sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Incógnita - CAP 1

Ela abriu os olhos, mas estava escuro demais para enxergar alguma coisa. Sentiu um ambiente abafado, quente e fedido que lhe dificultava a respiração. Tentou levantar, mas percebeu que seus braços e suas pernas estavam presas com correntes. Fazia um barulho de motor contínuo e aquele lugar balançava muito. Em alguns cantos haviam frestas de luz, mas não era suficiente para enxergar algo. Sentia fortes dores de cabeça e a náusea lhe atacou.
Onde estava?
Ela começou a se sacudir desesperada tentando se soltar, mas não teve sucesso. Bateu a corrente contra o solo e ouviu um barulho de ferro. O suor começou a escorrer à medida que se esforçava para tentar se soltar.
Então sentiu um corpo cair em cima do seu fazendo-a gritar de medo.
Ela começou a se debater para sair daquele sufoco e de repente tudo parou.
O que estava acontecendo?!
Estava com uma sensação de morte.
A porta se abriu devagar e a luz invadiu a escuridão ofuscando seus olhos. Ouviu todas as correntes se soltar.
Olhou para fora e avistou a floresta. Não tinha ninguém nem nada.
Ela ficou um bom tempo ali parada retomando o ar fresco para ter forças para sair dali.
Com certo receio ela olhou o corpo que estava pesando em seu colo. Era um garoto que aparentava ter pouca idade. Seus cabelos castanhos colavam em sua testa por conta do suor e estava com bastante dificuldade para respirar.
Ela tocou em seu rosto para tentar fazê-lo acordar, mas ele parecia estar muito fraco.
Aquele lugar parecia ser um caminhão. Agora tudo fazia sentido. Ela foi sequestrada?
Ao lado do garoto tinha uma garota de cabelos dourados e outra de cabelos negros.
        Percorreu os olhos até a sua frente e tomou um susto ao ver o par de olhos cravados nos seus.
Ela engoliu saliva e permaneceu no lugar imóvel.
O garoto que a encarava não parecia ter uma olhar ameaçador, mas não parecia ser amigável. Aquele clima estava começando a ficar tenso, pois ela sentiu como se ele fosse atacá-la a qualquer momento...
Ele piscou várias vezes e sua feição mudou.
Ela continuou olhando para ele e ele fez o mesmo, mas ele parecia um garoto comum dessa vez.
Ele se levantou devagar fazendo um pouco de careta, talvez por sentir dor. Ele saiu para fora  e olhou ao redor. Jogou seus braços para o ar esticando o corpo.
Ela sentia um medo incontrolável e isso a impedia de sair do lugar.
O garoto lá fora voltou a olhar para ela e entrou no caminhão. Ele agachou na sua frente e tornou a encarar seus olhos.
Ela teve uma leve sensação de que ele não era tão desconhecido assim. Seu rosto parecia um tanto familiar, mas não lembrava de onde o conhecia.
Aliás...de onde ela veio? Seu nome? Seu nome era...Li? Lia? Lia! Isso...seu nome era Lia.
Ela estava olhando o nada tentando lembrar qual era o seu passado, mas não havia lembranças.

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