sábado, 19 de julho de 2014

Continuação 16

- Eu não queria que isso acontecesse, mas...eu deixei! - Joh gritava consigo mesma. - Que droga!
Entrou na sala depois de alguns minutos.
- O que aconteceu? - Julia perguntou enquanto ela sentava do seu lado.
Paty também esperou pela resposta.
- Ele... - ela começou a dizer sem coragem de terminar.
- Ele? - Julia reforçou.
- Ele disse que eu preciso refazer os exames.
Paty soltou uma risada.
- Joh, fale a verdade. - ela disse.
Joh fez careta ao perceber que não soube mentir.
- Ele me beijou. - ela disse rápido e baixo.
Paty respirou rápido demais engasgando com a própria saliva. Julia paralisou feito estátua.
- Ele o que? - Julia não conseguiu conter o sorriso.
- É, isso mesmo... - Joh não queria mais falar sobre aquele assunto.
- Meu. Deus! - Julia disse alto demais.
- SHHHH - o professor pediu silêncio.
Elas se encolheram um pouco e continuaram a fazer suas tarefas.
Quando deu o sinal anunciando o intervalo, Jimin e V se levantaram rápido demais saindo da sala feito foguetes.
- Isso tudo é fome? - o professor apontou para a porta.
Todos riram.
Elas saíram da sala disfarçadamente e foram até a saída de emergência.
- Me contem tudo! - Joh disse.
Julia começou a contar as suas coisas enquanto Paty ficava olhando as câmeras pelo celular.
- Então...hoje você vai para o Japão para poder resolver isso? - Joh se assustou. -Que responsabilidade!
Julia assentiu sentindo o corpo arrepiar.
- Gente, eles chegaram! - Paty começou a bater as mãos freneticamente para todos os lados.
As duas olharam imediatamente.
Três garotos entraram na sala. Namjoon, o ameaçador e mais um que não conheciam.
- Uma parceria? - o ameaçador perguntou.
Os dois não responderam de início.
- Realmente isso é uma pergunta ou uma intimação? - Namjoon perguntou.
- Eu não vou obrigar você a brigar com a sua queridinha. - o ameaçador riu.
- Queridinha? Sai fora. - Namjoon riu.
- É...ele atua muito bem. - Paty espremeu os olhos. - Com certeza estão falando de você Joh.
Julia assentiu.
- E você... - o ameaçador apontou para o outro. - Faça o favor.
O outro apenas assentiu.
- Quem é esse outro? - Julia apontou.
- Não consigo ver... - Joh disse.
- Fechado. - o ameaçador sorriu. - Seu odor está melhor hoje.
- É...minha namorada trocou de perfume.
Joh entendeu aquilo tudo. Entender o porquê do perfume. Naquele dia em que elas estavam lá dentro, o perfume dela se espalhou no ar. Ela riu também ao perceber que ele a referiu como "namorada" naquela vez também.
- Você me traz todas as informações. - o ameaçador apontou para Namjoon. - E você converse com a sua gangue. Queremos uma aliança para esse caso. - ele apontou para o outro.
Ele apenas assentiu.
- Por que ele não fala? - Paty ficou com raiva.
Eles saíram rapidamente.
- Eles combinam muito rápido. - Joh disse. - Nem da pra entender direito o que eles falam às vezes.
As duas concordaram com a cabeça.
- Então, estamos cada vez mais ferradas? Mais gente entrando pra coisa? - Julia perguntou.
- Parece que sim...pelo menos nós teremos mais informações com o Namjoon. - Joh disse.
- Isso é... - Paty assentiu.
- Gente, eu vou conversar com ele agora... - Joh disse se levantando.
- Toma cuidado! - as duas disseram ao mesmo tempo.
Joh assentiu antes de sair.
- Paty... - Julia se virou para ela. - Eu sei quem é o ameaçador.
- Sabe? - ela ficou surpresa.
- Na verdade, eu sei a razão disso tudo. - ela disse.
- Por que não nos contou?
- Quando eu ia te contar...me desculpe, mas eu não estava tão confiante para contar na frente do Jungkook...e não contei à Joh, porque o psicológico dela não está nada bem.
Ela assentiu entendendo.
Julia começou a contar a história toda com detalhes.


"Não me procure agora" - Joh ouviu a voz de Namjoon na cabeça.
"Por que?"
"Não me procure...é uma cilada."
"Cilada?"
"Pra ver se realmente estou do lado deles ou não."
Joh parou seus passos imediatamente tomando outro rumo.
"Eles descobriram as câmeras novamente, mas eu coloquei outras no lugar." - Namjoon disse. "Eu ouvi que a Julia disse sobre a polícia. Isso não será nada bom."
"Por que?"
"São mais pessoas do que eu imaginava."
Joh engoliu em seco.
"Pode dizer quantas aproximadamente?"
"Uns trinta. Eles perceberam que vocês são mais espertas do que eles pensam. Não sabem que vocês sabem de tanta coisa assim, mas estão tomando cuidado para não decobrirem o que na verdade já sabem."
A cabeça de Joh demorou um pouco para raciocinar, mas entendeu.
"Eles nunca perdem. Então, se for para planejar, nenhum erro pode acontecer." - Namjoon disse.
"Tudo bem..."
"A Julia TEM que conseguir convencer o Japão. Se não conseguirem, eu tenho certeza de que não vamos conseguir ganhar essa."
Joh sentiu o corpo arrepiar.
"Peça para que Jiimin e Jin também treinem bastante e sejam convincentes. Essa aliança não é apenas um reforço, mas algo essencial Joh...entendeu?"
Joh respirou fundo várias vezes.
"Eu vou falar com ela novamente." - Joh respondeu.
"Ok. Estou aqui quando precisar."
Ela sorriu e voltou para procurar pela Júlia. Por sorte elas ainda estavam no mesmo lugar.
- Julia, você precisa conseguir a aliança. Namjoon disse que não é um reforço, mas sim essencial. - Joh disse esbaforida.
- Ele disse?? - Paty perguntou.
- Sim, temos trinta pessoas para enfrentar.
- O que?!?!?!? - as duas perderam a cor.
- Converse com o Jimin que eu converso com...Não, eu converso com o Jimin... - ela bufou. - Paty faz alguma coisa!
Elas acabaram rindo.
- Eu converso com o Jin... - Paty disse rindo.
- Isso. - Joh disse.
As duas tomaram seus rumos.
- Ah, essas pessoas estão me enlouquecendo... - Joh sentou na escada.
"Para de pensar no Jin." - ouviu a voz de Namjoon.
"Estou tentando."
"O que?!"
Eles começaram uma briga mental que durou um bom tempo.


- Jimin! - Joh chamou.
- Fala meu anjo. - ele veio todo sorridente em sua direção.
Julia achava uma graça quando ele a tratava daquele jeito.
- Nós precisamos conseguir hoje. - ela disse.
- Eu sei. - ele respondeu.
- Não Jimin...nós realmente precisamos. Se não conseguirmos, vamos ser...engolidos.
Ele ficou preocupado.

- Jin! - Paty encontrou o garoto na biblioteca.
- Oi! - ele foi gentil.
Paty sentou na sua frente e lhe deu as coordenadas com a voz bem baixa.
- Era pra Joh vir te avisar, mas sabe como é né? - Paty riu.
Jin deu de ombros.
- Sem problemas... - ele disse triste.
Paty ficou séria e ele voltou a olhar os livros.
- Você gosta mesmo dela não é? - ela perguntou.
- Eu gosto dela antes mesmo de ela ter conhecido o Namjoon. - Jin disse. - Mas ela me rejeitou. Ela achou que eu tinha parado de gostar dela desde então, mas...eu não consigo mais esconder.
Paty se sentiu mal por ele.
- Mas o que eu posso fazer...eu não posso obrigar as pessoas a me amar. - ele sorriu tristemente.
Ela não respondeu. Não existem respostas para esses tipos de desabafos...
- Eu posso curar a maior parte das doenças, ajudar as pessoas, mas...ninguém pode curar as minhas feridas.
- Só não desiste. - Paty disse. - Tem pessoas que demoram para reconhecer o verdadeiro amor das pessoas.
Ele assentiu.
- É...eu sei. - ele concordou.


Jin, Jimin e Julia estavam se preparando para ir.
- Façam o seu melhor. - Joh disse. - Vocês vão conseguir.
Paty assentiu.
- Estamos indo nessa. - Jimin disse.
- Tomem cuidado! - as duas disseram ao mesmo tempo.
Eles assentiram sorrindo e saíram rumo ao aeroporto. Não demorou para o avião anunciar o vôo.
- Vamos gente... - Jimin tentou encorajar aqueles dois que estavam com medo, mesmo sendo o mais medroso de todos.
Eles entraram no avião e se sentaram. Julia não sabia se sentia mais desconfortável pelo fato de estar em um avião pela primeira vez ou pela responsabilidade que estava carregando.


Paty foi ao trabalho o mais rapido que pôde.
- Eu tenho que adiantar as coisas que deixei de fazer ontem... -ela ligou o computador rapidamente.
- Almoçou? - Jungkook apareceu.
- Não, eu preciso terminar as coisas que deixei de fazer ontem...
- Eu também preciso! Relaxa... - ele sentou na cadeira.
Paty respirou fundo e tentou relaxar.
- E a Joh? - perguntou.
- Está bem. - Paty sorriu.
- Desculpe, não deu pra voltar lá ontem...
- Sem problemas.
- Erm...Paty, será que pode levar isso para a contabilidade? - Jungkook pegou uns papéis.
- Ok! - ela assentiu pegando-os.
Saiu do escritório e caminhou até a contabilidade.
- Boa tarde, senhor Dongwoon! - ela sorriu.
- Boa tarde, Paty.
- Trouxe esses papéis. - ela os entregou.
- Obrigado! - ele agradeceu.
Ele organizou certinho com os outros papéis da empresa.
- Por que está abatida? - ele perguntou.
- Estou? - Paty levou a mão no rosto.
- Sim, está um pouco pálida..
- Acho que é falta de vergonha.
Ele deu uma gargalhada boa.
- Não perde a piada, não é mesmo? - ele disse rindo.
- Faz parte! - ela riu também. - Tchau!
Ele acenou de longe e Paty voltou para o escritório.
- Fala! - ouviu a voz de Taehyung ficar forte.
Paty correu para ver o que estava acontecendo.
Taehyun segurava a gola de Jungkook com uma das mãos e a outra estava fechada pronta para acertar em seu rosto.
- V! - Paty gritou. - O que está fazendo?!
Ele a olhou e soltou Jungkook depois de alguns segundos. V saiu do escritório bufando de raiva.
- O que aconteceu? - Paty foi ajudá-lo. - Ele te machucou?
Jungkook pegou o rolo de papel e cuspiu sangue.
- Não acredito que ele fez isso... - Paty fehcou os olhos de raiva.
- Ele...só está nervoso com tudo o que está acontecendo. - Jungkook tentou ser gentil.
Paty foi atrás dele.
- Taehyung. - ela começou a andar rápido.
Ele saiu para o lado de fora.
- Taehyung! - ela gritou e parou na sua frente.
Ele a olhou sem expressão.
- Por que você fez isso?! - ela estava super nervosa. - Você não pode chegar batendo nas pessoas do nada!
- Não foi do nada. - ele disse sem emoção alguma.
Paty não conseguia entender porquê ele estava agindo daquela maneira.
- Paty, não vê?! - Taehyun finalmente ficou irritado. - Ele não é boa pessoa!
- Pra mim ele é!
- O amor deixa as pessoas cegas... - ele revirou os olhos.
- Eu não amo ele!
- Não, magine. - ele disse ironicamente.
Paty bufou.
- O que aconteceu? - ela perguntou. - Por que está agindo assim? Você nunca foi difícil!
- Se estou sendo é por algum motivo.
- E posso saber qual é?
- Paty, ele faz parte da gangue.
Ela paralisou.
- Impossível. - ela disse.
- Eu vi ele conversando com os garotos! No dia que ele te "protegeu" - ele fez aspas no ar. - Na verdade, ele deve ter planejado algo...
- Taehyung, você está ficando paranóico.
- Eu? Paranóico?
- Como pode saber que aqueles garotos eram da gangue?
- Eles eram! - Taehyung se sentia injustiçado.
Ele pensou em dizer milhões de coisas, mas desistiu.
- Quer saber? Esqueça. - ele disse dando meia volta.
Paty acompanhou seus passos apressados com os olhos.

"Namjoon, está aí?"
Não teve resposta.
- Ahhh que droga! - ela reclamou. - Responda!
"O que você quer?"
Ela levou um susto.
"Ainda está bravo comigo?"
"Lógico que sim!"
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaa - ela soltou um grito. - Amanhã eu vou dar um tiro no Jin, ele vai ver só...
"Não faz isso. A gente precisa dele."
Joh soltou uma risada sarcástica.
"Me desculpe...por favor!" - ela pediu.
"Só desculpo no dia em que você me der um beijo igual. De preferencia melhor."
"Ah, tá de brincadeira?"
"Eu nem preciso olhar pra você pra saber que está vermelha nesse momento."
Ela afundou a cabeça no travesseiro.

Eles pousaram em Tóquio em quarenta minutos. Julia mal conseguia sentir suas próprias pernas.
Eles saíram meio perdidos. Jin olhou o papel e começou a segui-lo.
- O mapa é bem explicativo. Certeza de que esse caminho não há erro. - Jin apontou
Eles concordaram. Andaram, observaram as pessoas. Apesar de serem parecidos, de repente pareciam ser todos muito diferentes. Muito diferentes de coreanos.
Jimin conseguia captar alguns olhares curiosos. Eles sabiam que eles não eram japoneses?
- Chegamos! - Jin disse cortando todos os pensamentos.
Jimin olhou no relógio.
- Estamos quinze minutos adiantados. - ele disse.
- Estamos atrasados! - Jin disse correndo.
Julia o seguiu.
- Eu disse adiantados! - Jimin disse.
- Tínhamos que chegar pelo menos vinte! - Jin disse.
Jimin revirou os olhos. Eles pararam na frente da porta e cada um relaxou da maneira que pode. Julia respirou fundo várias vezes com os olhos fechados, Jin tentou relaxar todos os músculos e Jimin chacoalhou um pouco os braços.
Eles entraram e se curvaram.
- Annyeonghaseyo! - o delegado cumprimentou em coreano.
- Annyeonghaseyo! - eles disseram ao mesmo tempo.
- Vamos à sala de reunião. Por favor, me acompanhem.
O delegado e mais algumas pessoas entraram em uma sala com uma mesa extensa.
- Sentem-se. - ele disse.
Eles estavam super desconfortáveis. Aquele ambiente parecia sério demais. Julia mal podia falar, como iria convencê-lo?
- Qual é a queixa? - ele perguntou.
Os três se olharam um tanto perdidos.

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