegial. - ela disse.
- Leva jeito pra isso. - o delegado sorriu.
Eles acabaram sorrindo. Aquilo descontraiu um pouco o ar tenso que estava pairando no ambiente.
- Eu pensei em umas coisas. - Jin cortou. - Pode ser astronomico, mas...
- Eles são uma gangue astronomica. - o delegado sorriu.
Os dois assentiram concordando.
- Quero saber uma coisa. - Jin colocou a mão no queixo o que lhe deu um ar maduro. - Eles tem queixas em outros países?
O delegado ergueu uma sobrancelha entendendo a intenção de Jin.
- Eu não sei se o Japão fará aliança com a Coréia... - o delegado disse.
- Tem queixas no Japão? - Jin se surpreendeu.
- Sim. Muitas.
Julia bateu na mesa e se levantou.
- Primeiro: Já está na hora de vocês acordarem pra vida. - Julia começou a dizer. - Essa aliança pode ser imbatível já pensaram nisso? Deixem a história para trás e façam o favor de olhar para o futuro. Sabe o que isso se chama? Egoísmo.
Jimin colocou a mão na testa ao perceber que ela tinha ficado nervosa novamente.
- Quer dizer que a geração de hoje é obrigada a odiar um país porque os mais velhos odeiam?! Ah, me poupe. Vocês deveriam dar as mãos e lutar pelos obstáculos daqui pra frente. Somos humanos, todos erram!
O delegado começou a ouvir seus argumentos não como sermão, mas sim como uma análise de raciocínio.
- Os dois países tem tecnologias incríveis! Não é possível que não haja saída para isso tudo!
Todos concordaram com a cabeça. O delegado começou a discar um número.
Ele percebeu que ele começou a conversar em japonês. Eles ficaram conversando por um longo tempo e os três não sabiam o que fazer.
Depois de vários minutos, ele desligou.
- Amanha vamos tentar um negociamento. - o delegado disse ao desligar.
- De verdade? - Julia juntou as mãos de felicidade.
- Sim. Quer dizer, vocês.
- N-nós? - Jin ergueu uma sobrancelha.
- Você pra levar todas as informações que sabe - ele apontou para Jimin. - Você para levar as provas e explicar direito alguns de seus planos - apontou para Jin. - E ninguém melhor que você pra convencê-los a fazer a aliança. - ele apontou para Julia. - Conseguem fazer isso sozinhos?
- Sozinhos?! - eles perguntaram ao mesmo tempo.
- Mais ou menos. Terão guardas com vocês.
Julia escondeu o pensamento de: grande coisa...
- Eu tenho que resolver algumas coisas amanha. - ele deu de ombros. - Usem esse dinheiro para ir. - o delegado devolveu a bolsa da Julia.
- Ok, nós faremos isso. - Jin disse tomando a responsabilidade e o cargo de mais velho.
- Ótimo. Amanha conversaremos à noite. - o delegado disse se levantando.
- Só uma pergunta. - Julia interrompeu antes da despedida. - Por que está fazendo isso por nós e não pelas outras pessoas que passaram para dar queixa?
- Precisamos de pessoas que nos motivem. Pessoas que querem lutar. - ele disse sorrindo. - Se estiverem mentindo, vão se arrepender para o resto da vida de vocês, sabem disso não? - ele apontou para cada um.
Eles assentiram.
- Vai ser uma busca interessante. - o delegado sorriu confiante.
Ele se curvou e os três também.
- Obrigado. - eles agradeceram ao mesmo tempo.
- E como se sente agora? - o psicólogo perguntou à Joh.
Ela sorriu.
- Bem melhor. Acho que eu precisava disso. Parece que consegui descansar e relaxar um pouco...
Ele sorriu ao vê-la bem.
- Olha, eu vou te deixar em estado de observação, mas é só por essa noite ok? - ele perguntou. - Amanhã de manhã você já pode ir.
- Por que? - Joh não esperou por aquele resultado.
- Fizemos alguns exames e... - ele respirou fundo. - percebemos que foram várias coisas ao mesmo tempo para esse apagão geral. Não sei se sabe disso, mas você chegou a morrer.
- O...que? - ela ficou assustada.
- Sim, pode parecer loucura, mas seu corpo desligou de vez mesmo.
Agora ela tinha entendido porque todos estavam chorando tanto.
- Você vai precisar tomar uns remédios até tudo se normalizar novamente. - ele disse. - Tenha fé que isso vai passar.
Ela assentiu devagar.
Jimin acompanhou Julia até sua casa.
- Nos vemos amanhã, então... - ele parou.
Ela assentiu. Jimin se aproximou de repente e ela recuou mais por um susto do que rejeição. Ele terminou com um beijo em seu rosto.
- Eu não vou fazer nada contra a sua vontade. - ele se afastou.
Julia limpou a garganta.
- Obrigada. - ela logo cortou aquele clima tenso.
Ele se curvou de leve e saiu andando.
Julia o acompanhou com os olhos por um momento e entrou logo em seguida.
Deitou na cama e tentou não pensar nas coisas, mas foi impossivel.
Por um momento ela se sentiu completamente perdida. Seu pai quase não dormia a noite pela preocupação que sentia, Jimin e Jhope confundindo sua cabeça, a policia que não consegue prender essas pessoas...
- Não...você tem que manter a calma...tem que agir com frieza. - ela disse pra si mesma.
Se levantou e foi até sua escrivaninha. Pensou em todos os seus argumentos e escreveu em um papel.
- Eu tenho que convencer esse homem amanhã, ou estaremos perdidos...
Ela ouviu um barulho vindo de fora. Não ligou no primeiro momento, mas se assustou ao ouvir a voz de Jhope.
Ela foi até a janela rapidamente e olhou disfarçadamente. Quando ele olhou para cima, ela se esconder novamente.
- Desça. Precisamos conversar. - ele disse.
Por que seu coração batia rápido ainda ao ouvir a voz dele? Depois de descobrir quem ele é...
- Eu sei que está aí. - ele insistiu. - Por favor.
De repente, ele parecia ser o Jhope de sempre.
- Não Julia... - ela disse pra si mesma. - Você não vai cair em conversinha de meninos que...
Algo caiu dentro do seu quarto. De repente, ela se assustou achando que era uma bomba ou algo do tipo, mas era...uma arma.
- Não sei se sabe lidar com armas, mas está carregada. - ele disse. - Se eu disser algo que não lhe agrade, pode atirar em mim...mas eu preciso conversar com você.
Julia tinha conhecimento sim sobre armas. Sabia lidar com uma muito bem.
Ela engatinhou devagar até a arma e a pegou.
Ela queria muito vê-lo, mas isso com certeza poderia ser uma cilada. Ele poderia estar com toda a gangue ali por perto.
Foi até o seu armário colocou mais balas tremendo de pavor. Desceu as escadas devagar e abriu a porta.
Ele ficou bem longe dela.
Ela andou devagar na sua direção com a expressão dura e fria.
- O que você quer? - ela perguntou apontando a arma em sua direção mesmo contra a sua vontade.
Tudo ficou quieto. Ela percebeu que não tinha ninguém em volta.
Jhope estava de cabeça baixa. Julia apenas esperou, mas ele não disse nada.
Começou a cair pingos no chão. Ele estava...chorando?
- Jhope? - sua amoleceu um pouco.
Ele continuou de cabeça baixa. Ela não sabia o que fazer.
De repente ele começou a chorar de forma pesada. Ele parecia sentir uma dor imensa naquele momento.
Julia se aproximou bem devagar. Ela abaixou a arma e ele continuou na mesma posição.
Ela estava com um pouco de receio, mas...passou seus dedos em seu rosto para enxugar suas lágrimas.
Ele levantou o rosto de leve o suficiente para olhar em seus olhos. Jhope parecia estar totalmente acabado. Ele parecia fraco, indefeso...
Ele passou o dedo em seu rosto também e percebeu que estava chorando também.
Ela o abraçou ainda com receio e ele retribuiu no mesmo momento.
- Desculpa... - ele disse segurando sua cabeça com gentileza.
Ela apertou um pouco mais forte. Achou que esse momento nunca mais fosse acontecer.
Jhope continuava chorando silenciosamente.
E assim ficaram por um bom tempo. Estava um clima frio, mas o abraço aquecia ambos. Fisicamente e emocionalmente. Aquele momento foi um refúgio para ela. Talvez se tivesse que explicar em palavras, não saberia nem ao menos como começar. Ela explicou fundo sentindo o estresse indo embora aos poucos e ele fazia o mesmo.
Na manhã do dia seguinte, Joh estava sentada esperando por alguém.
- Bom d... - a enfermeira apareceu. - Nossa, Já de pé?
- Eu posso ir? - Joh perguntou como se estivesse com pressa.
- S-sim...deixa eu assinar esse papel para sair... - ela estava um pouco assustada.
Ela assinou algo rápido e entregou para ela.
- Obrigada! - Joh sorriu e saiu rapidamente.
Ela saiu correndo para o colégio. Chegou na sala e encontrou com Julia e Paty pensativas.
- Bom dia gente... - Joh estava praticamente sem ar.
- Joh! O que está fazendo na escola? - Julia deu lhe uma bronca. - Você não tem que fazer repouso?!
- Que repouso o que!
Namjoon a olhou com olhar de desaprovação e ela revirou os olhos.
- Gente, eu estou bem! - ela disse sem paciência.
As duas fecharam a cara.
- Oi, Jimin. - V apareceu.
- E aí V? - eles fizeram um toque rapido com as mãos.
Ele olhou para Paty e nada disse. Julia olhou para Paty já esperando uma resposta.
- O que? - ela perguntou.
- Por que esse gelo todo? - ela perguntou como se algo óbvio.
- Nada... - ela deu de ombros.
- Eu vou saber pelo V então... - Paty ouviu a voz de Jimin que também prestava atenção na conversa.
Antes que Paty dissesse algo, Jimin se levantou e sentou ao lado de Taehyun.
Jin apareceu na porta.
- Eu preciso falar com você. - ele olhou para Joh.
Todos olharam. Ela se levantou levantamente e foi até ele.
- Ihh...Namjoon vai perder o trono. - alguém disse.
Ele segurou um grito, mas logo começou a atuar.
- Eu vou o que? - Namjoon sorriu.
Ninguém disse mais nada não levando aquilo à sério e continuou seus estudos.
- Conseguiu falar lá? - Paty perguntou.
- Sim. Eu tenho grandes coisas a fazer hoje.
Paty sorriu ao perceber a confiança dela.
- Acho que isso tudo vai acabar em breve. - ela disse quase sem som.
Paty sorriu abertamente dessa vez já sentindo um grande alívio.
Namjoon se levantou de repente atraindo a atenção de todos novamente.
- Aconteceu algo? - o professor perguntou.
- Eu posso sair um segundo? - ele perguntou.
- Ok... - o professor achou estranho.
As duas se olharam estranhando também aquela situação.
Namjoon saiu, mas logo parou no caminho.
- Não vou fazer isso. - ele relaxou. - Mas eu não acredito que ele fez isso...
"- Aconteceu alguma coisa? - Joh perguntou para Jin ao chegar perto dele.
Ele pegou seu pulso e saiu andando.
- O que foi? Você está me assustando! Meus exames deram alguma coisa? Foi algo que descobriu? Alguém te fez algo? - ela perguntava enquanto eles andavam.
Eles pararam no meio do pátio. Ele ficou de frente para ela com a expressão séria.
Ela ficou tão assustada que não perguntou mais nada. Ele tirou a mecha de cabelo do seu rosto e a beijou devagar e intensamente.
Ela segurou seus ombros para afastá-lo, mas não conseguiu e acabou cedendo.
Depois de algum tempo, ele a soltou.
- Por que fez isso? - ela perguntou.
- Minha única chance. Pra nunca mais.
Ele abriu um sorriso triste seguido de um abraço."
Joh sabia que Namjoon sabia o que tinha acontecido. Ela podia sentir a raiva dele.
Ela se arrependeu em seguida de ter deixado Jin beijá-la. Ela não conseguia mais ouvir Namjoon, apenas sentir as emoções dele. Isso era sinal de que ele estava se fechando para ela.
Começou a voltar pra sala e o encontrou encostado na parede olhando o nada.
- Namjoon, eu... - ela começou a dizer.
Ele se virou para dizer algo, mas interrompeu a si próprio.
- Eu não tenho o que fazer. - Namjoon deu de ombros. - Ele gosta muito de você. Talvez na mesma proporção. Eu também não seria capaz de vê-la assim em braços de outro calmamente e faria a mesma coisa. Por isso, não o culpo.
- Mas..
- E... - ele interrompeu. - Você aprovou o beijo.
Ela não soube o que dizer. Ele entrou na sala para não dizer mais nada.
Ela ficou naquele vazio.
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