segunda-feira, 14 de julho de 2014
Continuação 14
Julia se recuperou rapidamente. Parece que o seu psicológico estava ficando cada vez melhor. Ela se sentia forte. Tanto por fora quanto por dentro.
- Está pronta? - Jimin perguntou.
- Mais do que nunca. - ela afirmou.
Eles saíram para procurar por Jin e o encontraram em uma sala olhando os papéis com um copo de café na mão.
- Jin, podemos conversar? - Julia falava com formalidades.
- Pode conversar comigo confortavelmente. - Jin sorriu.
- Mas...no momento você faz papel de doutor, por isso...
Jin assentiu uma vez entendendo.
- Precisamos ver os casos das outras vítimas! - Jimin disse apressadamente. - Vamos levar isso tudo à delegacia.
- O que pensam em fazer exatamente? - Jin pousou a xícara de café de forma silenciosa em cima da pequena mesa. - Posso adiantar algumas coisas...
Julia começou a contar todos os planos com bastante detalhes.
Jordana se levantou para ir ao banheiro enquanto Namjoon cochilava um pouco.
Todas essas coisas estavam acontecendo...eram horríveis, mas...isso fez com que Namjoon ficasse por perto.
Ela se pegou sorrindo por alguns segundos.
Se olhou no espelho novamente e se assustou com a sua aparência pálida.
- Estou...bem mais magra também... - ela uniu as sobrancelhas olhando para o seu abdómen.
Lavou suas mãos e saiu enxugando-as nas próprias roupas.
- Não pode fazer esforço! - Namjoon a repreendeu.
- Eu só queria ir ao banheiro!
- Você está super fraca e fica andando de lado para o outro pode ser que tenha outro desmaio!
- Não exagera. - Joh revirou os olhos. - E eu estava com muita vontade de ir.
Namjoon se levantou e puxou as cobertas para que Joh pudesse entrar.
Ela riu.
- Você sempre briga comigo e depois é legal. - ela disse se deitando novamente.
- Eu brigo para o seu próprio bem!
Ela riu mais alto ainda.
- O que seria de mim sem você... - Joh disse.
Namjoon parou quase de imediato e olhou para ela deixando-a sem jeito.
- Estou com fome.. - Joh desviou do assunto rapidamente ao perceber que não conseguia lidar com aquele sentimento.
- Desculpa, mas ouvir assim pessoalmente é totalmente diferente. - ele sorriu de forma calorosa.
Joh acabou sorrindo também.
- Eu sempre ouço coisas do tipo: Aquele idiota do Namjoon, aquele desgraçado, que ódio, filho da...
- Eeeeepa aí você está mentindo.
Ele riu.
- É...você não fala palavrões nem por pensamento. Mais um motivo pra gostar de você.
Joh fechou os olhos com força mostrando-se claramente mais envergonhada.
- Mas às vezes eu ouço: Eu não devia ter falado daquele jeito. Ele é legal. Ele é bonito. Eu gosto dele..
Joh ergueu a mão como se fosse lhe dar um tapa.
- Eu não estou mentindo agora! - ele disse rápido.
Joh virou de costas e ele riu.
- Foi a primeira coisa que eu ouvi você pensar. - Namjoon disse. - Que eu parecia ser legal.
- É? - Joh se virou para ele.
- Sim, eu tinha quatorze anos ainda. Eu olhei novamente para você e você começou a me intimidar, porque odiava que as pessoas ficassem olhando para você.
Joh riu se lembrando da situação.
- É...depois disso era só xingamentos. Eu não sabia porquê eu ficava ouvindo você falar, sem você dizer.
Joh ouvia atentamente.
- No começo eu te achava chata e cri cri. - ele riu. - Mas isso mudou com o passar do tempo. Eu só não conseguia entender porquê agia tão diferente na frente dos outros. Eu cheguei a duvidar que era você mesmo que eu estava ouvindo, mas os pensamentos apontavam tudo para você.
- Costumava ouvir o tempo todo?
- No começo eu não conseguia controlar. - ele riu. - Mas depois de um tempo, eu concentrava mais nos meus pensamentos e eu conseguia escolher quando eu queria te ouvir e quando não queria.
- O que mais ouviu?
- Erm...tudo.
- Tudo o que?
- Tudo! As vezes eu vejo até seus sonhos.
Joh engoliu em seco. Quase na maioria das vezes ela sonhava com ele.
- Era interessante os sonhos comigo... - ele sorriu.
Joh soltou um grito e afundou a cabeça no travesseiro.
- Você tem cada imaginação! - ele disse.
- Eu não imaginei tá?! - ela gritou. - Foi simplesmente a mistura das coisas! Foi com um filme que assisti, que daí...
- Ok, ok...mas geralmente você sonha com as imagens que mais lhe chamou a atenção. Até casamos no seus sonhos!
Joh se cobriu com o cobertor morrendo de vergonha. Que desgraçado! Ele via e ouvia tudo!
- Ahhh foi bonito! - ele disse. - Não tem porquê ter vergonha!
Ela estava realmente com vergonha.
- Desculpa. - ele riu.
- Por que eu não ouvia você?! - ela gritou.
- Por que não gosta de mim o quanto gosto de você.
Ela parou de dar chiliques.
- É só aceitar meus sentimentos que vai começar a me ouvir sempre. - ele sorriu.
Ela estreitou o olhar tentando entender o que ele disse com certa seriedade.
- É que na maioria das vezes, você não aceita. Toda a vez que sonha comigo, já acorda gritando! Ahhh eu não acredito que sonhei com ele de novo! - Namjoon imitou a voz dela.
Ela lhe deu um tapa no braço.
- É ou não?! - ele riu.
Joh fez bico.
(Se conseguir, ouça Hello - Hyorin)
- Mas falando sério agora... - ele disse. - Eu sempre esperei por esse dia. Você sorrindo da maneira que realmente deve sorrir e dizer da maneira que deve dizer.
Por um momento se perguntou porquê ele tinha dito isso, mas logo se lembrou dos seus pais. Eles a fizeram se fechar para o mundo. Eles destruiram a sua vida.
- Não pense assim... - Namjoon disse.
- Mas é a verdade. Eles me odeiam. - sua voz saiu sem vida.
- Mas não acha que terminar a relação com eles como terminou, não seria melhor para você? Iria continuar sofrendo daquela maneira?
Por mais que aquilo fosse doloroso, Namjoon tinha razão. Sua mãe a destratava o tempo todo por ser a mais nova. Ela beijava os pés de sua irmã mais velha, mas à ela, nunca falou um obrigado se quer.
Seu pai era extremamente rígido. Precisava ser a aluna exemplar do colégio, ter a melhor profissão, fazer seu próprio dinheiro e mostrar ao mundo que ela era a filha do dono da NC.
Jordana tinha que carregar o mundo nas costas e suportar tudo sem reclamar de nada. Não podia ter suas próprias opiniões.
Infelizmente, nem todas as pessoas nascem felizes. Nem todos os pais, amam os filhos de verdade.
- Mas as pessoas podem escolher o melhor pra si. - Namjoon terminou seu pensamento.
Joh assentiu concordando.
- Só que ainda dói muito quando eu penso nisso. Por que eles me odeiam tanto? - Joh perguntou com a voz um pouco triste.
- Não é você. É o lugar que você está na família. - Namjoon afirmou.
Joh concordou novamente. Ela olhou para baixo escondendo os olhos se enchendo de lágrimas.
- Não é algo a ver com você...eles nem sabe quem você é! - Namjoon disse.
Ela assentiu.
- É, pode ser. - ela sorriu.
Ele percebeu sua tristeza.
- Prometo. Essa vai ser a ultima vez. - ele disse.
- Não...eu só precisava terminar esse assunto. Chegar à uma conclusão sabe? - ela o olhou. - E você me ajudou...
Ele assentiu.
- Isso. Olhe para frente agora e esqueça isso...não foi culpa sua. - ele segurou a sua mão. - Eu vou estar com você agora...
Joh abriu um sorriso triste.
- Obrigada. - ela agradeceu.
Ele a abraçou com seu coração.
"Vai ficar tudo bem." - Joh conseguiu ouvi-lo.
- Isso aqui é bom. - Paty sorriu ao tomar um pouco de café.
Taehyun sentou em um banco perto de uma árvore.
- Como se sente? - ele perguntou.
- Bem melhor... - ela soltou os ombros.
Ele sorriu meio triste.
- O que...aconteceu enquanto estávamos longe? - Taehyun começou a brincar com a espuma do café.
Paty limpou a garganta.
- Jungkook me ajudou em algumas coisas. - ela disse.
- Que coisas?
- Coisas...
Paty estranhou o modo como ele estava falando.
- Ele te tratou mal? - ele perguntou.
- Não...na verdade...ele me tratou muito bem.
Taehyun olhou pra frente com a expressão séria.
- Me conte...o que ele fez? - ele a olhou novamente sorrindo.
- Ele...disse que não precisávamos fazer nada. - ela disse.
- Nada? Como assim nada? - ele estreitou os olhos.
- Ele fez o meu trabalho por mim.
Taehyun assentiu.
- Ele...me levou para o Japão. - Paty franziu a testa pensando nisso. - Foi bom, mas estranho...
- Estranho como? - ele perguntou.
- Estranho...Jungkook costuma ser chato e frio, mas ele...foi diferente. Eu achei muito estranho essa mudança repentina.
Ele assentiu.
- E o que mais? - ele perguntou.
- Aconteceram muitas coisas Tae. - Paty disse. - Eu tive que acabar contando à ele sobre o que estava acontecendo, afinal ele ficava comigo o tempo todo...
- O tempo todo?
- É...
Ele soltou o ar meio nervoso.
- Por que está agindo assim? - ela perguntou com um pouco de medo.
Ele a olhou.
- Quer mesmo saber? - ele perguntou.
Sua expressão parecia nada amigável.
- Nada mais me surpreende... - Paty disse.
- Primeiro...porque eu tenho quase certeza de que...ele está gostando de você.
Apesar de...ser um pouco óbvio, ela ficou sim surpreendida. Afinal, uma pessoa não faz isso do nada...
- Segundo...porque ele não é flor que se cheire. - Taehyun terminou.
- Mas...ele foi legal.
- Foi agora. - ele olhou o nada.
- O que quis dizer com isso?
- Paty, fique apenas longe. Por favor. - ele disse pausadamente.
- Posso saber porquê? Ele fez algo pra você? - ela ficou preocupada.
- Não, mas...eu sei a pessoa que ele é.
- E como ele é?
- Lembra quando ele era frio e arrogante? Bom, ele é pior...
- Mas...ele sabe ser bom também.
- Você não vê maldade nas coisas, Paty.
- Como posso ver maldade se ele fez coisas boas por mim? Realizou meu sonho...
Taehyun se levantou e ela percebeu que ele ficou realmente alterado.
- Taehyung... - ela disse tentando acalmá-lo.
- Por que está defendendo ele exatamente? - ele se virou para ela.
- Eu...não estou defendendo ele...
Ele abaixou um pouco os olhos.
- Não está gostando dele está? - ele perguntou.
Ela não acreditou que ele tinha feito aquela pergunta. Não tinha feito nem pra si mesma com medo da resposta.
Ela respirou fundo.
- Eu...eu não sei. - ela respondeu meio nervosa.
Ele soltou o ar pela boca e fechou os olhos.
- V, eu não gosto dele, só tenho dúvidas...
Ele não respondeu.
- Se tem dúvidas é porque você sente algo por ele... - ele disse lentamente.
- E se eu gostar dele?
Taehyun apenas a olhou sem responder.
- Se preocupa tanto assim comigo? - ela perguntou.
Ele continuou olhando-a.
- De repente você se alterou e... - ela abaixou a voz.
- Não é óbvio?
Paty ficou sem reação. Ele passou por ela e não olhou para trás.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário